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Inchada e com 3 estreantes, Copa Africana de Nações começa no Egito

Em meio à Copa América no Brasil e à Copa do Mundo feminina na França, competições que disputam e dividem a atenção da mídia, cabe a mim registrar o início, nesta sexta-feira (21), de um outro torneio importante, porém nada badalado, a Copa Africana de Nações.

Que traz novidades. Haverá mais seleções na disputa (eram 16, agora são 24) e três países estreantes: Burundi, Madagáscar e Mauritânia.

Outra novidade é o período de realização. Costumeiramente agendada para o começo do ano, a competição avançou alguns meses. Desse modo, disputada no período de intertemporadas, não desfalcará as agremiações europeias no meio de seus respectivos campeonatos.

A sede é o Egito, que se propôs a tapar o buraco deixado por Camarões, país que, com problemas de infraesfrutura e segurança, teve cassado em novembro o direito de abrigar a Copa.

Com essa mudança, os camaroneses (apelidados de Leões Indomáveis) terão de defender o título conquistado no Gabão, em 2017, na terra dos Faraós (apelido da seleção egípcia).

A mascote da Copa, aliás, é Tut, um garoto-faraó inspirado no famoso Tutancâmon.

Tut, menino caracterizado como um faraó, é a mascote da 32ª edição da Copa Africana de Nações, sediada pelo Egito (Divulgação/Confederação Africana de Futebol)

Na final de dois anos atrás, Camarões superou justamente o Egito, por 2 a 1 (Elneny abriu o placar, mas os camaroneses viraram com Nkoulou e Aboubakar).

Quatro cidades receberão jogos: a capital, Cairo (local do jogo de abertura, Egito x Zimbábue, e da decisão, no dia 19 de julho, uma sexta-feira), Alexandria, Suez e Ismailia.

São considerados favoritos os anfitriões (que contam com o craque do Liverpool Mohamed Salah), os senegaleses (de Sadio Mané, também do Liverpool, o atual campeão europeu), os nigerianos, os ganenses e os marroquinos, de acordo com análises da britânica BBC e da alemã Deutsche Welle.

Eu incluiria nesse rol os tunisianos, presentes na Copa do Mundo de 2018, os marfinenses, os camaroneses e os argelinos.

No ranking da Fifa divulgado há sete dias, a seleção africana mais bem colocada é o Senegal, no 22º lugar. A Tunísia aparece em 25º, e no top 50 também estão Nigéria (45º), Marrocos (47º), Congo (49º) e Gana (50º). As piores na lista de 211 nações são Tanzânia (131ª) e Burundi (134º)

Jogadores talentosos e/ou de renome no torneio? Sim, vários, há muita qualidade no futebol africano.

Alguns sobressaem, como os já citados Salah e Mané, o atacante argelino Mahrez (Manchester City), o meia-atacante marroquino Ziyech (Ajax), o zagueiro senegalês Koulibaly (Napoli), o meia guineano Keita (Liverpool), o atacante malinês Marega (Porto), o volante ganense Partey (Atlético de Madri) e o atacante marfinense Zaha (Crystal Palace).

O artilheiro Aubameyang (Arsenal) não estará presente, já que seu país, o Gabão, perdeu a vaga nas eliminatórias para o Burundi.

Um dos principais artilheiros do futebol europeu, Aubameyang, do Arsenal (Inglaterra), não disputará a Copa Africana de Nações, pois o Gabão não se classificou (Amr Abdallah Dalsh – 29.mai.2019/Reuters)

As seleções estão divididas em seis grupos – classificam-se às oitavas de final, para o início dos mata-matas, os dois primeiros de cada chave mais os quatro melhores terceiros colocados.

  • Grupo A: Congo, Egito, Guiana e Zimbábue
  • Grupo B: Burundi, Guiné, Madagáscar e Nigéria
  • Grupo C: Argélia, Quênia, Senegal e Tanzânia
  • Grupo D: África do Sul, Costa do Marfim, Marrocos e Namíbia
  • Grupo E: Angola, Mali, Mauritânia e Tunísia
  • Grupo F: Benin, Camarões, Gana e Guiné-Bissau

A Copa Africana de Nações é disputada desde 1957 e realizará sua 32ª edição. O maior vencedor é o Egito (sete taças), seguido por Camarões (cinco), Gana (quatro) e Nigéria (três).

O país-sede triunfou em 11 ocasiões, ou 35% das vezes – na última delas, o Egito, em 2006.

O campeão de 2019 amealhará um prêmio de US$ 4,5 milhões (R$ 17,3 milhões). Na Copa América, o primeiro colocado receberá 144% a mais, US$ 11 milhões (R$ 42,2 milhões).

Nenhuma TV anunciou a transmissão dos jogos para o Brasil.

Em tempo: Ao finalizar este texto, li uma notícia, publicada pela Gazzetta dello Sport, que dizia a seleção camaronesa não tinha embarcado ainda para o Egito, diferentemente do programado. Os jogadores, de acordo com o jornal italiano, recusaram-se a viajar porque a federação de futebol do país não pagou € 30 mil (R$ 130 mil) devidos pela classificação. Se o impasse não for solucionado, é possível que Camarões desista de jogar, o que seria péssimo para a imagem da competição.

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