O marcante discurso de Pogba contra a Argentina
Paul Pogba foi um dos maiores nomes da França na campanha que rendeu ao país o bicampeonato mundial, na Copa do Mundo da Rússia.
O volante sobressaiu, excluindo o bom futebol apresentado como articulador no meio de campo, como um dos líderes, quiçá o principal, do elenco dirigido pelo treinador Didier Deschamps.
A Folha publicou, na véspera da final de domingo (15) em Moscou, entre franceses e croatas, uma reportagem centrada no jogador de 25 anos do Manchester United.
O texto trazia mostras da transformação de Pogba, de garoto brincalhão, eleito o melhor jogador jovem da Copa de 2014, em um homem sério (ao menos no Mundial), em condição de deixar seus companheiros de seleção psicologicamente mais fortes.
Encerrada a Copa, um documentário da TF1, TV francesa, escancara o quanto foi poderosa a figura de Pogba, que já foi o jogador mais caro do mundo, como líder e motivador dos Bleus.
Merecem registro frases dele pouco antes de o time entrar em campo nas oitavas de final, contra a Argentina de Messi.
“Amigos! Queremos guerreiros em campo hoje. Não quero voltar para casa. Eu, nesta noite, não voltarei para casa. Amanhã, nós estaremos no hotel. Estaremos comendo aquela porcaria de massa refogada de novo. Não me importo. Quero que esta seja uma noite de festa.”
“Todos nós correremos até a morte hoje no campo. Ninguém nos derrubará. Estaremos juntos. Soldados. Vamos matar esses caras, os argentinos. Com Messi ou sem Messi, estou me lixando. Vamos lá, moçada!”
Em um dos melhores jogos do Mundial, em Kazan, os franceses ganharam por 4 a 3, depois de terem estado atrás no placar (2 a 1).
Pogba não fez gol nem deu assistência, mas sua liderança silenciosa certamente esteve incutida no âmago de cada homem vestido de azul ao seu redor.
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Em tempo: Chamou-me a atenção também, em relação a uma filmagem da seleção francesa, publicação do jornal britânico Daily Mail acerca de uma orientação de Deschamps no intervalo da decisão da Copa. No vestiário, segundo a reportagem, o treinador mostrava-se preocupado com a pressão exercida pelos croatas. E ofereceu a solução: “Deem a bola para Kylian”. Kylian é o primeiro nome de Mbappé, de 19 anos, colega de Neymar no Paris Saint-Germain e eleito a revelação do Mundial. Bingo. Acionado, quase sempre pela ponta direita, o garoto infernizou a defesa croata com sua velocidade, teve participação no terceiro gol, de Pogba, e ainda marcou o último no 4 a 2.