“Messi é o melhor de todos os tempos”, diz talento em ascensão no Barcelona
O futebol teve Pelé. Maradona. Cruyff. Garrincha. Puskás. Di Stéfano. Beckenbauer. Zidane. Craques de outras épocas.
O futebol tem Messi. Cristiano Ronaldo. Neymar. Griezmann. Suárez. Bale. Craques da contemporaneidade.
Tem também Rafael Alcântara, o Rafinha, talento postulante a craque no Barcelona, clube que defende desde 2006.
Ele é filho de Mazinho, ex-lateral-meia do Vasco, do Palmeiras e do Brasil campeão do mundo nos EUA, em 1994. E irmão de Thiago, meia do Bayern de Munique (Alemanha).

“Para mim, Messi é o melhor da história”, diz o meia-atacante de 23 anos, que falou a “O Mundo é Uma Bola” por intermédio da agência que cuida de sua carreira. “Nunca vi um jogador tão completo como ele. É o melhor de todos os tempos.”
Fã declarado do argentino, Rafinha, nos primeiros anos deste século, admirava um brasileiro, que hoje joga no seu time de coração, o Flamengo: o meia Diego, que no Santos formou famosa dupla com Robinho (atualmente no Atlético-MG). “Ele sempre foi um espelho para mim.”
Canhoto, como Messi, habilidoso, como Messi, falta a Rafinha, na comparação com o cinco vezes eleito melhor do mundo, finalizar mais, fazer mais gols.
Ele reconhece isso, porém frisa que sua prioridade é jogar para o time. “Minha função é trabalhar para a equipe, distribuir mais o jogo, cadenciar, mexer o time.”
Na temporada 2016/2017, o treinador do Barcelona, Luis Enrique, lhe tem dado mais oportunidades de atuar, mais minutos nos gramados, e Rafinha tem correspondido.

No Campeonato Espanhol, esteve em campo em 11 dos 20 jogos do atual campeão. Começou sete como titular, relegando à reserva o croata Rakitic, o português André Gomes (contratação de € 35 milhões) e até Iniesta, um dos maiores ídolos do clube catalão e autor do histórico gol que deu à Espanha a Copa do Mundo de 2010.
Nessas partidas, anotou cinco gols, incluindo o da vitória por 1 a 0 sobre o Granada, no dia 29 de outubro, em uma plástica meia-bicicleta.
Uma lesão na coxa, porém, o mantém afastado do time desde o dia 14 de janeiro, impedindo-o de alcançar o que considera vital para ser titular inconteste: constância.
Na seleção brasileira, o paulistano Rafinha integrou a equipe que conquistou o inédito ouro olímpico na Rio-2016. No time principal, chamado por Dunga para dois amistosos em 2015, fez um gol na goleada por 4 a 1 nos EUA.
Aguarda uma chance com Tite para tentar, em 2018, realizar seu maior sonho: ser campeão em uma Copa do Mundo.
A seguir, a entrevista concedida na semana passada por Rafinha, que já voltou aos treinos e foi relacionado para o jogo desta quarta (1º), em Madri, contra o Atlético, pela semifinal da Copa do Rei.
Em que jogadores você busca, ou buscou, inspirar seu jeito de jogar futebol?
Rafinha Alcântara: Sempre gostei muito do Diego Ribas, que jogou no Santos e depois foi para o Wolfsburg [da Alemanha]. Ele sempre foi um espelho para mim como jogador, eu sempre gostei muito dele.

Qual a importância de seu pai, Mazinho, e de seu irmão, Thiago, na sua vida?
Rafinha: Meu pai foi essencial tanto para a minha formação como jogador de futebol quanto como pessoa. Tenho que agradecer a ele por todos os valores que ele me ensinou e, no futebol, por deixar esse espaço para mim e para o Thiago, de nos deixar fazer o que a gente sempre quis, se divertir jogando futebol. O Thiago foi uma peça fundamental na minha vida. Por sermos irmãos com uma diferença de dois anos, a gente passava o dia inteiro brincando. Era sempre um contra um, então acho que isso ajudou a gente a chegar onde está.

Quem você prefere? Messi, Suárez, Cristiano Ronaldo, Griezmann ou Neymar?
Rafinha: Para mim, o Messi é o melhor jogador da história. Nunca vi um jogador tão completo como ele, que já demonstra isso há muitos anos. Hoje em dia é difícil alguém chegar perto dele. Eu acredito muito no talento do Neymar, só que eu sempre fui muito fã do Messi. Sem dúvida, ele é o melhor de todos os tempos.
Você é um jogador que tem como características o arranque, o drible e a visão de jogo, assemelhando-se a Messi. Porém Messi é mais finalizador e artilheiro. Não acha que precisa chutar mais a gol, e fazer mais gols, para se tornar uma estrela?
Nos últimos jogos, minha função foi de meia, então minha função é trabalhar para a equipe, distribuir mais o jogo, cadenciar, mexer o time… Lógico que eu tenho que ter chegada e finalização, mas quando eu jogo de meia-direita minha função é mais o trabalho para a equipe.
Qual a importância do treinador Luis Enrique para você?
Rafinha: Eu estreei no futebol profissional com o Barça B, na segunda divisão, com 17 anos, e foi com ele, ele me deu a oportunidade. No Barça B eu estive seis meses com ele. Depois eu estive com ele no Celta e, voltando para o Barça, ele também estava. Então para mim foi um treinador importante na minha carreira, um treinador que meu deu oportunidade.
O que falta para que você seja titular do Barcelona?
Rafinha: Constância. Estou disputando posição com os melhores jogadores do mundo, e eu vou trabalhar para ter essa oportunidade, me esforçar para ganhar esse posto.

Desde quando e por que você veste a camisa 12?
Rafinha: Desde os meus 13 anos eu sempre gostei do número 12. É o meu número favorito. Então quando eu cheguei ao Barça, e a gente podia escolher o número, estava o 12 [disponível] e eu pude escolher. Depois, no Celta [onde atuou por empréstimo na temporada 2013/2014], eu também fiquei com a 12.
Na seleção brasileira, Tite tem escalado a equipe, do meio para a frente, com Renato Augusto, Paulinho, Philippe Coutinho, Gabriel Jesus e Neymar. Você disputa posição com qual deles?
Rafinha: Estou me esforçando o máximo para poder voltar para a seleção. É meu sonho poder vestir a camisa da seleção de novo. Vou trabalhar e me esforçar para que apareça essa oportunidade. Eu jogo tanto no meio como na ponta. Estou acostumado mais a jogar de meia, essa é a posição em que eu mais me encaixo.
Tem vontade de jogar no futebol brasileiro? Se sim, por qual clube?
Rafinha: Sim, tenho vontade de jogar no Brasileirão. Sempre tive essa vontade de voltar para o Brasil. O time, todo mundo já sabe que eu sou torcedor do Flamengo. Sou desde pequeno, quando entrei com o [goleiro] Júlio César, de mãos dadas, em um Fla-Flu. Já fui várias vezes na arquibancada torcer. Sempre foi um dos meus sonhos vestir a camisa do Flamengo.

Aceitaria jogar na China?
Não agora, não é o momento. No futuro, quem sabe, mas agora não, não é o momento de ir para o futebol chinês.
Qual seu maior sonho como jogador de futebol? E qual seu maior objetivo na vida?
Ser campeão do mundo. É o máximo que um jogador de futebol pode chegar. Esse é meu maior sonho. E meu objetivo na vida é formar minha família, ser um pai de família e, quando chegar a uma certa idade, ver tudo o que eu fiz com felicidade.