O Mundo é uma Bola https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br Thu, 13 Jan 2022 14:51:57 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 A maior zebra da história da Liga dos Campeões da Europa https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2021/09/29/a-maior-zebra-da-historia-da-liga-dos-campeoes-da-europa/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2021/09/29/a-maior-zebra-da-historia-da-liga-dos-campeoes-da-europa/#respond Wed, 29 Sep 2021 08:15:17 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/Sheriff-1-320x213.png https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=22352 Nem o mais pessimista torcedor do Real Madrid poderia imaginar o que estaria por acontecer na noite da terça-feira, 28 de setembro, na capital espanhola.

No estádio Santiago Bernabéu, o todo-poderoso time merengue notabilizou-se de forma desmesurada ao perder para o Sheriff Tiraspol, da Moldova, um calouro na fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa.

O resultado pode ser considerado a maior zebra dos 66 anos de disputa do principal interclubes europeu, chamado a partir de 1992 de Champions League e que antes era European Cup (Copa Europeia).

Houve outros resultados imprevistos na competição, que é realizada desde 1956? Sim. Mas nenhum da magnitude de Real Madrid 1 x 2 Sheriff.

Feita uma pesquisa, ano a ano, pode-se concluir que as maiores surpresas na Copa Europeia, que confrontava as equipes em jogos eliminatórios de ida e volta, foram:

  • a queda do então hexacampeão Real Madrid diante do belga Brugge, nas oitavas de final da edição 1976-77 (0 a 0 na Espanha, 0 a 2 na Bélgica);
  • a queda desse mesmo Real Madrid ante o suíço Grasshopper, nas oitavas de final da edição 1978-79 (3 a 1 na Espanha, 0 a 2 na Suíça, sendo o critério de desempate o gol fora de casa);
  • a queda do então bicampeão Liverpool diante do georgiano Dinamo Tbilisi, estreante na competição, no mata-mata inicial da edição 1979-80 (2 a 1 na Inglaterra, 0 a 3 na Geórgia, então uma república soviética);
  • a queda da Inter de Milão, então campeã nacional, ante o sueco Malmö no mata-mata inicial da edição 1989-1990 (0 a 1 na Suécia, 1 a 1 na Itália).

Todas essas eliminações não eram esperadas, os triunfos dos azarões causaram espanto, porém o único embaraço de primeiríssima linha foi o do Liverpool.

O Real Madrid caiu com derrota fora de casa nas duas vezes, e a Inter perdeu pelo placar mínimo como visitante na ida e empatou o duelo de volta.

Na fase moderna da Liga dos Campeões, coube ao Barcelona, maior rival do Real Madrid, o papel de principal vítima de um azarão. Duas vezes.

  • A primeira em 1992. Oitavas de final. Sob o comando do lendário Johan Cruyff (1947-2016), o Barça empatou por 1 a 1 com o russo CSKA, em Moscou. Na Espanha, depois de estar vencendo por 2 a 0, levou três gols, dois no segundo tempo, e sucumbiu.
  • A segunda em 2009. Fase de grupos. No Camp Nou, com Messi titular, o Barça de Pep Guardiola recebia o estreante russo Rubin Kazan. Saiu atrás (Ryazantsev), empatou com Ibrahimovic, porém tomou mais um gol (Karadeniz) e sucumbiu. O revés não impediu que o time catalão avançasse –o Rubin não se classificou.

Outro resultado inesperado que se tornou famoso data de 2012, quando, nas oitavas de final, o APOEL, do Chipre, em seus domínios, eliminou nos pênaltis o francês Lyon.

Dessa lista de desfechos tremendamente improváveis, por que a derrota do Real Madrid para o Sheriff é a maior de todas as zebras, superando Dinamo Tbilisi 3 x 0 Liverpool e Barcelona 1 x 2 Rubin Kazan?

Porque, além de atuar em casa (o Liverpool perdeu fora), o Real é disparado o maior vencedor da Liga dos Campeões da Europa (13 troféus; o Liverpool tem seis, e o Barcelona, cinco), ou seja, é mais que todos “o” time a ser batido.

E porque o Sheriff é de um país, a Moldova (ex-república soviética), que está na periferia da bola (jamais ficou perto de se classificar para Copa do Mundo ou Eurocopa), ocupando a 180ª posição (de 210) no ranking da Fifa –está logo atrás de “potências” como Montserrat, Camboja e Cuba.

Como não bastasse, o gol da vitória do Sheriff (que marcou primeiro, com Yakhshiboev, tendo Benzema, de pênalti, empatado) saiu perto do fim, aos 44 minutos do segundo tempo, em um dos ataques esporádicos do azarão.

E foi marcado por um jogador de um país sem nenhuma expressão no futebol. O volante Sébastien Thill, que ganhou fama repentina ao acertar de canhota o ângulo do goleiro Courtois, é nascido em Luxemburgo.

Thill, assim como o goleiro grego Athanasiadis, que fez dez defesas na partida, calaram o Santiago Bernabéu e astros do Real Madrid como Modric, Kroos e Vinicius Júnior, além do vitorioso treinador Carlo Ancelotti.

Em silêncio, 24,5 mil torcedores (30% da capacidade do estádio, devido às restrições da pandemia de Covid) presenciaram a zebra zurrar alto como jamais se ouviu na Liga dos Campeões da Europa.

O goleiro grego Athanasiadis, que fez defesas importantes, e o compatriota Kolovos festejam no gramado do Santiago Bernabéu a histórica vitória do Sheriff sobre o Real Madrid (Javier Soriano – 28.set.2021/AFP)

Em tempo: Sete brasileiros participaram do histórico jogo em Madri. Pelo Real, os selecionáveis Éder Militão, Casemiro, Vini Jr. e Rodrygo. Pelo Sheriff, Cristiano (que fez o cruzamento no primeiro gol), Fernando Costanza (ex-Botafogo) e Bruno Souza.

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Vitória na Champions faz técnico do Chelsea pirar na comemoração https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2021/05/30/vitoria-na-champions-faz-tecnico-do-chelsea-pirar-na-comemoracao/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2021/05/30/vitoria-na-champions-faz-tecnico-do-chelsea-pirar-na-comemoracao/#respond Sun, 30 May 2021 07:35:23 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2021/05/Tuchel-1-320x213.png https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=21460 O futebol, como a vida, dá muitas voltas. E às vezes uma dessas voltas pode ocorrer bem rapidamente, configurando-se em uma reviravolta.

Thomas Tuchel é um exemplo disso.

O treinador alemão, nove meses atrás, conhecia o amargor de ser derrotado na decisão da Champions League.

O seu Paris Saint-Germain, com Neymar à frente, falhou na decisão diante do Bayern, em Lisboa, e ficou com o vice-campeonato.

Muitos afirmam que o segundo colocado é o primeiro dos últimos, um evidente exagero, por mais que a sensação da derrota em uma final seja péssima.

Tuchel sentiu o baque. Tentou prosseguir no comando do PSG, porém a diretoria optou por trocá-lo no final do ano passado por Mauricio Pochettino.

O alemão não ficou, contudo, muito tempo desempregado.

No fim de janeiro, desembarcou em Londres para substituir no Chelsea Frank Lampard, um dos maiores ídolos da história do clube, mas que não conseguia fazer o time ser convincente. A instabilidade era constante.

Tuchel, em pouco tempo, estabilizou a equipe. Como? Não deve ser só isso, porém, taticamente, o Chelsea passou a atuar com três zagueiros, e não mais dois. Funcionou rápido, e bem demais.

O resultado saltou aos olhos. Catorze jogos de invencibilidade, com dez vitórias e quatro empates, e somente dois gols sofridos.

Depois, vieram mais 16 partidas, incluindo a deste sábado (29), e a defesa, com exceção de uma pane diante do West Brom (derrota por 5 a 2), manteve-se sólida, não sendo vazada em sete delas e levando mais que um gol em apenas uma (2 a 1 para o Aston Villa).

Foi amparado nessa solidez que Tuchel regressou a Portugal, desta vez na cidade do Porto, para, em nova decisão da Champions League, e de novo como azarão, ver seus atletas impedirem o fortíssimo ataque do Manchester City de marcar.

Nos 52 jogos anteriores, todos na temporada 2020/21, o superofensivo Man City de Pep Guardiola só passara em branco em quatro.

O feito do Chelsea, que ganhou por 1 a 0, gol do jovem talento Havertz, alemão como o chefe, fez Tuchel, geralmente comedido, comemorar de forma efusiva e intensa.

No vestiário do estádio do Dragão, na celebração dos Blues (Azuis), ele “incorporou” um piloto de F1 ao estourar um champanhe no pódio depois de ganhar uma corrida.

Isso feito, avançou em disparada para juntar-se ao bolo de jogadores, espirrando a bebida doce neles e ao mesmo tempo rodopiando e saltitando, ensandecido de alegria, para delírio, em especial, de Anjorin (número 55), James (24) e Mount (19).

Descomportado, ensandecido, Tuchel até tirou os tênis, entregando-os aos jogadores, que os ergueram como troféus –o não menos animado Giroud até deu com um deles, de leve, na cabeça do técnico.

Tuchel teve aos 47 anos seu momento de maior júbilo na carreira iniciada em meados dos anos 2000.

E, por 22 segundos, deu uma pirada. Extravasou em cada um deles, sem medo, sem freio, sem vergonha.

Uma cena deliciosa, lúdica, que fica para a história dos campeões de 2021 da Champions League.

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Champions teve 7 finais entre times do mesmo país; saiba quem ganhou https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2021/05/29/champions-teve-7-finais-entre-times-do-mesmo-pais-saiba-quem-ganhou/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2021/05/29/champions-teve-7-finais-entre-times-do-mesmo-pais-saiba-quem-ganhou/#respond Sat, 29 May 2021 06:35:20 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=21448 Com os ingleses Chelsea e Manchester City, a Liga dos Campeões da Europa terá pela oitava vez um decisão entre clubes do mesmo país.

A primeira delas aconteceu em 2000, quando o Real Madrid superou o Valencia por 3 a 0. Equipes espanholas duelariam na final do mais badalado interclubes do planeta outras duas vezes, em 2014 e em 2016.

Esta será a terceira ocasião, depois de 2008 e de 2019, em que times da terra da rainha medem forças no jogo decisivo da Champions League.

Houve ainda uma final entre clubes italianos, em 2003, e uma opondo clubes alemães, em 2013.

É válido ressaltar que, apesar de a Champions ser disputada desde a temporada 1955/56, decisões entre conterrâneos só puderam ter chance de ocorrer a partir da edição de 1996/1997.

Antes disso, o formato não permitia, pois um único clube de cada país –o campeão da liga nacional– tinha direito de participar da competição continental.

Você se lembra dessas finais que tiveram times do mesmo país? Onde elas aconteceram? Quem ganhou? Qual o placar? Quem fez os gols?

A seguir, cada uma delas (três das sete foram para os pênaltis).

  • 2000: Real Madrid 3 x 0 Valencia. Local: Stade de France (Saint-Denis). Público: 80 mil. Gols: Morientes, McManaman e Raúl.
  • 2003: Milan 0 x 0 Juventus. Local: Old Trafford (Manchester). Público: 62.315. O Milan venceu nos pênaltis por 3 a 2. Converteram para o Milan Serginho, Nesta e Shevchenko, e para a Juventus, Birindelli e Del Piero. Erraram pelo Milan Seedorf e Kaladze, e pela Juventus, Trezeguet, Zalayeta e Montero.
  • 2008: Manchester United 1 x 1 Chelsea. Local: estádio Luzhniki (Moscou). Público: 67.310. Gols: Cristiano Ronaldo (MU) e Lampard (C). O Man United ganhou nos pênaltis por 6 a 5. Fizeram para os campeões Tevez, Carrick, Hargreaves, Nani, Anderson e Giggs, e para os vices, Ballack, Belletti, Lampard, Ashley Cole e Kalou. Desperdiçaram Cristiano Ronaldo (MU), Terry e Anelka (C).
  • 2013: Bayern de Munique 2 x 1 Borussia Dortmund. Local: Wembley (Londres). Público: 82.298. Gols: Mandzukic e Robben (BM); Gundogan (BD).
  • 2014: Real Madrid 4 x 1 Atlético de Madrid (na prorrogação, depois de 1 a 1 no tempo normal). Local: Estádio da Luz (Lisboa). Público: 60.976. Gols: Sergio Ramos, Bale, Marcelo e Cristiano Ronaldo (RM); Godín (AM).
  • 2016: Real Madrid 1 x 1 Atlético de Madrid. Local: San Siro (Milão). Público: 71.942. Gols: Sergio Ramos (RM) e Carrasco (AM). O Real Madrid venceu nos pênaltis por 5 a 3. Lucas Vásquez, Marcelo, Bale, Sergio Ramos e Cristiano Ronaldo fizeram para o Real, e Griezmann, Gabi e Saúl, para o Atlético. Juanfran não converteu para os vice-campeões.
  • 2019: Liverpool 2 x 0 Tottenham. Local: Wanda Metropolitano (Madri). Público. 63.272. Gols: Salah e Origi.

Nota-se que o Real Madrid foi implacável, com 100% de êxito. Já o Chelsea, finalista neste sábado (29), caiu no embate caseiro ante os Diabos Vermelhos.

O alemão Gundogan, autor do gol do Borussia Dortmund em 2013, defende hoje o Manchester City.

O lateral esquerdo Marcelo, do Real Madrid, foi o principal personagem brasileiro nessas partidas, fazendo um gol na prorrogação, em 2014, e outro na disputa de penalidades máximas, em 2016.

Outros três brasileiros deixaram sua marca nas cobranças de pênaltis: o lateral-esquerdo Serginho (Milan), em 2003, o lateral direito Belletti (Chelsea) e o volante Anderson (Man United), ambos em 2008.

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Quem é melhor? Messi x Cristiano Ronaldo https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/12/08/quem-e-melhor-messi-x-cristiano-ronaldo/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/12/08/quem-e-melhor-messi-x-cristiano-ronaldo/#respond Tue, 08 Dec 2020 03:01:12 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2020/12/Messi-e-Ronaldo-1-320x213.png https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=20520 Eles são os melhores deste século até agora. Dividem os holofotes e as preferências sempre que se debate sobre excelência futebolística.

Lionel Messi e Cristiano Ronaldo estão anos-luz à frente de seus contemporâneos, isso é inegável.

A grande questão é: qual deles é melhor?

Várias vezes fiquei tentado a fazer comparações para poder chegar a uma conclusão. Várias vezes desisti, certo de que seria influenciado pelo meu gosto.

Gosto mais de Messi do que de Cristiano Ronaldo.

Aprecio e admiro o estilo de jogo do argentino de 33 anos, mais lúdico, mais driblador, mais solidário, porém não menos eficiente que o do português de 35, um “ciborgue” com capacidade física incomparável e explosão de velocidade invejável, mas que é extremamente individualista (fominha!) e, se não fizer gol(s) e não for o centro das atenções, não sai de campo tão feliz mesmo que o time vença.

Nesta terça (8), a Pulga e o CR7 devem duelar pela Champions League, que encerra nesta semana a fase de grupos. Escrevo “devem” porque, como tanto o Barcelona quanto a Juventus estão classificados, um e/ou outro podem ser poupados. Há, contudo, a expectativa de que sejam escalados.

Será o primeiro embate entre os dois desde o primeiro semestre de 2018. Como atuam em países diferentes, o confronto se torna raro, incerto, e fico até receoso de que possa ser o último.

Assim, mesmo me abstendo até aqui de fazer uma comparação fria que possa determinar qual dos dois é melhor (e, definindo-se um vencedor, haveria contestação dos fãs do outro), é possível apresentar dados numéricos que possibilitem ao leitor tirar suas conclusões.

Os sites utilizados para mostrar as estatísticas são o messivsronaldo.app e o messivsronaldo.net.

Gols na carreira (excluindo amistosos por clubes)

  • Messi: 712 (em 886 jogos). Média: 0,80. Um gol a cada 101 minutos
  • Cristiano Ronaldo: 750 (em 1.029 jogos). Média: 0,73. Um gol a cada 111 minutos

Gols de fora da área

  • Messi: 69
  • Cristiano Ronaldo: 55

Gols de cabeça

  • Messi: 24
  • Cristiano Ronaldo: 129

Gols de pênalti

  • Messi: 96 (em 122 cobranças). Acerto: 79%
  • Cristiano Ronaldo: 129 (em 154 cobranças). Acerto: 84%

Gols de falta

  • Messi: 53
  • Cristiano Ronaldo: 56

Gols na Champions League

  • Messi: 118 (em 146 jogos). Média: 0,81. Um gol a cada 102 minutos
  • Cristiano Ronaldo: 133 (em 177 jogos). Média: 0,75. Um gol a cada 115 minutos

Gols pela seleção

  • Messi: 71 (em 142 jogos). Média: 0,50
  • Cristiano Ronaldo: 102 gols (em 170 jogos). Média: 0,60

Assistências na carreira (excluindo amistosos por clubes)

  • Messi: 300 (em 886 jogos). Média: 0,34.
  • Cristiano Ronaldo: 221 (em 1.029 jogos). Média: 0,21

Títulos relevantes (Mundial de Clubes, Eurocopa, Olimpíada, Champions League, Supercopa da Europa, campeonatos, copas e supercopas nacionais)

  • Messi: 35
  • Cristiano Ronaldo: 32

Prêmio Bola de Ouro (melhor do mundo)

  • Messi: 6
  • Cristiano Ronaldo: 5

Prêmio Chuteira de Ouro (artilheiro da temporada europeia)

  • Messi : 6
  • Cristiano Ronaldo: 4

Expostos esses números, antes de se tentar chegar a um termo, é relevante mencionar que no confronto direto Messi leva vantagem sobre Cristiano Ronaldo.

Até agora, eles duelaram 35 vezes, sendo Messi por Barcelona ou Argentina e o CR7 por Manchester United, Real Madrid ou Portugal. O argentino ganhou 16 vezes, e o português, nove, com dez empates. Em número de gols nessas partidas, Messi acumulou 22, e Cristiano Ronaldo, 19.

Caso eles entrem em campo nesta terça, será o primeiro embate com Cristiano Ronaldo usando o uniforme da Juventus. No jogo de ida da fase de grupos, em Turim, no dia 28 de outubro, o camisa 7 não atuou por estar com Covid, e o Barça fez 2 a 0 –Messi marcou o segundo gol, de pênalti.

O encontro mais recente entre ambos ocorreu no já distante 6 de maio de 2018, pelo Campeonato Espanhol, um 2 a 2 no Camp Nou no qual cada um registrou um gol.

Cristiano Ronaldo e Messi no aquecimento antes de Barcelona x Real Madrid, em 2018, na mais recente vez em que duelaram (Albert Gea – 6.mai.2018/Reuters)

Voltando ao embate numérico, Messi, apesar de ter menos gols na contagem geral, mostra-se mais artilheiro, já que sua média por partida é superior.

Cristiano Ronaldo, entretanto, é mais goleador pela seleção portuguesa (tanto no total de gols como na média de gols) do que o camisa 10 pela argentina.

Nos gols de cabeça, vantagem esmagadora para Cristiano Ronaldo –com seu 1,87 m (Messi tem 1,70 m), ele é um dos melhores cabeceadores da história. Também é mais efetivo nas cobranças de pênalti.

Nas assistências (passes que resultam em gol), Messi é bastante superior, superando o oponente também nos gols de longa distância (chutes de fora da área).

Nos títulos e nos prêmios, Messi possui ligeiro predomínio, só que Cristiano Ronaldo conseguiu taças por Portugal (Eurocopa em 2016 e Liga das Nações em 2019), enquanto Messi está zerado pela seleção principal de seu país –faturou o ouro olímpico em 2008.

Ou seja, um equilíbrio muito grande.

A vontade de comparar dois grandes jogadores existe, é natural (eu já o fiz algumas poucas vezes com outros atletas), e meu escolhido é Messi, mas quem optar por Cristiano terá argumentos para defendê-lo.

Predileção exposta, muito melhor que ela é poder matar a vontade de vê-los em ação, ainda em altíssimo nível.

Como não se satisfazer em desfrutar da genialidade desses dois supercraques do futebol?

Como não agradecer a esses dois deuses da bola pelo privilégio de poder vê-los fazer miséria, fazer o diabo, fazer o extraordinário, jogo após jogo, campeonato após campeonato, por mais de uma década?

Obrigado, Messi. Obrigado, Cristiano Ronaldo.

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Três teens titulares, de times azarões, para prestar atenção na Champions https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/10/20/tres-teens-titulares-de-times-azaroes-para-prestar-atencao-na-champions/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/10/20/tres-teens-titulares-de-times-azaroes-para-prestar-atencao-na-champions/#respond Tue, 20 Oct 2020 07:40:48 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2020/10/Camavinga-1-320x213.png https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=20232 Começa nesta terça (20), com oito partidas, a fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa, edição 2020/2021.

Dezenas de jogadores desfilarão pelos gramados do velho continente, e o interesse do fã de futebol estará especialmente nos grandes clubes (Liverpool, os dois Manchester, PSG, Bayern, Juventus, Real Madrid, Barcelona…) e nos atletas mais famosos (Cristiano Ronaldo, Messi, Neymar, Salah, Lewandowski…).

Recomendo, no entanto, a observação de três futebolistas muito jovens, todos sub-20, todos de times azarões, todos  já integrantes das seleções de seus respectivos países, todos titulares absolutos em seus clubes e todos, aposto, num futuro próximo atuando em grandes centros do futebol.

E nenhum deles é atacante. Um é zagueiro e dois atuam no meio de campo.

O primeiro defende o Dinamo de Kiev, que estará em campo na primeira rodada diante da poderosa Juventus de Turim.

Na zaga central, o time ucraniano terá um beque de 1,86 m, 81 kg e 18 anos recém-completados de nome Illia Zabarnyi, natural da cidade que abriga o clube cuja camisa 25 ele utiliza.

Presença constante nas seleções de base da Ucrânia, Zabarnyi estreou pela equipe adulta no dia 7 deste mês, amistoso contra a França, e teve seu dia de 7 a 1 –literalmente, pois esse foi o placar da derrota.

Mas ele não comprometeu, na visão do treinador Andriy Shevchenko (para mim o melhor jogador da história do futebol ucraniano), tanto que voltou a ser titular nas duas partidas seguintes, válidas por competição, a Liga das Nações, e diante de duas potências futebolísticas: derrota para a Alemanha, por 2 a 1, e vitória sobre a Espanha (1 a 0).

No jogo desta terça, Zabarnyi poderia ter um imenso teste pela frente, Cristiano Ronaldo, só que o português não jogará por ainda cumprir quarentena depois de ter tido diagnóstico de coronavírus.

Até aqui, o zagueiro tem sido um trunfo para o Dinamo. Desde que estreou no time de cima, não houve derrota: oito jogos, seis vitórias (duas pela fase de classificação da Champions), dois empates.

O zagueiro Zabarnyi, 18, toma à frente de Boadu, do AZ Alkmaar, na vitória por 2 a o do Dinamo de Kiev pela fase classificatória da Champions League (Gleb Garanich – 15.set.2020/Reuters)

No Rennes, da França, o canhoto Eduardo Camavinga, de 17 anos, cabelos com tranças (à la Gullit), já é o dono da camisa 10. Meio-campista moderno, marca e ataca.

Canhoto, 1,82 m, é esquálido (68 kg) e esguio. Pará-lo, quando parte em velocidade pelo meio ou pelas laterais do campo, é um desafio, tanto que sofre faltas com frequência. Lembra, na habilidade, respeitando-se as devidas proporções, Ronaldinho Gaúcho.

Nascido em Angola, tem dupla nacionalidade, e em seu primeiro jogo pela seleção da França precisou de somente nove minutos, no Stade de France, para balançar as redes.

E foi um golaço: de costas para o gol, na pequena área, deu uma puxeta que surpreendeu o goleiro Bushchan e que encobriu, antes de parar nas redes, um outro novato: ele mesmo, Zabarnyi. Camavinga foi quem abriu o caminho para o 7 a 1 na Ucrânia.

O arisco Camavinga, que estará em ação na Champions contra o russo Krasnodar, precisa, contudo, melhorar justamente nesse quesito. Está bem longe de fazer gols com assiduidade. Pelo Rennes, são dois tentos em 50 partidas. É muito pouco.

Gols não parecem ser um problema para Dominik Szoboszlai.

O húngaro de 19 anos (faz 20 daqui a cinco dias), camisa 14 do Salzburg, os faz com profusão para quem joga em sua posição (meia). Na temporada 2019/2020, foram nove em 27 partidas do Campeonato Austríaco.

Não quero ser precipitado, mas esse rapaz tem toda a pinta de que será um cracaço, encaixando-se como uma luva em qualquer grande clube do mundo.

Tem 1,86 m, 74 kg, é destro com ótimo chute mas também sabe finalizar com o pé esquerdo, é rápido, sabe driblar, bate faltas com precisão, é frio nos pênaltis.

Seu país reconhece seu talento não é de agora. Desde 2017 é convocado para a seleção principal húngara. Se Camavinga veste a 10 no clube, Szoboszlai veste a 10 no conjunto nacional.

Na Liga das Nações, no começo do mês passado, ele fez o único gol da partida contra a Turquia –aliás, um golaço, em cobrança de falta de longa distância.

Nesta quarta, o Lokomotiv Moscou tentará impedir que ele brilhe –na fase de classificação desta Liga dos Campeões, fez dois gols, um em cada partida, nas vitórias por 2 a 1 e 3 a 1 contra o Maccabi Tel Aviv, há menos de um mês.

Szoboszlai, 19, avança na partida em Tel Aviv que o Salzburg, com um gol dele de pênalti, derrotou o Maccabi por 2 a 1 (Jack Guez – 22.set.2020/AFP)

Leia também: Saiba onde ver os jogos da fase de grupos da Champions League

Em tempo: Tanto Szoboszlai como Camavinga concorrem neste ano ao prêmio Golden Boy, oferecido desde 2003 pelo jornal italiano Tuttosport ao melhor jogador jovem. Já ganharam, entre outros, Messi, Rooney, Agüero, Götze, Pogba e Mbappé. Estão na disputa em 2020 dois brasileiros do Real Madrid: Vinícius Jr., ex-Flamengo, e Rodrygo, ex-Santos. Mas quem deve ser eleito é um destes dois: o lateral-esquerdo canadense Alphonso Davies, do Bayern, ou o centroavante Erling Haaland, do Borussia Dortmund.

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Carrinho é jogada perigosa que deveria ser banida do futebol https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/08/28/carrinho-e-jogada-perigosa-que-deveria-ser-banida-do-futebol/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/08/28/carrinho-e-jogada-perigosa-que-deveria-ser-banida-do-futebol/#respond Fri, 28 Aug 2020 23:30:59 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2020/08/Carrinho-2-320x213.png https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=20007 Aproveito a citação do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o carrinho, para explicar aos menos afeitos ao futebol esse recurso.

O carrinho é a jogada em que o jogador se atira para a frente ou para o lado, pela superfície do campo ou quadra, deslizando o corpo com o intuito de acertar a bola com os pés, geralmente quando esta é conduzida pelo adversário.

Constitui quase sempre um lance defensivo –mas há ocasiões em que até gol é feito de carrinho (a favor ou contra).

Só que muitas vezes o autor do carrinho não atinge a bola, ou não somente a bola, golpeando também o oponente, o que constitui infração.

Se é dentro da área, essa falta é pênalti, o que dá ao adversário chance enorme de fazer um gol.

Assim disse Guedes, depois de ser criticado publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro no contexto do programa Renda Brasil: “Falei: ‘Pô, presidente. Carrinho, entrada perigosa, ainda bem que foi fora da área, senão era pênalti’.”.

O carrinho é uma jogada, conforme expôs o ministro, perigosa, que não deveria mais existir no futebol. Mal aplicada, torna-se violenta e pode provocar lesão séria no colega de profissão.

Recordo-me do que disse Piazza, ídolo do Cruzeiro, campeão mundial com a seleção brasileira na Copa de 1970, em entrevista a mim concedida em 2010, ao se referir a uma lesão em partida no Maracanã, em 1968:

“Tive uma contusão grave que foi uma torção nos ligamentos do joelho esquerdo e uma fratura do perônio [fíbula] numa jogada do famoso e detestável carrinho que foi utilizado pelo jogador Virgili, da seleção uruguaia, na tentativa de recuperar uma bola”.

Mais recentemente, em novembro de 2019, o português André Gomes, do Everton, teve uma fratura de tornozelo no Campeonato Inglês depois de um carrinho por trás do sul-coreano Son, do Tottenham.

Son, do Tottenham, dá carrinho por trás em André Gomes, do Everton, em partida da Premier League; o jogador português teve fratura na jogada (Oli Scarff – 3.nov.2019/AFP)

Até mesmo Zico, um dos melhores jogadores da história do futebol nacional, foi vítima de um carrinho violento, executado por Márcio Nunes, do Bangu, em jogo do Estadual do Rio, em 1985. O Galinho teve os ligamentos do joelho rompidos.

O carrinho é tão detestável (perfeito esse adjetivo usado por Piazza) que, por ironia, acabou punindo de forma definitiva uma das mais fortes equipes do mundo na Liga dos Campeões da Europa.

No início deste mês, Juventus e Lyon faziam em Turim o jogo de volta das oitavas de final da Champions. Na ida, 1 a 0 para o time francês.

Aos 10 minutos, Betancur, da Juventus, deu um carrinho na área em Aouar, em um ataque do Lyon.

Como afirmou Guedes, carrinho na área constitui pênalti –desde que quem o executa atinja o adversário.

O árbitro alemão Felix Zwayer marcou a penalidade máxima. O problema é que, dessa vez, nitidamente Betancur acertou a bola.

Lance na Champions League, no dia 7 de agosto, em que Betancur, da Juventus, dá um carrinho na área e atinge a bola; a arbitragem, porém, deu pênalti para o Lyon; clique na imagem e veja o lance (Reprodução/Site da Uefa)

Com a presença do VAR (árbitro assistente de vídeo), que consegue ver a jogada na TV, em vários ângulos, e avisar o juiz de campo em caso de um erro “claro e óbvio”, era de se esperar que a marcação fosse revertida.

Mas não. O árbitro de vídeo (Christian Dingert, também alemão) não alertou Zwayer sobre a decisão equivocada.

Achei tão incrível essa falha da arbitragem que fiz contato com a Uefa (entidade que rege o futebol europeu) para tentar um entendimento dessa não marcação.

Queria saber se um erro tão clamoroso não mancha de forma incisiva a imagem do VAR. No meu íntimo, pensei: “Afinal, para que essa porcaria serve?”.

Depois de quase duas semanas de espera, a resposta da Uefa foi: “Não temos comentários sobre esse assunto”.

Apenas para não escrever “sem comentários” acerca de uma resposta tão inútil, escrevo que a conclusão é ser o VAR um tema que causa muito incômodo às autoridades da bola –para obter uma informação da CBF (Confederação Brasileira do Futebol), sobre o custo do VAR no Campeonato Brasileiro, levei três semanas.

Voltando ao carrinho que resultou em pênalti (mal marcado) na Champions League, o Lyon converteu, e esse gol se mostrou vital para a classificação.

O time italiano, liderado por Cristiano Ronaldo, ainda virou para 2 a 1, mas o gol fora de casa serviu como critério de desempate.

Leia também: Time chinês ameaça demitir jogador que quebrou a perna de rival

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‘Definido’ após a final da Champions, melhor de 2020 pode ficar sem troféu https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/08/23/definido-apos-a-final-da-champions-melhor-de-2020-pode-ficar-sem-trofeu/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/08/23/definido-apos-a-final-da-champions-melhor-de-2020-pode-ficar-sem-trofeu/#respond Sun, 23 Aug 2020 21:25:10 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2020/08/Champions-1-320x213.png https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=19967 Esperava-se que a decisão da Liga dos Campeões da Europa, Paris Saint-Germain x Bayern de Munique, definisse, entre Neymar e Lewandowski, o melhor do mundo de 2020.

Sim, porque, mesmo ainda faltando pouco mais de quatro meses para o término do ano, é praxe que no meio dele –quando se encerram os campeonatos europeus e a Champions League, e Eurocopa, Copa do Mundo e Copa América (nos anos em que esses três acontecem)– já estejam definidos os candidatos aos prêmios.

Sendo assim, o correto é que os organizadores das premiações passassem a eleger não “o melhor do ano” (de janeiro a dezembro), mas “o melhor da temporada”, de agosto de um ano até julho do ano seguinte –em 2020, com a pandemia de coronavírus, a temporada se estendeu até agosto.

E quais são esses prêmios?

Há dois de grande prestígio: Bola de Ouro, da revista France Football, e The Best, da Fifa.

E quem é o merecedor dos troféus?

Neymar, com a medalha de prata no peito, passa pela “Orelhuda”, como é chamada a taça da Champions League, que o brasileiro não conseguiu erguer (Manu Fernandez – 23.ago.2020/Reuters)

Quem viu o jogo não deve ter chegado a uma conclusão, pois nem Neymar nem Lewandowski brilharam.

O primeiro desperdiçou uma chance de ouro logo no início (o ótimo Neuer defendeu) e o segundo tentou no fim do primeiro tempo (parou na trave). E só.

O único gol da partida foi do ponteiro francês Coman, escalado surpreendentemente como titular no lugar de Perisic para ser o melhor do confronto.

Descartada a final da Champions como decisiva para determinar o melhor do ano, Lewandowski, pelo histórico até aqui, é quem entraria nas votações como o favorito a ser laureado pela primeira vez, já que os papões Cristiano Ronaldo (Juventus) e Messi (Barcelona), com temporadas muito boas mas aquém de outras, tornam-se azarões.

Messi, aliás, nem deveria ter ganhado os prêmios em 2019. O merecedor era o zagueiro Van Dijk, holandês, estupendo com o Liverpool.

Então é só Lewandowski aguardar os eventos festivos para pegar os belos troféus –a Bola de Ouro é belíssima!– e abrir espaço na estante para passar a admirá-lo no dia a dia, correto?

Não.

A Bola de Ouro está fora de cogitação, pois a France Football cancelou a eleição, feita por jornalistas, devido à Covid-19.

Ah, mas tem a da Fifa, a entidade máxima do futebol, cujo colégio eleitoral é formado pelos técnicos e capitães das seleções nacionais, por jornalistas de cada país e pelo público, em votação pela internet.

Não. Não há essa certeza.

O centroavante polonês Robert Lewandowski, 15 gols na Liga dos Campeões, beija o troféu do campeonato, conquistado pelo Bayern (Matthew Child – 23.ago.2020/AFP)

Fiz contato com a Fifa para questionar data e local da cerimônia de 2020, e eis a resposta, dada três dias atrás, por meio de um porta-voz:

“O que podemos dizer hoje é que em maio decidimos cancelar o prêmio The Best, planejado para 21 de setembro em Milão, por razões óbvias [a pandemia]. (…) Estamos verificando a possibilidade de fazer algo em outro formato, mas ainda não temos uma decisão final nesse sentido”.

Ou seja, pode ter, pode não ter.

Se não tiver, mãos vazias para o melhor do mundo. Nada de troféu individual.

Se tiver, sabe-se lá quando, o tal “outro formato” significa uma ocorrência a distância, sem público, sem a participação de jogadores e de ex-jogadores, sem o tradicional glamour de um evento de gala.

Se fosse Neymar o eleito, afeito que é à pompa, a se vestir na moda, a cliques em momentos triunfantes (nada de errado nisso, frise-se), provavelmente sentiria falta de estar em um luxuoso teatro em Londres ou Milão, com cerca de 2.000 pessoas aplaudindo-o.

Sendo Lewandowski, o eficaz artilheiro polonês, tanto faz.

Discreto que é, ser nomeado “the best” (o melhor) diante da tela de um computador, sozinho ou ao lado da esposa Anna, dá na mesma que em um auditório célebre repleto de celebridades.

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Neymar tem nele os holofotes, mas o iluminado pode ser Coutinho https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/08/22/neymar-tem-nele-os-holofotes-mas-o-iluminado-pode-ser-coutinho/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/08/22/neymar-tem-nele-os-holofotes-mas-o-iluminado-pode-ser-coutinho/#respond Sat, 22 Aug 2020 03:45:07 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2020/08/Camisa-Neymar-320x213.png https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=19947 Só se fala de Neymar. Todos só têm olhos para Neymar. É Neymar quem está na crista da onda.

A mídia esportiva se deleita com o ressurgido protagonismo, inesperado para muitos, do mais popular craque brasileiro da atualidade.

Às vésperas da decisão da Liga dos Campeões da Europa, dez entre dez comentaristas esportivos, e o grande público junto com eles, estão ansiosamente à espera do desempenho do camisa 10 do Paris Saint-Germain no jogo deste domingo (23) contra o alemão Bayern, às 16 horas (de Brasília), com transmissão na TNT e no Facebook.

Terá Neymar a capacidade de liderar o PSG a seu segundo título internacional de relevo, o primeiro desde a conquista da Recopa europeia, no já distante 1996?

Afinal, foi para conduzir o bilionário clube parisiense ao topo da Europa que ele foi contratado do Barcelona por € 222 milhões, em 2017, até hoje a mais cara transação do futebol.

Nas quartas de final, contra a Atalanta (2 a 1), e na semifinal, contra o Leipzig (3 a 0), Neymar perdeu gols que ficaram esquecidos, já que jogou muito bem as duas partidas e deu uma assistência em cada uma delas –a diante do time alemão, belíssima.

Foi o suficiente para ser efusivamente incensado pelos jornalistas planeta afora, não sem merecimento, é bom frisar.

Tendo todos os holofotes sobre ele, especialmente os vindos do Brasil, como reagirá Neymar diante da potência de Munique, favorita para erguer a taça?

As luzes focadas em sua silhueta não são novidade em sua carreira, tendo a torcida presente ou não (e desta vez não haverá, devido à pandemia de coronavírus que impede a ida de torcedores ao estádio), então é improvável que Neymar sinta-se pressionado, apesar de a pressão ser iminente.

Pela frente, um Bayern que está invicto há 26 partidas, sendo 25 delas vitórias, e que triunfou nas 20 mais recentes. Desde 19 de janeiro, o dia do início da invencibilidade, marcou 84 gols (média de 3,2 por jogo) e levou 19 (0,7).

Um Bayern que já sentiu o gosto de ganhar o mais nobre interclubes do velho continente cinco vezes, menos somente que o Real Madrid (13), o Milan (7) e o Liverpool (6).

Um Bayern que tem o artilheiro da Champions, o centroavante polonês Lewandowski, 15 gols em nove partidas –ele não deixou de balançar as redes em um jogo sequer.

Um Bayern que tem a sensação Gnabry, o inflamado Thomas Müller, o paredão Neuer, a revelação Davies, e Kimmich, e Alaba, e Perisic, e Thiago Alcántara, todos excelentes.

Aguardemos Neymar. Que, como já escrito, usa o número 10, o mais cobiçado pelos boleiros, algarismo com o qual brilhou Pelé, o melhor de todos os futebolistas, e Maradona, e Puskás, e Platini, e Zidane, e Messi.

Quase ignorado, aliás, está o camisa 10 do outro lado, o do Bayern.

Que também é brasileiro. Que também custou muito dinheiro em sua mais recente negociação. Que também deve, no seu âmago, sonhar em ser o herói da decisão em Lisboa, em ser iluminado no estádio da Luz.

Philippe Coutinho e Neymar brincam em treino da seleção brasileira em Sochi, na Rússia, onde a delegação do Brasil se concentrou na Copa do Mundo de 2018 (Eduardo Knapp – 24.jun.2018/Folhapress)

Titular da seleção brasileira, como Neymar, na Copa do Mundo de 2018, hoje com 28 anos, como Neymar, Philippe Coutinho é reserva no Bayern, a quem o Barcelona o emprestou.

Barcelona que pagou € 120 milhões ao Liverpool em 2018 para se frustrar com seu desempenho oscilante.

No fim de abril, quatro meses atrás, Coutinho, que prosseguia inconstante no Bayern, passou por uma cirurgia no tornozelo do pé bom, o direito.

Se não fosse a pandemia de Covid-19, que atrasou o andamento da temporada 2019/2020, ele não participaria da reta final da Champions.

Está participando.

Diante do Barcelona, no histórico 8 a 2 nas quartas de final, no estádio da Luz, entrou faltando 15 minutos. Fez dois gols, os que finalizaram o enterro do time espanhol.

Contra o Lyon, na semifinal, em outra arena lisboeta (José Alvalade), entrou faltando 15 minutos. Fez um gol, anulado, pois o companheiro Goretzka resvalou na bola no cruzamento e o deixou impedido.

Se o treinador Hans-Dieter Flick repetir o que tem feito, Coutinho terá pelo menos 15 minutos de ação contra o PSG.

Não se sabe agora se quando ele entrar a final estará indefinida, nem o que terá acontecido até aquele momento.

Mas o futebol muitas vezes desvia muito rapidamente os holofotes de um personagem para outro.

Eles estão em Neymar, e continuarão nele no início e no decorrer da decisão no estádio da Luz. Podem subitamente passar a focalizar Coutinho, improvável raptor do estrelato do compatriota. E dar a vitória ao Bayern, sendo eleito o melhor em campo.

Observado por Alphonso Davies, Philippe Coutinho controla a bola em treino do Bayern de Munique em Lisboa, onde o time decidirá a Champions League contra o PSG de Neymar (Miguel A. Lopes – 18.ago.2020/AFP)

O ressurgimento de Neymar passaria a ser o de Coutinho.

Impossível uma melhor volta por cima para o meia-atacante, prestes a retornar a um Barcelona que pode ficar sem Messi e, assim,  estar desesperado por um craque para reerguê-lo.

É um enredo imaginário, uma suposição, talvez um devaneio que jamais aconteça. Mas que seria um final surpreendente e fascinante para o desfecho da temporada, seria.

*

Em tempo: Philippe Coutinho é o solitário representante brasileiro no Bayern na decisão da Champions League. O PSG, além de Neymar, tem o zagueiro Thiago Silva, capitão da equipe, e o zagueiro-volante Marquinhos, que fez gol tanto nas quartas de final como na semifinal.

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Massacre sofrido por Messi supera o maior imposto a Pelé https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/08/15/massacre-sofrido-por-messi-supera-o-maior-imposto-a-pele/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/08/15/massacre-sofrido-por-messi-supera-o-maior-imposto-a-pele/#respond Sat, 15 Aug 2020 08:30:01 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2020/08/Messi-320x213.png https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=19927 A acachapante derrota por 8 a 2 do Barcelona para o Bayern de Munique nesta sexta (14), em Lisboa, que eliminou a equipe espanhola da Liga dos Campeões da Europa, significou a mais elástica que Messi teve em sua carreira.

De tão violento, o massacre imposto ao craque argentino superou o pior sofrido por Pelé, o melhor futebolista de todos os tempos (na minha opinião).

Devem ser bem poucos os que sabem, ou que se lembram, que o Rei do Futebol saiu uma vez de campo com um 8 a 3, para o adversário, nas costas.

A partida em que Pelé e companhia levaram essa goleada não foi, contudo, oficial. Nem pelo Santos, nem pelo Cosmos, nem pela seleção brasileira.

O 8 a 3 ocorreu em um jogo festivo, no dia 26 de março de 1975, em Bruxelas, a capital da Bélgica.

Pelé se despedira da equipe da Vila Belmiro em outubro de 1974 e faria sua estreia pelo time de Nova York em junho do ano seguinte.

Nesse ínterim, ele participou de um amistoso contra o Anderlecht, que celebrava a despedida do clube do atacante Paul van Himst, uma das lendas do futebol belga.

Pelé, que não balançou as redes nessa partida, era o principal astro do All Stars, que contava também com o holandês Cruyff, com o moçambicano-português Eusébio, com o ítalo-brasileiro Mazzola e com o brasileiro Paulo Cézar Caju.

Quando estava 1 a 0 para o Anderlecht, aos 10 minutos do primeiro tempo, houve um pênalti para a seleção de astros, mas Pelé falhou, mesmo fazendo sua famosa paradinha. O goleiro Ruiter defendeu –ele pegaria mais um pênalti, batido por Eusébio.

Mazzola fez dois gols para os visitantes, Paulo Cézar, que entrou no decorrer da partida, um, mas esses três tentos não chegaram à metade dos assinalados pelo rolo compressor belga liderado por Van Himst.

Reportagem da Folha no dia 27 de março de 1975 relata a partida em que time de Pelé perdeu por 8 a 3 para o Anderlecht, na Bélgica (Reprodução)

Defendendo o Santos, o mais famoso de todos os camisas 10 chegou a perder de 6 a 2, para o São Paulo (em 1957), para o chileno Colo-Colo (em 1959) e para o Cruzeiro (em 1966).

Messi, cuja pior derrota antes desse 8 a 2 nas quartas de final da Champions League tinha sido o 6 a 1 da Bolívia na Argentina em 2009, fica agora bem atrás dos piores reveses de Diego Maradona, com quem disputa o posto de melhor da história da Argentina, e de Cristiano Ronaldo, seu rival pelo título de melhor do planeta nos últimos 13 anos.

Maradona amargou um 5 a 0 quando atuava pelo Sevilla, ante o Real Madrid, em 1993, e o CR7 deixou o campo com o mesmo placar em 2010, atuando pelo Real Madrid contra o Barcelona de Messi, que deu duas assistências nessa partida.

*

Em tempo 1: Neymar, que continua vivo com o Paris Saint-Germain na Liga dos Campeões, tem como pior revés um 4 a 0, pelo Barcelona, diante do seu atual clube, em 2017, ida das oitavas de final da Champions, mata-mata ao qual o Barça, com Messi, sobreviveu ao ganhar o jogo de volta por 6 a 1.

Em tempo 2: O 8 a 2 não foi a derrota por maior diferença de gols do Barcelona em seus 120 anos de vida. Em 1940, a equipe levou de 11 a 1 do Sevilla, de virada, no Campeonato Espanhol.

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Champions League terá jogo com portões fechados devido ao coronavírus https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/03/04/champions-league-tera-jogo-com-portoes-fechados-devido-ao-coronavirus/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/03/04/champions-league-tera-jogo-com-portoes-fechados-devido-ao-coronavirus/#respond Wed, 04 Mar 2020 10:01:53 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2020/03/Coronavirus-1-320x213.jpg https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=19350 O governo da Espanha anunciou nesta terça (3) que Valencia x Atalanta, pela Liga dos Campeões da Europa, daqui a seis dias, será disputado com portões fechados no estádio Mestalla, que tem capacidade para 55 mil pessoas.

A razão é o avanço do coronavírus, que traz o medo de contágio de todos os envolvidos no evento, dos jogadores aos torcedores, passando por dirigentes, funcionários, repórteres.

A cidade de Bergamo, sede do Atalanta, fica na Lombardia, epicentro da epidemia do vírus na Itália.

A partida do dia 10 será a de volta das oitavas de final da Champions League. Na de ida, no dia 19 de fevereiro, no estádio Giuseppe Meazza, em Milão, o Atalanta surpreendeu e goleou por 4 a 1.

Relatos dão conta de que um jornalista espanhol presente nesse jogo contraiu o coronavírus durante a viagem.

Torcida do Atalanta enche as arquibancadas do estádio Giuseppe Meazza, em Milão; no jogo de volta contra o Valencia, na Espanha, eles não poderão estar no estádio (Miguel Medina – 19.fev.2020/AFP)

Não será a primeira vez que o mais badalado interclubes de futebol do planeta realizará um confronto sem a presença de torcedores.

Mas, das outras vezes, a razão foi punição por mau comportamento da torcida, e não por prevenção contra uma doença.

Ocorreu em setembro de 1982, quando o inglês Aston Villa recebeu o Besiktas, da Turquia, no Villa Park vazio e ganhou por 3 a 1.

Na edição anterior da Champions (chamada à época de Copa Europeia), torcedores da equipe inglesa tinham causado tumulto em uma partida contra o Anderlecht, na Bélgica.

Ocorreu também em outubro de 2014, em Moscou, quando o CSKA encarou o Manchester City na Arena Khimki.

A Uefa, entidade que comanda o futebol na Europa, estabeleceu a sanção ao clube russo devido ao comportamento racista de seus torcedores em jogos anteriores.

No 2 a 2, todavia, jornalistas ingleses relataram que dezenas de fãs do time mandante entraram no estádio e cantaram, e vibraram, e empurraram o CSKA sem que os delegados da Uefa ali presentes tomassem providência.

Jogadores do CSKA (de camisas listradas) e do inglês Manchester City fazem campanha contra o racismo antes de jogarem em Moscou, com portões fechados, na Champions League de 2014/2015 (Yuri Kadobnov – 21.out.2014/AFP)

Por razão de vigilância sanitária, há um caso conhecido no futebol no qual partidas de um campeonato nacional foram realizadas com portões fechados.

Aconteceu no México, em maio de 2009, quando 176 jogos, da primeira, da segunda e da terceira divisões, não receberam torcedores, em uma tentativa de conter a expansão do surto de gripe suína, causada pelo vírus H1N1, que resultou em mais de mil mortes no país.

Além de Valencia x Atalanta, está em estudo a possibilidade de outros duelos da Champions serem realizados sem torcida, casos de Paris Saint-Germain x Borussia Dortmund, na França (dia 11), Juventus x Lyon, na Itália (dia 17), e Barcelona x Napoli, na Espanha (dia 18).

A Liga Europa, segundo torneio em importância no velho continente, também fará pelo menos um jogo com portões fechados: Inter de Milão x Getafe, na Itália (dia 12).

Leia também: Clássico italiano e mais 4 jogos são adiados devido à epidemia de coronavírus

Em tempo: Com Valencia x Atalanta fechado ao público, torcedores perderão a oportunidade de ver “in loco” uma das equipes do momento, a italiana, que angariou fama nesta temporada por aplicar várias goleadas. Além da já mencionada ante o time valenciano, em ordem cronológica: 7 a 1 na Udinese, 5 a 0 no Milan, 5 a 0 no Parma, 7 a 0 no Torino e 7 a 2 no Lecce. Tem brasileiro lá? Sim, um, que é zagueiro: Rafael Tolói, ex-Goiás e São Paulo.

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