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Internautas deixam Brasil fora da equipe do ano da Uefa pela 2ª vez em 3 anos

Luís Curro

Desde 2001, a Uefa (entidade que controla o futebol na Europa) convida os internautas a escolher em seu site o time do ano.

Jogadores brasileiros têm marcado, mesmo sem uma grande variedade de nomes (dez ao todo), presença nessas seleções.

Os primeiros foram o lateral-esquerdo Roberto Carlos e o atacante Ronaldo Fenômeno, na equipe de 2002, ano em que o Brasil ganhou a Copa do Mundo da Coreia/Japão. Roberto Carlos também esteve no time de 2003.

Depois, os internautas votaram em massa no lateral-direito Cafu (2003 e 2004), nos meias Ronaldinho Gaúcho (2004, 2005 e 2006) e Kaká (2006, 2007 e 2009), nos laterais-direitos Daniel Alves (2007, 2009, 2011 e 2015) e Maicon (2010), no lateral-esquerdo Marcelo (2011), no zagueiro Thiago Silva (2011, 2012 e 2013) e no atacante Neymar (2015).

Nesta quinta (5), houve a divulgação da seleção de 2016, a saber:

Buffon (Itália/Juventus); Boateng (Alemanha/Bayern), Bonucci (Itália/Juventus), Piqué (Espanha/Barcelona) e Sergio Ramos (Espanha/Real Madrid); Modric (Croácia/Real Madrid), Kroos (Alemanha/Real Madrid) e Iniesta (Espanha/Barcelona); Messi (Argentina/Barcelona), Griezmann (França/Atlético de Madri) e Cristiano Ronaldo (Portugal/Real Madrid).

Buffon, Sergio Ramos, Bonucci, Boateng, Piqué, Modric, Kroos, Iniesta, Messi, Griezmann e Cristiano Ronaldo (Reprodução/Site da Uefa)
Buffon, Sergio Ramos, Bonucci, Boateng, Piqué, Modric, Kroos, Iniesta, Messi, Griezmann e Cristiano Ronaldo (Reprodução/Site da Uefa)

Pela segunda vez em três anos, nenhum brasileiro integra a lista dos considerados melhores segundo o voto popular, em eleição dominada pelos jovens. Dos 649.701 internautas que votaram, 62% (402.814) tinham entre 18 e 24 anos.

Não questiono Neymar não ter sido eleito – eu também não o incluí na minha seleção do ano.

Ele teve um 2016 ótimo, especialmente por ter liderado a seleção brasileira olímpica ao inédito ouro, nos Jogos do Rio de Janeiro, mas Messi, Cristiano Ronaldo e Griezmann jogaram mais que ele, assim como o uruguaio Suárez, que como Messi é companheiro do brasileiro no Barcelona.

O que surpreende é a ausência de Marcelo, que comeu a bola no ano passado pelo Real Madrid (inclusive com os títulos da Champions League e do Mundial de Clubes), e a presença de Boateng, que teve desempenho mediano pelo Bayern (esteve contundido quase quatro meses) e jogou uma Eurocopa boa, mas longe de ser espetacular.

A conclusão é que, aos olhos do público que assiste ao futebol europeu, não há um brasileiro que esteja empolgando recentemente, com regularidade, como vinha sendo praxe desde o início deste século – o último a ser uma unanimidade foi Thiago Silva (PSG), mas isso terminou três anos atrás.

E o cenário para uma mudança não é animador.

Entre os jogadores da seleção brasileira, Neymar é o único hoje em condição de ser uma estrela de brilho intenso e duradouro, só que o tempo está passando e ele parece ter se rendido ao papel de coadjuvante de Messi e até mesmo de Suárez no Barça.

Resta observar Gabriel Jesus, de 19 anos, que logo deve estrear pelo Manchester City.

Se ele jogar (há chance, já que o argentino Agüero tem lesões musculares frequentes e o técnico Pep Guardiola não parece depositar total confiança no reserva imediato, o nigeriano Iheanacho, de 20 anos) e repetir no clube inglês as atuações pelo Palmeiras, com muitos gols e disposição, certamente encantará a Europa já neste 2017.

Em tempo 1: Sergio Ramos foi o jogador mais votado (488.908 escolhas), surpreendentemente à frente dos cracaços Cristiano Ronaldo (450.220) e Messi (418.449). O beque do Real Madrid esteve em três de cada quatro times montados. Já Griezmann teve o menor número de votos (203.926) dados pelos usuários do Uefa.com.

O argelino Mahrez, do Leicester, eleito o melhor jogador africano de 2016 (Reprodução/Site da Confederação Africana de Futebol)
O argelino Mahrez, do Leicester, eleito o melhor jogador africano de 2016 (Reprodução/Twitter da Confederação Africana de Futebol)

Em tempo 2: O jogador africano de 2016, em eleição da Confederação Africana de Futebol (CAF), na qual votam jornalistas, treinadores, dirigentes (de seleções e da confederação) e especialistas, é o argelino Mahrez, vital para o pequeno Leicester surpreender e se sagrar pela 1ª vez campeão inglês. Ele ficou à frente do irreverente gabonense Aubameyang, artilheiro do Borussia Dortmund (vencedor do prêmio de 2015), e do senegalês Mané, atacante do Liverpool.

Em tempo 3: Quer saber o time da Uefa escolhido pelos internautas na primeira eleição, em 2001? Ei-lo, com nada menos que cinco franceses, todos campeões mundiais em 1998: Cañizares (Espanha/Valencia); Contra (Romênia/Alavés), Hyypia (Finlândia/Liverpool), Andersson (Suécia/Liverpool) e Lizarazu (França/Bayern); Beckham (Inglaterra/Manchester United), Vieira (França/Arsenal), Zidane (França/Real Madrid) e Kily González (Argentina/Valencia); Henry (França/Arsenal) e Trezeguet (França/Juventus). É um dos quatro times que não contam com brasileiros – os outros são os de 2008, 2014 e 2016.

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