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Depois de 120 minutos de ação, 2º jogador mais caro do mundo ficará até 120 dias fora de ação

Luís Curro

Há menos de um mês, a preferência do Barcelona para repor Neymar, contratado pelo Paris Saint-Germain por € 222 milhões , era por um outro brasileiro, Philippe Coutinho.

O Liverpool resistiu, rechaçou proposta após proposta, e o time espanhol decidiu contratar Ousmane Dembélé, de 20 anos, talento em ascensão do Borussia Dortmund.

Pagou € 105 milhões (R$ 390 milhões na cotação atual) pelo veloz e habilidoso atacante francês. Foi a segunda contratação mais cara da história do futebol. O valor igualou o pago pelo Mancheter United à Juventus por outro francês, Paul Pogba, na metade de 2016.

Na estreia no Campeonato Espanhol, no sábado retrasado, Dembélé começou no banco e entrou aos 23 minutos do segundo tempo, com o jogo ganho – o Barça vencia o duelo com o rival da cidade, o Espanyol, por 3 a 0.

Perto do fim da partida, ele teve seu primeiro momento de brilho ao dar ótimo passe para Suárez fechar a goleada em 5 a 0.

“Neymar para quê?”, devem ter pensado os mais otimistas torcedores da equipe catalã, impressionados com a performance do magrelo que tem cinco anos a menos que o astro brasileiro.

Pela Liga dos Campeões, na terça (12), contra a Juventus, o treinador Ernesto Valverde escalou-o como titular, e Dembélé teve atuação apenas razoável, sendo substituído na metade do segundo tempo.

Aos 37 minutos do primeiro tempo, surgiu a primeira grande chance de fazer seu primeiro gol pelo Barça – e seria no excepcional goleiro Buffon – porém, pressionado pelo brasileiro Alex Sandro, desequilibrou-se e chutou para fora.

E essa foi a primeira e única chance. No sábado (16), titular de novo diante do Getafe, pelo Espanhol, Dembélé sentiu a coxa depois de uma jogada na ponta esquerda, aos 23 minutos de jogo.

O atacante Dembélé lesionou a coxa na partida do Barcelona contra o Getafe pelo Espanhol (Reprodução/Youtube)

Sentou-se no gramado do estádio Alfonso Pérez para receber atendimento por alguns minutos. Levantou-se, tentou continuar… não deu. Aos 29 minutos, saiu para a entrada de Deulofeu.

Inicialmente, parecia que seria só um problema muscular leve, que o afastasse do futebol por duas ou três semanas.

Parecia. Exames constataram uma ruptura de tendão na coxa esquerda. Será necessária uma cirurgia, que será realizada na Finlândia, para reparar a lesão.

Tempo sem jogar? Cerca de quatro meses. Estamos no meio de setembro, tudo indica que para Dembélé 2017 já era.

Depois de menos de 120 minutos de ação pelo Barcelona, em um intervalo de uma semana, o substituto de Neymar pode ficar perto de 120 dias sem correr atrás da bola em uma partida.

Ao lado de médico do Barcelona, Dembélé deixa o gramado sentindo dor na coxa esquerda (Pierre-Philippe Marcou – 16.set.2017/AFP)

O pior para o Barça é que não há um substituto à altura. Deulofeu não anima, tampouco Paco Alcácer. Uma outra opção que não altere o esquema é utilizar o turco Arda Turan, que quase deixou o clube na janela de transferências, mas acabou ficando.

Alternativa viável é mudar o esquema, deixando o 4-4-3 e recorrendo ao 4-3-1-2. Nesse cenário, o beneficiado seria Paulinho, autor do gol da vitória (2 a 1) sobre o Getafe.

Reserva, o recém-contratado brasileiro pode atuar como o “1”, atrás de Messi e Suárez e à frente de Busquets, Rakitic e Iniesta.

Uma função ideal para o titular de Tite na seleção brasileira, na qual poderá jogar solto, sem grande responsabilidade de marcação, e exercer com êxito seu papel de elemento-surpresa, aparecendo na área para finalizar com precisão, com os pés ou com a cabeça, como tão bem ele faz.

Leia também: Com 3 gols contra o Uruguai, Paulinho se iguala a artilheiros da metade do século 20

Em tempo: Dos quatro jogadores que custaram mais de € 100 milhões (Neymar, Dembélé, Pogba e Bale), três tiveram contusões de certa gravidade. A de Pogba, aliás, é recente como a de Dembélé. Ocorreu em jogo da Champions League na semana que passou e há a possibilidade de ele não jogar por até três meses – seu problema também é muscular, e também na coxa. O galês Bale, do Real Madrid, permaneceu quase 90 dias no estaleiro, de novembro de 2016 a fevereiro de 2017, lesionado no tornozelo. Somente Neymar, até agora, escapou ileso. Que se bata na madeira para que continue assim.

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