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Site irlandês se candidata ao posto de treinador da seleção da Bélgica

Luís Curro

Primeira colocada no ranking da Fifa por vários meses, até perder em junho a posição para a Argentina, a Bélgica demitiu seu treinador, Marc Wilmots, depois da eliminação nas quartas de final da Eurocopa da França, diante do País de Gales.

Esperava-se (e espera-se) mais de uma das gerações mais incensadas do futebol belga, que inclui o goleiro Courtois, os zagueiros Vermaelen e Vertonghen, os meias De Bruyne e Hazard e os atacantes Benteke e Lukaku.

A direção da Federação Belga de Futebol concluiu, então, que Wilmots (ex-atacante da seleção) não é o técnico adequado para continuar no comando, só que… ainda não faz ideia de quem seja a melhor opção para substituí-lo.

Desse modo, como a Nigéria fez pouco tempo atrás, instaurou um processo seletivo para escolher um nome.

A federação publicou um anúncio em seu site, enumerando as competências desejadas (entre elas “ser um bom comunicador” e ter “comprovada capacidade de passar conhecimento tático a atletas de alto nível”) e convidando os interessados a enviarem seus currículos até o próximo dia 31.

Em inglês, o perfil que a Bélgica busca para o novo treinador da seleção (Reprodução/Site da Federação Belga de Futebol)
Em inglês, o perfil que a Bélgica busca para o novo treinador da seleção (Reprodução/Site da Federação Belga de Futebol)

“O Mundo é uma Bola” fez contato com a federação belga a respeito do procedimento, pouco usual, e obteve uma resposta surpreendente de Brecht Schelstraete, membro da equipe de comunicação.

Segundo ele, a conduta é praxe na entidade: “Fizemos como sempre fazemos. Quando estávamos em busca de um CEO (diretor-executivo), pusemos no nosso site o perfil desejado para o cargo. É um procedimento comum”.

Houve de fato uma ação similar no início deste ano.

Em francês, anúncio no site da federação referente ao processo seletivo para novo secretário´geral da entidade (Reprodução/Site da Federação Belga de Futebol)
Em francês, anúncio referente ao processo seletivo para novo secretário geral (Reprodução/Site da Federação Belga de Futebol)

Em relação ao novo treinador, a decisão deve ser tomada no começo de agosto, já que a Bélgica tem jogos marcados para o início de setembro (amistoso com a Espanha e a primeira partida pelas eliminatórias da Copa da Rússia-2018, contra o Chipre).

Sobre o processo de escolha, via currículos, sendo ele recorrente ou não, virou motivo para que um site de Dublin, capital da Irlanda, o “Sports Joe” (que se apresenta como “o website para o homem irlandês”), se apressasse em pleitear o posto.

Tom Victor escreveu um artigo em que propõe que o cargo seja entregue a “nós” (referência à equipe do “Sports Joe”). “Nos candidatamos, e estamos confiantes de que seremos escolhidos.”

Marc Wilmots na derrota para o País de Gales da Eurocopa da França, sua última partida no comando da Bélgica (Pascal Rossignol - 1ºjul.2016/Reuters)
Marc Wilmots na derrota para o País de Gales da Eurocopa da França, sua última partida no comando da Bélgica (Pascal Rossignol – 1ºjul.2016/Reuters)

Como “cartão de visita” dos diferenciais a serem oferecidos por “nós”, o jornalista expôs o aspecto tático: identificou que Wilmots armou de forma equivocada a Bélgica no setor defensivo.

Ao longo de seu trabalho na seleção belga, desde 2012, o treinador improvisou zagueiros (especialmente Alderweireld e Vertonghen) nas laterais. “São jogadores de talento, mas definitivamente não são laterais”, escreveu Victor.

“Nem incluiremos um currículo (na candidatura). Eles (federação belga) sabem o que conseguirão conosco”, concluiu o jornalista.

Obviamente, a candidatura de “nós” trata-se de uma brincadeira. Mas a improvisação de beques pelos lados na defesa, mencionada por Victor, é algo a ser avaliado pelo novo treinador da Bélgica.

Falta pé de obra qualificado nas laterais? Que se mude o esquema 4-2-3-1 para o 3-4-1-2, escalando a equipe assim: Courtois; Alderweireld, Kompany (Vermaelen) e Vertonghen; Mertens, Nainggolan, Witsel e Hazard; De Bruyne; Benteke e Lukaku.

Seria uma alternativa para que mais jogadores de ótimo nível possam atuar juntos e a Bélgica potencialize sua chance de ir além das quartas de final, fase na qual a equipe chegou nas Copa de 2014, no Brasil, e na Eurocopa da França, neste ano.

A última vez que os belgas foram semifinalistas de uma grande competição foi em 1986, na segunda Copa disputada no México, quando a equipe do treinador Guy Thys (1922-2003), com Pfaff, Gerets, Scifo e Ceulemans, parou na Argentina (2 a 0, dois gols de Maradona).

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