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PSG perde por diferença de três gols depois de cinco anos

Luís Curro

Atual tetracampeão francês, o Paris Saint-Germain, contrariando as expectativas, surpreende de forma negativa nesta temporada.

Para quem se acostumou a disparar na tabela e ganhar o campeonato com facilidade, a equipe decepciona ao se situar, após 16 rodadas (de um total de 38), “apenas” na terceira posição.

O líder é o pequeno Nice, dos brasileiros Dante (zagueiro que foi titular na derrota por 7 a 1 do Brasil para a Alemanha na Copa de 2014) e Dalbert (lateral-esquerdo), com 39 pontos. O Monaco soma 36, e o PSG, 35.

De grandes diferenças em relação ao time campeão em 20015/2016, o time da capital tem o treinador (Unai Emery substituiu Laurent Blanc) e não tem o artilheiro Ibrahimovic (que se transferiu para o Manchester United) nem o zagueiro David Luiz (que retornou ao Chelsea).

O volante Matuidi, do PSG, na partida em que o time perdeu de 3 a 0 do Montpellier, fora de casa (Jean-Paul Pelissier - 3.dez.2016/Reuters)
O volante Matuidi, do PSG, na partida em que o time perdeu de 3 a 0 do Montpellier, fora de casa (Jean-Paul Pelissier – 3.dez.2016/Reuters)

O espanhol Emery, de 45 anos, chegou à França credenciado pelo bom trabalho no Sevilla. Foram três títulos seguidos da Liga Europa (2014, 2015 e 2016), o segundo interclubes em importância no velho continente. Com ele, a direção do PSG espera obter sucesso na Liga dos Campeões da Europa, na qual já está classificado para as oitavas de final.

A falta do sueco Ibra é relativa, já que o uruguaio Cavani, seu substituto, está em fase estupenda: 14 gols em 14 partidas na Ligue 1. A diferença é que, até o meio deste ano, eram Ibra mais Cavani no time. Dois superartilheiros antes, um agora.

Leia também: Quem é melhor? Cavani x Ibrahimovic

Na zaga, saiu um brasileiro e entrou outro, já que Marquinhos herdou a vaga de David Luiz, jogador de grande qualidade (foi titular do Brasil na Copa de 2014) mas que é criticado por ser, muitas vezes, destrambelhado, estabanado, amalucado ou outro sinônimo do gênero.

Marquinhos, titular da seleção brasileira de Tite, tem a seu lado Thiago Silva, um dos melhores zagueiros do mundo e hoje reserva da seleção – no Mundial, dois anos atrás, era o capitão do time de Luiz Felipe Scolari.

O entrosamento entre Thiago Silva e David Luiz, que jogaram juntos por duas temporadas, é superior ao entre Thiago Silva e Marquinhos, é verdade, porém ambos têm tido atuações sólidas, tanto que a média de gols sofrida pelo PSG neste Francês é inferior a um por jogo (0,69).

Isso não impediu, entretanto, que o time perdesse de 3 a 0 no sábado (3) do Montpellier, time de meio de tabela. Marquinhos não foi bem nas jogadas do primeiro e segundo gols.

Thiago Silva e Marquinhos em treino da seleção brasileiro na Arena das Dunas, em Natal (Nelson Almeida - 6.out.2016/AFP)
Thiago Silva e Marquinhos, a dupla de zaga do PSG, em treino da seleção brasileira na Arena das Dunas, em Natal (Nelson Almeida – 6.out.2016/AFP)

Dizem que 3 a 0 é um placar “clássico”. Já ouvi muitos narradores e comentaristas afirmarem isso, ao defender que 3 a 0 não é uma goleada, seja lá o que placar “clássico” signifique (pesquisei e não encontrei uma explicação). Se “clássico” quer nesse caso dizer “tradicional”, 3 a 0 seria menos clássico que 0 a 0, 1 a 0, 2 a 0, 1 a 1 e 2 a 1.

Sendo ou não um placar “clássico”, o 3 a 0, quando derrota, é um placar que inexistiu para o campeão francês nos últimos cinco anos, considerando todos os jogos, oficiais e amistosos.

A última vez que o PSG perdeu por 3 a 0 foi em 27 de novembro de 2011, para o Olympique de Marselha. Foi também a última vez que o PSG perdeu por margem tão larga de gols.

Depois dessa derrota, e até a de sábado passado, o time da capital, no intervalo de 60 meses, saiu de campo como perdedor apenas 33 vezes em 301 partidas – 12 das derrotas foram por dois gols de diferença e 21, por um.

Aliás, aquela temporada, a de 2011/2012, foi a última antes de o clube da capital iniciar sua hegemonia na Ligue 1. O campeão foi justamente o Montpellier, o recente algoz do PSG.

Em tempo 1: A derrota para o Montepellier é a terceira do PSG na Ligue 1, e antes do meio do campeonato. Na vitoriosa campanha de 2015/2016, o time perdeu só duas partidas. 

Em tempo 2: Entre os grandes times das principais ligas europeias, a Juventus é o que está há mais tempo sem perder por três ou mais gols de diferença. A última vez? Quase seis anos atrás. No dia 6 de janeiro de 2011, em Turim, pelo Campeonato Italiano, a Juve levou uma goleada de 4 a 1 do Parma. Naquele jogo, o lendário goleiro Buffon não jogou e o temperamental volante brasileiro Felipe Melo, hoje na Inter de Milão, recebeu o cartão vermelho aos 17 minutos do primeiro tempo. O campeão em 2010/2011 foi o Milan. Depois, a Juve iniciou o reinado que perdura até o dia de hoje: é a atual pentacampeã italiana.

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