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Mourinho cai no Manchester United; veja cotados para a vaga

Uma das vagas mais cobiçadas para treinador de futebol está aberta.

O português José Mourinho, de 55 anos, que viveu relação conflituosa com diretoria (reclamava da falta de reforços de altíssimo nível) e jogadores (é adepto da filosofia “eu ganhei, nós empatamos, eles perderam”) desde que chegou ao superbadalado Manchester United, na metade de 2016, foi demitido nesta terça (18).

Dono de um currículo invejável, com conquistas de Ligas dos Campeões da Europa (uma pelo Porto, em 2004, outra pela Inter de Milão, em 2010) e títulos nacionais em quatro países (Portugal, com o Porto; Inglaterra, com o Chelsea; Itália, com a Inter; e Espanha, com o Real Madrid), ele não resistiu à derrota por 3 a 1 para o Liverpool, no domingo (16), que deixou os Diabos Vermelhos na sexta colocação no Campeonato Inglês, a 19 pontos do topo da tabela.

“O Especial” vai embora do maior campeão do Inglês (20 títulos) após quase dois anos e meio com três taças: a da Liga Europa de 2017, a da Copa da Liga Inglesa de 2017 e da Supercopa da Inglaterra de 2016.

Esperava-se, porém, mais de alguém com histórico tão laureado, que se mostrou muito capaz de distribuir queixas e mau humor e incapaz de fazer funcionar uma equipe recheada de  selecionáveis como De Gea (Espanha), Lindelof (Suécia), Matic (Sérvia), Alexis Sánchez (Chile), Ashley Young, Lingard e Rashford (Inglaterra), Lukaku (Bélgica) e Pogba (França).

Aliás, com Pogba, campeão mundial neste ano na Copa da Rússia, a relação estava extremamente estremecida. O meio-campista, por quem o Man United pagou € 105 milhões à Juventus há dois anos e que chegou a ser capitão do time, passou a esquentar o banco neste mês. Um desperdício de talento.

Com a quebra do contrato que iria até 2020, Mourinho receberá de multa rescisória € 25 milhões (R$ 111,4 milhões), conforme estimado pela mídia inglesa. O valor individual de mercado de metade dos jogadores do elenco do Man United (13 de 26) não chega a essa cifra, segundo o site Transfermarkt.

O zagueiro-lateral argentino Rojo e o volante belga Fellaini (famoso pela cabeleira que deixou de ostentar faz poucas semanas), por exemplo, são avaliados em € 15 milhões cada um.

Especula-se desde o momento do rompimento entre clube e treinador quem assumirá a prancheta, podendo pleitear um dos mais altos salários para a profissão. O de Mourinho era de aproximadamente € 1,35 milhão (quase R$ 6 milhões).

Jornais britânicos acionaram seus repórteres para apurar nos bastidores os nomes de interesse do Man United e divulgaram alguns. Cito-os a seguir, até para conferir posteriormente se houve acerto na apuração.

No sentido horário, a partir do alto, à esq., Zidane, Blanc, Pochettino e Solskjaer, cotados para assumir o posto de treinador do Manchester United (AFP)

Zinédine Zidane (França, 46 anos)

Gênio como jogador, Zizou mostrou-se genial como técnico. Em dois anos e cinco meses de Real Madrid, ganhou nada mais, nada menos que três Ligas dos Campeões (2016, 2017 e 2018), dois Mundiais de Clubes (2016 e 2017) e um Campeonato Espanhol (2017), entre outros títulos. Deixou surpreendentemente, por opção própria, a equipe merengue no fim de maio e em setembro declarou que voltaria “logo” à ativa. Um logo que se prolongou. Se Zidane estava à espera de uma vaga em um gigante da Europa, eis oportunidade ímpar.

Ole Gunnar Solskjaer (Noruega, 45 anos)

Ex-atacante do Manchester United nos anos 1990 e 2000, era um dos ídolos da torcida – vestiu a camisa do time 235 partidas e marcou quase uma centena de gols. Atualmente dirige o Molde, vice-campeão norueguês. É cotado para assumir interinamente, ficando pelo menos até a metade de 2019.

Mauricio Pochettino (Argentina, 46 anos)

O ex-beque ganhou respeito na Inglaterra ao, desde que assumiu o “de médio para bom” Tottenham em 2014, transformá-lo ano a ano em forte candidato ao título da Premier League – o time foi vice-campeão inglês na temporada 2016-2017 e terminou em terceiro lugar em 2017-2018. Seria o nome preferido pela diretoria do Man United, mas Pochettino renovou contrato em maio até 2023, ou seja, será bastante caro tirá-lo de Londres.

Laurent Blanc (França, 53 anos)

Campeão mundial na Copa do Mundo em seu país, em 1998, o ex-zagueiro Blanc está sem clube desde 2016, quando deixou o Paris Saint-Germain depois de ganhar o Campeonato Francês três vezes seguidas (2014, 2015 e 2016). Assim como Solskjaer, vestiu a camisa do Man United (de 2001 a 2003, sendo campeão inglês no último ano).

Antonio Conte (Itália, 49 anos)

Campeão da Premier League com o Chelsea em 2017, deixou o time londrino em junho deste ano. O italiano teve momentos de tensão com Mourinho – eles não se bicavam e trocaram farpas continuamente. Se o Man United o contratar, dará uma tremenda reviravolta na personalidade de seu treinador. Diferentemente do taciturno e muitas vezes asqueroso Mourinho, Conte, mesmo não sendo um mar de simpatia, esbanja energia e emotividade, à la Jürgen Klopp, o técnico do Liverpool, do jeito que a torcida (de qualquer time) gosta.

Em tempo 1: Menciono outros treinadores de renome, com competência a ser debatida, e que estão disponíveis no mercado: Arsène Wenger (ex-Arsenal), Julen Lopetegui (ex-seleção espanhola e Real Madrid), Tata Martino (ex-seleção argentina, campeão há 11 dias, com o Atlanta, da Major League Soccer) e Leonardo Jardim (ex-Monaco, deu visibilidade a Mbappé, hoje no Paris Saint-Germain, Bernado Silva e Mendy, hoje no Manchester City, Fabinho, hoje no Liverpool, e Lemar, hoje no Atlético de Madri).  

Em tempo 2: Pep Guardiola, o treinador que todo mundo quer ter, está muito bem no Manchester City, um dos principais rivais do Manchester United, e, consequentemente, indisponível. Ao saber da saída de José Mourinho, com quem tem grande rivalidade desde os tempos de Barcelona x Real Madrid, prestou apoio: “Estou com ele. Eles [clubes] nos contratam para tentar vencer e quando não se vence eu sei o que acontece. Toda a pressão fica nos seus ombros. Mas ele tem muita experiência e logo estará de volta [à ativa]”. Guardiola, é bom frisar, jamais foi demitido – saiu tanto do Barcelona como do Bayern de Munique porque quis.

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