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Com De Ligt na Juventus, Holanda tem os dois beques mais caros da história

Cobiçado pelo Barcelona, o zagueiro holandês Matthijs de Ligt, de apenas 19 anos, acertou nesta semana sua ida do Ajax para a Juventus.

O valor da transferência do clube da Holanda para o da Itália não foi divulgado, mas o valor, de acordo com publicações da mídia europeia, varia de 70 milhões (R$ 296 milhões) a 75 milhões (R$ 317 milhões).

Essa quantia torna De Ligt o segundo zagueiro mais caro da história do futebol, atrás apenas do seu compatriota Virgil van Dijk, do Liverpool, atual campeão europeu.

Van Dijk, considerado o melhor beque da atualidade, sendo inclusive forte candidato a ganhar os prêmios de melhor do mundo neste ano, foi vendido ao Liverpool pelo também inglês Southampton, no início do ano passado, por 84,5 milhões (R$ 357,5 milhões pelo câmbio atual).

O terceiro zagueiro na lista das mais dispendiosas transações futebolísticas é o francês Aymeric Laporte, ex-Athletic Bilbao, contratado pelo Manchester City por 65,2 milhões no começo de 2018.

De Ligt (1,89 m e 89 kg) e Van Dijk (28 anos, 1,93 m e 92 kg) são, vestindo respectivamente as camisas 3 e 4, titulares da seleção holandesa, que, depois de uma fase muito ruim – não se classificou nem para a Eurocopa de 2016 nem para a Copa do Mundo de 2018 –, ressurgiu.

Os zagueiros De Ligt (atrás) e Van Dijk antes da decisão da Liga das Nações contra Portugal, no Estádio do Dragão, no Porto (Rafael Marchante – 9.jun.2019/Reuters)

Chegou à decisão da primeira edição da Liga das Nações, passando pela Inglaterra por 3 a 1 na semifinal – partida em que De Ligt fez gol –, e em jogo muito duro perdeu para Portugal de Cristiano Ronaldo, que atuou em casa, por 1 a 0, no mês passado.

O CR7, aliás, convidou o holandês para juntar-se a ele na Juventus depois da partida na cidade do Porto. Naquele momento, o jovem, surpreso, apenas riu. Pouco mais de um mês depois, tornou-se colega de time de um dos melhores jogadores da história.

De Ligt ganhou fama na temporada passada devido ao desempenho surpreendentemente bom do Ajax na Champions League.

Longe de ser favorita, a equipe de Amsterdã, capitaneada pelo adolescente, eliminou nas oitavas de final o Real Madrid, com uma goleada por 4 a 1 em Madri, e nas quartas de final a Juventus, com um 2 a 1, de virada, em Turim.

No jogo na Itália, De Ligt (pronuncia-se Licht) fez, de cabeça, o gol da vitória.

As cabeçadas são, por sinal, um dos pontos mais fortes dele, cuja presença no ataque nas bolas paradas (faltas e escanteios) é constante.

Nas semifinais da Champions, contra o Tottenham, De Ligt voltou a marcar de cabeça, abrindo o placar na partida de volta.

O Ajax, entretanto, acabou eliminado de forma dramática, nos acréscimos do segundo tempo, ao perder por 3 a 2 em casa em um dia inspiradíssimo do brasileiro Lucas Moura, autor dos três gols do time inglês.

De Ligt, entretanto, já tinha exibido suas credenciais, e a transferência, todo o mundo sabia, era só uma questão de tempo.

Na Juventus, uma das equipes que mais sabem defender no mundo da bola, a chance de o futebol do zagueiro progredir é imensa.

Chega para ser titular? Pelo exorbitante valor pago, não dá para pensar de outro modo.

Estou, porém, curioso para saber como procederá o recém-contratado treinador Maurizio Sarri (ex-Chelsea).

Adepto da formação com dois beques, ele tem no elenco dois italianos consagrados, respeitados, muito experientes e com passagem de vários anos pela Squadra Azzurra: Bonucci, de 32 anos, e Chiellini, de 34. Este último, aquele mesmo que foi mordido pelo uruguaio Suárez na Copa do Brasil, em 2014.

Para a joia holandesa jogar, um deles tem de sair do time, ir para a reserva, e o escolhido pode não ficar nada satisfeito.

A outra opção é Sarri mudar o esquema e armar a Juve com três zagueiros. A Velha Senhora já teve muito sucesso atuando assim, com Bonucci, Barzagli e Chiellini.

Se não quiser fazer isso, a alternativa é o revezamento, e o treinador precisará de muita diplomacia – que não é o forte do estressado napolitano de 60 anos – para não criar descontentamento em ninguém, nem nos veteranos nem no novato.

Em tempo 1: Caso permaneçam atuando juntos pela Holanda (e não há razão para que não seja assim), De Ligt e Van Dijk devem formar a melhor zaga do país desde Ronald Koeman e Frank Rijkaard, campeã europeia em 1988, na Alemanha, parte daquele fantástico time dirigido por Rinus Michels que tinha também Ruud Gullit e Marco van Basten. Koeman, aliás, é o atual treinador da seleção laranja.

Em tempo 2: Completam o top 5 dos zagueiros cujas transferências foram as mais caras do futebol o brasileiro David Luiz (do Chelsea para o Paris Saint-Germain, em 2014, por estimados € 58 milhões) e o inglês John Stones (do Everton para o Manchester City, em 2016, por € 55,6 milhões).

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