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Eurocopa inchada dá a artilheiros chance maior de bater recorde de gols de Platini

Luís Curro

Na minha época de garoto e pré-adolescente, no início e meados dos anos 1980, havia três jogadores que eu considerava que jogavam demais: Zico, o argentino Maradona e o francês Platini.

Eram os melhores, e depois deles vinham outros que eu também admirava, como Sócrates, Roberto Dinamite, Falcão, os alemães Rummenige e Schumacher, o inglês Bryan Robson, o uruguaio Francescoli, o espanhol Butragueño, o mexicano Hugo Sánchez, o dinamarquês Laudrup, o soviético Dasaiev.

Platini, membro desse meu “top 3”, é até hoje, disparado, o maior artilheiro de uma Eurocopa, a competição que define a cada quatro anos, desde 1960,  a melhor seleção do velho continente. A atual bicampeã é a Espanha.

No torneio de 1984, na França, país-sede também da edição que começa nesta sexta (10), o meia-atacante, então com 28 anos, marcou nada menos do que nove gols – em apenas cinco partidas.

Balançou as redes em todos os jogos, incluindo um hat-trick (três gols em uma mesma partida) na primeira fase, na vitória por 3 a 2 contra a Iugoslávia.

No Parc des Princes, em Paris, Platini, capitão da França, ergue o troféu da Eurocopa, em 1984 (27.jun.1984/Associated Press)
No Parc des Princes, em Paris, Platini, capitão da França, ergue o troféu da Eurocopa, em 1984 (27.jun.1984/Associated Press)

Liderada por Platini, a França ganhou todos os jogos (Dinamarca, Bélgica, Iugoslávia, Portugal e Espanha, nessa ordem) para conquistar sua primeira Euro. Voltaria a ser campeã em 2000, sob a regência do cracaço Zidane.

Desde os nove gols de Platini, 32 anos atrás, o máximo goleador de uma Euro nunca ultrapassou os cinco gols. Obtiveram essa marca o holandês Van Basten (1988), o inglês Shearer (1996), o holandês Kluivert e o iugoslavo Milosevic (2000) e o tcheco Baros (2004).

Na última Euro, em 2012, nenhum jogador conseguiu fazer mais que três gols. Seis pararam nessa marca, incluindo o superartilheiro Cristiano Ronaldo.

Pois agora, devido à mudança no formato, que inchou o campeonato de 16 para 24 seleções, os goleadores têm chance maior de tentar alcançar o recorde de Platini, que parece inatingível.

Antes, não havia a fase de oitavas de final; agora, há. Ou seja, para ser campeão é necessário disputar sete partidas (como na Copa do jundo), e não mais seis. Esse jogo a mais pode fazer a diferença na artilharia.

Oportunidade para gente como Cristiano Ronaldo (Portugal), Lewandowski (Polônia), Griezmann (França), Ibrahimovic (Suécia), Müller (Alemanha) ou alguém menos cotado se consagrar atingindo o número mágico: dez gols.

Em tempo 1: Michel Platini, um gênio da bola, está há algum tempo envolto em denúncias de corrupção. Foi afastado da presidência da Uefa (entidade que rege o futebol na Europa) e se encontra banido do futebol por quatro anos.

Em tempo 2: A 15ª edição da Eurocopa começa com França x Romênia, às 16h (de Brasília). Band e SporTV exibem a partida.

Em tempo 3: Meu palpite para esta Euro? França campeã. Mas a maioria das previsões que fiz no início deste ano não vingaram, então… crescem as chances de Espanha e Alemanha, outras seleções tidas como favoritas, faturarem o troféu Henri Delaunay.

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