Ídolo do time catalão, ele chegou para substituir o holandês Ronald Koeman, astro do time em uma geração anterior, que fracassou no comando da equipe.
Aos 41 anos, Xavi é um dos técnicos da nova geração. O Barcelona será seu primeiro grande desafio, já que até agora treinou somente o Al-Sadd, do Qatar, a partir de 2019.
Potência financeira, tanto que abrigará a Copa do Mundo de 2022, o Qatar está muito longe se ser uma potência futebolística.
Foi no Al-Sadd que Xavi ficou nos quatro anos finais de sua carreira como jogador –deixou o Barça em 2015 e rumou para o Oriente Médio.
Xavi Hernández
❤️ Uma vida em azul-grená. pic.twitter.com/UOMyONg3cn
— FC Barcelona (@fcbarcelona_br) November 7, 2021
Na volta à Espanha, de cara o ex-meia –que quando na ativa destacou-se pela classe, pela criatividade, pelo ótimo passe e pela liderança, tendo também poder de marcação– passou o recado: com ele, o Barcelona não terá moleza no concernente ao trabalho e à disciplina.
Xavi, pelo discurso, implantará uma linha dura nos treinamentos, e até além deles, para que, em campo, o time desempenhe um estilo à la Johan Cruyff (1947-2016), holandês que ao dirigir o Barcelona tornou-o uma referência de futebol bem jogado a partir dos anos 1990.
Pelo que disse ao se apresentar, Xavi almeja que o Barcelona consiga triunfar na era pós-Messi –hoje no Paris Saint-Germain– praticando o “futebol total” da era Cruyff.
“A ideia é a mesma de Cruyff: meu primeiro defensor é o atacante, e meu primeiro atacante é o goleiro. Temos que trabalhar taticamente, pressionar alto [na defesa do adversário] e dominar a bola.”
Xavi mencionou Cruyff, que treinava o Barça quando ele começou a jogar nas categorias de base do clube, em 1991, aos 11 anos, porém a frase remete a um outro treinador muito conhecido.
Quem acompanha futebol sabe que esse modo de jogar, com amplo domínio da posse de bola e marcação intensa por pressão, tem sido executado, com boa dose de sucesso, há mais de uma década por Pep Guardiola, ex-Barcelona, ex-Bayern de Munique, atual Manchester City.
Guardiola, que foi jogador de Cruyff, treinou Xavi na equipe espanhola de 2008 a 2012.
Juntos, ganharam duas Champions League (Liga dos Campeões da Europa), dois Mundiais de Clubes, três Campeonatos Espanhóis e duas Copas do Rei.
Depois que Guardiola saiu, Xavi, campeão mundial com a Espanha em 2010, na África do Sul, ainda faturou com o Barça uma Champions, dois Espanhóis e uma Copa do Rei.
Coincidência ou não, após a saída de Xavi, na metade de 2015, apesar de continuar a demonstrar força dentro do país (três Espanhóis e quatro Copas do Rei), a equipe que veste azul e grená não mais chegou ao topo da Europa, o que incomoda demais, especialmente porque o maior rival, o Real Madrid, ganhou em 2016, 2017 e 2018.
Xavi assume um Barcelona oscilante, que registra resultados inesperados, sem confiança. Um time que tem apresentado um futebol comum, que não condiz com o que todos se acostumaram a ver.
Na temporada final do então camisa 6 no Barça (2014/15), a equipe, em 60 partidas, ganhou 50, empatou quatro e perdeu seis.
Foram 21 goleadas, incluindo um 8 a 0 no Córdoba e um 8 a 1 no Huesca, e três títulos: Champions, Espanhol e Copa do Rei.
Na temporada passada (2020/21), mesmo ainda com Messi, o time, em 55 jogos, ganhou 35, empatou nove e perdeu 11.
As vitórias por três ou mais gols de vantagem foram 16, um bom número, porém o que mais marcou foram reveses contundentes, em casa, diante de Real Madrid (3 a 1), Juventus (3 a 0) e PSG (4 a 1). Pior: título, um só, o da Copa do Rei.
Para mudar isso, Xavi tem sua fórmula: a da lei e da ordem. Com rédea curta.
“Primeiramente, é importante cumprirmos regras e sermos mais exigentes com nós mesmos”, declarou, dando a entender que é preciso organizar a casa, que estaria bastante bagunçada.
“Depois podemos falar de valores, de respeito e de atitude, porque, se não tivermos valores, não teremos um time.”
No Barcelona de Xavi, os jogadores terão de se apresentar para o treino uma hora e meia antes do início, para que não mais haja casos de atletas chegando às pressas para a sessão.
Todos tomarão café da manhã no CT do clube e, algumas vezes, almoçarão lá.
Será instaurado um “toque de recolher” para os jogadores nos dias anteriores às partidas. Em hora determinada, cada um terá de estar em sua casa.
Uma outra mudança de hábito imposta aos atletas, heterodoxa, é a proibição da prática de atividades consideradas perigosas, como esportes radicais, nas horas vagas ou folgas.
Por fim, voltarão as multas, abolidas pelo treinador Ernesto Valverde (2017-2020), para quem descumprir as regras.
Mesmo com tanta rigidez e seriedade, parece tarefa hercúlea reerguer esse Barcelona, que amarga a nona posição no Espanhol e vivencia um “vai não vai” na Champions (duas vitórias e duas derrotas na fase de grupos).
Parece faltar ao Barcelona mais do que vontade, dedicação e disciplina.
Parece faltar talento, parece faltar energia.
Em 2015, o time que ganhou a Champions tinha, além de Messi e Xavi, Iniesta, Suárez, Neymar, Rakitic, Piqué, Jordi Alba, Mascherano, Busquets, Ter Stegen. Todos jovens e/ou em exímia forma.
Hoje, Piqué, Busquets, Alba e Ter Stegen ainda estão lá. Os três primeiros têm 34, 33 e 32 anos, respetivamente, e a capacidade física de cada um caiu, é natural. O goleiro, com 29, convive com um joelho não confiável.
De positivo, Xavi pode contar com uma dupla de holandeses muito boa, o volante Frenkie de Jong e o atacante Memphis Depay.
Junto a eles, nomes como Mingueza, Eric García, Ansu Fati, Dest, Araújo, Pedri e Gavi, jovens que têm que melhorar e/ou evoluir muito para se mostrarem confiáveis.
Do elenco também faz parte, ainda, pois ele deve sair na próxima janela de transferências, um tíbio Philippe Coutinho, uma sombra do meia-atacante que chegou à Copa de 2018, na Rússia, como destaque da seleção brasileira.
E ainda há o centroavante argentino Agüero, que veio do Manchester City e é presença constante na enfermaria faz um par de anos.
É possível melhorar esse Barcelona? Sim. É crível que esse elenco possa ser campeão europeu, ou mesmo espanhol? Não.
Apelidado de Mestre quando jogador, Xavi precisará executar várias jogadas de mestre para fazer esse Barcelona dar certo.
]]>O atacante argentino disse ter oferecido uma redução salarial de 50% (de € 70 milhões anuais para € 35 milhões, ou R$ 214 milhões), mas que a direção do clube espanhol nem assim quis que ele permanecesse.
Essa é a versão do seis vezes melhor jogador do mundo, que pelo que se tem conhecimento sempre foi sincero nas declarações. Não houve contestação, até agora, do Barcelona.
No ano passado, quando o camisa 10 quis sair e o Barça não deixou, já que ainda tinha vínculo contratual, poderia ter tentado a via judicial, porém, segundo ele, como processar o time do coração?
Agora, dono de seu destino, pois sem contrato desde o fim de junho, o Barcelona, que tanto quis que ele permanecesse, ofereceu-lhe sem muita gentileza a porta da saída.
Para permitir que um supercraque do quilate de Messi, e mais que isso, o maior ídolo que o clube já teve, se vá, a situação financeira deve estar muito delicada mesmo.
Messi então optou pelo Paris Saint-Germain, onde reencontrará Neymar, com quem atuou no Barcelona de 2013 a 2017. Ficou famoso o trio MSN (Messi-Suárez-Neymar) –o uruguaio saiu em 2020 e está no Atlético de Madrid, onde conquistou o Campeonato Espanhol.
E irá se falar muito, no PSG, de um novo trio de ataque, que deve ser batizado de MMN (Messi-Mbappé-Neymar) ou de MNM (Messi-Neymar-Mbappé).
Se isso fizer sentido.
Pois, conforme o técnico Mauricio Pochettino, compatriota de Messi, decidir, o PSG pode ir a campo com quatro homens de frente, já que Neymar tem atuado como um atacante armador, mais recuado, pelo meio.
Jogariam Di María, autor do gol da Argentina na final da Copa América contra o Brasil, ou Sarabia, e Mbappé pelas pontas (alternando-se entre direita e esquerda), Messi pelo meio, de centroavante, e Neymar também pelo meio, mas um pouco mais atrás.
Pode haver inversão de posicionamento entre Messi e Neymar, também funcionaria.
Com a presença de Messi, o PSG inicia a temporada com um time, no papel, não apenas favorito na Champions League mas, recorrendo ao adjetivo primeiramente usado pelo jornalista e ex-colega de Folha Arnaldo Ribeiro, favoritaço.
Antes da chegada do camisa 10, que deverá não mais usar a 10, já que a 10 está com Neymar –eu sugeriria a camisa 100, de, sutilizando a homofonia, “cem” igual ou “cem” comparação–, o PSG reforçou um grupo já muito qualificado (Navas, Marquinhos, Verratti, Paredes, Draxler, Icardi, além dos citados Mbappé, Sarabia e Di María).
Houve contratações para o gol (Donnarumma, ex-Milan, campeão da Eurocopa com a Itália), para a defesa (Sergio Ramos, ex-Real Madrid, ícone do futebol espanhol, e Hakimi, ex-Inter de Milão, marroquino, um dos melhores laterais da atualidade), para o meio-campo (o holandês Wijnaldum, ex-Liverpool, bom na marcação, na armação, na finalização).
O PSG pode ser assim escalado, em um 4-2-1-3: Donnarumma; Hakimi, Marquinhos, Sergio Ramos e Bernat; Verratti e Wijnaldum; Neymar; Di María, Messi e Mbappé. Ou assim, em um 3-4-3: Donnarumma; Marquinhos, Sergio Ramos e Kimpembe; Hakimi, Verratti, Wijnaldum e Draxler; Mbappé, Messi e Neymar.
Nem o Manchester City, atual campeão inglês e vice-campeão europeu, consegue oferecer formações tão poderosas.
Se um dia o Real Madrid teve os “galácticos” (com Ronaldo Fenômeno, Zidane, Beckham, Roberto Carlos, Owen, Figo, Robinho), não é exagero apelidar o atual PSG de “les galactiques”.
Ser favoritaço, porém, não dá certeza de nada. Que o digam o Brasil na Copa do Mundo de 2014 e os galácticos do Real Madrid.
Na teoria, o PSG tem, considerando as capacidades individuais, tudo para dar certo. Mas dificilmente se vence só com o individualismo. É preciso que o coletivo dê liga, que funcione.
Caso o trio MMN, ou MNM, se entenda, sem vaidades ou personalismos –e aqui o maior risco é Neymar pôr tudo a perder–, será meio caminho, ou até quase todo ele, andado para o sucesso.
]]>São mais de 20 anos desde que ele, nascido em 1987 em Rosario (a cerca de 300 km de Buenos Aires), desembarcou na Espanha para defender as cores azul e grená do clube. Tinha 13 anos.
Era o ano de 2000, e ele burilou seu talento nas categoria de base do Barça até 16 de outubro de 2004, quando fez sua estreia pelo time principal, que venceu o Espanyol por 1 a 0. Tinha 17 anos.
Nesse jogo, no Estádio Olímpico de Montjuic, Messi substituiu, aos 37 minutos do segundo tempo, o luso-brasileiro Deco, autor do gol do time visitante, que teve Ronaldinho Gaúcho e Beletti como titulares.
A primeira vez que o craque argentino marcou um gol pelo Barcelona foi no dia 1º de maio de 2005, fechando o placar no triunfo de 2 a 0, no Camp Nou, diante do Albacete. Tinha, ainda, 17 anos.
Ele entrou no lugar do camaronês Eto’o, que fizera o primeiro gol, aos 42 minutos da segunda etapa e, com um minuto em campo, deixou sua marca. Recebeu passe açucarado de Ronaldinho na grande área e encobriu, em chute de pé esquerdo –o bom–, o goleiro Valbuena.
O mais famoso camisa 10 da atualidade vestia naquele momento a camisa 30, pois a 10 à época pertencia ao gaúcho.
Esse gol, pelo Campeonato Espanhol, foi o primeiro dos 672 que Messi anotou como profissional pela equipe da Catalunha. Adicionou a esse número 288 assistências. Tudo isso em 778 jogos.
Ou seja, somando gols e passes que resultaram em gol (960), a Pulga –apelido de Messi– participou de mais de um gol por partida pelo Barça. Sendo exato, 1,23 gol por jogo.
Os dados do total de gols, de jogos e de assistências são oficiais –estão tanto no site do Barcelona como no site de Messi– e não incluem partidas amistosas nem em torneios de verão, como a International Champions Cup e o Troféu Joan Gamper.
O argentino é o jogador que mais marcou na história defendendo um mesmo clube.
Em dezembro, ultrapassou Pelé, 643 gols com a camisa do Santos em 659 jogos válidos por competição e agora o segundo da lista que tem o alemão Gerd Müller (564 gols em 605 partidas pelo Bayern de Munique) em terceiro lugar.
E o último gol de Messi pelo Barcelona, quando foi? no dia 16 de maio deste ano, contra o Celta, no mesmo gramado em que marcou o primeiro gol, o do Camp Nou.
Só que o Barça perdeu. Messi abriu o placar no primeiro tempo, escorando de cabeça –raridade em sua carreira–, na grande área, um cruzamento de Busquets e mandando a bola no canto direito do goleiro Iván Villar.
No segundo tempo, entretanto, Santi Mina balançou as redes duas vezes e virou para o time de Vigo.
Esse foi também o último jogo de Messi pelo Barcelona, já que não há previsão de uma partida de despedida. Tinha 33 anos.
Com seus gols, suas assistências, sua genialidade e sua liderança silenciosa, Messi conquistou 35 títulos com o Barcelona em competições relevantes, ou dois por ano desde sua estreia.
Não localizei um futebolista de renome que tenha conquistado tantos títulos, em torneios considerados de destaque, vestindo o uniforme de uma mesma agremiação. Pelé, por exemplo, ganhou 25 com o Santos.
Messi também foi eleito seis vezes o melhor jogador do mundo, foi sete vezes artilheiro do Campeonato Espanhol (com incríveis 50 gols na temporada 2011/12), seis vezes artilheiro da Champions League e ganhou seis vezes a Chuteira de Ouro, de artilheiro europeu da temporada.
O craque deixa o Barcelona primordialmente porque o clube precisa se equilibrar financeiramente. Porém desde o ano passado ele já tinha essa vontade, insatisfeito que estava com o desempenho da equipe, especialmente internacionalmente.
E para onde ele vai agora?
O Paris Saint-Germain, onde está Neymar, tem sido apontado como o favorito para contratá-lo, seguido do Manchester City, comandado por Pep Guardiola, ex-treinador de Messi no Barcelona.
Esses dois clubes oferecem um desafio igual para Messi. Ambos jamais ganharam a Champions League.
A decisão do atacante deve ser tomada rapidamente, já que os principais campeonatos nacionais da Europa estão para começar –o Francês já dá a partida nesta sexta-feira (6).
Messi deve conversar com sua esposa, Antonella, antes de decidir para onde ir, se é que já não o fez.
Havia relutância em deixar a Espanha, já que os filhos (são três: Thiago, Ciro e Mateo) estão muito bem ambientados a Barcelona.
Se não existe neste momento certeza do destino de Messi, uma outra certeza existe, inequívoca e definitiva: o Barcelona acaba de perder o melhor jogador de sua história de 121 anos.
Para tristeza de seus fãs.
Mas a esta altura, depois de ele ter comunicado por escrito ao clube seu desejo de sair, uma temporada antes do encerramento do contrato, e de o novo treinador, Ronald Koeman, não lhe ter dado apoio incondicional para que ele permaneça, um “fico” é considerado improvável.
Considerando que o Barça não consiga reverter o quadro, e que Messi de fato leve adiante sua vontade de atuar em outra equipe, independentemente de ter de travar uma já antevista batalha jurídica com o clube que sempre amou (devido à discordância sobre ter ou não de pagar multa para sair), quais as opções para o craque argentino?
São neste momento três os clubes listados pela mídia esportiva como destinos prováveis do camisa 10: na Inglaterra, o Manchester City, que é tido como favorito na corrida; na França, o Paris Saint-Germain (PSG); na Itália, a Internazionale de Milão.
Com ajuda do jornal britânico Daily Mail, listo os pontos favoráveis e os desfavoráveis de cada clube, que devem certamente influenciar A Pulga (apelido de Messi) em sua decisão.
Manchester City
Prós: o reencontro com Pep Guardiola, treinador com o qual ele ganhou duas Champions League (2009 e 2011); se encaixar em um estilo de jogo que já conhece; atuar na liga mais rica e competitiva do planeta, e com chances reais de vencer a Liga dos Campeões.
Contras: o idioma inglês, que ele desconhece (se conhece, não demonstra), e o clima frio e chuvoso; a falta de tradição, e de conquistas, do Man City em torneios europeus; a altíssima intensidade em que o Inglês é disputado (Messi está com 33 anos e a cada dia deverá render menos fisicamente).
Quem teria de abdicar da camisa 10: Sergio Agüero, compatriota de Messi e o maior artilheiro da história do Man City, além de ídolo máximo da torcida.
Inter de Milão
Prós: o clima na Itália é similar ao da Espanha, assim como a cultura; incentivos fiscais mais vantajosos em relação aos de outros países; reeditar o duelo com Cristiano Ronaldo (que está na Juventus).
Contras: o time tem um estilo de jogo muito diferente do Barcelona; há instabilidade no comando técnico (Antonio Conte tem divergências com a diretoria); a equipe não tem sido páreo nos últimos anos para a Juventus.
Quem teria de abdicar da camisa 10: Lautaro Martínez, um dos atacantes argentinos em ascensão, que inclusive interessa ao Barcelona.
PSG
Prós: reencontrar o amigo Neymar, com quem atuou de 2013 a 2017 no Barcelona; formar um ataque arrasador, com Neymar, Mbappé e Di María; ter a “certeza” de êxito no campeonato nacional (o time é muito superior à concorrência).
Contras: o idioma francês, que ele desconhece (se conhece, nunca demonstrou); possível disputa com Neymar (e com o ascendente Mbappé) pelo papel de estrela da companhia; disputar uma liga menos competitiva e badalada que as de Espanha, Alemanha, Inglaterra e Itália.
Quem teria de abdicar da camisa 10: Neymar (que simplesmente ama a camisa 10).
Fala-se também do interesse em Messi do Manchester United, um dos gigantes da Inglaterra, porém neste momento os Diabos Vermelhos são azarões no páreo.
Certamente o empresário de Messi, que é o pai dele (Jorge), deve estar avaliando cuidadosamente as alternativas, e conversando com o filho famoso a respeito delas.
Até aqui não se falou em Messi permanecer na Espanha, onde sua família (esposa e três filhos) estão bem adaptados. Até porque seria surreal uma transferência para um rival local do Barça.
E quando deve haver uma definição?
Apesar de não haver tanta pressa no prazo legal, pois a janela de transferências das principais ligas vai até 5 de outubro, é de se supor que não leve tanto tempo.
Como Messi está sob contrato com o Barcelona, para não descumpri-lo e ficar sujeito a punições, ele teria de voltar a treinar com a equipe a partir de segunda (31).
O que idealmente ele evitará –já que o clima não seria dos melhores com direção e comissão técnica–, tendo interesse em definir seu futuro antes disso.
Leia também: Messi tem cláusula que permite saída de graça do Barcelona
]]>De tão violento, o massacre imposto ao craque argentino superou o pior sofrido por Pelé, o melhor futebolista de todos os tempos (na minha opinião).
Devem ser bem poucos os que sabem, ou que se lembram, que o Rei do Futebol saiu uma vez de campo com um 8 a 3, para o adversário, nas costas.
A partida em que Pelé e companhia levaram essa goleada não foi, contudo, oficial. Nem pelo Santos, nem pelo Cosmos, nem pela seleção brasileira.
O 8 a 3 ocorreu em um jogo festivo, no dia 26 de março de 1975, em Bruxelas, a capital da Bélgica.
Pelé se despedira da equipe da Vila Belmiro em outubro de 1974 e faria sua estreia pelo time de Nova York em junho do ano seguinte.
Nesse ínterim, ele participou de um amistoso contra o Anderlecht, que celebrava a despedida do clube do atacante Paul van Himst, uma das lendas do futebol belga.
Pelé, que não balançou as redes nessa partida, era o principal astro do All Stars, que contava também com o holandês Cruyff, com o moçambicano-português Eusébio, com o ítalo-brasileiro Mazzola e com o brasileiro Paulo Cézar Caju.
Quando estava 1 a 0 para o Anderlecht, aos 10 minutos do primeiro tempo, houve um pênalti para a seleção de astros, mas Pelé falhou, mesmo fazendo sua famosa paradinha. O goleiro Ruiter defendeu –ele pegaria mais um pênalti, batido por Eusébio.
Mazzola fez dois gols para os visitantes, Paulo Cézar, que entrou no decorrer da partida, um, mas esses três tentos não chegaram à metade dos assinalados pelo rolo compressor belga liderado por Van Himst.
Defendendo o Santos, o mais famoso de todos os camisas 10 chegou a perder de 6 a 2, para o São Paulo (em 1957), para o chileno Colo-Colo (em 1959) e para o Cruzeiro (em 1966).
Messi, cuja pior derrota antes desse 8 a 2 nas quartas de final da Champions League tinha sido o 6 a 1 da Bolívia na Argentina em 2009, fica agora bem atrás dos piores reveses de Diego Maradona, com quem disputa o posto de melhor da história da Argentina, e de Cristiano Ronaldo, seu rival pelo título de melhor do planeta nos últimos 13 anos.
Maradona amargou um 5 a 0 quando atuava pelo Sevilla, ante o Real Madrid, em 1993, e o CR7 deixou o campo com o mesmo placar em 2010, atuando pelo Real Madrid contra o Barcelona de Messi, que deu duas assistências nessa partida.
*
Em tempo 1: Neymar, que continua vivo com o Paris Saint-Germain na Liga dos Campeões, tem como pior revés um 4 a 0, pelo Barcelona, diante do seu atual clube, em 2017, ida das oitavas de final da Champions, mata-mata ao qual o Barça, com Messi, sobreviveu ao ganhar o jogo de volta por 6 a 1.
Em tempo 2: O 8 a 2 não foi a derrota por maior diferença de gols do Barcelona em seus 120 anos de vida. Em 1940, a equipe levou de 11 a 1 do Sevilla, de virada, no Campeonato Espanhol.
]]>Mas Neymar não deixou de querer, muito pelo contrário. Não vê a hora.
Quem assegura isso é Lionel Messi, o maior astro da história da equipe espanhola e amigo de “Ney”.
“Ele está com muita vontade de voltar”, afirmou o camisa 10 em entrevista ao jornal catalão Mundo Deportivo.
Porém, sabedor de que a torcida guarda enorme mágoa do brasileiro, que deu as costas ao time azul e grená em 2017 para se tornar figura central no PSG, Messi afirma que Neymar deve desculpas.
“Esse seria o primeiro passo para tentar o regresso”, declarou o argentino, colega de Neymar na conquista da Liga do Campeões da Europa (Champions League) em 2015.
Questão: teria Neymar, aos 28 anos, humildade suficiente para pedir perdão ao clube e à torcida por tê-los abandonado há três anos?
Eu duvido.
Messi, que reconheceu ter ficado incomodado à época com o ato de Neymar, não. “Ele sempre se mostrou arrependido.”
Pode ser. Mas é válido ressaltar que, nas negociações frustradas de meses atrás para deixar a França e retornar à Espanha, em nenhum momento Neymar indicou, ao menos não abertamente, que se desculparia.
Até o meio do ano, é certo que Neymar ficará no PSG, que pagou ao Barcelona por ele o maior valor despendido até hoje por um futebolista: € 222 milhões (R$ 1,05 bilhão pelo câmbio atual).
Em junho, encerrada a temporada, será preciso saber se a direção do clube terá mudado de ideia e estará aberta a negociar o craque, cujo contrato só se encerra na metade de 2022.
Craque que, até agora, não cumpriu o esperado.
Os franceses tinham a esperança de que Neymar comandasse a equipe ao inédito título da Champions League, o principal interclubes do velho continente.
Mas tanto em 2018 como em 2019 Neymar se contundiu antes de jogos decisivos, e o PSG acabou eliminado, respectivamente por Real Madrid e Manchester United.
Neste ano, Neymar ainda tem chance de, caso não se machuque novamente, manter a equipe viva na Champions.
Apesar de ter sido derrotada no jogo de ida por 2 a 1 pelo Borussia Dortmund, com gol de Neymar –a revelação Haaland brilhou e fez dois no duelo na Alemanha–, há ainda o confronto de volta das oitavas de final.
Será no dia 11 de março, uma quarta-feira, no estádio Parque dos Príncipes, em Paris.
Se o PSG cair, o noticiário referente ao (ainda) melhor jogador brasileiro da atualidade será cada vez menos referente ao que ele faz em campo e primordialmente relacionado aos bastidores.
Dessa vez, é provável que haja um entendimento, pois está mais do que claro de que o casamento de Neymar com o PSG não deu certo e que a vontade dele, conforme escancarou Messi, de reatar o antigo relacionamento continua intensa.
Supondo que tudo se acerte entre os clubes, restará somente aquele pequeno grande detalhe, quando Neymar deverá falar sem evasivas, quiçá de joelhos, mesmo que em performance teatral:
“Torcedores do Barça, sócios do Barça, jogadores do Barça, dirigentes do Barça, funcionários do Barça, todos a quem magoeei ou decepcionei ao ir embora, perdoem-me. Volto para de onde nunca deveria ter saído. Amo vocês. Visca Barça”.
Parece fácil proferir essas curtas frases, que consumiriam uns 15 a 20 segundos. Mas nem sempre engolir o orgulho é. Quero ver.
Em tempo: Neymar não é o único atacante na mira do Barça para 2020/2021. O clube quer também um compatriota de Messi, Lautaro Martínez, um dos destaques da Inter de Milão, avaliado hoje em € 80 milhões, a metade do preço estimado de Neymar.
]]>A decisão mostra que o nível de exigência no Barça está altíssimo, um dos maiores já vistos.
Para permanecer no cargo não bastaram a Valverde, desde que chegou ao clube na metade de 2017, procedente do Athletic Bilbao, conquistar os dois Espanhóis que disputou (2018 e 2019), a Copa do Rei e a Supercopa da Espanha de 2018, além de estar na liderança no atual campeonato nacional.
Eliminações em duas Champions League, para Roma (2018, nas quartas de final) e Liverpool (2019, nas semifinais), aliadas ao vice na Copa do Rei de 2019 (ante o Valencia) e a queda na semifinal da Supercopa da Espanha, há alguns dias, em derrota de virada para o Atlético de Madrid, falaram mais alto e resultaram na saída do treinador, que tinha contrato até 2021.
Também causou certa surpresa o anúncio do substituto, o também espanhol Enrique “Quique” Sétien, de 61 anos, que em uma carreira de quase 20 anos –começou em 2001– treinou somente equipes modestas, todas da Espanha.
Antes do Barcelona, Sétien comandou, nesta ordem, Racing Santander (clube de sua cidade natal pelo qual jogou por nove anos), Poli Ejido, Logroñés, Lugo, Las Palmas e Betis. E, até por ter pé de obra de qualidade bastante limitada, jamais ergueu um troféu.
Como jogador, teve carreira menos obscura. Foi um meia competente, que fazia gols com certa frequência.
Usar o adjetivo competente, aliás, talvez seja diminuir o ótimo futebol dele. De um jogador de Copa do Mundo.
Em 1986, quando estava no Atlético de Madrid, foi convocado pelo técnico Miguel Muñoz para a Copa do México. Ficou, contudo, na reserva em todos os cinco jogos da Fúria, não jogando sequer um minuto.
Destacou-se, depois de pendurar as chuteiras, no futebol de praia, no fim dos anos 1990 e início dos anos 2000, integrando a melhor geração da história da Espanha, que ficou com o bronze no Mundial de 2000 e a prata no de 2003, ambos disputados no Rio de Janeiro.
Mas por que, então, com esse currículo pouco respeitável na prancheta, Sétien atraiu os olhares do Barcelona?
Quique Setién will be the new manager of FC Barcelona. Welcome!
➕ INFO https://t.co/EOP9MSFFJ1 pic.twitter.com/IkhzFGyxHf
— FC Barcelona (@FCBarcelona) 13 de janeiro de 2020
Vejo dois motivos.
O primeiro: ele sempre se declarou um admirador do estilo de jogo que o holandês Johan Cruyff (1947-2016) impunha quando treinou o Barça, de 1988 a 1996, com muita posse de bola e trocas constantes de passes, que posteriormente foi seguido, neste século, por Pep Guardiola.
Um futebol atraente, técnico, vistoso (e quase sempre eficiente), que está no DNA do Barcelona e é aprendido e executado pelos atletas do clube desde as categorias de base.
O segundo: o Betis de Sétien foi o único time que, de 10 de setembro de 2016 (dia de Barcelona 1 x 2 Alavés) até a presente data derrotou o Barcelona no estádio Camp Nou, na capital da Catalunha, pelo Espanhol (La Liga). No dia 11 de novembro de 2018, venceu Messi, Suárez, Piqué e companhia por 4 a 3.
Nas demais 63 partidas no período de três anos e quatro meses, o Barcelona ganhou (53) ou empatou (10) em sua casa pela Liga.
O resultado do Betis tornou-se, assim, uma espécie de aberração, algo tremendamente marcante, e o treinador a ser lembrado pelo feito foi, e é, Sétien.
Com o novo técnico, o Barcelona está ciente de que terá no comando um técnico que, além de prezar pelo futebol bonito, é bastante sereno, avesso aos gritos e à impulsividade.
Mas como ele pode ser assim, já que o apelido que tem (Quique) significa irritadiço, zangado, irascível?
Na verdade, Sétien sempre foi tranquilo. Quique, no caso dele, é tão somente o diminutivo de Enrique, seu nome.
O treinador afirmou ter incorporado a capacidade de analisar tudo calmamente ao estudar e praticar desde a infância o jogo de xadrez, do qual foi tão apreciador que chegou a enfrentar os grandes mestres e campeões mundiais soviéticos Garry Kasparov e Anatoli Karpov, na segunda metade da década de 1980.
“Foi em um desses desafios em que eles jogavam contra 30 competidores [simultaneamente]. Uma experiência fantástica. E depois do jogo ainda fomos jogar um pouco de futebol”, declarou Sétien em entrevista publicada em 2017 pela organização Beach Soccer Worldwide, de futebol de praia.
“[Taticamente] há algumas semelhanças [entre o futebol e o xadrez], no sentido de ter o objetivo de dominar o tabuleiro, o gramado. Quem dominar o campo ou o tabuleiro tem grande chance de ganhar a partida.”
A estreia de Sétien pelo Barcelona está prevista para este domingo (19), no Camp Nou, contra o Granada, décimo colocado no Espanhol, às 17h (horário de Brasília), noite na Espanha.
Em tempo 1: Quique Sétien não foi a primeira opção do Barcelona para substituir Ernesto Valverde. O clube tentou Xavi, campeão mundial com a Espanha em 2010 e ex-meia do time, que preferiu honrar o contrato que tem com o Al Sadd, do Qatar.
Em tempo 2: Além de ter treinado seis clubes, Sétien teve uma passagem relâmpago, de apenas uma partida, pela Guiné Equatorial. Dirigiu a seleção africana contra Camarões, em outubro de 2006, pelas eliminatórias da Copa Africana de Nações, e levou uma surra de 3 a 0.
]]>Em troca de uma bela injeção de dinheiro, a RFEF (Real Federação Espanhola de Futebol) fechou contrato com a Arábia Saudita por três anos para que a competição seja realizada no país do Oriente Médio.
A saída de solo espanhol – que não é uma novidade, pois já tinha ocorrido em 2018, com a decisão em jogo único em Marrocos – veio acompanhada de um inchaço: quatro clubes na disputa do troféu, e não mais dois, que eram os vencedores do Campeonato Espanhol e da Copa do Rei.
E acompanhada igualmente de polêmica, já que a Arábia Saudita é censurada por entidades de direitos humanos devido à política do país em relação ao tema.
O regime saudita, liderado pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, é acusado de repressão ferrenha a ativistas pacíficos (com condenações a longas penas de prisão), de alimentar a guerra no Iêmen (com bombardeios que têm matado civis), de discriminar sistematicamente as mulheres e de ser um dos líderes mundiais na prática da pena de morte, entre outras crueldades.
Em outubro de 2018, o jornalista Jamal Khashoggi, de 59 anos, foi morto dentro do consulado da Arábia Saudita em Istambul (Turquia), em caso que causou grande repercussão no planeta. Ele seria opositor ao governo de Bin Salman.
A Anistia Internacional liderou as críticas à decisão da RFEF de dar cartaz ao governo saudita – que tentaria amenizar, por meio de destacados eventos esportivos (no futebol, no boxe, no golfe e no turfe), a imagem de violadora de direitos humanos – e cobrou de astros como Messi uma atitude.
“Se um jogador como Messi disser, por exemplo, algo sobre a ultrajante prisão de Loujain al-Hathloul, mulher saudita ativista dos direitos humanos, seria um lembrete importante às autoridades do país de que a terrível repressão não está passando despercebida”, afirmou Felix Jakens, representante britânico da Anistia.
Contudo a chance de o craque argentino, ou qualquer outro jogador do Barcelona, do Real Madrid, do Atlético de Madrid ou do Valencia se pronunciarem é irrisória. Certamente eles estão instruídos a falar o mínimo possível, e apenas sobre futebol.
A questão financeira prevalece, conforme frisou o técnico do Barça, Ernesto Valverde, que fugiu do script e deu uma cutucada na opção da RFEF por realizar a competição fora da Espanha.
“Temos que manter na cabeça que o futebol é hoje uma indústria que está sempre buscando novos meios de arrecadação. É assim que é”, afirmou em entrevista na véspera de Barcelona x Atlético, que será nesta quinta (9) em Jiddah, a cidade-sede da Supercopa.
“É estranho para mim ter quatro times [na disputa]”, prosseguiu o treinador. “Se eu pudesse escolher, preferiria o formato anterior.”
Quem também se posicionou do lado dos opositores foi o presidente da Liga de Futebol Profissional, que organiza a primeira e a segunda divisão na Espanha.
Javier Tebas afirmou que há muito tempo uma TV pirata saudita transmite sem autorização a programação de futebol de uma emissora que tem contrato com a Liga. “Não é o melhor momento para jogar na Arábia Saudita. É um país que pirateia o futebol europeu.”
A RFEF dá de ombros para as críticas e tem certeza de ter tomado a decisão certa.
Luis Rubiales, que preside a federação, argumenta que o dinheiro recebido dará um impulso adequado a quem precisa na Espanha.
“É lógico que dinheiro é importante, quem pode negar? É muito importante e irá para onde ele é necessário: para o futebol feminino e para os clubes da segunda e da terceira divisão.”
A RFEF destacou também o acordo com o governo saudita para que as mulheres tivessem livre acesso às partidas da Supercopa.
“As mulheres poderão entrar nesses eventos”, disse Mansour bin Khalid, embaixador da Arábia Saudita na Espanha, ao jornal Marca. “Há uma falsa ideia sobre nós. Não há limitação para as mulheres no nosso país.”
Para levar a Supercopa espanhola neste e nos dois próximos anos à Arábia Saudita, a RFEF receberá € 120 milhões (R$ 542 milhões).
Barcelona e Real Madrid asseguraram pela participação € 6 milhões (R$ 27 milhões) cada um, e Atlético e Valencia, a metade.
Os dois times que chegarem à final de domingo (12) receberão um extra de € 1 milhão cada um. O Real já assegurou o montante, pois na primeira semifinal, nesta quarta (8), diante de um público de mais de 40 mil pessoas no estádio King Abdullah, derrotou o Valencia por 3 a 1.
]]>Neste ano, o Barcelona, de Messi, atual campeão espanhol, repetiu 2018 e ocupa o topo do ranking da Global Sports Salaries (GSS).
O clube catalão paga, por ano, £ 9,8 milhões (R$ 51,8 milhões) em média a cada jogador do seu elenco – ou R$ 4,3 milhões por mês.
O valor só inclui o salário, ficando fora ganhos como luvas, bônus por desempenho, bichos e outras gratificações.
Na comparação com nove anos atrás, o valor despendido mais que duplicou. Em 2010, o salário médio pago pelo Barça aos futebolistas do time principal era de £ 4,1 milhões.
O Real Madrid, arquirrival do Barcelona, é o segundo na relação da GSS: £ 8,9 milhões (R$ 47 milhões). Em terceiro lugar aparece a Juventus, de Cristiano Ronaldo: £ 8,1 milhões (R$ 42,9 milhões).
O Portland Trail Blazers e o Golden State Warriors, ambos da NBA (National Basketball League), ocupam respectivamente a quarta e a quinta colocações (£ 8 milhões e £ 7,9 milhões).
No top 20, há mais dois clubes de futebol: o Paris Saint-Germain, de Neymar (£ 7,1 milhões), e o Manchester City (£ 7 milhões). Os demais são todos da NBA.
Aliás, os 30 times na liga norte-americana de basquete estão entre os 38 que mais bem pagam, em média, seus jogadores.
Bayern de Munique (22º), New York Yankees, da Major League Baseball (32º), e Manchester United (33º) são os demais intrusos, além dos já citados Barcelona, Real Madrid, Juventus, PSG e Man City.
O estudo não engloba clubes de futebol do Brasil. As ligas analisadas pelo Sporting Intelligence são a alemã, a italiana, a inglesa, a francesa, a espanhola, a escocesa, a chinesa, a japonesa, a australiana e a norte-americana.
A WNBA, versão feminina da NBA, é o único campeonato em que competem mulheres a integrar a GSS.
Seus 12 times estão entre os 18 que menores salários pagam, em média, aos atletas que vestem suas respectivas camisas.
No pé da lista, que traz 350 equipes, figura o Hamilton, penúltimo colocado no Campeonato Escocês: são £ 41,2 mil (R$ 218 mil), em média por ano, para cada futebolista.
Ou 0,4% do que gasta o Barcelona.
]]>Anssumane “Ansu” Fati. Nascido na Guiné-Bissau (África Ocidental). Cidadania: espanhola. Idade: 17. Clube: Barcelona. Posição: ponteiro. Camisa: 31. Destro.
Na abertura da rodada desta semana da Liga dos Campeões da Europa, que definirá todos os classificados para os mata-matas de oitavas de final, esses dois teenagers foram os personagens.
Um deles, o menos comentado, por um feito alcançado; o outro, faladíssimo há três meses, por ter ficado pelo caminho.
Esperava-se que esta terça (10) pudesse ser o dia (mais um) do branco, loiro e grandalhão (1,94 m) Haaland.
Com ele no comando do ataque, o Salzburg tinha a chance de, obtendo a vitória, se classificar e ainda eliminar o rival, o fortíssimo Liverpool, atual campeão da Champions League.
E com o time austríaco atuando em seu estádio, a Red Bull Arena, tomada por quase 30 mil torcedores, o ambiente era mais que propício para que a estrela de Haaland voltasse a brilhar.
Ele entrou em campo como o vice-artilheiro desta Champions, com oito gols –Lewandowski, do Bayern de Munique, tem dez.
Marcara em todas as cinco partidas até então disputadas, sendo que na de estreia, em setembro, balançou as redes três vezes, tornando-se o terceiro mais jovem jogador a conseguir um hat-trick (três gols em um mesmo jogo) no afamado interclubes.
Mais novos que ele somente dois grandes ídolos de dois clubes gigantes: Raúl, do Real Madrid, e Rooney, do Manchester United – ambos registraram seus hat-tricks aos 18 anos.
As recentes atuações de Haaland o elevaram ao patamar de promessa muito próxima de se tornar realidade, e rumores indicam que na janela de transferências de janeiro ele será negociado com os Diabos Vermelhos.
O site especializado Transfermarkt aponta que seu valor de mercado é hoje de € 30 milhões (R$ 138 milhões).
Não se pode afirmar que o interesse do Man United venha a diminuir, porém Haaland, na partida que poderia torná-lo realmente notório, naufragou.
Pouco se movimentou, pouco pegou na bola, pouco tentou o gol (uma finalização para fora, outra defendida por Alisson). Sua inoperância no segundo tempo, quando o Liverpool já vencia por 2 a 0, resultou em sua substituição, aos 30 minutos.
Resultado: Haaland apagado e frustrado, Salzburg derrotado e eliminado.
Azeda com o artilheiro norueguês, a terça então mirou um negro ágil, hábil e não tão alto (1,78 m) se a comparação for com Haaland.
Já classificado previamente, o Barcelona levou a Milão uma equipe mista –Messi e Piqué nem viajaram à Itália.
Nem assim Fati começou jogando. Esperado, aliás. Alçado à equipe adulta para esta temporada, seu currículo continha, por ora, só dois gols e 11 partidas.
O atacante viu do banco o Barça sair na frente e levar o empate. Para a Inter, era um duelo decisivo –precisava ganhar para não depender do resultado de Borussia Dortmund x Slavia Praga.
Fati viu também entrarem em campo, antes dele, o uruguaio Suárez e o holandês De Jong, talentos da velha e da nova geração.
Restava uma substituição, e aos 40 minutos do segundo tempo o treinador Ernesto Valverde decidiu utilizá-la com Fati, que entrou no lugar de Carles Pérez, quatro anos mais velho, cria como ele das categorias de base do clube catalão e autor do gol do time.
Um minuto e meio, aproximadamente. Foi o tempo que Fati demorou para fazer dele a terça que, imaginava-se, seria de Haaland.
Recebeu passe de Vidal perto da meia-lua, tabelou com Suárez e, antes da chegada viril do zagueiro Skriniar, chutou da entrada da área. A bola quicou duas vezes, resvalou na trave e… gol.
Fati entrava ali para a história.
Passou a ser, aos 17 anos e 40 dias, o mais jovem futebolista a fazer um gol na era moderna da Champions League, iniciada em 1992.
O recordista anterior era Peter Ofori-Quaye, que anotou para o grego Olympiacos, em 1997, com 17 anos e 194 dias.
Quando a competição, que existe desde 1955, ainda se chamava Copa Europeia, o polonês Włodzimierz Lubański marcou um gol pelo Górnik Zabrze, em 1963, com 16 anos e 258 dias de vida.
Depois do jogo, com a Inter eliminada, Fati declarou, parecendo ainda descrente: “Quando marquei, fiquei surpreso porque todo o estádio ficou em silêncio. Pensei: ‘O que foi que eu fiz?’.
Fez um belo gol.
Eram quase 72 mil torcedores no estádio Giuseppe Meazza.
Testemunhas de mais um grande momento do esporte.
Testemunhas do dia em que Fati se apresentou ao planeta bola.
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