Quais os prováveis convocados de Tite para a Copa, a um ano dela
Já falta menos de um ano para o começo da Copa do Mundo do Qatar, a primeira a ser realizada no mundo árabe.
No dia 21 de novembro de 2022, duas seleções estarão correndo atrás da bola no estádio Al Bayt, na cidade de Al Khor.
Uma delas será a qatariana, por ser a anfitriã e cabeça de chave do Grupo A.
A outra será definida em sorteio em abril do próximo ano, em Doha, e não será a seleção brasileira, já que o Brasil será um dos cabeças de chave e, consequentemente, não fará companhia ao Qatar na fase de grupos.
A 364 dias do pontapé inicial do Mundial, o técnico Tite tem uma base consolidada para levar ao país do Oriente Médio.
Das 23 vagas (três goleiros e 20 jogadores de linha), se não houver problema de lesão ou disciplinar, 17 estão, teoricamente, definidas: os três goleiros, três zagueiros, dois laterais, três volantes, um meia e cinco atacantes.
A seguir, o panorama atual, setor por setor. Entre parênteses, o número de jogos em que o atleta foi titular após o encerramento da Copa na Rússia, em 2018 –o Brasil disputou 42 partidas desde então.
Goleiros (3)
Favoritos: Alisson (Liverpool), 29 anos, Ederson (Manchester City), 28, e Weverton (Palmeiras), 33.
Minha análise: O Brasil está muito bem servido de goleiros. Alisson (19 jogos) deve ser o titular pela segunda Copa seguida, sendo Ederson (16 jogos) o reserva imediato e Weverton (6 jogos), campeão olímpico na Rio-2016, o outro suplente. Neto (1 jogo), 32, do Barcelona, Everson (zero jogo), 31, do Atlético-MG, e Santos (zero jogo), 31, do Athletico-PR, campeão olímpico em Tóquio-2020, ficam em “stand by”.
Laterais (4)
Favoritos: Danilo (Juventus), 30 anos, Daniel Alves (Barcelona), 38, Alex Sandro (Juventus), 30, e Renan Lodi (Atlético de Madrid), 23. Guilherme Arana (Atlético-MG), 24, está no páreo.
Minha análise: Bom marcador, Danilo (25 jogos) é o titular na direita, porém, se Daniel Alves (11 jogos) estiver bem à época da convocação para a Copa, Tite pode escalá-lo, devido à maior técnica e, principalmente, experiência. Emerson (2 jogos), 22, do Tottenham, tem sido chamado e tenta entrar na briga. Na esquerda, Alex Sandro (21 jogos) aparece na frente na luta pela titularidade. Pelas ótimas apresentações pelo Atlético-MG, Guilherme Arana (1 jogo) ameaça Lodi (11 jogos), marcado negativamente pela falha contra a Argentina na final da Copa América deste ano.
Zagueiros (4)
Favoritos: Marquinhos (PSG), 27 anos, Éder Militão (Real Madrid), 23, e Thiago Silva (Chelsea), 37. Há disputa entre Lucas Veríssimo (Benfica), 26, Felipe (Atlético de Madrid), 32, Diego Carlos (Sevilla), 28, e Gabriel Magalhães (Arsenal), 23, pela vaga restante.
- Minha análise: Marquinhos (37 jogos) é unanimidade, e cada vez mais Militão (15 jogos) vai ganhando espaço e suplantando o experiente Thiago Silva (25 jogos), titular nas Copas de 2014 e 2018. Veríssimo (3 jogos) tem como rivais pela última vaga três jogadores (Felipe, Magalhães e Diego Carlos, este campeão olímpico no Japão) que não atuaram como titulares da seleção. Possivelmente o posto será de quem estiver melhor perto da Copa, e pode ser que até lá surja um novo nome. Convocado algumas vezes, Rodrigo Caio (zero jogo), do Flamengo, não é confiável devido aos constantes problemas físicos.
Volantes (4)
Favoritos: Casemiro (Real Madrid), 29 anos, Fred (Manchester United), 28, Fabinho (Liverpool), 28. A quarta vaga está aberta, com chance para Gerson (Olympique de Marselha), 24, Douglas Luiz (Aston Villa), 23, e Bruno Guimarães (Lyon), 24.
- Minha análise: Casemiro (31 jogos), um dos melhores da posição no mundo, é titularíssimo. Seu atual parceiro na contenção no meio-campo é o canhoto Fred (14 jogos). Douglas Luiz (5 jogos) ficou fora da última rodada das Eliminatórias, na qual esteve Gerson (3 jogos). Bruno Guimarães (1 jogo) é, como Douglas, medalha de ouro nas Olimpíadas de Tóquio. Tanto Arthur (18 jogos), 25, titular na conquista da Copa América de 2019 e que não consegue se firmar na Juventus, como Allan (5 jogos), 30, do Everton, que não foram convocados neste ano, parecem cartas fora do baralho.
Meias (2)
Favoritos: Lucas Paquetá (Lyon), 24 anos, e Éverton Ribeiro (Flamengo), 32. Philippe Coutinho (Barcelona), 29, corre por fora.
- Minha análise: Paquetá (17 jogos) é neste momento imprescindível à seleção –tem jogado bem e feito gols. Éverton (6 jogos) está em alta com Tite, e Coutinho (20 jogos), que tem convivido com lesões e jogado muito abaixo do que mostrava até a Copa de 2018, aparece como cotado devido à falta de nomes relevantes da posição nas listas de Tite, que ainda acredita no jogador. Edenílson (Internacional), 31, e o campeão olímpico Claudinho (Zenit), 24, sem partidas como titulares, são azarões.
Atacantes (6)
Favoritos: Neymar (PSG), 29 anos, Gabriel Jesus (Manchester City), 24, Roberto Firmino (Liverpool), 30, Richarlison (Everton), 24, e Gabigol (Flamengo), 25. Com chance: Raphinha (Leeds), 24, Vinicius Júnior (Real Madrid), 21, Antony (Ajax), 21, Matheus Cunha (Atlético de Madrid), 22, e Éverton Cebolinha (Benfica), 25.
- Minha análise: Neymar (26 jogos) é certeza na Copa, pois é o craque do time. Como Tite sempre apostou em Jesus (23 jogos), Firmino (24 jogos) e Richarlison (20 jogos), eles dificilmente ficarão fora do Mundial, mesmo não fazendo uma temporada regular por seus clubes. Gabigol (8 jogos), pelas atuações e pelos gols no Flamengo, também não deve ser excluído. Vini Jr. (2 jogos) e os canhotos Raphinha (3 jogos) e Antony (zero jogo) vêm se destacando em suas equipes. Reserva no Atlético, Matheus Cunha (1 jogo), campeão olímpico como Antony e Richarlison, deixou boa impressão no mais recente duelo pelas Eliminatórias, contra a Argentina. Éverton (10 jogos), presente nas Copas América de 2019 e de 2021, não repete no Benfica as atuações da época de Grêmio.
Feitas essas ponderações, creio que os 23 de Tite seriam: Alisson, Ederson, Weverton, Danilo, Daniel Alves, Alex Sandro, Renan Lodi, Marquinhos, Éder Militão, Thiago Silva, Lucas Veríssimo, Casemiro, Fred, Fabinho, Gerson, Lucas Paquetá, Éverton Ribeiro, Neymar, Gabriel Jesus, Roberto Firmino, Richarlison, Gabibol e Raphinha.
O time titular seria, em um 4-3-1-2: Allison; Danilo, Marquinhos, Militão e Alex Sandro; Casemiro, Fred e Paquetá; Neymar; Gabriel Jesus e Richarlison. Neymar atuaria como falso centroavante.
Se eu fosse o técnico, manteria os três goleiros. Na lateral, trocaria Lodi por Guilherme Arana. No meio, Fred (que considero um jogador comum) por Bruno Guimarães. Na zaga, Veríssimo por Diego Carlos. No meio, Éverton por Claudinho. No ataque, Jesus e Firmino por Vini Jr. e Pedro (zero jogo), 24, que não tem sido chamado por Tite –o flamenguista seria o único centroavante de ofício no elenco.
Meu time titular, em um 4-3-1-2: Alisson; Daniel Alves, Marquinhos, Thiago Silva e Guilherme Arana; Casemiro, Gerson e Paquetá; Neymar; Raphinha e Vini Jr. Essa formação privilegia um meio-campo e uma lateral esquerda mais ofensivos, com Gerson e Arana, e um ataque mais veloz e driblador, com os “ponteiros” Vini Jr. e Raphinha. A falta de um centroavante clássico, que joga centralizado e perto do gol (Pedro seria reserva), exige que Neymar ou Paquetá estejam sempre perto da área para finalizar as jogadas armadas pelas laterais.
Em tempo: A próxima convocação, para jogos das Eliminatórias no fim de janeiro, deve dar uma forte indicação da lista final de Tite. Faltando dez meses para a Copa de 2018, dos 23 convocados por Tite, 19 foram à Rússia. Só perderam a vaga Daniel Alves (por lesão), Rodrigo Caio, Giuliano e Luan.