CBF negocia com Rússia amistoso no estádio da final da Copa de 2018
Palco de grandes eventos esportivos, o estádio Luzhniki, em Moscou, está em reconstrução para sediar a abertura e a final da Copa do Mundo da Rússia, em 2018.
E, na sua reinauguração, os russos pretendem fazer uma grande festa, com um amistoso entre a seleção do país, que anda desacreditada mas tem vaga assegurada na Copa por ser a anfitriã, e um adversário de primeiríssima linha. De preferência, o Brasil.
As tratativas já começaram. No final da semana passada, a agência de notícia russa TASS publicou que o ministro do Esporte Vitali Mutko, que também comanda a União Russa de Futebol, conversou com Fernando Sarney, um dos vices da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
“Tenho que falar com o treinador (Tite). Não acho que haverá problema. Será bom jogar no estádio da final da Copa do Mundo”, afirmou Sarney, que é filho do ex-presidente José Sarney, à TASS. “Temos interesse.”
Em resposta a contato de “O Mundo é uma Bola”, a CBF confirmou o convite, acrescentando, contudo, que “no momento não há deliberações a respeito, uma vez que o foco está nas partidas das eliminatórias (sul-americanas) e a classificação para o Mundial da Rússia”.

O acerto da data do amistoso depende também de quando o novo Luzhniki, que poderá receber 81 mil espectadores, será entregue. A previsão é no verão europeu de 2017, ou seja, no fim de junho.
A Copa das Confederações, que serve como um evento-teste para o Mundial, será realizada de 17 de junho a 2 de julho do ano que vem, porém o Luzhniki não será uma das arenas da competição – para a qual a seleção brasileira, aliás, não se classificou.
Caso o estádio, cuja reforma sairá por € 350 milhões (R$ 1,22 bilhão), esteja disponível no segundo semestre de 2017, o Brasil só estaria livre para um amistoso em uma Data Fifa em novembro, já que nos dias reservados pela entidade para jogos entre seleções em agosto, setembro e outubro, a equipe de Tite estará em campo pelas eliminatórias.
Antecipar o encontro para julho, por exemplo, não parece ser solução. Os jogadores que atuam na Europa estão de férias, e a CBF teria, em tese, problemas para reuni-los para esse jogo. E convocar apenas os atletas que jogam no Brasil, além de desagradar aos clubes nacionais, não resolveria, já que a Rússia faz questão de que o adversário jogue com força máxima – no caso da seleção brasileira, a presença de Neymar seria obrigatória.
Assim, se a Rússia quiser mesmo o Brasil como adversário na reinauguração do Luzhniki, terá de, além de pagar um cachê superior a U$ 1 milhão, esperar até perto do final de 2017 para o duelo com a seleção pentacampeã mundial (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002).
Em tempo 1: Se não der para ser o Brasil, o governo da Rússia quer que o oponente da seleção local na reabertura do Luzhniki seja a Argentina de Messi – que também está com a agenda tomada devido aos compromissos pelas eliminatórias da Copa.
Em tempo 2: Fundado em 1956 com o nome de Central Lenin Stadium (homenagem ao líder da Revolução Russa de 1917), o Luzhniki foi o estádio olímpico dos Jogos de Moscou, em 1980, e abrigou a decisão da Liga dos Campeões da Europa de 2008 (na qual o Manchester United derrotou o Chelsea na cobrança de pênaltis) e o Mundial de atletismo de 2013.