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Campo pesado é mau negócio para Brasil leve

Luís Curro
Gramado do Monumental de Núñez, impraticável para futebol ontem (Juan Ignacio Roncoroni - 12.nov.2015/EFE)
O Monumental de Núñez, impraticável para futebol ontem (Juan Ignacio Roncoroni – 12.nov.2015/EFE)

A forte chuva em Buenos Aires adiou em um dia, para esta sexta (13), às 22 horas, o duelo entre Brasil e Argentina pelas eliminatórias da Copa de 2018.

O gramado do estádio Monumental de Núñez, do River Plate, ficou encharcado, sem condição de abrigar a partida.

Para a seleção brasileira, é bom que a chuva não venha nesta noite.

O time de Dunga está cheio de pesos leves (Neymar, Willian, Lucas Lima, Oscar, Douglas Costa), que se destacam pelo toque de bola, pela habilidade e pela velocidade, tudo que um campo molhado prejudica.

A previsão, de acordo com o site tempo.com, é de tempestades para a hora do duelo na capital argentina.

Tempo

Se ela estiver certa, e o aguaceiro não for suficiente para que a partida seja novamente adiada, Dunga precisa repensar a escalação.

É mais adequado, ao menos na teoria, escolher jogadores mais pesados, que tenham mais porte físico, pois o jogo tenderá a ter um contato entre os jogadores ainda maior que o previsto.

Nesse cenário, a raça prevalece claramente sobre a técnica, e as jogadas de bola parada ganham relevância ainda maior.

E sabe-se que em termos de raça os argentinos sobressaem. Mascherano distribuirá seus carrinhos com ainda mais vontade.

O que Dunga pode fazer então?

Na lateral direita, escalar Danilo, e não Daniel Alves, pois o primeiro é 11 cm mais alto que o segundo e pode ser mais útil ao defender as bolas aéreas.

Outro que teria de sair é Miranda, titular incontestável do treinador. O beque da Inter de Milão, que mede 1,86 m e pesa 78 kg, é técnico e rende muito mais em campo seco. Gil, do Corinthians, tem mais perfil para enfrentar a água: é mais alto (1,92 m) e mais pesado (89 kg).

Gil pode ser uma opção melhor que Miranda se chover forte na hora do jogo (André Mourão -12.nov.2015/MoWA Press)
Gil pode ser opção melhor que Miranda se chover forte na hora do jogo (André Mourão -12.nov.2015/MoWA Press)

Na contenção no meio de campo, Dunga só tem um primeiro volante, Luiz Gustavo, que, quando quer, mostra vigor e firmeza, no sol ou na chuva.

O segundo volante (Elias ou Fernandinho) tem característica de sair para o jogo. Nenhum dos dois é muito alto (1,73 m e 1,75 m, respectivamente).

Neymar não sai. Mesmo sendo leve, é um fora de série. O camisa 10 tem de estar em campo sempre simplesmente por poder decidir qualquer partida a qualquer instante. Isso sem contar a atual fase esplendorosa no Barcelona.

Hulk, que é parrudo e chute bem de longe, tem de jogar, assim como Ricardo Oliveira, que usa muito bem o corpo e é ótimo finalizador.

Kaká e Renato Augusto, reservas óbvios, têm mais altura e massa muscular que cada um da quadra Oscar-Lucas Lima-Douglas Costa-Willian. Eu os escalaria, com o corintiano no papel de segundo volante.

Com condições climáticas adversas, o melhor Brasil é: Cássio (ou Alisson); Danilo, Gil, David Luiz e Filipe Luís; Luiz Gustavo, Renato Augusto e Kaká; Hulk, Ricardo Oliveira e Neymar.

Essa formação é a que tem mais força se chover, sem abdicar da qualidade. Se não chover, melhor: o Brasil poderá explorar os contra-ataques e até vira favorito.

Já a raça, já que falei de raça, não importa quem jogue, com chuva ou sem chuva… Contra os argentinos, se os brasileiros, todos, não jogarem com sangue e com alma, a volta ao Brasil com uma derrota na bagagem é tão certa quanto a ausência de Messi do clássico.

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