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Agora meia-atacante, Neymar começa temporada com 10 gols em 10 jogos

Neymar faz um ótimo início de temporada.

Depois de uma Copa do Mundo decepcionante, na qual jogou aquém do esperado e ainda foi acusado por adversários e pela mídia de teatralizar ao sofrer faltas, o camisa 10 tem comandado o Paris Saint-Germain, com boas atuações e muitos gols.

Já são dez, no mesmo número de partidas pelo PSG – sete no Campeonato Francês, três na Liga dos Campeões da Europa.

Tal desempenho (dez gols nos dez primeiros jogos) em um começo de campanha, desde que o ex-santista chegou à Europa em 2013, para defender o Barcelona, só foi visto em 2014/2015.

Aquela temporada foi a de maior brilho de Neymar. Ele conquistou com o Barça a Champions League – na qual foi um dos artilheiros, com dez gols (junto com Messi e Cristiano Ronaldo) –, o Campeonato Espanhol e a Copa do Rei.

Mantendo a comparação entre 2018/2019 e 2014/2015, nas dez partidas iniciais Neymar deu agora mais assistências (passes para gol): três contra uma.

Quatro anos atrás, ele era mais efetivo na relação gol por minuto: balançava as redes a cada 66 minutos em campo; agora, a cada 81. Ótimo do mesmo jeito.

É relevante ressaltar que o novo treinador do PSG, o alemão Thomas Tuchel, mudou o mais badalado jogador da equipe (é o mais caro do mundo, afinal) de posição.

No esquema 4-2-1-3, Neymar é o “1”.

Joga como meia-atacante, à frente dos volantes Rabiot e Verrati e atrás do trio Mbappé, Cavani e Di María.

Deixou a ponta esquerda, seu habitat ao longo da carreira, para atuar pelo meio, em grande parte do tempo como um articulador.

Caso solte a bola mais rápido (basta querer), abdicando do drible supérfluo, ele tem chance de:

  1. deixar o trio ofensivo com altíssima frequência na cara do gol, pois seu passe é de qualidade, o que ampliará seu número de assistências;
  2. ficar ele mesmo diversas vezes em boas condições de fazer gols, ao receber de volta em tabelas bem-sucedidas, na grande área (ou próximo a ela) e centralizado, a bola dos companheiros (Di María e Mbappé não costumam ser fominhas).

Ainda é cedo para afirmar se, nessa nova posição, Neymar será melhor do que na anterior. É necessário observar mais algumas semanas.

Na ponta, ele tinha a vantagem de encarar um defensor em muitas ocasiões no mano a mano (em jogadas de velocidade) e mais liberdade para abusar das fintas sem correr grandes riscos (ao perder a bola, a chance de contra-ataque do adversário fica minimizada, pois a posição do campo, a lateral, é menos favorável a esse tipo de ação).

Pelo meio, é mais difícil jogar, há frequente congestionamento pela frente, mais rivais na marcação, a começar pelos volantes.

Neymar é cercado por jogadores do Liverpool em partida da Liga dos Campeões; centralizado, ele precisa soltar a bola mais rápido para fugir dos marcadores (Dave Thompson – 18.set.2018/Associated Press)

Por outro lado, há o benefício de estar de frente para o gol, com mais angulação, o que permite teoricamente mais êxito nas finalizações.

Além disso, por ser extremamente habilidoso, Neymar sofre muitas faltas. E ele mesmo as cobra, então, sofrendo-as perto da meia-lua da grande área, criará ótimas oportunidades para fazer gols na bola parada.

Aliás, Neymar tem melhorado nesse quesito (cobrança de faltas). Na quarta (3), na goleada por 6 a 1 do PSG no Estrela Vermelha, marcou de falta dois de seus três gols. Está afiadíssimo.

Imagino que ele, aos 26 anos, esteja muito focado, repleto de vontade, de fazer a melhor temporada de sua vida.

Ainda mais depois de não ter ficado nem entre os dez melhores na disputa de melhor do mundo da Fifa, um balde de água gelada para quem tem a pretensão de obter esse prêmio.

Neymar vai muito bem por enquanto, inclusive mantendo os nervos, um de seus pontos fracos, sob controle. Recebeu uma única advertência (cartão amarelo) nas dez partidas disputadas.

Se o craque que adora mudar o penteado deve ser reprovado quando se comporta mal, merece aplausos quando faz por merecer – hoje, é esse o caso.

Leia também: Há futebol além de Neymar

Em tempo 1: Como se saiu Neymar nos dez primeiros jogos de cada temporada na Europa, por Barcelona e por PSG? Já mencionei 2014/2015 e 2018/2019. Eis as outras: Barcelona-2013/2014 (2 gols, 4 assistências); Barcelona-2015/2016 (8 gols, 5 assistências); Barcelona-2016/2017 (6 gols, 8 assistências); PSG 2017/2018 (9 gols, 7 assistências).

Em tempo 2: Nesta temporada, Neymar tem mais dois jogos acumulados, pela seleção brasileira, os amistosos contra EUA (2 a 0) e El Salvador (5 a 0). Neles, fez dois gols (ambos de pênalti) e deu três assistências.

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