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Mourinho registra recorde negativo pelo Chelsea

Luís Curro

Três derrotas, um empate, uma mísera vitória.

Essa é a sequência do Chelsea, atual campeão do Campeonato Inglês, nos cinco primeiros jogos da edição 2015-2016.

E o revés diante do Everton por 3 a 1, neste sábado (12), significou um marco negativo na carreira do respeitado, polêmico e vitorioso treinador português José Mourinho.

Um ícone no Chelsea, Mourinho nunca teve uma sequência tão negativa nesse número de partidas no clube pelo qual conquistou três Premier League (2004-2005, 2005-2006 e 2014-2015), uma Copa da Inglaterra (2006-2207), uma Supercopa da Inglaterra (2005-2006) e três Copas da Liga Inglesa (2004-2005, 2006-2007 e 2014-2015), além de ter obtido a impressionante sequência de 77 jogos invicto no campeonato no Stamford Bridge, o estádio dos Blues.

“Não estou feliz”, resumiu ele. Nem poderia.

O pior momento de Mourinho no Chelsea em uma sequência de cinco partidas na Premier League havia sido na primeira passagem dele pelo time (entre 2004 e 2007), com três derrotas e duas vitórias, somando-se o fim do campeonato de 2005-2006 e o início do de 2006-2007 (uma vitória e uma derrota diante do Blackburn, derrotas ante Newscastle e Middlesbrough e triunfo sobre o Manchester City).

Agora, o Chelsea de Mourinho, que regressou ao clube em, 2013, perdeu de Manchester City, Crystal Palace e Everton, empatou com o Swansea e derrotou só o West Brom.

Na campanha do título em 2014-2015, os Blues perderam três jogos em 38 rodadas. Agora, depois de apenas cinco rodadas, já acumulam as mesmas três derrotas.

Mourinho até tem tentado minimizar a situação, reduzir a pressão que se avoluma em torno dele e dos jogadores – todos, sem exceção, estão atuando muito aquém do que podem. Nem ataque nem defesa funcionam. O Everton poderia ter vencido por 6 a 1, até 7 a 1, que não seria injusto.

O treinador falou em falta de sorte do time e até fez uma comparação com a maré baixa de um atacante goleador: “É a velha história do artilheiro. Quando as coisas vão bem, ele marca de ombro e de joelho. Quando vão mal, a bola bate na trave e sai”.

Não parece falta de sorte, mas falta de jogar bola mesmo: o Chelsea tem se mostrado letárgico.

E é vergonhoso para um clube megaendinheirado, que defende o título e conta com um técnico da estirpe de Mourinho e jogadores do nível de Hazard, Fàbregas, Diego Costa, Ivanovic, Terry, Falcao, Willian (que ficou quase todo o jogo contra o Everton na reserva), Pedro, Oscar e Courtois (estes dois últimos estão contundidos), ocupar posição próxima à zona do rebaixamento.

O Chelsea soma apenas 4 pontos. O Manchester City, líder da Premier, tem 15, com 100% de aproveitamento.

José Mourinho antes da derrota para o Everton pela Premier League (Peter Powell/EFE)
José Mourinho antes da derrota para o Everton pela Premier League (Peter Powell/EFE)

Mourinho agora vira a chave. Na quarta (16), em Londres, o Chelsea estreia na Champions League. E contra um rival que parece ser o ideal para o início da recuperação, para que os jogadores, como deseja Mourinho, reencontrem a felicidade. “Precisamos vencer um par de jogos seguidos para voltar a sorrir.”

O Maccabi Tel Aviv, de Israel, é o atual tricampeão de Israel. E, diferentemente do Chelsea, nas últimas cinco partidas, duas pela fase preliminar da Champions e três pelo Campeonato Israelense, está invicto (duas vitórias e três empates).

Mas, com todo respeito ao futebol de Israel, que tem uma única Copa do Mundo no currículo (a de 1970), o Maccabi é um time… de Israel.

Espera-se uma goleada e um futebol convincente do Chelsea. Se isso não ocorrer e Zahavi, o craque do Maccabi, e companhia surpreenderem, e se na sequência os Blues tropeçarem no Arsenal no Inglês, é provável que o inimaginável aconteça: a validade de Mourinho no clube passe a ser questionada.

Seu contrato está assinado até 2019. “Não vou embora”, adiantou ele. “E o clube não vai me demitir.”

A reação vindo, é lógico que não. Não vindo? Futebol é resultado, Mou.

Em tempo: Outro campeão nacional na temporada 2014-2015 que também começa muito mal a atual é a italiana Juventus, dos brasileiros Hernanes e Alex Sandro. Depois de duas derrotas nas duas primeiras rodadas, perdia, em casa, a partida para o Chievo até os 36 minutos do 2º tempo. Aí o árbitro inventou um pênalti para a Velha Senhora – o colombiano Cuadrado se atirou na área. Final: 1 a 1. Um ponto em nove possíveis para a gigante de Turim. Sofrível.

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