Prêmio iguala Cristiano Ronaldo não só a Messi, mas a craques de outras épocas
Era esperado. Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, superou os outros dois finalistas, o galês Gareth Bale (também do Real) e o francês Antoine Griezmann (do Atlético de Madri), e faturou o prêmio da Uefa de melhor jogador da Europa na temporada 2015-2016.
É a terceira vez que o português de 31 anos ganha o troféu, oferecido desde 2010-2011 e sucessor da famosa Bola de Ouro – esta última premiação, criada em 1956, fundiu-se com a de melhor jogador do mundo, da Fifa. As outras duas foram em 2008 e 2014.
Além do CR7, somente quatro futebolistas conseguiram ser eleitos três vezes, na votação de jornalistas, o melhor no intervalo de 12 meses.
Um deles está na ativa. É o argentino Messi, arquirrival de Cristiano Ronaldo na disputa Real Madrid x Barcelona, na disputa pela artilharia de competições, na disputa por prêmios individuais… e por aí vai. O argentino ganhou em 2009, 2011 e 2015.
Os outros três são craques dos anos 70, 80 e 90: Johan Cruyff, melhor jogador da história da Holanda (morto neste ano), Marco van Basten, compatriota de Cruyff, superatilheiro do esquadrão do Milan do final da década de 1980 e início da de 1990, e Michel Platini, astro da Juventus e da seleção francesa.
Platini é o único a ter ganhado a Bola de Ouro por três anos seguidos: 1983 a 1985 – ou seja, reinou por 36 meses consecutivos. Cruyff levou o troféu em 1971, pelo Ajax, e em 1973 e 1974, pelo Barcelona. Van Basten, em 1988, 1989 e 1992.

E esta conquista de Cristiano Ronaldo, foi merecida? Sim. Na comparação com Bale e Griezmann, ele levou vantagem.
Teve papel fundamental tanto na conquista da Champions League pelo Real Madrid como na da inédita Eurocopa por Portugal. Nas duas finais, é verdade, não brilhou. Na primeira, após o empate com o Atlético no tempo normal e na prorrogação, seu grande mérito foi converter a cobrança decisiva na disputa de pênaltis. Na segunda, saiu lesionado no primeiro tempo, porém sua liderança, mesmo fora de campo (e não só nesse jogo), foi inegável.
Griezmann, que às vésperas da premiação declarou ser merecedor dela, desperdiçou uma chance talvez única. Errou um pênalti na decisão da Champions – acertou a trave. E, com a anfitriã França favorita diante de Portugal na final da Euro, passou em branco.
Bale nem merecia ser finalista. Ok, ele liderou a histórica campanha do País de Gales até a semifinal da Euro (perdeu de Portugal), teve jogos bons pelo Real no Espanhol e… só. Não me pareceu suficiente para superar o uruguaio Luis Suárez, campeão mundial e espanhol pelo Barcelona e o principal artilheiro de um campeonato nacional relevante na temporada europeia (seus 40 gols lhe valeram a Chuteira de Ouro).
A Messi, que continuou a jogar o fino da bola em 2015-2016, notabilizando-se não só pelos gols (marcou o de número 500 na carreira e ficou com o prêmio da Uefa de gol mais bonito, em votação dos internautas) mas pelas assistências (16 apenas no Espanhol), faltou ganhar a Copa América Centenário com a Argentina. Muito bem marcado na final, pouco fez, e ainda chutou por cima na disputa de pênaltis contra o Chile.
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Como a conquista do prêmio de melhor da Europa costuma ser uma prévia do de melhor do mundo, entregue pela Fifa em janeiro, é provável que Cristiano Ronaldo amplie sua coleção de troféus daqui a pouco mais de quatro meses.
Em tempo: Qual foi o brasileiro que mais vezes ganhou a Bola de Ouro? Ronaldo Fenômeno, duas vezes: em 1997 (Inter de Milão) e em 2002 (Real Madrid). Rivaldo (Barcelona, em 1999), Ronaldinho Gaúcho (Barcelona, em 2005) e Kaká (Milan, em 2007) foram os outros brasucas vencedores.