No dia 21 de novembro de 2022, duas seleções estarão correndo atrás da bola no estádio Al Bayt, na cidade de Al Khor.
Uma delas será a qatariana, por ser a anfitriã e cabeça de chave do Grupo A.
A outra será definida em sorteio em abril do próximo ano, em Doha, e não será a seleção brasileira, já que o Brasil será um dos cabeças de chave e, consequentemente, não fará companhia ao Qatar na fase de grupos.
A 364 dias do pontapé inicial do Mundial, o técnico Tite tem uma base consolidada para levar ao país do Oriente Médio.
Das 23 vagas (três goleiros e 20 jogadores de linha), se não houver problema de lesão ou disciplinar, 17 estão, teoricamente, definidas: os três goleiros, três zagueiros, dois laterais, três volantes, um meia e cinco atacantes.
A seguir, o panorama atual, setor por setor. Entre parênteses, o número de jogos em que o atleta foi titular após o encerramento da Copa na Rússia, em 2018 –o Brasil disputou 42 partidas desde então.
Goleiros (3)
Favoritos: Alisson (Liverpool), 29 anos, Ederson (Manchester City), 28, e Weverton (Palmeiras), 33.
Minha análise: O Brasil está muito bem servido de goleiros. Alisson (19 jogos) deve ser o titular pela segunda Copa seguida, sendo Ederson (16 jogos) o reserva imediato e Weverton (6 jogos), campeão olímpico na Rio-2016, o outro suplente. Neto (1 jogo), 32, do Barcelona, Everson (zero jogo), 31, do Atlético-MG, e Santos (zero jogo), 31, do Athletico-PR, campeão olímpico em Tóquio-2020, ficam em “stand by”.
Laterais (4)
Favoritos: Danilo (Juventus), 30 anos, Daniel Alves (Barcelona), 38, Alex Sandro (Juventus), 30, e Renan Lodi (Atlético de Madrid), 23. Guilherme Arana (Atlético-MG), 24, está no páreo.
Minha análise: Bom marcador, Danilo (25 jogos) é o titular na direita, porém, se Daniel Alves (11 jogos) estiver bem à época da convocação para a Copa, Tite pode escalá-lo, devido à maior técnica e, principalmente, experiência. Emerson (2 jogos), 22, do Tottenham, tem sido chamado e tenta entrar na briga. Na esquerda, Alex Sandro (21 jogos) aparece na frente na luta pela titularidade. Pelas ótimas apresentações pelo Atlético-MG, Guilherme Arana (1 jogo) ameaça Lodi (11 jogos), marcado negativamente pela falha contra a Argentina na final da Copa América deste ano.
Zagueiros (4)
Favoritos: Marquinhos (PSG), 27 anos, Éder Militão (Real Madrid), 23, e Thiago Silva (Chelsea), 37. Há disputa entre Lucas Veríssimo (Benfica), 26, Felipe (Atlético de Madrid), 32, Diego Carlos (Sevilla), 28, e Gabriel Magalhães (Arsenal), 23, pela vaga restante.
Volantes (4)
Favoritos: Casemiro (Real Madrid), 29 anos, Fred (Manchester United), 28, Fabinho (Liverpool), 28. A quarta vaga está aberta, com chance para Gerson (Olympique de Marselha), 24, Douglas Luiz (Aston Villa), 23, e Bruno Guimarães (Lyon), 24.
Meias (2)
Favoritos: Lucas Paquetá (Lyon), 24 anos, e Éverton Ribeiro (Flamengo), 32. Philippe Coutinho (Barcelona), 29, corre por fora.
Atacantes (6)
Favoritos: Neymar (PSG), 29 anos, Gabriel Jesus (Manchester City), 24, Roberto Firmino (Liverpool), 30, Richarlison (Everton), 24, e Gabigol (Flamengo), 25. Com chance: Raphinha (Leeds), 24, Vinicius Júnior (Real Madrid), 21, Antony (Ajax), 21, Matheus Cunha (Atlético de Madrid), 22, e Éverton Cebolinha (Benfica), 25.
Feitas essas ponderações, creio que os 23 de Tite seriam: Alisson, Ederson, Weverton, Danilo, Daniel Alves, Alex Sandro, Renan Lodi, Marquinhos, Éder Militão, Thiago Silva, Lucas Veríssimo, Casemiro, Fred, Fabinho, Gerson, Lucas Paquetá, Éverton Ribeiro, Neymar, Gabriel Jesus, Roberto Firmino, Richarlison, Gabibol e Raphinha.
O time titular seria, em um 4-3-1-2: Allison; Danilo, Marquinhos, Militão e Alex Sandro; Casemiro, Fred e Paquetá; Neymar; Gabriel Jesus e Richarlison. Neymar atuaria como falso centroavante.
Se eu fosse o técnico, manteria os três goleiros. Na lateral, trocaria Lodi por Guilherme Arana. No meio, Fred (que considero um jogador comum) por Bruno Guimarães. Na zaga, Veríssimo por Diego Carlos. No meio, Éverton por Claudinho. No ataque, Jesus e Firmino por Vini Jr. e Pedro (zero jogo), 24, que não tem sido chamado por Tite –o flamenguista seria o único centroavante de ofício no elenco.
Meu time titular, em um 4-3-1-2: Alisson; Daniel Alves, Marquinhos, Thiago Silva e Guilherme Arana; Casemiro, Gerson e Paquetá; Neymar; Raphinha e Vini Jr. Essa formação privilegia um meio-campo e uma lateral esquerda mais ofensivos, com Gerson e Arana, e um ataque mais veloz e driblador, com os “ponteiros” Vini Jr. e Raphinha. A falta de um centroavante clássico, que joga centralizado e perto do gol (Pedro seria reserva), exige que Neymar ou Paquetá estejam sempre perto da área para finalizar as jogadas armadas pelas laterais.
Em tempo: A próxima convocação, para jogos das Eliminatórias no fim de janeiro, deve dar uma forte indicação da lista final de Tite. Faltando dez meses para a Copa de 2018, dos 23 convocados por Tite, 19 foram à Rússia. Só perderam a vaga Daniel Alves (por lesão), Rodrigo Caio, Giuliano e Luan.
]]>Passavam-se pouco mais de cinco minutos da partida entre os arquirrivais, líder e vice-líder do qualificatório, quando membros da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) entraram no campo do estádio do Corinthians para interromper o jogo deste domingo (5).
O motivo: jogadores argentinos, que, de acordo com as autoridades brasileiras, haviam mentido na declaração preenchida ao chegar ao Brasil, descumpriram determinação previamente estabelecida.
É importante fazer a leitura da versão de cada lado, pois há diferenças nos relatos, e é prematuro afirmar quem está dizendo verdades, meias verdades ou mentiras.
A minha conclusão é que houve incompetência e inação do lado brasileiro, inverdade e artimanha do lado argentino e um desleixo geral, de governos e entidades futebolísticas, em relação aos riscos da pandemia de Covid.
Parece ter mesmo havido mentira argentina no que tange aos jogadores que omitiram em sua chegada ao Brasil –na sexta-feira (3), depois de terem passado pela Venezuela– não apenas que estiveram na Inglaterra, mas que moram lá.
Os atletas são o goleiro Martínez, o zagueiro Romero, o meia Lo Celso e o meia-atacante Buendía. O primeiro e o último jogam no Aston Villa, vivem em Birmingham. Os outros defendem o Tottenham, residem em Londres.
A linha do tempo mostra que essa suposta fraude só foi descoberta várias horas depois de os argentinos terem se instalado em um hotel em Guarulhos (Grande São Paulo).
Como foi desvendada? Deduz-se que alguém da Anvisa, ou que tenha contato com alguém da Anvisa, se tocou de que entrara no Brasil argentino que jogava na Inglaterra.
Neste momento, o governo brasileiro exige que estrangeiros que tenham estado no Reino Unido nos 14 dias anteriores à chegada ao país precisam cumprir quarentena (isolamento) de duas semanas aqui, para evitar a chance de disseminação da Covid, doença que matou mais de 4,5 milhões no mundo.
Sabia-se desde a convocação da seleção patagã, no dia 23 de agosto, que Martínez, Romero, Lo Celso e Buendía viriam, se nada de excepcional ocorresse, ao Brasil.
Era possível desde então que alguém ligado à Secretaria de Esporte do governo federal, já que as Eliminatórias são um evento de alta relevância e audiência, se mexesse e avisasse à AFA (Associação de Futebol Argentino), seja diretamente, seja via canais diplomáticos: vai dar confusão se vierem.
Ou ninguém do governo sabia dessa possibilidade, o que é um problema, ou, se sabia, não fez nada, igualmente um problema. Essa é a faceta da incompetência.
A inação ocorre depois da descoberta da presença dos quatro jogadores em solo brasileiro. A Anvisa agiu tão somente de forma polida. Acordou, diz, com os cartolas argentinos que eles não se deslocariam para fora do hotel e que seriam oportunamente deportados.
Nada contra ser polido. Mas, se alguma pessoa oferece risco sanitário, na falta da prevenção (impedir a entrada no país), deveria ser deportada imediatamente, e não sabe-se lá quando –suponho que só iriam embora junto com os outros jogadores, depois da partida.
Decidiu-se que ficariam? Então que tivessem vigilância todo o tempo da permanência. Todos os minutos. Ficariam em quartos isolados, as refeições seriam nesses aposentos, não poderiam sair dos mesmos em momento algum, só na hora de ir ao aeroporto.
Não aconteceu isso. E, se de fato houve um acordo –e é incrível como não se põe um trato tão importante no papel–, a Argentina não cumpriu, dizendo-se amparada pela Conmebol, a confederação sul-americana.
Aí é que entra o ardil. Imagino a fala de um dirigente: “Não tem ninguém vigiando os jogadores. Então deve ser só blá-blá-blá esse papo de quarentena. Vamos para o estádio, o jogo começa, aí já não dá para fazerem nada”.
Só que deu. E pegou mal para todos. Anvisa, Conmebol, seleção argentina. Sobrou até para a Polícia Federal, que teria chegado ao hotel só depois de o ônibus com os jogadores (incluindo a quadra que deveria estar confinada) ter saído para o estádio.
A solução esportiva depois da suspensão da partida, pois os argentinos se recusaram a atuar sem a presença de Martínez, Romero e Lo Celso, titulares contra o Brasil –Buendía não foi relacionado para o jogo–, será da Fifa, responsável pelas Eliminatórias.
A solução sanitária, percebe-se, está muito longe se ser equalizada. Leis, protocolos, acordos, nada disso serve se tudo é “para inglês ver”. Não há comprometimento, não há seriedade, não há bom senso.
A Inglaterra é país que o Brasil considera oferecer perigo sanitário? Sim. Martínez, Romero, Lo Celso e Buendía ofereciam esse risco? Sim. Poderiam estar infectados, mesmo assintomáticos e tendo testado negativo? Sim.
E os quatro estavam convivendo, em hotéis, ônibus, aviões, refeitórios, treinamentos, com todos os demais, havia pelo menos cinco dias. Os jogadores conversam entre eles, próximos, nem sempre usando máscara. Abraçam-se. Obviamente há chance, mesmo que pequena, de contágio.
Ou seja, nem os “ingleses” nem ninguém, absolutamente ninguém da delegação argentina, poderia entrar no Brasil.
Afirmar que, como passaram pela barreira de segurança e adentraram o país, não deveriam –todos, não só os quatro– circular por lugar nenhum, a fim de não terem contato com pessoas, é uma obviedade que governantes e dirigentes esportivos deveriam enxergar.
Isso se a questão de saúde fosse levada a sério, conforme a própria legislação determina.
Só que estamos no Brasil, país tanto do futebol como do descaso, da displicência, da negligência.
Por aqui, enxergar o óbvio mostra-se tão difícil como enxergar o sol em um dia nebuloso.
]]>Duas questões fizeram as agremiações, amparadas por suas respectivas ligas, confrontar a entidade máxima do futebol: a pandemia de coronavírus e, no caso da América do Sul, a rodada tripla.
Na Inglaterra, a Premier League já avisou que os times não irão liberar os jogadores porque o Brasil está na “lista vermelha” do governo britânico.
Assim, os atletas que viajarem ao Brasil precisarão na volta à Inglaterra cumprir uma quarentena, ficando dez dias confinados em um hotel, para evitar risco de disseminação do coronavírus.
Isso faria com que eles desfalcassem suas respectivas equipes mais longamente do que elas gostariam, em competições nacionais e internacionais.
Na América do Sul, a Conmebol (confederação sul-americana) corre para terminar seu qualificatório, atrasado devido à não realização de partidas no pico da pandemia, a tempo do sorteio dos grupos para a Copa do Qatar.
Para isso, foi marcada rodada tripla (e não dupla, como é praxe) para setembro. O Brasil jogará nos dias 2 (Chile), 5 (Argentina) e 9 (Peru).
A ocorrência de mais duas rodadas neste ano (outra tripla, em outubro, e uma dupla, em novembro) deixa ainda mais insatisfeitos os clubes europeus, que teriam de liberar seus craques novamente em um curto intervalo de tempo.
A Associação de Clubes Europeus (ECA, na sigla em inglês) expôs sua discordância: “A ECA não aceitará que um órgão governante como a Fifa abuse de sua função reguladora para colocar seus interesses comerciais e os de suas associações acima do bem-estar físico dos jogadores e dos interesses esportivos dos clubes”.
O que é certo neste momento é que os times ingleses não liberarão seus atletas, o que deixa a seleção brasileira sem nove dos listados por Tite na convocação: Alisson, Fabinho e Firmino (Liverpool); Ederson e Gabriel Jesus (Manchester City); Thiago Silva (Chelsea), Richarlison (Everton), Fred (Manchester United) e Raphinha (Leeds).
Em relação a este último, a ausência será especialmente sentida –pelo próprio. Segundo o departamento de comunicação do Leeds, o atacante de 24 anos está “desesperado” para defender pela primeira vez a seleção.
Na Espanha, LaLiga, a organizadora do campeonato nacional, posicionou-se a favor dos clubes que decidirem não fornecer seus atletas para as partidas do qualificatório sul-americano.
LaLiga comprometeu-se inclusive a agir juridicamente, se necessário, em possível embate com a Fifa.
De acordo com o Código Disciplinar da Fifa, clubes que não cederem seus jogadores estão sujeitos a punições, como multa, suspensão de atletas, perda de pontos no campeonato e até rebaixamento de divisão.
A decisão do Real Madrid afetará a seleção brasileira, já que Casemiro e Éder Militão estão convocados, assim como a do Atlético de Madrid, que acaba de contratar Matheus Cunha.
Os outros jogadores chamados por Tite que defendem equipes europeias são: Marquinhos e Neymar (PSG/França); Bruno Guimarães e Lucas Paquetá (Lyon/França); Danilo e Alex Sandro (Juventus/Itália); Lucas Veríssimo (Benfica/Portugal); e Claudinho (Zenit/Rússia).
Caso nenhum deles tenha permissão para vir ao Brasil, restam a Tite cinco atletas da lista divulgada no dia 13: o goleiro Weverton (Palmeiras), os laterais Daniel Alves (São Paulo) e Guilherme Arana (Atlético-MG), o meia Éverton Ribeiro (Flamengo) e o atacante Gabigol (Flamengo).
Ainda deve haver negociações e ações nos bastidores nos próximos dias para que pelo menos parte dos “europeus” possa servir a seleção, mas Tite certamente já elabora uma relação de jogadores que atuam no Brasil para substituir os que não poderão vir.
Nesse cenário de abertura de vagas, nomes em evidência no Brasileiro e/ou na Libertadores ou na Copa Sul-Americana, como Hulk (Atlético-MG), Bruno Henrique (Flamengo), Gustavo Scarpa (Palmeiras), Santos (Athletico-PR), Edenílson (Internacional) e Léo Ortiz (Bragantino), entre outros, têm chance de atuar pelo Brasil nesta rodada das Eliminatórias.
]]>O primeiro brilhou no mediano Bragantino, time do interior paulista, e defendeu a seleção olímpica medalha de ouro nas Olimpíadas de Tóquio.
Foi contratado pelo Zenit, atual tricampeão russo, e poderá estrear neste domingo (15) ante o Lokomotiv de Moscou, como visitante.
O segundo destacou-se na mais recente temporada da Premier League (Campeonato Inglês) pelo mediano Leeds United, dirigido pelo argentino Marcelo “Loco” Bielsa.
Não foi contratado por nenhum time mais forte e jogaria neste sábado (14), contra o Manchester United, na Premier League, como visitante.
Ao vê-los na lista de Tite, me veio a pergunta: vão jogar ou apenas bater palmas?
Se você desconhece o termo “bater palmas”, explico, já que um dia eu também o desconhecia.
Estava, quando trabalhava na editoria de Esporte da Folha, em viagem ao interior de São Paulo, no fim dos anos 1990, para acompanhar uma decisão do Campeonato Paulista de basquete entre o Ribeirão Preto e o Franca.
Em conversa com o treinador do Ribeirão, Jorge Guerra, o Guerrinha (armador campeão pan-americano em Indianápolis-1987), ele me falava sobre seu time, e em um momento, quando questionei acerca de um dos jogadores, ele soltou algo como: “Esse aí só fica batendo palmas”.
Não entendi e perguntei do que se tratava, e Guerrinha explicou que tal atleta era o último reserva, que a chance de ele entrar em quadra era mínima, então ficava no banco “batendo palmas” todo o jogo, ou seja, incentivando os companheiros.
Será que isso vai acontecer com Raphinha e com Claudinho nas partidas contra Chile, em Santiago (dia 2 de setembro), Argentina, em São Paulo (dia 5), e Peru, na pernambucana São Lourenço da Mata (dia 9)?
Considero muito provável.
Primeiro porque são calouros na seleção, e a concorrência de gente que já frequenta a equipe há mais tempo é enorme.
Para atacar, a seleção tem Neymar, Richarlison, Gabriel Jesus, Firmino, Gabigol, Lucas Paquetá, Éverton Ribeiro e Matheus Cunha.
Segundo porque Matheus Cunha, que foi calouro em convocação para as partidas diante de Peru e Bolívia, em outubro passado, também pelas Eliminatórias, somente bateu palmas.
Camisa 9 às costas, não atuou um único minuto. Nem contra os bolivianos, em jogo fácil (goleada por 5 a 0), Tite deu oportunidade ao novato.
Veja só: Lucas Paquetá, pelas boas apresentações na Copa América, deve ser titular, assim como Richarlison e Gabriel Jesus. Neymar, então, é titularíssimo, só não joga se não quiser. Paquetá sai? Entra Éverton Ribeiro. Richarlison e Jesus saem? Entram Firmino e Gabigol. Neymar não sai.
E o próximo da fila, entre os suplentes, é justamente Matheus Cunha. Nesse contexto, minguam as chances de Raphinha e Claudinho terem minutos em campo.
Cada um deles precisará ou arrebentar nos poucos treinamentos, a fim de convencer Tite a colocá-los à frente dos veteranos, que certamente ficarão descontentes –isso de “compor o grupo” é papo, quem está lá quer jogar o máximo que puder–, ou contar com a lesão de alguém –logicamente não se torce por isso.
Uma pena que, quase certo, os dois baterão palmas o tempo todo (ou quase todo), já que são jogadores ótimos.
Velozes, driblam com extrema facilidade; se Claudinho é bom finalizador, Raphinha tem a vantagem de ser um bom garçom: foram nove assistências no último Inglês, o sexto melhor no ranking.
O que é alentador é que, se eles ficarem restritos às palmas, será porque os que estão jogando estarão arrebentando –tomara não só aos olhos de Tite, mas aos olhos de todos.
]]>Os principais destaques da campanha em solo japonês foram Richarlison e Matheus Cunha, com respectivamente cinco e três gols marcados, além do também atacante Malcom, autor do gol que rendeu o ouro.
Medalha dourada no peito, qual a chance de eles triunfarem na temporada que está começando em alguns países, em vias de começar em outros e em andamento na América do Sul?
E os demais integrantes da seleção olímpica? Há possibilidade real de erguerem um troféu nos próximos meses ou a equipe que cada um defende está longe de ser favorita?
Eis a situação de cada um, dos 11 titulares aos 11 reservas da seleção olímpica.
Santos
Goleiro titular. O Athletico-PR participa de três competições. Está em sexto lugar no Campeonato Brasileiro, a 11 pontos do líder (Atlético-MG). Na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana, disputará as quartas de final. Enfrentará Santos, na primeira, e LDU (Equador), na segunda.
Lateral direito titular. O São Paulo está em três campeonatos. No Brasileiro, vai mal. Em 16º, luta contra o rebaixamento. Na Libertadores, tem um duelo dificílimo nas quartas de final (Palmeiras). Na Copa do Brasil, também nas quartas de final, o adversário é o Fortaleza, terceiro colocado no Brasileiro, que no sábado ganhou do Palmeiras no Allianz Parque.
Nino
Zagueiro titular. O Fluminense disputa o Brasileiro e as quartas de final de Libertadores e Copa do Brasil. Não é favorito no campeonato nacional, no qual ocupa a 13ª colocação. Os confrontos nos mata-matas são difíceis, especialmente o da Copa do Brasil (Atlético-MG, líder do Brasileiro). Na competição continental, o oponente é o Barcelona (Equador).
Diego Carlos
Zagueiro titular. Defende o Sevilla (Espanha), que não é campeão espanhol desde 1945/46. Na Liga dos Campeões da Europa (Champions) e na Copa do Rei, jogará como azarão, especialmente na primeira.
Guilherme Arana
Lateral esquerdo titular. O Atlético-MG está muito forte atualmente. Lidera o Brasileiro, dois pontos à frente do Palmeiras, e é favorito contra o Fluminense nas quartas de final da Copa do Brasil. Na Libertadores, o rival nessa mesma fase é indigesto: o argentino River Plate.
Douglas Luiz
Volante titular. Defende o Aston Villa (Inglaterra). Perdeu na semana passada seu melhor jogador (Grealish, vendido ao Manchester City) e será surpresa se conseguir qualquer título. É time para meio de tabela na Premier League, e não está em torneios internacionais. Nos nacionais (Copa da Inglaterra e Copa da Liga Inglesa), não é campeão desde 1996 (Copa da Liga).
Bruno Guimarães
Volante titular. Defende o Lyon (França). Ganhar o Campeonato Francês, ou mesmo uma Copa nacional, tendo o poderosíssimo Paris Saint-Germain (de Neymar e talvez de Messi) participando, é tarefa inglória, porém não impossível –neste ano, o Lille surpreendeu e ganhou a Ligue 1, e o Lyon perdeu só na disputa de pênaltis para o PSG a Copa da Liga. Disputará também a Liga Europa, segundo torneio em importância no velho continente.
Claudinho
Meia titular. Acaba de trocar o Bragantino pelo russo Zenit, onde será companheiro de Malcom. O clube de São Petersburgo lidera o Campeonato Russo, do qual é o atual tricampeão, com três vitórias em três partidas. O time sempre é bem cotado para ganhar a Copa local –nos últimos anos, a venceu em 2016 e em 2020–, porém deve ser figurante na Champions League.
Anthony
Atacante titular. O Ajax é o atual bicampeão nacional e, junto com o PSV, a maior força do futebol holandês. A equipe conquistou as duas edições mais recentes da Copa da Holanda. Na Champions League, devido à força dos oponentes de ligas mais fortes (Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França), o título é improvável.
Atacante titular. Defende o Hertha Berlin (Alemanha). A temporada promete ser de seca. O time da capital lutou contra o rebaixamento na Bundesliga mais recente –não é campeão desde 1931–, jamais ganhou a Copa da Alemanha e não disputará torneios internacionais. Uma transferência de clube parece ser o melhor caminho para Matheus Cunha.
Richarlison
Atacante titular. Defende o Everton (Inglaterra). Situação similar à de Douglas Luiz. O time azul de Liverpool deve ficar em posição intermediária na Premier League, lutando talvez por vaga em competição europeia (não a Champions, mas a Liga Europa ou a novata Liga Conferência). O clube não é campeão desde 1995, quando ganhou a Copa da Inglaterra e a Supercopa da Inglaterra.
Brenno
Goleiro reserva. O Grêmio faz um péssimo Brasileiro –é o penúltimo colocado– e nas quartas de final da Copa do Brasil terá uma pedreira: o Flamengo.
Lucão
Goleiro reserva. Tem a concorrência do experiente Vanderlei pela vaga de titular no Vasco. O time carioca está em um modesto sétimo lugar na Série B do Brasileiro e já foi eliminado da Copa do Brasil.
Bruno Fuchs
Zagueiro reserva. Defende o CSKA (Rússia). O time é uma das forças de Moscou, junto com o Lokomotiv e o Spartak, porém ficou apenas em sexto em 2020/21 e começou mal o atual Campeonato Russo, com uma vitórias e duas derrotas, já vendo o Zenit distante na tabela. Ergueu o troféu pela última vez em 2016; na Copa local, não vence desde 2013.
Ricardo Graça
Zagueiro reserva. Mesma situação do goleiro Lucão no Vasco da Gama.
Abner
Lateral esquerdo reserva. Mesma situação do goleiro Santos no Athletico Paranaense.
Gabriel Menino
Volante/lateral direito reserva. O Palmeiras tem um dos melhores elencos do Brasil e está em segundo no Brasileiro, atrás somente do Atlético-MG. Já foi eliminado da Copa do Brasil, e nas quartas de final da Libertadores fará o clássico com o São Paulo.
Matheus Henrique
Meio-campista reserva. Está em vias de deixar o Grêmio para atuar pelo Sassuolo (Itália). O time, que tem só dois títulos em sua história (o da Série B do Italiano, em 2013, e a Supercopa da Série C, em 2008), chegou em oitavo lugar na Série A (primeira divisão) nas duas temporadas mais recentes e brigará por vaga em competição europeia. Caso a negociação fracasse, viverá a mesma situação do goleiro Brenno no tricolor gaúcho.
Reinier
Meia-atacante reserva. Defende o Borussia Dortmund (Alemanha), emprestado pelo Real Madrid. Atual campeão da Copa da Alemanha, o time é um dos candidatos ao título do Campeonato Alemão, o qual venceu pela última vez em 2012. O problema é ter a concorrência do Bayern de Munique, que ganha sempre desde 2013. Os dois clubes se enfrentarão no dia 17 deste mês pelo título da Supercopa da Alemanha. O Dortmund também disputará, sem favoritismo, a Champions League.
Malcom
Atacante reserva. Mesma situação do meia Claudinho no Zenit, da Rússia.
Paulinho
Atacante reserva. Defende o Bayer Leverkusen (Alemanha). A equipe terminou a Bundesliga 2020/21 em sexto lugar, muito distante (26 pontos) do campeão, o Bayern. A colocação assegurou uma vaga na Liga Europa, mas será uma enorme surpresa se o Leverkusen vencê-la. Na Copa da Alemanha, um único título, em 1993.
Gabriel Martinelli
Atacante reserva. Defende o Arsenal (Inglaterra). Um dos grandes ingleses, o time londrino decepcionou na última Premier League, na qual ficou na oitava posição, não se classificando para nenhuma competição europeia. As esperanças maiores de título estão depositadas nas Copas, a da Inglaterra e a da Liga Inglesa.
Em resumo, as melhores chances de ser campeão a curto ou médio prazo, considerando o retrato atual dos campeonatos e das equipes, pertencem a Guilherme Arana (Atlético-MG), Gabriel Menino (Palmeiras), Claudinho, Malcom (ambos Zenit) e Anthony (Ajax).
E as piores são de Matheus Cunha (Hertha Berlin), Douglas Luiz (Aston Villa), Richarlison (Everton), Paulinho (Bayer Leverkusen) e Lucão (Vasco).
*
Em tempo: André Jardine, o treinador campeão nos Jogos Olímpicos no Japão, não tem vínculo com nenhum clube e definirá seu rumo depois de conversar com a direção da Confederação Brasileira de Futebol.
]]>Ao longo da história da seleção, iniciada em 1914, somente um treinador se sustentou na direção da equipe por um intervalo sequencial tão longo.
O mineiro Flávio Rodrigues Costa (1906-1999) dirigiu a seleção pela primeira vez no dia 14 de maio de 1944, numa goleada por 6 a 1 do Brasil sobre o Uruguai, em um amistoso em São Januário, no Rio. Os gols do Brasil foram de Eduardo Lima (2), Isaías, Tesourinha, Ruy e Lelé.
Nesse e no jogo seguinte, também em maio daquele ano, Flávio Costa dividiu o banco de reservas com outro treinador, o português Jorge Gomes de Lima, o Joreca (1904-1949).
A partir de 1945, Costa prosseguiu sozinho. Ele permaneceu até o dia 16 de julho de 1950, dia da fatídica derrota por 2 a 1, de virada, na decisão da Copa do Mundo de 1950, no Maracanã lotado.
Ironia do destino, Costa encerrou esse ciclo na seleção, na partida que ficou conhecida como Maracanazo, perdendo para o mesmo oponente, o Uruguai, que lhe rendera sucesso na estreia.
Assim, do seu jogo inicial até o final, ele esteve com a seleção 2.255 dias. Não obtive a informação da data em que Costa foi nomeado pela CBD (Confederação Brasileira de Desportos) para a função.
Tite está no cargo desde 20 de junho de 2016, há exatos 1.826 dias. Sua estreia ocorreu no dia 1º de setembro desse ano, uma vitória por 3 a 0 sobre o Equador, no Estádio Olímpico Atahualpa, em Quito, com gols de Gabriel Jesus (2) e Neymar.
E qual deles, Flávio Costa ou Tite, teve um desempenho superior ao completar cinco anos no comando da seleção?
Em conquistas, Tite faturou uma Copa América (2019), mesma quantia de Costa (1949), podendo passar à frente se ganhar a que está em andamento no Brasil.
Os dois têm no currículo um título do Superclássico das Américas, contra a Argentina. Tite em 2018, Costa em 1945, quando a disputa era chamada de Copa Roca.
E ambos amargam um revés em Copa do Mundo. Tite na de 2018, na Rússia; Costa, como mencionado, na de 1950.
Iguais nos títulos (desconsidero neste texto a conquista de Costa na Taça do Atlântico, em 1946, pois Tite não tem como disputar essa competição, já extinta), o critério de desempate, por ora, fica sendo o aproveitamento de vitórias.
E nesse item Tite leva: acumula 75%. Em 56 jogos, foram 42 triunfos, dez empates e quatro derrotas.
Costa teve 67% (43 jogos, 29 vitórias, seis empates e oito derrotas).
Em tempo: Além do período mencionado, Flávio Costa esteve à frente da seleção brasileira em outros 17 jogos, em 1955 e em 1956, registrando 11 vitórias, três empates e três derrotas.
]]>Em todas as vezes que o Brasil sediou a competição –foram cinco–, a seleção verde e amarela saiu vencedora.
A primeira, em 1919. A última, em 2019. Ente elas, em 1922, em 1949 e em 1989.
Nas outras 41 edições, nas quais o Brasil não foi o organizador, a seleção faturou somente quatro títulos.
Ou seja, em casa, o aproveitamento é de 100%; fora, despenca para pouco menos de 10%%.
Se a história traz otimismo, há a outra face da moeda.
A pressão por ganhar, pelo fato de atuar em território brasileiro, torna-se muito maior, quase uma obrigação.
Qualquer resultado que não seja disputar a final será considerado um fracasso.
Mas esse é um desafio que certamente não amedronta Tite, que já tem experiência (vencedora) na competição e desta vez, diferentemente de dois anos atrás, contará com Neymar, seu melhor jogador –caso ele não se machuque, como ocorreu antes da disputa de 2019.
Se vencer, Tite não será o primeiro técnico a ser duas vezes campeão com o Brasil na Copa América, que até 1975 era chamada de Sul-Americano.
Nas conquistas de 1919 e de 1922, nas quais a seleção teve mais de um treinador no comando (cinco e três, respectivamente), Amílcar Barbuy e Ferreira Vianna Neto estavam na comissão técnica.
Antes de iniciar a busca pelo heptacampeonato continental –o Uruguai é o maior vencedor, com 15 títulos–, o Brasil terá dois compromissos pelas Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar: nesta sexta (4), contra o Equador, e na terça (8), diante do Paraguai.
A estreia da seleção na Copa América, em cidade e estádio a serem anunciados (as sedes serão Distrito Federal, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Goiás), será na segunda-feira, dia 14, contra os venezuelanos.
Também estão no grupo do Brasil, o A, Peru, Colômbia e Equador, a quem enfrentará nessa ordem.
O Grupo B tem a Argentina de Messi, a Bolívia, o Chile, o Paraguai e o Uruguai.
A competição começa no dia 13 (domingo) e termina, caso não haja alteração, no dia 10 de julho, um sábado.
Na TV, exibirão a Copa América o SBT e os canais Disney (ESPN e Fox Sports).
]]>Os gols que rarearam no Liverpool desde o começo da temporada 2020/2021 estão saindo com o uniforme da seleção brasileira.
Firmino marcou nesta sexta (13), no Morumbi, em São Paulo, o gol solitário em Brasil x Venezuela, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, que será no Qatar.
A vitória deixou a seleção de Tite com nove pontos, no topo do classificatório. Depois de três jornadas, somente o Brasil tem 100% de aproveitamento. A Argentina tem sete pontos, e Uruguai e Equador, seis cada um.
Na rodada inicial, Firmino marcou duas vezes na goleada por 5 a 0 diante da Bolívia, no estádio do Corinthians. Os três gols fazem dele o coartilheiro do Brasil nas eliminatórias, ao lado de Neymar, que está fora desta rodada dupla devido a uma lesão.
As atuações e os gols pela seleção servem para que o atacante ganhe confiança para tentar retomar a fase artilheira no clube inglês, desaparecida há algum tempo e que pode fazer com que perca a posição de titular.
Concorrente do brasileiro nos Reds, o recém-contratado português Diogo Jota vem se destacando e fazendo muitos gols (sete em 11 partidas).
Na atual temporada, Firmino atuou pelo atual campeão inglês em 12 jogos válidos por competição (oito na Premier League, três na Champions League e um na Supercopa da Inglaterra). Fez um mísero gol, contra o Sheffield United, no dia 24 de outubro.
Com a camisa 9 do Liverpool, jogou nessas partidas um total de 800 minutos. Ou seja, um único golzinho em mais de 13 horas em campo.
Com a camisa 20 da seleção canarinho, atuou 230 minutos nestas eliminatórias, somando os duelos com Bolívia, Peru e Venezuela. Em média, registou um gol a cada uma hora e 17 minutos (ou a cada 77 minutos), um desempenho bem positivo.
Firmino terá oportunidade para esticar seu momento goleador com a seleção na terça-feira (17), quando o Brasil visita o Uruguai em Montevidéu, às 20 horas (de Brasília).
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]]>Nem o mais pessimista dos brasileiros acredita que o Brasil possa perder para os bolivianos em sua estreia nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022, que será no Qatar.
A seleção comandada por Tite joga nesta sexta (9), às 21h30, em Itaquera, contra a Bolívia, que têm uma das mais fracas seleções da América do Sul.
Não, mesmo que Neymar não jogue, a Bolívia não assusta. Nas 20 partidas mais recentes, de 2018 para cá, ganhou meras duas, diante dos inexpressivos Mianmar e Haiti.
Nas demais, seis empates e 12 derrotas, incluindo as três na Copa América do ano passado, no Brasil –uma delas para a seleção brasileira, 3 a 0 no Morumbi–, que resultaram na eliminação na primeira fase.
Na teoria, o Brasil tem que não só ganhar mas golear, tamanha a superioridade individual no papel.
Perder é inimaginável. Até porque jamais perdeu um único jogo de eliminatória de Copa atuando em solo nacional. São 54 confrontos, 42 vitórias e 12 empates.
A Bolívia atuou como visitante diante do Brasil nas eliminatórias em sete ocasiões. Sete vitórias canarinhas? Não. Houve dois empates, 1 a 1 em 1985, em São Paulo, e 0 a 0 em 2008, no Rio.
Das cinco vitórias, três foram por goleada, um 6 a 0 em 1993, no Recife, um 5 a 0 em 2000, no Rio, e outro 5 a 0 em 2016, em Natal (Firmino, Coutinho e Neymar marcaram nesse duelo).
Geralmente frágil como visitante, tanto que será uma tremenda surpresa se arrancar um empate que seja no estádio do Corinthians –uma derrota verde e amarela será, sem dúvida, vexaminosa–, a Bolívia é a seleção que mais vezes superou o Brasil nas eliminatórias.
Isso deve-se ao fator casa/campo. Três vezes os bolivianos deixaram triunfantes o gramado no estádio Hernando Siles, na altitude de La Paz (3.640 metros), quase sempre um terror para quem lá se aventura.
A primeira delas, em 1993, foi histórica, já que marcou a primeira derrota do Brasil em um jogo de qualificação para uma Copa. Taffarel, o espetacular goleiro Taffarel, falhou em um dos gols (o de “El Diablo” Etcheverry) no 2 a 0. O técnico era Carlos Alberto Parreira.
Os outros reveses da seleção nacional na capital boliviana ocorreram em 2001 (3 a 1, com Felipão treinador) e em 2009 (2 a 1, com Dunga técnico).
Aliás, a última vez que o Brasil superou a Bolívia como visitante em eliminatórias foi em 1985, longínquos 35 anos atrás, um 2 a 0 no qual Casagrande, hoje comentarista da Globo, abriu o placar.
As outras nove derrotas do Brasil em jogos que contam para obter vaga em Mundiais foram para Argentina (duas vezes), Chile (duas), Paraguai (duas), Equador (duas) e Uruguai (uma).
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Em tempo: A Bolívia que buscará surpreender o Brasil, levando-se em conta o 11 provável que irá a campo, conta com jogadores que atuam somente no futebol local (a maioria de Blooming ou The Strongest), sendo dois nascidos no exterior (Erwin Sánchez Jr., Portugal, e Antonio Bustamante, EUA); laterais gêmeos (Jesús Sagredo, direito, e José Sagredo, esquerdo); treinador venezuelano (César Farías); e um jogador de 41 anos (Carlos Saucedo) como maior esperança de gols. “Temos um grande time, um grande grupo de companheiros, e essa é nossa fortaleza. Estamos confiantes e sabemos que conseguiremos um bom resultado”, disse o veterano, resoluto, na véspera da partida.
]]>Pudera. Entre os jogadores que integraram a equipe, eliminada nas quartas de final ante a Bélgica, o volante do Manchester United e o atacante do Shakhtar Donetsk estiveram entre os menos relevantes. Verdadeiras nulidades.
Jogadores do Inter de Porto Alegre antes de serem negociados com o futebol ucraniano, Taison e Fred não pisaram nos campos no Mundial russo. Entre os jogadores de linha, na mesma situação que eles esteve somente o zagueiro Pedro Geromel.
Contundido, Fred, não foi relacionado para a estreia, 1 a 1 contra a Suíça. Nos demais jogos, esteve na reserva e não foi utilizado por Tite. Taison não teve problema de lesão, porém esquentou o banco o tempo todo nas cinco partidas da seleção.
Desde então, o destro Taison, hoje com 32 anos, não foi mais lembrado por Tite, nem para amistosos nem para a Copa América de 2019, na qual o Brasil se sagrou campeão.
O canhoto Fred, de 27 anos, ainda teve oportunidades em amistosos no segundo semestre de 2018 antes de “cair no esquecimento” da comissão técnica da seleção.
Passados pouco mais de dois anos da Copa, Taison e Fred, surpreendentemente, estão em alta.
Encerrada a Liga Europa, no mês passado, eles integraram a lista da Uefa (entidade que rege o futebol europeu) dos melhores jogadores da competição, a segunda em importância no velho continente, atrás da Champions League.
Tanto o Man United, do mineiro Fred, como o Shakhtar, do gaúcho Taison, caíram nas semifinais –o Sevilla ganhou a Liga Europa ao superar a Inter de Milão da final.
Será que os bons desempenhos na competição são suficientes para que Tite volte a dar a eles uma chance na seleção?
O treinador convocará em breve –a CBF não divulgou a data, mas deve ser no fim da semana que vem– os jogadores para as primeiras partidas das eliminatórias para a Copa do Qatar-2022, nos dias 7 (Bolívia, em casa) e 12 (Peru, fora) de outubro.
Questionei a comissão técnica da seleção sobre a situação de Fred e Taison. Eles continuam sendo observados? Se sim, em quais partidas isso ocorreu? Qual a avaliação sobre eles?
Eis a resposta, lacônica, via assessoria de comunicação da CBF: “A comissão técnica da seleção brasileira não externa os nomes presentes em sua lista de observações”.
Ou seja, não há interesse de Tite e companhia em dar indicação a respeito da possibilidade de Fred e Taison retornarem à equipe verde e amarela.
Acredito, porém, que todos os atletas que atuam em clubes relevantes e/ou que participam de campeonatos de alto nível estão no radar de Tite e de seus observadores.
Isso coloca a dupla citada como postulante? Sim. Com qual chance? Reduzida. No caso de Taison, reduzidíssima.
No ataque, Tite tem outros preferidos no momento. Vários.
Além de Neymar, cuja vaga é cativa, estão (bem) à frente de Taison pelo menos seis jogadores: Philippe Coutinho, Gabriel “Gabigol”, Everton Cebolinha, Richarlison, Roberto Firmino e Gabriel Jesus.
Para volante, Casemiro, Arthur, Fabinho e Bruno Guimarães situam-se em patamar superior ao de Fred.
Que, aliás, nem titular do Man United deve ser no começo da temporada 2020/21 –o técnico Ole Solskjaer tem preferência por Pogba e Matic e ainda conta com o recém-contratado Van de Beek.
Desse modo, integrar a seleção da Liga Europa, ao lado de Lukaku, Rashford, Havertz e Banega, entre outros jogadores de ótimo nível, passa a ser apenas um ponto positivo no currículo de Fred e Taison.
Na prática, eles não deverão ter nova oportunidade com a camisa amarela, e, na análise deste que aqui escreve, não farão falta.
Taison, se fosse tudo isso, não estaria há nove temporadas no Shakhtar, da Ucrânia. Já teria sido contratado por uma grande liga europeia.
E Fred, ex-Shakhtar, se fosse tudo aquilo, não estaria na condição de opção no Man United –seria titular absoluto.
Sua chance existe porque, ao mesmo tempo em que atravessa boa fase, um concorrente direto, Arthur, está em momento de baixa.
Caso Tite opte por não chamar Arthur (que trocou a contragosto o Barcelona pela Juventus), Fred concorre com Fernandinho (Manchester City), Gerson (Flamengo) e Allan (ex-Napoli, atual Everton).
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