O Mundo é uma Bola https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br Thu, 13 Jan 2022 14:51:57 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Mourinho é trocado por novato de 29 anos, a metade da idade dele https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2021/04/21/mourinho-e-trocado-por-novato-de-29-anos-a-metade-da-idade-dele/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2021/04/21/mourinho-e-trocado-por-novato-de-29-anos-a-metade-da-idade-dele/#respond Wed, 21 Apr 2021 21:35:20 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2021/04/Mason-1-320x213.png https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=21377 Em meio à notícia-bomba da criação da Superliga europeia, implodida por sua impopularidade meros dois dias depois do anúncio, o Tottenham, um dos times que recuaram da ideia, demitiu José Mourinho.

Futebol, sabe-se, é resultado, e o português fracassou ao não conseguir dar ao time londrino algo concreto.

Desde que assumiu, em novembro de 2019, Mourinho:

  • fracassou na Champions League em 2020, sendo eliminado nas oitavas de final pelo alemão Leipzig;
  • fracassou na Copa da Inglaterra em 2020, com a eliminação diante do Norwich nas oitavas de final;
  • fracassou no Campeonato Inglês ao tentar classificar a equipe para a atual Champions League;
  • fracassou de novo na Copa da Inglaterra, ao perder em fevereiro, nas oitavas de final, para o Everton;
  • fracassou na atual Liga Europa, sendo eliminado nas oitavas de final pelo croata Dinamo de Zagreb, no mês passado;
  • estava fracassando de novo no Campeonato Inglês, que está na reta final e o Tottenham, até ele sair, ocupava a sétima posição, fora da zona de classificação para a Champions League e para a Liga Europa.

Mourinho teria a oportunidade de obter um êxito que fosse no domingo (25), já que conduziu o time à decisão da Copa da Liga Inglesa (terceiro torneio nacional em importância na Inglaterra) e poderia erguer a taça no estádio de Wembley diante do Manchester City de Pep Guardiola.

Teria. Não terá.

O técnico José Mourinho descarrega seu carro ao chegar a sua casa em Londres depois de ser demitido pelo Tottenham (Toby Melville – 19.abr.2021/Reuters)

O Tottenham decidiu não arriscar mais um insucesso e deu o bilhete azul ao treinador de 58 anos, intitulado “The Special One” (O Especial) pela mídia quando de sua chegada ao Chelsea, em 2004, mas que de especial tem bem pouco já faz tempo.

Além disso, a relação do português com os jogadores, que costumeiramente não é boa por onde passa (é adepto do “eu ganhei, nós empatamos, vocês perderam”), vinha se deteriorando rapidamente, com os maus resultados em campo sendo reflexo disso.

Ryan Mason, ex-jogador do Tottenham, que tem a metade da idade de Mourinho, assumiu o posto. Será o treinador interino até o encerramento da temporada.

Cria das categorias de base do clube, o meio-campista encerrou sua carreira precocemente em 2017, aos 25 anos, depois de ter tido uma fratura no crânio em uma disputa aérea com o zagueiro Gary Cahill, do Chelsea.

Submeteu-se a uma cirurgia delicada e passou momentos entre a vida e a morte.

A vida prevaleceu, e Mason retornou ao Tottenham para trabalhar no departamento de desenvolvimento dos jovens do clube, supervisionando do sub-16 ao sub-23.

Então jogador do Hull City, Ryan Mason (dir.) teve fratura de crânio depois dessa disputa com Gary Cahill, do Chelsea, e teve que encerrar a carreira de futebolista (Adrian Dennis – 22.jan.2017/AFP)

Na sua primeira partida como técnico do time principal, nesta quarta (21), depois de um só dia de treino, vitória de virada sobre o Southampton, por 2 a 1. E isso sem o artilheiro Harry Kane, contundido.

Sorte de principiante? Pode até ser, pois a apresentação não foi brilhante, mas no futebol também se precisa de sorte.

O resultado fará o Tottenham chegar à decisão da Copa da Liga com moral elevado.

E Mason poderá conseguir em menos de uma semana o que o dispensado Mourinho não conseguiu em 17 meses: dar um título ao clube.

Algo que a equipe não tem desde 2008, quando superou o Chelsea por 2 a 1 na decisão dessa mesma competição.

Leia também: PSG e Neymar dão a técnico em 11 dias o que ele não conseguiu em 11 anos

Em tempo 1: Ryan Mason já participou de uma final de Copa da Liga Inglesa. Ele começou como titular a partida diante do Chelsea, na qual o Tottenham perdeu de 2 a 0.

Em tempo 2: Aos 29 anos e 313 dias, Ryan Mason se tornou o mais jovem técnico em um jogo de Premier League (como a primeira divisão do Campeonato Inglês passou a ser chamada em 1992). Superou o italiano Attilio Lombardo, que dirigiu o Crystal Palace em 1998 com 32 anos e 67 dias.

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Óleo de bebê ajuda ponteiro a escapar de rivais na Inglaterra https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2021/03/02/oleo-de-bebe-ajuda-ponteiro-a-escapar-de-rivais-na-inglaterra/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2021/03/02/oleo-de-bebe-ajuda-ponteiro-a-escapar-de-rivais-na-inglaterra/#respond Tue, 02 Mar 2021 05:59:18 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2021/03/Adama-1-320x213.png https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=21114 Adama Traoré é daqueles ponteiros das antigas.

Quando recebe a bola pela direita, setor do campo em que geralmente joga, parte para cima do adversário, ou dos adversários (às vezes são dois ou três), e tenta suplantá-lo(s) na velocidade e/ou com dribles.

A força física do espanhol de 25 anos, 1,78 m e 72 kg, também é um trunfo, contribuindo para que, no contato físico, ele leve quase sempre vantagem sobre os marcadores.

É muito difícil derrubá-lo, o que não impede os oponentes de tentar, não raro recorrendo a encontrões e a puxões nos braços do atacante do Wolverhampton, da primeira divisão da Inglaterra.

A repetição desse recurso (agarrão), que às vezes é feito de forma não escandalosa e passa despercebido pela arbitragem, acabou resultando em lesões no ombro que afastaram Adama de algumas partidas.

A fim de torná-lo menos vulnerável ao cerco das mãos adversárias, o departamento médico dos Wolves teve uma ideia, até onde sei, inédita: tornar o já liso Adama mais liso ainda.

Liso no sentido denotativo.

A tática foi orientar o camisa 37 a passar em seus braços óleo para bebê. Daqueles tipo Johnson, que servem para hidratar a pele do recém-nascido e ajudam a remover crostas do couro cabeludo.

Emil Krafth, no Newscastle, tenta agarrar o veloz, e agora escorregadio, Adama Traoré em partida da Premier League (Stu Forster – 27.fev.2021/Reuters)

O treinador da equipe, Nuno Espírito Santo, aprovou o estratagema, falando sobre ele na véspera do jogo desta terça (2) contra o Manchester City de Pep Guardiola, líder do Campeonato Inglês.

“Não foi minha ideia, mas foi uma boa ideia. Uma ideia fantástica do departamento médico”, declarou o português.

“É muito difícil parar o Adama, e isso [óleo de bebê] o torna mais escorregadio. Ele tira vantagem maior de sua velocidade e de seu talento. Ele tem feito isso [usar o óleo] e tem sido bom.”

O ponta-direita fez uma temporada muito boa pelos Wolves em 2019/2020, anotando quatro gols e dando nove assistências na Premier League.

Seu futebol vistoso e eficiente rendeu convocações para a seleção espanhola, e Adama vestiu quatro vezes a camisa da Fúria no ano passado.

Com o recurso do óleo, um “plus” para o ágil e corpulento Adama, caberá a Guardiola encontrar uma forma de o marcador dele, seja João Cancelo ou Zinchenko, parar, sem o uso das mãos, o untuoso ponteiro.

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Com infratores e sem banho, Arsenal descumpre orientação e retoma treinos https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/04/26/com-infratores-e-sem-banho-arsenal-descumpre-orientacao-e-retoma-treinos/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/04/26/com-infratores-e-sem-banho-arsenal-descumpre-orientacao-e-retoma-treinos/#respond Sun, 26 Apr 2020 15:50:49 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/Arsenal-1.png https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=19630 O isolamento social está em pleno vigor na Inglaterra, por ordem do governo sobre o qual impera a rainha Elizabeth.

Medida sensata em meio à pandemia de coronavírus, já que nem mesmo o premiê britânico, Boris Johnson, escapou de ser infectado – ele integra a lista dos quase 150 mil casos confirmados no Reino Unido.

O Arsenal, no entanto, decidiu violar a quarentena e a partir desta semana, conforme noticiou a ESPN, dará reinício aos treinamentos.

Será a primeira agremiação inglesa a tentar voltar “à vida normal” depois das medidas restritivas impostas com o intuito de conter o avanço da Covid-19.

O clube londrino estabelecerá regras para que seus jogadores estejam seguros, ou o mais perto possível de estarem seguros.

Eles irão individualmente, cada um em seu carro, ao centro de treinamento de Colney, em Hertfordshire (a cerca de 40 km de Londres), já vestidos com o equipamento de trabalho (camisas, calções, meias e chuteiras).

Depois de estacionar, vão direto para o campo. As demais instalações estarão fechadas, incluindo os vestiários e o restaurante.

Ou seja, nada daquela ducha imediata depois de correr e suar. Ao odor desagradável somar-se-á o estômago vazio. As refeições não serão oferecidas e terão de ser feitas na casa de cada um, assim como o banho.

As atividades, primordialmente físicas, algumas com bola, ocorrerão em grupos pequenos, espalhados pelo campo, com os atletas respeitando o distanciamento de dois metros entre si.

David Luiz abraça Lacazette (9) em partida do Arsenal; o brasileiro e o francês tiveram atitudes que desrespeitaram a quarentena imposta na Inglaterra para combater a expansão do coronavírus (Reprodução/Site do Arsenal)

Mesmo com esses cuidados, é questionável a decisão dos Gunners, devido aos riscos de contaminação, considerados ainda elevados pelas autoridades sanitárias.

Há a clara recomendação de que exercícios sejam feitos individualmente ou, no máximo, com quem se mora junto, e dentro da residência.

Ademais, reiniciar os treinos presenciais já para quê?

Não se sabe quando os atletas jogarão para valer, pois não houve decisão a respeito da retomada da Premier League, na qual o Arsenal ocupa a modesta, e  incômoda para um clube grande, nona colocação.

O Campeonato Inglês realizou sua última partida no dia 9 de março, e não há data estipulada para o recomeço da competição, se é que ela será reiniciada –espera-se que sim, mas não antes de junho.

Há ainda o agravante de pelo menos quatro dos atletas do Arsenal terem recentemente rompido o isolamento, o que ampliou o perigo de terem adquirido o vírus, entre eles o zagueiro David Luiz, titular da seleção brasileira na Copa de 2014 –capitão do time no trágico 7 a 1 para a Alemanha.

Segundo noticiado por veículos de comunicação britânicos, como o Guardian, o brasileiro foi visto treinando com o suíço Xhaka, próximos um do outro, em um parque da capital inglesa.

O atacante marfinense Pépé jogou futebol com amigos –possivelmente vizinhos–, e o centroavante francês Lacazette foi fotografado interagindo com uma pessoa que foi até sua casa lavar seu automóvel.

Os quatro infratores receberam uma leve reprimenda do Arsenal, que reforçou a orientação governamental (orientação essa que o clube driblará), e ficou por isso mesmo.

O treinador do Arsenal, o espanhol Mikel Arteta, teve coronavírus (Reprodução/Site do Arsenal)

Detalhe: o treinador do Arsenal, Mikel Arteta, esteve infectado com o coronavírus, em caso revelado no dia 12 de março. Ele teve sintomas e recuperou-se totalmente cerca de duas semanas depois, sem necessidade de internação.

Mais de 20 mil pessoas morreram até agora de Covid-19 no Reino Unido. No mundo, o número de óbitos se aproxima de 205 mil.

Leia também: Talento inglês dá conselho sobre coronavírus, descumpre e leva multa

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Na 9ª divisão inglesa, jogador leva 2 amarelos e 1 vermelho de uma só vez https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/01/29/na-9a-divisao-inglesa-jogador-leva-2-amarelos-e-1-vermelho-de-uma-so-vez/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/01/29/na-9a-divisao-inglesa-jogador-leva-2-amarelos-e-1-vermelho-de-uma-so-vez/#respond Wed, 29 Jan 2020 05:10:07 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2020/01/Expulsão-320x213.jpg https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=19086 Garforth Town e Bridlington Town tinham tudo para fazer no sábado (25) apenas mais uma partida esquecível da nada relevante nona divisão do Campeonato Inglês.

No estádio Bannister Prentice, casa do Garforth, o pequeno público (197 torcedores) se satisfazia (ou não) com o empate por 1 a 1 entre as equipes semiprofissionais.

O mandante, em posição intermediária na tabela da Northern Counties East Football League, tinha aberto o placar no primeiro tempo (Sam Barker), e o visitante, ainda com pretensões de chegar ao título, igualado o embate no segundo (Billy Logan).

A pressão maior era do Garforth, tanto que a figura de destaque na partida vinha sendo o goleiro James Hitchcock, do Bridlington, que evitou que o placar ficasse 2 a 0 ao defender um pênalti.

Faltando 15 minutos para o fim da segunda etapa, o Garforth teve mais uma oportunidade frustrada, com a defesa do Bridlington cortando um cruzamento e a bola ficando nos pés de Lewis Dennison.

Ele rapidamente avançou com ela, em sua própria área, para iniciar um contra-ataque.

Mas eis que surge, destemido e imprudente, Alex Low.

O camisa 5 do Garforth, no intuito de evitar que sua equipe fosse pega desguarnecida, dá um carrinho violento, por trás, em Dennison, “abatendo” o adversário, que antes, entretanto, conseguiu passar a bola adiante, o que fez o árbitro Jamie Rhodes aplicar a lei da vantagem.

Low não desistiu. Levantou e iniciou um pique do campo de ataque do Garforth em direção à outra metade. Simultaneamente, o Bridlington avançava com a bola.

Lewis Taylor passou para Chris Adams, que acionou o artilheiro Logan.

Logan foi indo, foi indo, em alta velocidade, aproximando-se da área do Garforth, sem que ninguém o parasse.

Mas eis que surge, desenfreado e determinado, Alex Low.

Depois do pique de mais de 50 metros, ele deu um novo carrinho, novamente por trás, que de tão brutal fez o primeiro lance até parecer ameno.

Entre uma falta e a outra, decorreram-se apenas 11 segundos.

Se fosse no Brasil, a jogada resultaria certamente em empurra-empurra e troca de insultos entre atletas de cada um dos times.

Em Garforth, nada disso. Enquanto os jogadores se reposicionavam, o árbitro Rhodes chamou Low e lhe mostrou o cartão amarelo, indicando ser a advertência pela entrada em Dennison.

Na sequência, exibiu o cartão da mesma cor, indicando ser pelo segundo carrinho, que derrubou Logan.

Como o segundo amarelo resulta automaticamente no vermelho, restou a Rhodes erguer o cartão dessa cor para Low, excluindo-o da partida.

A reação do jogador? Nenhuma. Enxugou o suor das mãos na camisa, deu uma arrumada no cabelo e saiu andando calmamente em direção ao banco de reservas.

O que ele não sabe é que muito possivelmente estabeleceu um fato inédito no futebol, tendo como coprotagonista o juiz Rhodes.

Low tornou-se, em um intervalo de exatos cinco segundos, o primeiro futebolista a receber três cartões –sendo, consequentemente, expulso– em uma mesma jogada.

*

Em tempo: O lance ficará marcado pelo inusitado, contudo, devido à agressividade de Alex Low nas duas faltas, o árbitro Jamie Rhodes acertaria se mostrasse o cartão vermelho direto para o jogador. No meu entender, os dois lances eram passíveis de expulsão, sendo o cartão amarelo brando demais.

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Zagueiro se iguala a Zidane com gols decisivos nos acréscimos do 2º tempo https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/01/24/zagueiro-se-iguala-a-zidane-com-gols-decisivos-nos-acrescimos-do-2o-tempo/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2020/01/24/zagueiro-se-iguala-a-zidane-com-gols-decisivos-nos-acrescimos-do-2o-tempo/#respond Fri, 24 Jan 2020 06:50:13 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2020/01/Lejeune-1-320x213.jpg https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=19054 Fazer um gol decisivo nos acréscimos do segundo tempo é, para qualquer jogador, um feito considerável.

Arrancar o empate quando a partida já parecia perdida ou, até melhor, mandar para as redes um chute ou cabeceio que resulte no gol da vitória, é um momento marcante, de glória, para o futebolista.

Isso é frequente? Nem sempre.

Explico: o gol nos acréscimos, apesar de não ser visto em todo jogo, não é uma escassez no futebol; quase toda rodada de qualquer campeonato, no Brasil ou mundo afora, tem gol(s) no tempo extra do segundo tempo.

Só que esse gol pode ser ou pode não ser relevante. E, se não for, perde sua importância.

Um exemplo: um time está ganhando (por qualquer placar) e faz mais um gol – isso em nada afeta o resultado (vitória).

Outro exemplo: um time está perdendo por 2 a 0 e marca o chamado “gol de honra” –fica menos feio, mas o resultado (derrota) é o mesmo.

Era exatamente o que estava para acontecer em Everton x Newcastle, pela 24ª rodada da Premier League (o Campeonato Inglês), na terça-feira (21).

Atuando em casa, em Liverpool, o Everton ganhava por 2 a 0, gols de Moise Kean e Calvert-Lewin, até o fim do tempo regulamentar.

A partir daí, o árbitro Simon Hooper começou a contabilizar o tempo extra.

Os acréscimos no segundo tempo geralmente vão de três a quatro minutos, às vezes mais, quase nunca menos, a depender do número de substituições feitas nessa etapa (nesse confronto foram seis) e das paralisações para o atendimento de jogadores.

Um dos atletas que veio da reserva foi o zagueiro Florian Lejeune, do Newscastle, substituindo aos 25 minutos o também zagueiro Ciaran Clark, que tinha recebido cartão amarelo minutos antes.

O francês fez a parte dele na defesa, ajudando a impedir que o Everton ampliasse a vantagem, e, nos acréscimos, quando o visitante tentava evitar perder de zero, avançou para tentar algo na bola parada.

Improvável dar certo, pois ele não é um zagueiro-artilheiro, à la Sergio Ramos (Real Madrid), tendo marcado pela última vez no fim de janeiro de 2017, quando ainda defendia o Eibar, da Espanha.

Às favas para o improvável.

Lejeune (20) festeja com companheiros de Newscastle ao término do jogo com o Everton, no estádio Goodison Park, em Liverpool (Jason Cairnduff – 21.jan.2020/Reuters)

Eram 48 minutos do segundo tempo quando, depois de escanteio no qual Ritchie alçou a bola na área do Everton, a redonda sobrou alta, na pequena área, às costas de Lejeune.

O camisa 20 não teve dúvida e, em lance acrobático, deu uma meia-bicicleta. Seu arrojo foi recompensado, e a bola parou nas redes de Pickford, goleiro titular da seleção da Inglaterra.

E seria isso, tão somente mais um gol de honra nos acréscimos entre tantos e tantos outros que aconteceram –tanto que Lejeune nem comemorou, ciente da derrota que seria sacramentada em instantes.

Mas não. Hooper, o árbitro, esticou mais um pouco os acréscimos, dando tempo de o Newcastle atacar mais uma vez.

A bola foi mandada para a área do Everton de longe, e aí teve chute na trave, chute bloqueado com a cabeça, chute rebatido por Pickford e chute, enfim, defendido pelo goleiro.

Esforço em vão? Não.

Pickford espalma a bola, mas ela já tinha ultrapassado a linha no chute de Lejeune (caído na pequena área); clique e veja os gols da partida (Reprodução/NUFCTV)

Entra em campo a tecnologia da linha de gol –essa sim, diferentemente do polêmico e confuso VAR, digna de elogio.

No terceiro chute do Newcastle, Pickford estava dentro da própria meta e espalmou a bola depois que ela havia ultrapassado a linha. Gol.

E quem tinha dado esse chute? Exato: Lejeune.

Dois gols nos acréscimos do segundo tempo, em um intervalo de 1 minuto e 42 segundos entre um e outro (de acordo com a BBC), ambos com a bola em movimento, possivelmente algo inédito na história do futebol –ou ao menos na história recente e documentada.

Encontrei em minha pesquisa uma única outra ocasião em que o mesmo jogador marcou dois gols nos acréscimos da segunda etapa.

E seu autor não é um anônimo qualquer, não. Tem grife, tem estirpe, tem resplendor. Um dos melhores de todos os tempos.

Zinédine Zidane, o algoz da seleção brasileira na decisão da Copa do Mundo de 1998, na França, anotou os dois gols da virada (2 a 1) dos franceses diante dos ingleses em partida da Eurocopa de 2004, no estádio da Luz, em Lisboa.

Ambos os gols do então capitão francês, hoje treinador do Real Madrid, aos 46 minutos e aos 48 minutos, saíram com a bola parada: de falta e de pênalti, respectivamente.

Zidane bate pênalti para fazer seu 2º gol nos acréscimos do 2º tempo na vitória por 2 a 1 da França sobre a Inglaterra na Eurocopa de 2004, em Portugal (Adrian Dennis – 13.jun.2004/AFP)

O parisiense Lejeune, atualmente com 28 anos, jamais vestiu a camisa da seleção principal da França, e não é provável que isso aconteça, já que nem titular absoluto do Newcastle ele é.

Porém em um espaço de dois minutos, os dois minutos derradeiros do tempo extra de uma partida do campeonato mais badalado do planeta, com um belo gol de meia-bicicleta e outro em que a bola só entrou centímetros, pôde chegar aonde jamais imaginara: ser comparado a Zidane, com não um, mas dois gols decisivos nos acréscimos do segundo tempo.

Um feito quase único. Nada frequente. Raríssimo.

*

Em tempo: O treinador de Florian Lejeune no Newcastle é um dos maiores zagueiros-artilheiros do futebol. Steve Bruce, que marcou época no Manchester United nos anos 1980 e 1990, encerrou a carreira, em 1999, com 113 gols como profissional.

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Boxing Day marcou o 1º jogo de futebol entre clubes da história https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2019/12/25/boxing-day-marcou-o-1o-jogo-de-futebol-entre-clubes-da-historia/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2019/12/25/boxing-day-marcou-o-1o-jogo-de-futebol-entre-clubes-da-historia/#respond Wed, 25 Dec 2019 20:40:38 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/Boxing-Day-1-320x213.jpg https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=18726 Boxing Day. Na Inglaterra, esse dia, o 26 de dezembro, lá um feriado bancário, no qual celebra-se também o Dia de Santo Estêvão (o primeiro mártir do cristianismo), tradicionalmente relaciona-se a jogar, e a acompanhar, futebol.

Nesta quinta, a 19ª rodada do Campeonato Inglês (Premier League), que encerra o primeiro turno, terá nove de seus dez jogos realizados ao longo do dia.

O primeiro, Tottenham x Brighton, às 12h30 (9h30 no horário de Brasília); o último, Leicester x Liverpool (vice-líder x líder), às 20h (17h de Brasília). A ESPN Brasil exibe esses dois duelos.

A relação do futebol com o Boxing Day é antiga, de quase 160 anos, porém engana-se quem pensa que o dia surgiu por causa do futebol. Ele já existia, e foi o futebol que se inseriu nele.

A primeira partida entre clubes da história, conforme vários registros, incluindo o do jornal inglês The Guardian, ocorreu em um 26 de dezembro, o de 1860, quando Sheffield FC e Hallam FC, os dois mais antigos times do mundo, enfrentaram-se, com vitória do primeiro por 2 a 0 no Sandygate, o estádio do segundo.

Time do Sheffield FC que no dia 26 de dezembro de 1860 enfrentou o rival local Hallam FC na 1ª partida de futebol interclubes (Reprodução/Site do Sheffield FC)

Foi o pontapé inicial dessa conexão, que se tornou duradoura, e contínua, três décadas depois.

Desde a primeira edição do Campeonato Inglês, na temporada 1888/1889, o Boxing Day tem sido um dia com ocorrência de jogos de futebol na monarquia britânica.

Sendo um feriado, é a oportunidade de encher os estádios, especialmente os das divisões inferiores – não só a Premier League (cujas arenas estão sempre abarrotadas) mas também as demais agendam rodadas para a data.

Há também o interesse comercial. Sendo o único campeonato entre os das principais ligas europeias a não interromper as atividades no fim/início de ano (há jogos também nos dias 27, 28 e 29 de dezembro e 1º e 2 de janeiro), o Inglês, sem ter concorrência, pode obter contrato mais vantajoso com emissoras de TV.

Tem campeonato que vai parar por quase um mês, casos do Alemão e do Holandês: 26 dias cada um. O de Portugal ficará 19 dias sem a bola rolando.

O Liverpool, de Mohamed Salah, goleou por 4 a 0 o Newcastle no Boxing Day de 2018,  no estádio Anfield (Paul Ellis – 26.dez.2018/AFP)

Na tradução, Boxing Day poderia ser o Dia do Boxe, mas não é o que acontece em relação ao 26 de dezembro. Nesse caso, é o Dia de Encaixotar.

Pela tradição no Reino Unido, iniciada na Era Vitoriana (1838-1901), os patrões põem em caixas as sobras da véspera (comes e bebes) e as entregam aos funcionários que trabalharam na véspera e não puderam passar o dia (e/ou a noite) com seus parentes e amigos.

É também nesse dia que as famílias abastadas deixam uma caixinha – não necessariamente a gorjeta é colocada em uma caixa pequena, pode estar em um envelope – a carteiros e office boys pelos serviços prestados durante o ano.

A tabela do Campeonato Inglês no Boxing Day de 2019; serão 9 partidas ao longo do dia (Reprodução/Site da Premier League)

Na história do Boxing Day, o 26 de dezembro mais lembrado é o de 1963, devido à festa de gols na primeira divisão.

Em dez partidas, saíram 66, média de 6,6 por jogo, além de terem sido registradas goleadas marcantes: Fulham 10 x 1 Ipswich, West Ham 2 x 8 Blackburn e Burnley 6 x 1 Manchester United.

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Sul-coreano corre 73 metros com a bola para fazer golaço em Londres https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2019/12/10/sul-coreano-corre-73-metros-com-a-bola-para-fazer-golaco-em-londres/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2019/12/10/sul-coreano-corre-73-metros-com-a-bola-para-fazer-golaco-em-londres/#respond Tue, 10 Dec 2019 05:15:32 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/Son-1-320x213.jpg https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=18647 Gols com alto grau de complexidade sempre chamam mais a atenção do que os triviais.

Por serem de difícil execução, e por isso mesmo raros, são mais admirados, ficam guardados na memória por muito tempo (às vezes por toda a vida) e têm, de quebra, chance de concorrer ao prêmio de mais bonito da temporada.

Um gol de calcanhar, um gol de bicicleta, um gol “escorpião”, um gol por cobertura, um gol de letra, todos ganham de goleada de um gol de pênalti, de um gol de falta, de um gol de cabeça, de um gol numa finalização comum com um dos pés.

O atacante Son Heung-min, do Tottenham, capitão da seleção da Coreia do Sul, executou no sábado (7) uma pintura no estádio do clube, em Londres, em partida da Premier League, o Campeonato Inglês.

Contra o Burnley, aos 31 minutos do primeiro tempo, com seu time ganhando por 2 a 0, Son percorreu em alta velocidade uma distância de 73 metros (o comprimento do campo é de 105 metros), em 11 segundos, nos quais tocou na bola 12 vezes, antes de finalizar de dentro da grande área e vazar o goleiro Pope.

Depois de percorrer 73 metros no estádio do Tottenham, em Londres, Son chuta para superar o goleiro Pope, do Burnley (Paul Childs – 7.dez.2019/Reuters)

Um gol para dar um salto do sofá, soltar uma exclamação (não publicável) e passar a matutar: como ele fez isso? E simultaneamente: como ninguém fez falta nele?

Son passou por meio time do Burnley, e pelo menos três adversários poderiam tê-lo derrubado. Se quisessem, conseguiriam, mas não quiseram – um, o lateral Pieters, até quis, mas não teve sucesso.

É possível que anteriormente algum jogador tenha percorrido uma distância maior que Son e feito um gol, porém eu não me lembro.

Ao ver o lance, recordei-me, sim, prontamente de três gols nos quais os autores transpuseram grandes distâncias, saindo do campo de defesa, porém não tão extensas como a de Son:

  • Maradona, pela Argentina, nas quartas de final da Copa do Mundo do México-1986, contra a Inglaterra;
  • Kaká, pelo Brasil, em amistoso em 2006 diante da Argentina, no estádio do Arsenal, em Londres;
  • Messi, pelo Barcelona, no jogo de ida das semifinais da Copa do Rei-2007, contra o Getafe, na Catalunha.

O gol de Son foi anormal, insólito, inusitado, um autêntico golaço, tanto que a mídia esportiva derreteu-se em elogios à obra-prima do sul-coreano.

Por exemplo, o jornal The Independent, um dos principais da capital inglesa, chamou Son de “sublime” e cravou que o gol será um dos concorrentes ao mais belo de 2019/2020.

Concordo. Será muito difícil alguém superar o camisa 7 nos quesitos dificuldade e determinação nos meses vindouros.

Na plasticidade haverá mais bonitos. Aliás, já há, como o do uruguaio De Arrascaeta em Ceará 0 x 3 Flamengo, no dia 25 de agosto, no Castelão, em Fortaleza.

“Eu estava cansado, realmente muito cansado depois do pique. Mas me mantive focado para finalizar. Imagine ter ido tão bem e perder o gol. Eu ficaria muito chateado”, declarou o simpático Son à Spurs TV.

“Esse tipo de gol é realmente especial”, concluiu o atacante de 27 anos, que é o atual melhor jogador do continente asiático.

Não é meramente especial. É especialíssimo.

Um viva a Son por dar esse presente ao futebol.

Em tempo: O Tottenham, que tenta se recuperar na Premier League sob o comando de José Mourinho, que substituiu no mês passado o demitido Mauricio Pochettino, goleou o Burnley nesse jogo por 5 a 0.

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Juiz expulsa gandulas e tem que ele mesmo buscar a bola https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2019/10/01/juiz-expulsa-gandula-e-tem-que-ele-mesmo-buscar-a-bola/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2019/10/01/juiz-expulsa-gandula-e-tem-que-ele-mesmo-buscar-a-bola/#respond Tue, 01 Oct 2019 06:00:13 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2019/09/Yeovil-1-320x213.png https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=18143 Entre os personagens de uma partida de futebol, o mais relevante é a bola. Sem ela, não há jogo.

Os jogadores também são vitais, pois a bola não joga sozinha, precisa de quem a faça rolar.

Em jogos sérios (excluo as peladas, apesar de muitas serem disputadíssimas), sejam os por competição, sejam os amistosos, árbitros e assistentes são necessários, para fazerem valer as regras.

Há também os treinadores, que cuidam das ordens táticas, do empurrão motivacional e das substituições, e os torcedores, que além de torcer também riem, descabelam-se, roem as unhas, xingam e vaiam – os atletas rivais ou os do próprio time.

Acabou? Não. Uma figura não menos importante, porém quase sempre esquecida, é a do gandula. O apanhador de bolas.

Antigamente, quando a pelota saía do campo, não havia outras nas laterais ou na linha de fundo, para que, como ocorre hoje, a partida possa ser rapidamente reiniciada.

Havia as bolas reservas (duas ou três), mas elas ficavam com o árbitro reserva e só eram disponibilizadas se houvesse um problema com a titular – ela murchasse ou, quando chutada para a área dos torcedores, um deles a pegasse e não a devolvesse.

Dessa forma, até determinado momento do fim do século 20 (anos 1980 ou anos 1990), repetidas vezes via-se o gandula correndo desenfreadamente atrás da redonda. Enquanto ele não a pegasse e fizesse a reposição, o jogo ficava parado.

Atualmente, com várias bolas disponíveis perto de cada um dos gols ou na linha lateral, os gandulas têm mais tempo para cumprir sua função e passam a maior parte das partidas despercebidos.

Só se dá pela falta deles em jogos à antiga. Pois não é em todo campeonato que há fartura das esféricas à disposição.

Na quinta divisão da Inglaterra, por exemplo, é assim. A bola sai do campo, o gandula sai atrás.

Algo também visto em outros tempos, o interesse que o gandula dedica a pegar rapidamente a bola é proporcional ao desempenho do time mandante.

Se este está perdendo, o gandula é um velocíssimo guepardo. Se está ganhando, torna-se mais lento que uma tartaruga.

Em Yeovil Town x Bromley, no sábado (28), pela quinta divisão do Campeonato Inglês, a equipe da casa começou perdendo e conseguiu a virada contra o líder, aos 27 minutos da segunda etapa. Ampliou para 3 a 1 aos 33 minutos, e precisaria segurar a vantagem por cerca de mais 15 minutos.

Os gandulas no estádio Huish Park, designados para o trabalho pelo Yeovil Town, não debandaram – o que, no século passado, acontecia –, porém passaram a fazer “corpo mole”. Pressa nenhuma para buscar e devolver a bola.

Essa atitude irritou de tal maneira o árbitro Aaron Jackson que, faltando cinco minutos para o fim do tempo regulamentar, ele decidiu expulsar não apenas um, mas todos os oito gandulas que atuavam na partida.

“Um dos gandulas atrasou a devolução da bola e recebeu uma advertência. Quando ele repetiu a atitude logo depois, o juiz o expulsou, e ordenou que todos os demais [gandulas] também saíssem”, declarou Chris Spittles, da rádio BBC Somerset. “Nunca vi nada parecido.”

A partir daí, sem a presença dos personagens responsáveis por tão específica função, coube ao próprio Jackson fazer as vezes de pegador de bolas, conforme relato do Yeovil Town.

“90 minutos: o juiz corre para pegar a bola (porque ele expulsou os gandulas…)” (Reprodução/Twitter do Yeovil Town FC)

O esforço do árbitro-gandula, contudo, não alterou o placar.

O Bromley, apesar de se manter na liderança, perdeu a invencibilidade de 13 partidas no campeonato (oito vitórias e cinco empates), e o Yeovil Town, ao ganhar o sétimo jogo seguido, ficou a somente um ponto do rival, na terceira colocação.

Em tempo: A origem do termo gandula para denominar o catador de bolas no futebol teria surgido na década de 1930, no Rio de Janeiro, em uma variação do termo “gandulo”. De gandulos eram chamados os garotos desocupados que ficavam à beira dos campos assistindo aos jogos entre amadores e que, quando a bola saía, corriam atrás dela para pegá-la e devolvê-la aos jogadores. Houve também a difusão de que o termo ter-se-ia originado do atacante argentino Bernardo Gandulla, que defendeu o Vasco em 1939 e 1940. Por não ter sido inscrito a tempo em uma competição devido a questões burocráticas, ele ficava de fora torcendo e, por puro voluntarismo, buscava as bolas que deixavam a área de jogo, fazendo as vezes do gandula.   

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Golear por 8 a 0 é muito, mas está bem longe de ser demais https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2019/09/26/golear-por-8-a-0-e-muito-mas-esta-bem-longe-de-ser-demais/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2019/09/26/golear-por-8-a-0-e-muito-mas-esta-bem-longe-de-ser-demais/#respond Thu, 26 Sep 2019 05:55:39 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2019/09/Goleada-1-320x213.jpg true https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=18034 O Manchester City, atual bicampeão inglês sob a batuta de Pep Guardiola, aplicou um sonoro 8 a 0 no Watford, no sábado (21), pelo Campeonato Inglês.

O resultado comprova a tremenda força ofensiva de uma equipe que tem no elenco, do meio para a frente, jogadores do quilate de Agüero (maior artilheiro da história do clube),  Sterling, De Bruyne, Bernardo Silva, Mahrez, David Silva, Gabriel Jesus e Sané – este último está lesionado.

Todos devidamente entrosados – nenhum deles chegou ao clube nesta temporada –, são capazes de criar um sem número de chances de gol a cada partida.

Não raro, e em um esquema no qual o time consegue manter a posse de bola por 60% do tempo, elas chegam a mais de 20 por jogo – nos primeiros seis jogos do atual Campeonato Inglês, a média de finalizações é de 21,7.

Na partida no Etihad Stadium, a arena do Man City, balançaram a rede o português Bernardo Silva (três vezes), o belga De Bruyne, o argentino Agüero, o espanhol David Silva, o argelino Mahrez e até o zagueiro argentino Otamendi.

O primeiro gol saiu com menos de 1 minuto e, aos 18 minutos, o placar já marcava 5 a 0 para o time que veste azul-celeste.

Essa vantagem, com tanto jogo pela frente, fez o goleiro do Watford, o experiente Ben Foster, de 36 anos, temer por um vexame de proporção gigante.

“Estava sendo uma carnificina, e eu pensei: ‘Meu Deus, poderão ser mais de dez’. As chances se multiplicavam diante dos nossos olhos. Fiquei feliz da vida quando fomos para o intervalo com 5 a 0. Poderia ter sido um placar de críquete.”

No críquete, esporte pouco praticado no Brasil, as equipes costumam fazer mais de 200 pontos por jogo.

Não seria para tanto, mas, felizmente para Foster e seus companheiros, o Man City não manteve o ritmo – se mantivesse, teria marcado 25 gols.

O goleiro do Watford, Ben Foster, fica desolado ao sofrer o sétimo gol, marcado por Bernardo Silva; o Man City ainda faria o oitavo (Phil Noble – 21.set.2019/Reuters)

Goleadas por cinco ou mais gols não são raridade para o Man City na era Guardiola. Citarei as mais recentes.

O mesmo Watford levou de 6 a 0 na final da Copa da Inglaterra, em maio deste ano. Nesse duelo, o goleiro não foi Foster, e sim o brasileiro Gomes.

O Schalke, da Alemanha, tomou de 7 a 0, pela Liga dos Campeões da Europa, em março, e o Chelsea, de 6 a 0 no Campeonato Inglês, em fevereiro. As vítimas em janeiro foram o Burnley (5 a 0 no Inglês), o Rotherham United (7 a 0 na Copa da Inglaterra) e o Burton Albion (9 a 0 na Copa da Liga Inglesa).

Ou seja, o 8 a 0 não foi nem o resultado mais dilatado do Man City sob o comando do espanhol, comprovadamente um dos melhores técnicos do mundo.

Na história, a goleada recorde do clube aconteceu no século 19: 12 a 0 no Liverpool Stanley, pela Copa da Inglaterra, no dia 4 de outubro de 1890.

Desse modo, um 8 a 0, apesar de saltar aos olhos e de não ser nada fácil de ser registrado, está muito distante de figurar entre as maiores goleadas vistas no futebol.

Questionei a Fifa a respeito do assunto, e a entidade respondeu não ter “o registro completo de todas as partidas”, podendo oferecer “apenas as dez maiores goleadas em competições da Fifa”.

A maior delas é uma acachapante vitória da Austrália sobre a Samoa Americana no dia 11 de abril de 2001: 31 a 0, pelas eliminatórias da Oceania para a Copa do Mundo de 2002, na cidade australiana de Coffs Harbour.

A Austrália goleou a Samoa Americana por 31 a 0 nas eliminatórias da Copa do Mundo de 2002; clique e veja (Reprodução/YouTube)

Nos duelos entre clubes, vários veículos especializados em futebol relatam que o recorde pertence ao A.S. Adema, de Madagascar, que derrotou por 149 a 0 (isso mesmo, 149 a 0) o Stade Olympique L’Ermyne (SOE), pelo campeonato nacional do país, no dia 31 de outubro de 2002.

O curioso é que nenhum gol foi feito pelos atletas do Adema, que nem sequer tocaram na bola na partida. Todos os 149, média de 1,66 por minuto, foram contra.

Ordem do treinador Ratsimandresy Ratsarazaka, que decidiu dessa forma protestar em relação ao que ocorreu no jogo anterior do SOE, no qual o árbitro, ao marcar um pênalti supostamente inexistente contra o time, tirou-lhe a chance de conquistar o título.

Esse placar, 149 a 0, ganha disparado de qualquer outro.

A segunda maior goleada da história é recente. Ocorreu há pouco mais de três anos, no dia 23 de maio de 2016, na terceira divisão do Campeonato Equatoriano: Pelileo 44 x 1 Indi Native.

O artilheiro dessa partida foi Ronny Medida, com 18 gols.

A terceira maior goleada não é nada recente. Aconteceu no dia 12 de setembro de 1885, pela Copa da Escócia.

O time da casa, o Arbroath, massacrou o Bon Accord sem piedade: 36 a 0.

John Petrie, de 18 anos, balançou as redes 13 vezes, o mesmo número do australiano Archie Thompson no maior placar registrado pela Fifa – o mencionado 31 a 0.

Nesse 36 a 0, reporta o site londrino Tifo, o Bon Accord sofreu com a ausência de seu goleiro e de mais um integrante do time, que não apareceram para jogar.

Não havia reservas, e dois espectadores foram convidados para completar a equipe, tendo o zagueiro Andrew Lorne assumido a posição de guarda-metas.

O time do Arbroath que goleou impiedosamente o também escocês Bon Accord em 1885 (Reprodução/Site do Arbroath FC)

O incrível dá as caras quando a quarta maior goleada, também entre dois clubes escoceses, é apresentada: Dundee Harp 35 x 0 Aberdeen Rovers.

Por que incrível? Porque ela aconteceu no mesmo dia, no mesmíssimo dia, do 36 a 0 do Arbroath no Bon Accord.

Os relatos dão conta de que o árbitro de Dundee x Aberdeen, perdido em meio à avalanche de gols, anotou 37 para o Dundee, sendo entretanto corrigido pelo estafe do time vencedor, que contabilizara dois a menos.

Completa o top 5 das mais portentosas goleadas a da Austrália na Samoa Americana (31 a 0).

Voltando à Inglaterra, o Man City, com seu admirável 8 a 0, ficou muitíssimo distante da goleada mais elástica no país: Preston North End 26 x 0 Hyde FC, pela Copa da Inglaterra, no dia 15 de outubro de 1887.

No Brasil, consta que o Botafogo é o dono da vitória pela maior margem de gols em uma partida oficial. Trazem essa informação sites como Acervo da Bola e Campeões do Futebol, entre outros.

No dia 30 de maio de 1909, pelo Campeonato Carioca, o Fogão humilhou o Mangueira, 24 a 0, com nove gols do atacante Gilbert Hime.

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Dono de time inglês diz que gostaria de investimento dos Bin Ladens https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2019/09/21/dono-do-sheffield-united-diz-que-gostaria-de-investimento-dos-bin-ladens/ https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2019/09/21/dono-do-sheffield-united-diz-que-gostaria-de-investimento-dos-bin-ladens/#respond Sat, 21 Sep 2019 05:35:54 +0000 https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/files/2019/09/Sheffield-United-2-320x213.jpg https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/?p=18019 O sobrenome Bin Laden é mundialmente conhecido por causa de Osama, líder da organização terrorista Al Qaeda e mentor dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos EUA, que destruíram as Torres Gêmeas, em Nova York.

Por isso, causou espanto a declaração do dono do Sheffield United, um dos caçulas desta temporada da Premier League (o Campeonato Inglês), de que ficaria feliz se a família Bin Laden investisse no clube.

“Fico ofendido quando falam mal da família Bin Laden”, declarou o príncipe saudita Abdullah bin Musa’ad no estádio do clube, o Bramall Lane, na quinta (19), antes do início da sexta rodada da competição.

“Toda família pode ter uma pessoa ruim, uma ovelha negra, mas eles [os Bin Ladens] são muito respeitáveis”, justificou ele, cujos negócios giram em torno da indústria de celulose.

Os EUA informaram em 2011, na gestão de Barack Obama, que Osama bin Laden foi morto no dia 2 de maio daquele ano, em uma operação da marinha do país no Paquistão.

Bin Musa’ad, que tem 54 anos, mantém um bom relacionamento com a endinheirada família Bin Laden, proprietária do Grupo Binladin, que atua no setor de construção, entre outros ramos, na Arábia Saudita.

“Nunca fiz negócios com eles, mas ficarei muito contente se fizer. Não há nenhuma desonra no nome da família Bin Laden”, enfatizou o príncipe.

Depois de uma batalha judicial com o empresário britânico Kevin McCabe, que dividia com ele o controle do Sheffield United, Bin Musa’ad tornou-se nesta semana o principal acionista do clube fundado em 1889.

Um de seus primeiros atos foi nomear o genro, de 26 anos, como presidente da agremiação, no lugar de McCabe.

Pela decisão judicial, conforme relatou o jornal The Guardian, Bin Musa’ad terá de adquirir até julho de 2020, a um custo de £ 40 milhões (R$ 207 milhões), o estádio, o hotel que fica ao lado dele e o centro de treinamento do Sheffield United.

O príncipe saudita Abdullah bin Musa’ad assiste a partida do Sheffield United, clube do qual é proprietário (John Clifton/Action Images)

Bin Musa’ad está à frente do clube que tem o elenco de menor valor de mercado entre os 20 da primeira divisão da Inglaterra.

De acordo com o site Transfermarkt, os jogadores do Sheffield United, somados, valem £ 82,31 milhões (R$ 425,7 milhões), ou 1/14 do valor do elenco do Manchester City, o primeiro da lista (£ 1,15 bilhão ou R$ 5,95 bilhões).

Segundo colocado na divisão de acesso em 2018/2019, o Sheffield United tem como objetivo nesta temporada permanecer na elite.

Nos primeiros cinco jogos, registrou uma vitória, dois empates e duas derrotas, o suficiente para figurar fora da zona de descenso.

Na história, a equipe conquistou o Campeonato Inglês uma vez, ainda no século 19, em 1898, além de quatro Copas da Inglaterra, a última em 1925.

Leia também – Homem mais rico do Reino Unido compra time da França

Em tempo 1: Sheffield, situada no centro-norte da Inglaterra, é conhecida por ter o clube mais antigo do futebol, o Sheffield FC, fundado em 1857 e atualmente na oitava divisão. A cidade, além do Sheffield FC e do Sheffield United, abriga também o Sheffield Wednesday, que se estabeleceu em 1867 e acumula quatro taças do Campeonato Inglês (1903, 1904, 1929 e 1930) – disputa hoje a segunda divisão.

Em tempo 2: Abdullah bin Musa’ad não é o único dono não inglês de um time na Premier League. Aliás, ele integra a maioria. Somente quatro dos 20 clubes da divisão de elite são controlados exclusivamente por ingleses: o Tottenham, o Newcastle, o Brighton e o Burnley. Nos demais, há injeção de dinheiro de proprietários cuja origem são países como China, Emirados Árabes Unidos, Tailândia, Itália, Rússia e Estados Unidos.

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