O Mundo é uma Bola https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br Thu, 13 Jan 2022 14:51:57 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Por que Klopp, técnico do Liverpool, não usa mais óculos? https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2021/11/06/por-que-klopp-tecnico-do-liverpool-nao-usa-mais-oculos/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2021/11/06/por-que-klopp-tecnico-do-liverpool-nao-usa-mais-oculos/#respond Sat, 06 Nov 2021 19:40:48 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/Klopp-5-320x213.png https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=22563 Quando uma pessoa muda o visual, costuma gerar impacto, chamar a atenção das outras.

Se alguém se mantém durante muito tempo do mesmo jeito e decide ficar diferente, esse impacto é ainda maior.

É o que aconteceu com o treinador do Liverpool, Jürgen Klopp, um dos mais respeitados da atualidade, eleito o técnico do ano pela Fifa em 2019, quando ganhou a Liga dos Campeões da Europa.

Uma das marcas dele é a barba. Outra, o boné, sempre em sua cabeça nas partidas. Uma outra, os óculos.

Pois essa última não é mais. Era. Foi.

Para a atual temporada, o alemão apareceu sem óculos, causando estranhamento em quem estava habituado a vê-lo sempre com o acessório.

E até a ele mesmo, conforme declarou em entrevistas ao tabloide Bild, de seu país, e à TV britânica Sky Sports.

“Acho que meu rosto fica estranho sem óculos. Uso óculos há 44 anos, desde os 10.”

Sem eles, Klopp percebeu, a contragosto, que suas olheiras estão acentuadas. “Quando você tira os óculos, não vê o seu rosto, e aí está tudo bem. Agora eu vejo e digo ‘meu Deus!’”

Jürgen Klopp à época que comandava o Borussia Dortmund, ao seu estilo: barba, boné e óculos (Ina Fassbender – 30.mar.2015/Reuters)

O descarte do dispositivo óptico, seu companheiro por décadas, foi necessário, diz ele.

“Nos últimos anos os óculos não conseguiam mais corrigir minha visão. A solução foi uma pequena intervenção. Não foi a laser, mas me fez enxergar bem.”

Klopp submeteu-se à implantação de lentes intraoculares, procedimento que visa corrigir distúrbios visuais como miopia, hipermetropia e astigmatismo por meio de cirurgia que dura aproximadamente meia hora.

“Não preciso mais de óculos”, declarou o treinador, “mas posso voltar a precisar. Quando isso acontecer, usarei novamente.”

A possível necessidade, explica, deve-se a uma dificuldade de enxergar nas partidas noturnas, devido ao efeito da luz emitida pelos refletores, necessários para iluminar o campo.

“É muito provável que eu tenha que usar [óculos] em jogos. Mas para as coisas normais não preciso mais deles, então eu não os usarei.”

Essa história protagonizada por Klopp me fez lembrar de trecho de música famosa dos Paralamas do Sucesso, “Óculos”, sucesso nos anos 1980.

“Por que você não olha pra mim? Me diz o que é que eu tenho de mal. Por que você não olha pra mim? Por trás dessa lente tem um cara legal”, cantava o míope e quatro-olhos Herbert Vianna, em uma época em que cirurgias oculares eram consideradas arriscadas.

Com óculos, Klopp sempre foi um cara legal, e bem-humorado, e positivo, e sorridente.

Tomara que, sem eles, continue sendo.

Em tempo 1: Os supersticiosos dirão que Klopp sem óculos traz sorte ao Liverpool. Não há informação sobre a data em que Klopp implantou as lentes, apenas que ocorreu na intertemporada, ou seja, julho. Depois disso, iniciada a temporada, os Reds disputaram 20 partidas, ganhando 14, empatando cinco e perdendo só uma –um amistoso contra o Hertha Berlin.

Em tempo 2: Em contato com o blog após a publicação do texto, o oftalmologista João Marcello Furtado afirmou, sobre a visão de Klopp: “Se os óculos dele não corrigiam mais sua visão e ele fez um implante de lente intraocular, muito provavelmente ele tinha catarata”.

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Derrota impede Liverpool de entrar para o Clube dos 100 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/07/16/derrota-impede-liverpool-de-entrar-para-o-clube-dos-100/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/07/16/derrota-impede-liverpool-de-entrar-para-o-clube-dos-100/#respond Thu, 16 Jul 2020 05:40:40 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/Klopp-3.png https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=19796 O que é o Clube dos 100? Não é, até agora. Acabo de criar. Ou seja, agora é.

Fazem parte dele os times que terminaram uma temporada com 100 ou mais pontos em sua respectiva competição, desde que na elite de seu país (primeira divisão).

São pouquíssimos, e não será nesta temporada que ele ganhará um novo membro.

O Liverpool, campeão inglês por antecipação, tropeçou em três das últimas cinco rodadas da Premier League, com duas derrotas e um empate, e viu sua chance se esvair.

A queda por 2 a 1 diante do Arsenal, de virada, nesta quarta (15) em Londres, permite ao time dirigido por Jürgen Klopp, que tem no elenco os brasileiros Alisson (goleiro), Fabinho (volante) e Firmino (atacante), atingir no máximo 99 pontos, caso derrote Chelsea e Newcastle.

Quais equipes superaram a marca centenária em pontos?

Recorro ao site Goal, e a uma lembrança minha, para elencar quem integra o Clube dos 100.

O recordista é o Barry Town, do País de Gales, que acumulou 105 pontos em 40 partidas (33 vitórias, seis empates e uma derrota) na temporada 1996/1997.

Em 1997/1998, com um time a menos na competição (20 em vez de 21), foram 104 pontos (33 vitórias, cinco empates e nenhuma derrota).

Nessas duas ocasiões o Barry Town teve um técnico-jogador, o inglês Gary Barnett, que atuava no meio-campo.

Aliás, em rede social, o Barry Town fez uma provocação ao Liverpool, postando: “Chegar aos 100 pontos não é para qualquer um”.

Os outros clubes que alcançaram 100 ou mais pontos em um campeonato com 38 jogos são:

  • o escocês Celtic (103, em 2001/02), do técnico Martin O’Neill e cujo principal nome era o sueco Henrik Larsson;
  • a italiana Juventus (102, em 2013/14), do técnico Antonio Conte e de Buffon, Bonucci, Chiellini, Pogba, Pirlo, Vidal e Tevez;
  • o espanhol Real Madrid (100, em 2011/12), do técnico José Mourinho e de Casillas, Sergio Ramos, Marcelo, Özil, Kaká, Higuaín, Benzema e Cristiano Ronaldo;
  • o espanhol Barcelona (100, em 2012/13), do técnico Tito Vilanova (morto aos 45 anos, em 2014, de câncer) e de Daniel Alves, Piqué, Puyol, Mascherano, Fàbregas, Xavi, Iniesta e Messi;
  • o Manchester City (100, em 2017/18), do técnico Pep Guardiola e de Ederson, Kompany, Fernandinho, De Bruyne, David Silva, Sterling, Agüero e Gabriel Jesus.

A minha lembrança servirá para encerrar este texto e incluir um time brasileiro no Clube dos 100.

Em 2003, na primeira edição do Campeonato Brasileiro por pontos corridos, quando participaram 24 equipes, o título ficou com o Cruzeiro.

O time mineiro, sob a batuta de Vanderlei Luxemburgo à beira do campo e do craque Alex dentro dele, somou exatos 100 pontos em 46 partidas (31 vitórias, sete empates e oito derrotas).

O meia Alex (à dir.), craque do Cruzeiro campeão do Brasileiro de 2003, o primeiro da era dos pontos corridos (Reprodução/Site do Cruzeiro Esporte Clube)

Em tempo 1: Por que é quase impossível para um Bayern de Munique, na Alemanha, um Ajax ou um PSV, na Holanda, e um Porto ou um Benfica, em Portugal, atingir os 100 pontos nos campeonatos que disputam? Porque nesses países a primeira divisão conta com 18 equipes, e cada uma atua 34 vezes. Para entrar no Clube dos 100, é necessário ou ganhar todas as partidas ou vencer 33 e empatar uma. Improbabilíssimo.

Em tempo 2: Na França, que tem 20 clubes na elite, o Paris Saint-Germain, que passou a contar nesta década com um plantel com qualidade bem superior ao dos adversários, incluindo astros do nível de Neymar, Ibrahimovic, Thiago Silva, Di María, Cavani e Mbappé, chegou ao máximo de 96 pontos, na temporada 2015/2016.

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Técnico do momento, Klopp lida com ovos e gravata na crise do coronavírus https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/04/18/tecnico-do-momento-klopp-lida-com-ovos-e-gravata-na-crise-do-coronavirus/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/04/18/tecnico-do-momento-klopp-lida-com-ovos-e-gravata-na-crise-do-coronavirus/#respond Sat, 18 Apr 2020 19:20:12 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/Klopp.jpg https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=19587 Afastado da rotina presencial de treinos e jogos por causa da pandemia de coronavírus, o treinador do Liverpool, Jürgen Klopp, tem tido tempo para aprender coisas que não imaginava que aprenderia antes.

O alemão é o treinador do momento, à frente de Pep Guardiola e Jorge Jesus, entre outros.

Campeão europeu com os Reds em 2019, Klopp caminhava com facilidade para encerrar um amargo jejum de três décadas do clube –desde 1990 o Liverpool não é campeão inglês.

A conquista da Champions League foi determinante para que ele ganhasse o prêmio de Técnico do Ano na cerimônia The Best, da Fifa, em setembro do ano passado, merecidamente.

Teve um recente revés, pouco antes da paralisação do futebol, com a queda do Liverpool ante o Atlético de Madrid, em jogo disputadíssimo nas oitavas de final da Champions, mas o fato não abalou seu prestígio.

Nos intervalos do acompanhamento remoto dos treinamentos físicos do elenco, pois os jogadores estão reclusos em suas respectivas casas, Klopp, conforme revelou à LFCTV (a TV do Liverpool), dedica-se a atividades às quais não pensaria que se dedicaria até então.

É, o tempo livre faz as pessoas focarem temas diversos, não relacionados à profissão.

“Não há por ora boas notícias em geral, mas a situação me deu tempo para fazer coisas diferentes, aprender coisas novas”, disse Klopp. “Estou encarregado da máquina de lavar louça, o que atualmente é legal, sou agora o mestre daquela pequena máquina.”

“Fiz pela primeira vez ovos mexidos. Ulla [atual esposa de Klopp] ficou impressionada com aqueles ovos mexidos, mas não quis me dar uma nova oportunidade, e nem eu pedi a ela.”

“O próximo desafio é dar um nó na gravata. Tenho 52 anos e não sou capaz disso. Mas vou aprender. Possivelmente levará uma semana inteira, pois minhas mãos são geralmente imprestáveis, mas será divertido.”

As iniciativas de Klopp me fizeram pensar. Lavo a louça na mão (apesar de haver lava-louças disponível), jamais fiz ovos mexidos (não tenho atração por eles nem pelos fritos; gosto dos cozidos) e não sei dar nó em gravatas (tenho algumas já compradas com os nós prontos).

Seríamos eu e Klopp, entre os homens, exceções ou regra?

Leia também: Fã de dez anos do Manchester United pede a Klopp que faça o Liverpool perder

Leia também: Klopp é multado por invadir o campo e festejar gol com Alisson

Leia também: América do Sul também tem seu Liverpool

O alemão Jürgen Klopp vibra em Liverpool x Bournemouth pelo Campeonato Inglês de 2019/2020 (Phil Noble – 7.mar.2020/Reuters)

Desafios à parte, o treinador falou também sobre entretenimento e sociabilidade durante o isolamento.

Fã de comédias como “Debi & Lóide” (com Jim Carrey), as quais considera “filmes bobos”, afirmou estar assistindo, ao lado do filho Marc (do primeiro casamento), a aventuras do universo Marvel, sendo “Homem de Ferro” (com Robert Downey Jr.) uma delas, e curtindo.

“São filmes para ver comendo pipoca, sem a necessidade de se concentrar muito.”

Parte do tempo livre Klopp também usou para conversar por celular, via aplicativo, com velhos amigos e/ou conhecidos da época de colégio.

“Minha prima, que estudou na mesma classe que eu, começou a postar fotos minhas de infância e perguntou se tinha mais gente com fotos assim, e começaram a enviar loucamente.”

Foto compartilhada em grupo de colegas de escola de Jürgen Klopp mostra o técnico quando criança (Reprodução/LFCTV)

“Foi, honestamente, um dia maravilhoso. Ri intensamente, resgataram-se muitas memórias boas e agora tenho essas fotografias.”

Ele deve ter a oportunidade de se distrair ou se envolver ainda com muita coisa, já que os treinos presenciais e as partidas devem demorar a ser retomados.

Há na Inglaterra a previsão é a de que os clubes voltem a treinar no dia 16 de maio (dentro de quase um mês) e que a Premier League seja reiniciada no dia 6 de junho.

No Reino Unido, mais de 15 mil pessoas morreram até agora de Covid-19 e são quase 115 mil infectadas com o coronavírus.

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América do Sul também tem seu Liverpool https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/02/28/america-do-sul-tambem-tem-seu-liverpool/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/02/28/america-do-sul-tambem-tem-seu-liverpool/#respond Fri, 28 Feb 2020 06:30:51 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2020/02/Liverpool-3-320x213.jpg true https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=19318 A grande sensação do futebol mundial, já faz meses, é o Liverpool.

Da cidade inglesa de Liverpool, a terra dos Beatles, na Inglaterra.

Fundado em 1892. Atual campeão europeu. Atual campeão mundial.

Que caminha com tranquilidade para ganhar, pela primeira vez desde 1990, o Campeonato Inglês –será a 19ª vez na história.

Que tem o talentoso e temido trio de ataque Salah, Firmino e Mané.

Que tem o melhor lateral-direito (Alexander-Arnold), o melhor zagueiro (Van Dijk), o melhor goleiro (Alisson) e o melhor treinador (Jürgen Klopp) da atualidade.

Esse Liverpool, que pratica um futebol veloz e vertical, quem gosta o mínimo de futebol conhece e admira.

O que é certo que muito pouca gente, mesmo quem goste muito de futebol, sabe é que, atravessando o oceano Atlântico, existe um outro Liverpool.

Que também foi fundado faz um tempão, em 1915. Distante da cidade inglesa 11 mil quilômetros, em Montevidéu, no Uruguai.

Batizado de Liverpool devido à admiração de seus idealizadores pelo futebol bretão e também pela relevância de Liverpool, de cujo porto zarpavam os navios de carvão rumo ao Uruguai.

É impossível prever o futuro, mas com base no passado é plausível afirmar que o Liverpool Fútbol Club jamais terá a fama e a força (financeira inclusive) do Liverpool Football Club.

Em 105 anos de história, completados no último dia 15, o modesto time de Montevidéu nunca conquistou o Campeonato Uruguaio e nem perto de se tornar um expoente local esteve.

Só que o presente tem dado tantos sorrisos à pequena torcida do Liverpool uruguaio quanto à gigante do homônimo britânico.

O lateral-direito Pereira (6) comemora com o meia-atacante Díaz seu gol diante do Llaneros, pela Copa-Sul-Americana, em Montevidéu (Dante Fernandez – 26.fev.2020/AFP)

Na Copa Sul-Americana, que encerrou nesta quinta (27) os primeiros mata-matas, o clube foi, entre os 22 classificados, o que apresentou o futebol mais goleador.

Diante do Llaneros, da Venezuela, ganhou de 2 a 0 fora e de 5 a 0 em casa. Ninguém fez melhor, apesar de o Bahia, com um 3 a 0 e um 3 a 1 no Nacional paraguaio, ter sido tão convincente quanto.

No número de títulos nos últimos meses, se o Liverpool de Salah e companhia faturou a Champions League, a Supercopa da Europa e o Mundial de Clubes, o Liverpool que desfila desconhecidos não fica muito atrás.

Amealhou dois torneios, os mais relevantes de sua história, pois na elite de seu país: o Intermedio, em setembro de 2019, e a Supercopa do Uruguai, no dia 1º deste mês, superando por 4 a 2 o poderoso Nacional.

Esse Liverpool, que veste azul e preto, e não vermelho como o de além-mar, disputa somente pela quarta vez uma competição internacional.

Participou da Libertadores de 2011 e das Copas Sul-Americanas de 2009, de 2012 (nesta, registrou seu melhor desempenho, as oitavas de final) e de 2019.

O Liverpool até já teve brasileiros pela frente. Duas vezes. E obteve 50% de êxito.

Primeiro, o Grêmio, na chamada pré-Libertadores, nove anos atrás: 2 a 2 em Montevidéu e 1 a 3 em Porto Alegre, obrigando a equipe gaúcha a virar o jogo para se classificar.

No ano passado, o oponente foi o Bahia, na primeira rodada da Sul-Americana: 1 a 0 em Salvador e 0 a 0 em Montevidéu, sendo a equipe brasileira eliminada.

Este ano pode reservar um terceiro encontro, já que, além do Bahia, o Vasco também está vivo na Sul-Americana (Fluminense, Atlético-MG, Goiás e Fortaleza caíram precocemente). Dependerá do sorteio, em maio, propiciar o cruzamento.

Se essa é uma possibilidade real, a de haver um imperdível duelo de Liverpools não é.

Poderiam os dirigentes dos clubes marcarem um amistoso, medirem forças na pré-temporada, em um jogo amigável e aprazível?

Poder poderiam, mas é utópico. Os interesses econômicos imperam, e o Liverpool inglês não incluiria o Liverpool uruguaio em seu calendário.

Esse duelo, que seria histórico, ficará no campo dos sonhos.

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Fã de 10 anos do Man United pede a Klopp que faça o Liverpool perder https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/02/22/fa-de-10-anos-do-man-united-pede-a-klopp-que-faca-o-liverpool-perder/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/02/22/fa-de-10-anos-do-man-united-pede-a-klopp-que-faca-o-liverpool-perder/#respond Sat, 22 Feb 2020 06:05:28 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2020/02/Carta-1-320x213.jpg https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=19268 Atual campeão europeu e mundial, o Liverpool faz uma campanha impressionante e arrasadora na Premier League, o Campeonato Inglês.

Dos 26 jogos disputados (são ao todo 38), a equipe que veste vermelho ganhou 25 e empatou um.

Só uma tragédia evitará que os comandados pelo treinador alemão Jürgen Klopp ergam a taça que o clube não conquista desde 1990. São 22 pontos de vantagem para o vice-líder, o Manchester City.

Se a felicidade de celebrar esse título é, tudo indica, uma questão de tempo para os milhares e milhares de torcedores do Liverpool mundo afora, a tristeza pelo desempenho do Liverpool tem sido algo penoso para pelo menos um torcedor.

O irlandês Daragh Curley, que vive em Donegal, no seu país natal, tem apenas 10 anos e é torcedor fervoroso do Manchester United.

Daragh Curley durante a entrevista que concedeu à rádio BBC para falar a respeito da carta que enviou a Jürgen Klopp (Reprodução/Twitter)

Há quem possa julgar que Daragh devesse estar incomodado e macambúzio caso o Manchester City, e não o Liverpool, estivesse arrasando na temporada.

Porém a maior dor de quem torce pelo United é ver o Liverpool por cima, já que essa é a maior rivalidade da Inglaterra, conforme atestou-me Sir Bobby Charlton, um dos maiores ídolos da história dos Diabos Vermelhos, em breve contato que tivemos anos atrás em Manchester.

Inconformado com a invencibilidade e a constância do Liverpool, Daragh decidiu escrever uma carta, bem curta, a Klopp. Para solicitar um favor: que o Liverpool perdesse.

Nela, datada de 24 de janeiro, o garoto dizia: “Querido Jürgen Klopp. […] Torço para o Manchester United e escrevo para reclamar. O Liverpool está vencendo muitos jogos. […] E sendo um torcedor do United isso é muito triste. Assim, da próxima vez que o Liverpool jogar, por favor faça-o perder. Basta deixar o outro time fazer gols. Espero tê-lo convencido a não ganhar o campeonato nem a vencer mais um jogo que seja”.

De alguma forma, a carta foi lida, se não primeiramente por Klopp, por alguém dos Reds que fez o apelo de Daragh chegar ao treinador.

O treinador do Liverpool, Jürgen Klopp, escuta pergunta em entrevista coletiva um dia antes da derrota para o Atlético de Madrid, na Espanha, pela Liga dos Campeões da Europa (Javier Soriano – 17.fev.2020/AFP)

Que decidiu responder. Dias depois, o menino recebeu em sua casa a réplica, por escrito, assinada pelo alemão de 52 anos.

Inicialmente, pensou ser uma piada, uma brincadeira de alguém com ele. Acreditou depois de ver o papel timbrado e a assinatura de Klopp no fim do texto de cinco parágrafos.

Eis as palavras do técnico: “Querido Daragh, sei que você não me desejou boa sorte, mas é sempre bom ouvir de um jovem fã de futebol. […] Infelizmente não poderei atender sua solicitação. Mesmo você querendo que o Liverpool perca, é meu trabalho fazer o máximo para que o Liverool ganhe, pois há milhões de pessoas espalhadas pelo mundo que querem que isso aconteça. […] Para sua sorte, perdemos jogos no passado e perderemos no futuro, porque o futebol é assim. […] Cuide-se e boa sorte”.

Daragh, questionado pela rádio BBC se, depois de ler as ponderações de Klopp, mudaria seu modo de pensar, declarou, espirituoso: “Se eles perderem de 5 a 0 eu ficarei um pouco triste, mas se perderem de 4 a 0 eu ficarei bem”.

Carta assinada por Jürgen Klopp enviada pelo Liverpool para a casa de Daragh Curley (Reprodução/Twitter)

Dessa história maneira, fica uma certeza, descrita por Klopp na carta ao pequeno Daragh: o futebol é cíclico, e essa fase esplendorosa do Liverpool não durará eternamente.

O time é ótimo (veloz, organizado, eficiente, entrosado) e tem jogadores excelentes (Alisson, Alexander-Arnold, Robertson, Salah, Firmino, Mané), porém não é imbatível.

A Champions League é prova disso. Há apenas quatro dias. o Liverpool visitou o Atlético de Madrid e perdeu por 1 a 0, sem dar sequer uma finalização certa no gol defendido por Oblak.

Isso mostra que basta um dia ruim, de pouca inspiração, para que o Liverpool seja suplantado. Pode até ocorrer nesta segunda (24), diante do azarão West Ham, por que não?

Se acontecer, dirão que terá sido Daragh, “o garoto da carta”, a pessoa que mais desejava no mundo que o Liverpool perdesse na Premier League, o “responsável” pelo fim da longa invencibilidade.

Leia também: Guardiola envia carta e convite a 114 fanáticos torcedores do Manchester City

Leia também: Goleira do Liverpool se compara a Harry Potter depois de corte na testa

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Em tempo: São até agora, conforme exposto no início do texto, 25 triunfos e um empate do Liverpool no Campeonato Inglês 2019/2020. A única vez que o time não venceu? Justamente contra a equipe pela qual Daragh Curley torce, o Manchester United. A partida de 20 de outubro, no Old Trafford, terminou 1 a 1. Rashford abriu o placar para o Man United, e Lallana evitou a derrota do visitante.

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Goleira do Liverpool se compara a Harry Potter depois de corte na testa https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/01/21/goleira-do-liverpool-se-compara-a-harry-potter-depois-de-corte-na-testa/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/01/21/goleira-do-liverpool-se-compara-a-harry-potter-depois-de-corte-na-testa/#respond Tue, 21 Jan 2020 05:05:37 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2020/01/Fran-Kitching-1-320x213.jpg https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=19008 A foto de Frances Emily Kitching, ou simplesmente Fran Kitching, impressiona.

A goleira de 21 anos do Liverpool registrou em rede social a imagem da lesão que teve na testa durante um treino, na terça-feira passada, que a impediu de participar do jogo da equipe contra o Bristol pela WSL (Women’s Super League), o Campeonato Inglês feminino, no domingo (19).

O corte no rosto foi resultado do impacto da chuteira de uma colega de time quando a arqueira atirou-se no chão para fazer uma defesa.

Bem-humorada depois do susto, que segundo ela lhe rendeu “muito inchaço e dor”, Fran comparou sua imagem à de Harry Potter, personagem dos livros de J. K. Rowling que se tornou um estrondoso sucesso nos cinemas de 2001 a 2011.

A postagem de Fran Kitching em rede social, na qual ela se compara ao personagem Harry Potter (Reprodução/Instagram de Frances Kitching)

A série de fantasia estrelada por Daniel Radcliffe teve oito filmes, começando com “Harry Potter e a Pedra Filosofal” e terminando na parte dois de “Harry Potter e as Relíquias da Morte”.

Um dos símbolos do aprendiz de feiticeiro Harry Potter era uma marca em forma de raio que ele tinha na testa, resultado da tentativa do vilão Voldemort de tentar matá-lo quando ainda era um bebê.

Contexto da saga à parte, o fato é que Fran concluiu ter ficado parecida com Potter, e assim ela encerrou a postagem:

“Estou me sentindo muito melhor e preparada para reencontrar as meninas! Estou torcendo por elas, de casa, a cada minuto. Vejo vocês no campo logo –com amor, Fran, também conhecida como HP [Harry Potter]”.

O pequeno mago Harry Potter (Daniel Radcliffe) exibe a marca em forma de raio em sua testa (Reprodução/Twitter)

Mesmo recuperada, pode ser que Fran, agora com sua já famosa cicatriz, precise de uma dose de magia para convencer a comissão técnica a voltar a escalá-la como titular.

Pois foi justamente na ausência da camisa 18 que o Liverpool, ao superar o Bristol por 1 a 0 (a goleira foi a alemã Anke Preuss), conseguiu sua primeira vitória no campeonato –antes tinham sido oito derrotas e três empates.

A péssima situação da equipe (penúltima colocada entre 12 clubes), que corre risco de rebaixamento, contrasta com a do time masculino, que lidera invicto o Inglês (21 vitórias e 1 empate) e caminha a passos largos para seu primeiro título na competição desde 1990.

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Notável, invencibilidade do Liverpool é irrisória perto da do Mimosas https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/01/04/notavel-invencibilidade-do-liverpool-e-irrisoria-perto-da-do-mimosas/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/01/04/notavel-invencibilidade-do-liverpool-e-irrisoria-perto-da-do-mimosas/#respond Sat, 04 Jan 2020 05:05:10 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2020/01/Liverpool-2-320x213.jpg https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=18818 O Liverpool, que caminha a passos firmes para encerrar um jejum de 29 anos sem um título no Campeonato Inglês, completou 37 jogos sem derrota na competição.

A invencibilidade dos Reds na Premier League completou nesta sexta (3), um dia depois do triunfo por 2 a 0 sobre o Sheffield United, exatamente um ano.

A última vez que os comandados de Jürgen Klopp saíram de campo derrotados no Inglês foi no dia 3 de janeiro de 2019, 2 a 1 para o Manchester City.

Ficar 37 partidas sem perder – são 32 vitórias e 5 empates – em uma competição é difícil, porém o Liverpool precisa quase que triplicar esse número para se tornar o recordista histórico.

De acordo com a RSSSF (Rec.Sport.Soccer Statistics Foundation), entidade que compila estatísticas futebolísticas, há 133 marcas de invencibilidade em um campeonato nacional superiores à obtida por Salah, Mané, Firmino, Alisson e companhia.

A melhor de todas pertence a um clube da Costa do Marfim. De 1989 a 1994, o Asec Mimosas, de Abidjan, maior campeão do país africano, permaneceu nada menos que 108 partidas sem perder no campeonato local. Foram 96 vitórias e 12 empates.

Formação recente do Asec Mimosas, da Costa do Marfim, clube detentor do maior recorde de invencibilidade em um campeonato nacional (Reprodução/Site do Asec Mimosas)

Em segundo lugar aparece o Steaua de Bucareste, da Romênia. A equipe, campeã europeia em 1986, ficou pouco mais de três anos, de agosto de 1986 a setembro de 1989, ou 104 partidas, sem conhecer uma derrota na liga romena.

Completa o pódio o Lincoln, de Gibraltar (território britânico ao sul da Espanha): 88 jogos invicto, de 2009 a 2014.

Na América do Sul, a maior sequência pertence ao Boca Juniors, que se manteve imbatível por 59 confrontos, quase cem anos atrás (1924 a 1927) – é o 13º no ranking da RSSSF.

Nas grandes ligas da Europa, o Milan de Baresi, Maldini e do trio holandês Rijkaard, Gullit e Van Basten só ganhou ou empatou de maio de 1991 a março de 1993 no Campeonato Italiano. Ao todo, 58 partidas.

Se os feitos de Asec Mimosas e Steaua parecem inatingíveis para o Liverpool, ou para qualquer outro clube de grande destaque, não é inviável tornar-se o mais célebre da Inglaterra nesse quesito.

Jogadores do time do Arsenal que ficaram conhecidos como “Os Invencíveis” festejam o título do Campeonato Inglês da temporada 2003/2004 (Mike Finn-Kelcey – 15.mai.2004/Reuters)

Há apenas três clubes com uma sequência invicta superior à dos Reds no Inglês: o Chelsea (40 jogos em 2004-2005, com 33 vitórias e 7 empates), o Nottingham Forest (42 jogos em 1977-1978, com 21 vitórias e 21 empates) e o Arsenal (49 jogos em 2003-2004, com 36 vitórias e 13 empates) – este último time foi apelidado de The Invencibles (Os Invencíveis).

Todos esses três conquistaram o principal título nacional no período de invulnerabilidade.

O próximo time a tentar derrubar o Liverpool é o Tottenham, em Londres, no próximo sábado (11).

Em tempo 1: Há três clubes que detêm séries invictas em andamento mais extensas do que o Liverpool em seus respectivos campeonatos nacionais: o Paok, da Grécia (51 jogos), o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia (47), e o Robinhood, do Suriname (42).

Em tempo 2: No Campeonato Brasileiro, o Botafogo-RJ pode se gabar de ter a série invicta mais duradoura, com 42 partidas (1977-1978), sendo 25 vitórias e 17 empates.

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Flamengo confirma tradição de que quem sai atrás perde o Mundial https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2019/12/21/flamengo-confirma-tradicao-de-que-quem-sai-atras-perde-o-mundial/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2019/12/21/flamengo-confirma-tradicao-de-que-quem-sai-atras-perde-o-mundial/#respond Sat, 21 Dec 2019 20:31:57 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/Firmino-1-320x213.jpg https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=18739 O Flamengo se tornou em Doha, contra o Liverpool, ao ser derrotado por 1 a 0, gol de Firmino no primeiro tempo da prorrogação, mais uma vítima da história.

Foi quase impossível em um Mundial interclubes, seja ele a finada Copa Intercontinental, seja ele o da Fifa, um time que começou perdendo a decisão obter a virada.

Em 59 edições, isso aconteceu somente três vezes, ou 5% – e, em uma delas, quem virou não levou título.

A mais recente, e a única desde que a Fifa organiza a competição, em 2009, quando o Estudiantes, da Argentina, vencia por 1 a 0 (Boselli, o mesmo que está no Corinthians) até os 44 minutos do segundo tempo e levou o empate do Barcelona (Pedro), que ganhou ao marcar outro gol (Messi) na prorrogação.

Em 1992, o São Paulo de Telê Santana virou sobre o Barcelona: 2 a 1, dois gols de Raí.

A terceira vez foi em 1969, e, mesmo registrando a virada sobre o Milan (2 a 1), o Estudiantes não levantou a taça. Naquela época, a decisão era em jogos de ida e volta, e o clube italiano, por ter vencido o primeiro confronto por 3 a 0, triunfou pelo saldo de gols.

“Pelo que estava acontecendo no jogo [com o Liverpool], quem fizesse um gol seria o vencedor”, declarou o treinador do Flamengo, o português Jorge Jesus, em entrevista depois da final no Qatar.

Em outras duas ocasiões, quem saiu atrás e não virou, porém reagiu e empatou, acabou campeão mundial.

Em 1985, a Juventus de Platini conseguiu o troféu mesmo sem virar a partida. Diante do Argentinos Juniors, começou perdendo, empatou, levou outro gol e voltou a empatar (2 a 2). Faturou o título na disputa de pênaltis.

O mesmo aconteceu com o Boca Juniors, que superou o Milan nos pênaltis em 2003 depois de começar perdendo e chegar à igualdade (1 a 1).

Nas dez mais recentes edições do Mundial de Clubes, em oito o time que começou perdendo a final não conseguiu nem sequer fazer um gol, incluindo o Santos de Neymar (0 a 4 para o Barcelona, em 2011) e o Grêmio (0 a 1 para o Real Madrid, em 2017).

As exceções foram o Kashima Antlers, do Japão, que perdeu por 4 a 2 para o Real Madrid em 2016, e o Al-Ain, dos Emirados Árabes, goleado pelo Real Madrid por 4 a 1 no ano passado.

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Na final de 1981, Zico foi vital, e craque do Liverpool, um morto-vivo https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2019/12/19/na-final-de-1981-zico-foi-vital-e-craque-do-liverpool-um-morto-vivo/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2019/12/19/na-final-de-1981-zico-foi-vital-e-craque-do-liverpool-um-morto-vivo/#respond Thu, 19 Dec 2019 16:13:19 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/Flamengo-3-320x213.jpg https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=18709 Trinta e oito anos atrás, no dia 13 de dezembro de 1981, Flamengo e Liverpool se enfrentaram, pela primeira e única vez, no Estádio Nacional de Tóquio.

Era, como a deste sábado (21), uma final de Mundial. A deste ano é a decisão do Mundial de Clubes, organizado pela Fifa. A de 1981, a do Mundial interclubes (Copa Intercontinental), que reuniu em jogo único os campeões europeu e sul-americano.

Vi o jogo na íntegra, e a decepção com o Liverpool foi enorme. Reconhecidamente um dos melhores times do fim dos anos 1970/início dos anos 1980, mostrou quase nada de futebol, individual e coletivamente.

Parecia um catadão, sem organização e sem estratégia. Os jogadores mais técnicos, como a dupla Souness e McDermott, que eram os articuladores do meio-campo, erravam passes com frequência.

Disposição até havia, a equipe inglesa não deixou de correr do começo ao fim. Menos um. O astro do Liverpool, o atacante escocês Kenny Dalglish, era um morto-vivo em campo.

Parecendo desorientado, o camisa 7 quase não pegou na bola, e, quando o fez, apanhou dela ao tentar dominar (deu uma joelhada), errou passe fácil (de um metro), escorregou e caiu sozinho (cômico), fez um cruzamento bisonho (por trás do gol) e finalizou uma única vez (de longe e para longe).

Do outro lado, o craque fez a diferença em um time muito concentrado e com uma tática bem definida.

A bola deveria passar por Zico, o capitão flamenguista, que atuava naquela formação (4-3-3) do técnico Carpegiani como o homem mais avançado do meio-campo.

Não foi a partida mais genial da carreira do camisa 10, longe disso. Mas o Galinho de Quintino fez algumas jogadas de efeito, incluindo um chapéu, e teve participação nos três gols do Flamengo, todos no primeiro tempo, registrando duas assistências.

Aos 12 minutos, Zico viu uma disparada de Nunes e, do círculo central, lançou pelo alto. O zagueiro e capitão Thompson errou o tempo da bola, que o encobriu, e Nunes tocou na saída do bigodudo Grobbelaar: 1 a 0.

Aos 33 minutos, Zico cobrou falta no meio do gol. Não era uma defesa difícil, mas Grobbelaar não segurou e, no rebote, Adílio marcou: 2 a 0.

Aos 40 minutos, Zico, novamente acionado no círculo central – isso ocorreu muitas vezes –, deu um passe rasteiro e preciso para Nunes, nas costas do lateral Lawrenson. O centroavante avançou, entrou na área e chutou no canto de Grobbelaar.

Falta, aos 33 minutos do 1º tempo, que originou o segundo gol do Flamengo no Estádio Nacional de Tóquio (Reprodução de TV)

O jogo parecia ganho ali, e o tempo mostraria que estava.

Na segunda etapa, o Liverpool pouco mudou, a não ser por uma insistência maior nos chuveirinhos (bolas alçadas na área) e teve uma única chance clara, aos 15 minutos, com o meia Kennedy – o goleiro Raul interveio com os pés e salvou.

O Flamengo criou três boas oportunidades de ampliar, com Andrade, Adílio e Nunes, todas elas defendidas por Grobbelaar, que evitou uma goleada humilhante.

É possível fazer uma comparação das equipes de 1981 com as de 2019?

Comparar é sempre possível, mas os times atuais, tanto o do Flamengo como o do Liverpool, são muito diferentes daqueles.

Na formação tática, por exemplo, há uma inversão.

Aquele Flamengo jogava em um 4-3-3 (Andrade, Adílio e Zico no meio; Tita, Nunes e Lico na frente), hoje joga em um 4-4-2 (William Arão, Gerson, De Arrascaeta e Éverton Ribeiro no meio; Bruno Henrique e Gabigol na frente), que se torna não raro um 4-2-4, devido aos avanços de Éverton e De Arrascaeta.

O Liverpool, 4-4-2 àquela época, hoje se forma no 4-3-3, com ótimos laterais apoiadores – diferentemente dos de 1981, que eram limitados e quase não deixavam a defesa – e um trio de ataque (Salah, Firmino e Mané) afinado e perigosíssimo.

Tem ainda o melhor zagueiro do mundo, o holandês Van Dijk, que raramente falha e é fortíssimo no jogo aéreo.

Se houver equilíbrio no plano tático na final em Doha (Qatar) – motivação os dois times terão –, o que costuma decidir é a individualidade.

Em 1981, os craques de cada time eram Zico e Dalglish. Só o primeiro jogou. E, frise-se, tão vital como Zico na decisão no Japão foi Nunes, o goleador do jogo.

Agora, no Liverpool, todos esperam que brilhe a estrela do egípcio Salah, a estrela maior da companhia – será um grande desafio para Filipe Luís conseguir marcá-lo.

No Flamengo, não há um jogador que esteja muito acima dos demais, não há um craque em evidência. Mas três têm condições, pelo histórico recente, de decidir o jogo em questão de segundos: Gabigol, Bruno Henrique e De Arrascaeta.

A seguir, um resumo da partida, no formato lance a lance, algumas curiosidades e a ficha do jogo de 1981.

1º tempo

3min – Souness finaliza fraco e rasteiro de pé esquerdo, de fora da área; a bola sai à esquerda de Raul

4min – Adílio chuta de fora da área, à meia-altura, de canhota, no centro do gol; Grobbelaar agarra

12min – Gol do Flamengo. Zico lança do círculo central, o capitão Thompson falha, e Nunes se antecipa a Grobbelaar e toca de pé direito para o gol

16min – Cruzamento da direita. McDermott finaliza fraco da entrada da pequena área, e Raul defende sem dificuldade

23min – Cruzamento da direita. A defesa do Flamengo falha, e Johnston chuta perto da trave direita de Raul

31min – Escanteio para o Flamengo. Em jogada ensaiada, Tita cobra fora da área para Júnior, que chuta de pé direito. A bola passa à direita de Grobbelaar, sem perigo

33min – Gol do Flamengo. Tita sofre falta de McDermott um pouco antes da meia-lua. Zico bate no meio do gol, Grobbelaar falha e dá rebote, Lico tenta mas é travado por Hansen, e Adílio chuta de dentro da pequena área. A bola bate em Thompson e entra

35min – Cruzamento de Zico da direita. A zaga do Liverpool tira mal, e Tita chute forte, sem direção, por cima do gol

37min – McDermott chuta forte, sem ângulo, de fora da área; Raul faz a defesa, cedendo escanteio

38min – Lawrenson chuta de dentro da área, torto, e a bola sai à esquerda de Raul

40min – Gol do Flamengo. Zico, perto do círculo central, lança Nunes, que estava livre na direita; ele avança, entra na área e chuta no canto direito de Grobbelaar

41min – Dalglish arrisca de longe, de pé esquerdo; a bola vai longe do gol de Raul

2º tempo

6min – Johnston chuta de dentro da área, rasteiro; Raul defende no canto direito

9min – Andrade chuta de longe, de três dedos, com força e precisão; Grobbelaar espalma para escanteio

15min – Em jogada aérea, o Liverpool tem sua melhor chance; Leandro perde pelo alto, e a bola sobra para Kennedy; Raul se atira aos pés dele e faz grande defesa

17min – Em jogada bem trabalhada, passando por Tita, Zico, Lico e Júnior, Adílio finaliza de pé esquerdo da entrada na área; Grobbelaar defende

18min – Mozer dá um carrinho violento em Souness, em falta que merecia expulsão, mas não recebe nem cartão amarelo

25min – Contra-ataque do Flamengo. Nunes chuta de fora da área, e Grobbelaar desvia para escanteio

28min – Johnson recebe na área e chuta forte; a bola bate em Mozer e vai para escanteio

37min – Souness arrisca da meia-lua, e a bola vai por cima do gol, sem perigo

38min – Johnston tenta de longe, e a bola sai à direita de Raul, sem perigo

45min – Júnior bate falta sem muita força, no meio do gol; Grobbelaar defende

No dia seguinte à conquista do título mundial pelo Flamengo, a Folha destacou o feito no alto de uma página, mencionando ‘excelente atuação’ do time rubro-negro (Reprodução)

Curiosidades

  • O jogo começou ao meio-dia, no horário local, com sol e frio
  • A transmissão foi da Globo, com narração de Galvão Bueno, que estava em Tóquio
  • O Flamengo atuou de camisa e calções brancos (segundo uniforme)
  • Os dois times jogaram com meias vermelhas, inclusive o goleiro do Liverpool
  • Raul, goleiro do Flamengo, jogou de calça, não de short
  • Ainda era permitido ao goleiro pegar com as mãos os recuos intencionais da bola
  • Eram comuns os chutões dos goleiros para o ataque, nos tiros de meta ou com a bola em jogo
  • O Liverpool contava com sete não ingleses na decisão (cinco titulares e dois reservas): Grobbelaar (Zimbábue), Hansen, Souness e Dalglish (Escócia), Lawrenson, Sheedy e Whelan (Irlanda); o Flamengo só tinha brasileiros
  • Só eram permitidos cinco jogadores na reserva (um goleiro e quatro de linha)
  • Não foi distribuído nenhum cartão (amarelo ou vermelho) na partida
  • Não havia propaganda nas camisas

Ficha do jogo

Local: Estádio Nacional (Olímpico) de Tóquio

Data: 13 de dezembro de 1981

Público: 62 mil

Árbitro: Mario Rubio Vásquez (México)

Flamengo: Raul; Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico (capitão); Tita, Nunes e Lico. Reservas (não utilizados): Cantarele, Figueiredo, Nei Dias, Peu e Baroninho. Técnico: Paulo César Carpegiani

Liverpool: Grobbelaar; Neal, Thompson (capitão), Hansen e Lawrenson; Souness, McDermott (Johnson), Lee e Ray Kennedy; Johnston e Dalglish. Reservas (não utilizados): Ogrizovic, Alan Kennedy, Whelan e Sheedy. Técnico: Bob Paisley

Gols: Nunes, aos 12min e aos 40min, e Adílio, aos 33 min do 1º tempo

 

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Quem é Van Dijk, eleito o melhor jogador da Europa https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2019/08/31/quem-e-van-dijk-eleito-o-melhor-jogador-da-europa/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2019/08/31/quem-e-van-dijk-eleito-o-melhor-jogador-da-europa/#respond Sat, 31 Aug 2019 06:00:37 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2019/08/Van-Dijk-6-320x213.jpg https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=17833 O holandês Virgil van Dijk foi eleito, aos 28 anos, o melhor jogador da Europa na temporada 2018/2019.

Trata-se de uma conquista rara para um jogador de sua posição: zagueiro.

Desde 1998, quando a Uefa (entidade que controla o futebol europeu) criou a premiação, é a primeira vez que um beque ganha o troféu.

Atualmente, o colégio eleitoral é formado por 80 treinadores – os dos clubes que participaram da fase de grupos da Champions League e da Liga Europa – e 55 jornalistas, um de cada uma das federações do continente.

Levando-se em conta os prêmios entregues historicamente por Fifa ao principal destaque de cada ano (“Melhor do Mundo”, atual “The Best”, desde 1991) e revista France Football (“Bola de Ouro”, desde 1956), só em quatro ocasiões um zagueiro ficou em primeiro lugar: os alemães Franz Beckenbauer (1972 e 1976) e Mathias Sammer (1996, na eleição da Fifa), e o italiano Fabio Cannavaro (2006).

Van Dijk (pronuncia-se van dêic), que joga pelo Liverpool, obteve 305 pontos e superou duas lendas vivas do futebol, ambos atacantes e artilheiros, o argentino Messi (207 pontos), do Barcelona, e o português Cristiano Ronaldo (74 pontos), da Juventus.

O prêmio lhe foi entregue nesta quinta (29), em cerimônia no Principado de Mônaco.

Van Dijk posa com o prêmio de melhor jogador da Europa na cerimônia da Uefa no Grimaldi Forum, em Mônaco (Eric Gaillard – 29.ago.2019/Reuters)

Hoje uma estrela, Van Dijk demorou bastante para chegar a esse status, que pode ser considerado recente, de um ano e meio para cá.

Quando tinha 17 anos, idade em que muitos atletas são disputados por clubes de ponta, era incerto se ele seguiria a carreira futebolística.

Dividia os treinos nas categorias de base do Willem II, time da cidade de Tilburg, com a função de ajudante de cozinha em um restaurante de Breda, onde nasceu e cresceu.

Ia de bicicleta para o município vizinho e do mesmo modo regressava, meia hora na ida, meia hora na volta. No trabalho no Oncle Jean, lavava pratos.

O excesso de tranquilidade de Van Dijk, hoje uma de suas principais qualidades, era visto como defeito – não no restaurante, mas nos gramados. Olheiros o consideravam meio desligadão durante parte dos jogos.

Tanto que não despertou a atenção de nenhum dos grandes da Holanda (Ajax, PSV e Feyenoord).

Dispensado pelo Willem II e sem chance no clube de sua cidade, o NAC, restou-lhe o Groningen, a mais de 200 km de distância de Breda. Foi levado para lá em 2011, aos 18 anos, pelo olheiro Henk Veldmate, que hoje presta serviços ao Ajax.

O começo foi dificílimo, quase trágico. No primeiro ano no time, teve uma apendicite aguda, uma peritonite (inflamação da membrana que reveste o abdômen) e uma infecção no rim.

Nem ele nem o clube perceberam a gravidade do quadro clínico. Quem o fez foi sua mãe, Hellen, que durante uma visita o levou a um hospital para exames detalhados.

Internado, Van Dijk passou por cirurgia e demorou a se recuperar. Em entrevista depois que recebeu alta, revelou que jamais sentira tanto medo e que temeu a morte.

“Ainda me lembro de padecer naquela cama. A única coisa que eu via eram tubos saindo de mim. Meu corpo estava detonado e eu não conseguia fazer nada. Naquela hora, os piores cenários passaram pela minha cabeça. Minha vida corria risco, e até assinei alguns papéis, uma espécie de testamento. Se eu morresse, uma parte do meu dinheiro iria para minha mãe.”

Hellen é separada do pai, Ron, de quem o atleta guarda desgosto e rancor. Tanto que, na camisa, o nome que ele sempre pede para ser inscrito é “Virgil”, e não “Van Dijk”.

Virgil, como Van Dijk prefere ser chamado, em Liverpool x Arsenal na Premier League (Phil Noble – 24.ago.2019/Reuters)

Van Dijk aos poucos recuperou-se do baque na saúde e passou a jogar regularmente, e bem. Seu desempenho resultou em chance na seleção sub-21 da Holanda.

E, de acordo com Rob Maaskant, que treinava o zagueiro no Groningen, uma derrota por 3 a 0 para a Itália, na qual Van Dijk jogou uma rara partida ruim, determinou definitivamente o desinteresse dos principais clubes holandeses nele.

“Você olha para trás e pergunta: ‘Onde você vai ser avaliado?’. E esses são os jogos em que todas as pessoas estão. Três a zero simplesmente não cai bem no currículo”, disse Maaskant ao jornal Irish Independent.

Havia um olheiro, contudo, que tinha o pressentimento de que o grandalhão de 1,93 m e 92 kg um dia seria não apenas um dos melhores do mundo em sua posição mas também um líder.

John Park trabalhava para o Celtic, da Escócia. O clube aceitou a recomendação e pagou ao Groningen perto de € 3 milhões por ele.

No gigante escocês (tem 50 títulos nacionais, atrás apenas do arquirrival Rangers, com 54), Van Dijk atuou em 115 partidas de 2013 a 2015.

Nas duas temporadas completas em que lá esteve (2013/2014 e 2014/2015), foi eleito para a seleção do campeonato. Nelas, o Celtic ganhou o Campeonato Escocês. Faturou também a Copa da Escócia de 2015.

A transferência para a vizinha Inglaterra, dona do mais badalado e rico campeonato nacional do planeta, a Premier League, contou com a anuência de um dos melhores zagueiros que a Holanda já teve.

Ronald Koeman, campeão europeu por seu país em 1988 e ídolo do Barcelona na primeira metade dos anos 1990, treinava o Southampton e deu o aval para a contratação do compatriota. O clube, de força esportiva mediana, pagou € 3 milhões ao Celtic.

Na temporada 2015/2016, Van Dijk, formando uma sólida a zaga com José Fonte (que viria a ganhar a Eurocopa de 2016 com Portugal), ajudou o Southampton a terminar a Premier League na sexta colocação, a melhor em 31 anos.

A partir daquele momento, o Liverpool passou a ter interesse nele e iniciou um namoro que levou um ano e meio para virar casamento. O interesse era recíproco, pois Van Dijk ansiava por disputar a Champions League, só que o Southampton relutava em se divorciar do jogador, com quem tinha contrato até 2022.

O negócio só se formalizou no fim de 2017, depois que o Liverpool aceitou pagar € 84,5 milhões para fazer de Van Dijk o mais caro zagueiro da história – no mês passado, esse posto passou a pertencer ao inglês Harry Maguire, por quem o Manchester United pagou ao Leicester € 87 milhões (R$ 397 milhões).

O resto é história recente, e o sucesso do atleta é conhecido por quem acompanha o futebol europeu.

Van Dijk foi escolhido pela Associação dos Atletas Profissionais da Inglaterra o futebolista do ano na temporada 2018/2019 (Reprodução/Instagram de Virgil van Dijk)

Sob o comando do técnico alemão Jürgen Klopp, Van Dijk causou impacto imediato em uma defesa considerada pouco confiável. Com ele, o Liverpool chegou a duas decisões seguidas de Champions (2018 e 2019), tendo ganhado a segunda.

E, com a defesa menos vazada (22 gols em 38 jogos), ficou a apenas um ponto (98 a 97) de conquistar a Premier League 2018/2019, que ficou com o Manchester City.

A solidez e a competência de Van Dijk na marcação – ressalte-se que ele também é perigoso no ataque, nas bolas paradas, fazendo gols eventualmente – são comprovadas por uma estatística: ficou 50 jogos seguidos sem ser driblado na Premier, de 3 de março de 2018 (quando Mikel Merino, do Newcastle, o superou) até sábado passado, dia 24 de agosto (Nicolas Pepé, do Arsenal, conseguiu o feito).

Com a conquista do prêmio da Uefa, o holandês torna-se o favorito para faturar também o da Fifa (no dia 23 de setembro) e o da France Football (em dezembro, em data a ser anunciada).

Van Dijk comemora gol que fez pela Holanda contra a Alemanha no empate por 2 a 2 em Gelsenkirchen, pela Liga das Nações (John Macdougall – 19.nov.2018/AFP)

Ao falar sobre a possibilidade de ser o contemplado com a cobiçadíssima Bola de Ouro, Van Dijk, atual capitão da seleção de seu país (treinada por Ronald Koeman), declarou não contar com isso, pois há quem, na opinião dele, esteja à frente.

“Para mim Messi é o melhor jogador do mundo, ele merece [ganhar]. Não importa que não tenha chegado à decisão da Champions League”, disse, depois da partida em que o Liverpool derrotou o Tottenham e ganhou a Liga dos Campeões, no começo de junho.

A favor de Van Dijk, para quem não se lembra, há o fato de, nas semifinais da Champions, o Liverpool ter eliminado o Barcelona de Messi (0 a 3 na Espanha, 4 a 0 na Inglaterra).

O título europeu dos Reds é outro ponto que conta a favor dele.

Desde 2014, sempre um jogador do time campeão da Champions é o melhor do mundo: Cristiano Ronaldo (Real Madrid, em 2014, 2016 e 2017), Messi (Barcelona, em 2015) e Modric (Real Madrid, em 2018).

Caso a votação (feita por jornalistas, no caso da eleição da revista francesa) dê a Bola de Ouro a Van Dijk, a Holanda se tornará o país mais laureado nessa premiação: oito vezes – ultrapassando Alemanha (Beckenbauer e Rummenigge, duas vezes cada um, Gerd Müller, Matthäus e Sammer, uma vez) e Portugal (Cristiano Ronaldo, cinco vezes, e Eusébio e Figo, uma).

Já levaram o troféu para casa Johan Cruyff (1947-2016), em 1971, 1973 e 1974, Ruud Gullit, em 1987, e Marco van Basten, em 1988, 1989 e 1992. Todos jogavam do meio para a frente.

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