Maior artilheiro da Argentina, Messi ainda está longe de Pelé e bem longe do recordista mundial
Messi fez história na goleada da Argentina sobre os EUA por 4 a 0 em uma das semifinais da Copa América Centenário, na noite desta terça (21), em Houston.
O cinco vezes melhor jogador do mundo pela Fifa marcou em uma bela cobrança de falta o 55º gol pela seleção de seu país. Ultrapassou Gabriel Batistuta, o Batigol, e se tornou o maior artilheiro da história da Argentina.
O feito foi amplamente noticiado pela imprensa mundial, e o leitor que costuma acompanhar futebol internacional já sabe disso faz um tempinho.
Mas sabe o leitor quais são os recordistas de outros países e a quantos gols Messi está deles?

Primeiro, o Brasil. Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, é quem mais vezes balançou as redes com o uniforme verde-amarelo. Foram 77 gols em jogos contra outros países, pela seleção principal.
Entre os artilheiros das seleções campeãs mundiais (além do Brasil e da Argentina, ganharam a Copa do Mundo Alemanha, Uruguai, Espanha, França, Inglaterra e Itália), o capitão da Argentina está atrás apenas do alemão Miroslav Klose (71 gols) e do espanhol David Villa (59 gols), ambos ainda em atividade aos 38 e 34 anos, respectivamente, mas já excluídos das seleções de seus países.
Se mantiver a sua média de gols pela seleção argentina, de 0,49 por jogo, Messi precisará de mais 45 partidas para chegar aos 77 e se igualar ao Rei do Futebol.
A Argentina, nos últimos cinco anos, atuou em média 15 vezes, entre competições oficiais e amistosos. Caso Messi vista a camisa de seu país em dez partidas por ano, um número razoável, levará quatro anos e meio para chegar lá. Terá 33 anos e meio, já que completa 29 anos no dia 24 de junho (amanhã).
É uma marca possível, pois Messi, a não ser que tenha uma lesão grave que abrevie sua carreira, ainda deve estar em atividade em 2020, inclusive na seleção argentina.
Mas há chance de o superastro do Barcelona, que na carreira já marcou mais de 500 gols, tornar-se o maior artilheiro de uma seleção, levando-se em conta todas as seleções, mesmo as “nanicas”?
Não, não há. Nem ele nem ninguém que está em atividade conseguirá.
A Fifa reconhece o iraniano Ali Daei, que atuou pela seleção de seu país de 1993 a 2006, como o maior artilheiro no geral, com 109 gols (média de 0,74 por jogo).
Para alcançá-lo, Messi precisaria, mantendo a atual média, jogar mais 110 vezes pela Argentina. Teria de atuar até os 40 anos, e mantendo-se artilheiro. Não dá.
Em tempo 1: E Cristiano Ronaldo? Pois, quando se fala de Messi, o português é o contraponto imediato. Ele tem 60 gols com a camisa lusa, os dois últimos marcados nesta quarta (22) em jogo da Eurocopa, porém é três anos mais velho do que Messi. Também não alcançará Ali Daei. Só que, se descuidar, será alcançado pelo argentino.
Em tempo 2: E Maradona, que corre o risco de perder para Messi o título de melhor futebolista argentino de todos os tempos? (Essa é a minha opinião, pois há quem diga que Messi já é melhor que Maradona e há quem diga, e esse alguém é Pelé, que Alfredo Di Stéfano foi jogador mais completo que Maradona e que Messi.) El Pibe de Oro fez 34 gols pos sua seleção.
Em tempo 3: E Neymar? Com 24 anos, anotou 46 gols pelo Brasil, com uma média de 0,66 por partida. Está a apenas nove de distância de Messi, seu colega de Barcelona.