Faltou a Alisson, o melhor em campo, ter sido eleito o melhor em campo
Alisson merecia ter sido eleito o melhor em campo da final da Champions League (Liverpool 2 x 0 Tottenham), neste sábado (1º), em Madri.
Por quê? Porque ele foi o melhor em campo. Fez oito defesas, todas no segundo tempo, segurando a vantagem obtida em pênalti batido por Salah e depois ampliada por Origi.
A Uefa, entretanto, após a opinião dos chamados “observadores técnicos” da entidade, preferiu conceder o prêmio ao zagueiro holandês Virgil van Dijk, colega do goleiro na equipe campeã.
Um contrassenso, já que Van Dijk (um excelente beque, aliás) permitiu, junto com companheiros de Liverpool, que Alisson fosse exigido.
Eis a justificativa de Thomas Schaaf, líder dos tais observadores: “Van Dijk mostrou excepcional liderança e foi o melhor jogador de defesa do Liverpool. Ele realizou intervenções cruciais quando necessário e jogou com a cabeça fria o tempo todo.”
OK, mas o papel primordial do zagueiro, sendo líder ou tendo ou não a cabeça fria, é impedir as finalizações rivais.
Assim, para que um zagueiro seja eleito o melhor de um jogo, o goleiro tem que “desaparecer”. Não foi o caso na decisão no estádio Wanda Metropolitano.
Titular da seleção brasileira, Alisson precisou fechar o gol, mostrando segurança quando exigido.
Destacou-se com duas boas intervenções em um intervalo de segundos, em chutes de Son e de Lucas Moura, e com uma ótima defesa em cobrança de falta de Eriksen.
A atuação de Alisson ocorre um ano depois de, na final da Champions de 2018, o então goleiro do Liverpool, o alemão Loris Karius, ter falhado de forma grotesca em dois gols do Real Madrid – o time espanhol venceu por 3 a 1.
Karius acabou dispensado, e, com aval do técnico Jürgen Klopp, os Reds pagaram € 62,5 milhões (R$ 274,7 milhões, pelo câmbio atual) para tirar da Roma o ex-goleiro do Internacional, hoje com 26 anos. À época ele se tornou o mais caro do mundo em sua posição.
Em sua primeira temporada com o Liverpool, Alisson jogou as 38 partidas do Campeonato Inglês e foi o goleiro menos vazado (22 gols). O título escapou por diferença de um ponto (97, contra 98 do Manchester City).
Também foi titular nos 13 jogos da Champions, levando 12 gols. Na fase de mata-matas, não permitiu que a bola entrasse em quatro das sete partidas, incluindo o jogo de volta da semifinal – histórica vitória por 4 a 0 sobre o Barcelona – e a final.
“Jogo primeiro por mim, pela minha família, pelos meus amigos, pelos meus companheiros, mas também para agradar às pessoas, aos torcedores. Nem sempre a gente consegue. Fui feliz por fazer uma boa partida”, disse Alisson ao Esporte Interativo depois da decisão na capital espanhola.
O camisa 13 enviou mensagens de carinho à esposa, Natália, que não viajou a Madri por estar perto de dar à luz o segundo filho do casal, Matteo. A primogênita, Helena, está com 2 anos.
Nos próximos dias, ele se apresentará à seleção nacional para a preparação para Copa América, que será disputada no Brasil a partir do dia 14 deste mês.