Nomes para Sempre – Osama Vinladen
Na língua espanhola, a letra “v” tem a pronúncia de “b”. Assim, por exemplo, “vaso” (copo) pronuncia-se “basso”.
A regra vale para os nomes das pessoas.
No Peru, que foi colônia da Espanha de 1531 a 1879 e onde, por conseguinte, fala-se espanhol, há um jogador que se chama Osama Vinladen. Na pronúncia, Osama Binladen.
Quem não tem memória curta imediatamente se lembrará de Osama bin Laden, líder da organização islâmica Al Qaeda e mentor dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos EUA –as Torres Gêmeas, em Nova York, foram destruídas, e perto de 3.000 pessoas morreram.
Pois houve quem decidiu fazer homenagem ao terrorista, morto em 2011 no Paquistão, com o próprio filho.
Hoje com 18 anos (nasceu no dia 7 de outubro de 2002), o meia-atacante Osama Vinladen, que atua pelo modesto Unión Comercio, da segunda divisão peruana, declarou à rádio Ser Catalunya, de Barcelona, que a ideia partiu de seu pai.
A homenagem heterodoxa do pai de Osama Vinladen (cujos sobrenomes são Jiménez López) não foi única.
“O nome do meu irmão é Saddam Hussein, e o terceiro filho deveria se chamar George Bush, mas nasceu uma menina”, disse Osama Vinladen.
Saddam Hussein (1937-2006) presidiu o Iraque de 1979 a 2003. Durante sua gestão, houve a Guerra do Golfo, em 1990 e 1991, na qual o país confrontou uma coalizão internacional liderada pelo EUA, cujo presidente era George Bush (1924-2018).
“Não há outras pessoas que se chamam assim. Pensei em mudar meu nome”, afirmou Osama Vinladen, que depois desistiu e até passou a defender a decisão do pai.

“Porque houve um Osama que matou pessoas, não acho que deva haver uma lei sobre o nome. Acho que tem uma pessoa no Peru que se chama Hitler. Estou tranquilo agora.”
O jogador, que chegou a ser convocado anos atrás para a seleção peruana sub-15, já tem um filho, porém o nome escolhido, apesar de o avô ter insistido em George Bush, escapa de qualquer polêmica: Santiago.
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