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No Natal, de presente a Copa do Mundo

Luís Curro

Natal é época de alegria, paz, solidariedade, congraçamento. A maioria das pessoas que celebram a data religiosa (o nascimento de Jesus Cristo) age em curto espaço de tempo como deveria agir todos os dias.

É época também, para boa parte das crianças, de ganhar presentes do Papai Noel, chamado em algumas regiões do mundo (geralmente nos países de língua inglesa) de Santa Claus.

Aquelas que se comportaram durante o ano são, conforme a lenda, agraciadas pelo rechonchudo “bom velhinho” com um mimo (ou mais de um), que ele fabrica ajudado por dezenas de duendes no polo Norte.

Quando eu era garoto, os presentes mais esperados eram boneca (para as meninas) e bola de futebol, autorama ou carrinho Matchbox (para os meninos). Ganhar roupa fazia parte, mas era meio chato, frustrante até. O legal era brinquedo.

Atualmente, imagino que meninos e meninas, mesmo os na categoria fraldinha, querem como primeira opção um celular ultramoderno com 4G, para navegar na internet, utilizar o WhatsApp e se divertir com jogos da mais avançada tecnologia. Novos tempos.

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Falo de Brasil, por viver aqui, porém meu foco direciona-se neste texto para a Inglaterra.

Lá, uma grande rede de supermercados europeia, a Lidl, que patrocina a seleção inglesa, fez uma enquete com crianças do país. Participaram 1.002, com idade de 5 a 12 anos.

A pesquisa concluiu que um terço delas aceitaria de bom grado ficar sem receber um único presente natalino, desde que… Santa Claus lhes dê, no meio do ano que vem, um especial: a conquista da Copa do Mundo pelo English Team.

Na capital, Londres, o número de crianças que optaram por esse desejo sobe para quase 50%.

Seleção inglesa posa antes de jogo contra a Lituânia pelas eliminatórias da Copa de 2018; a partir da esq., em pé: Rashford, Trippier, Keane, Butland, Maguire, Stones e Henderson; agachados: Cresswell, Kane, Winks e Alli (Adrian Dennis – 8.out.2017/AFP)

Curioso. Suponho que meninos e meninas reflitam nesse caso uma vontade dos pais (em especial do pai, pois os homens são bem mais fissurados por futebol do que as mulheres).

A Inglaterra não é campeã em uma Copa do Mundo desde 1966. O título conquistado 51 anos atrás, em solo inglês, foi seu primeiro e único, aliás. E com um gol na final, diante da Alemanha Ocidental, no qual há dúvida se a bola ultrapassou a linha, em chute de Geoff Hurst.

Com as crianças do Brasil, o resultado dessa pesquisa seria similar?

Duvido. Somos pentacampeões mundiais. Elas sabem que o hexa não é um sonho distante, e que não tardará a ser comemorado – há uma boa chance já em julho próximo, pois a seleção de Tite chegará à Rússia como favorita (nas casas de apostas, só a Alemanha está um pouco à frente).

A seleção brasileira atual esbanja futebol de excelente qualidade, diferentemente da inglesa, comandada por Gary Southgate, que, apesar de encerrar invicta as eliminatórias, tem um pé de obra limitado e terá de suar muito (e ter em período iluminado seu centrovante-artilheiro, o ótimo Harry Kane, rara exceção à mediocridade do elenco) para ter alguma chance de brilho no Mundial.

Assim, no dia de Natal, os pequenos brasileiros certamente preferem um presentinho – quiçá um presentão.

(Lembrando que o maior dos presentes é ter saúde. O resto se conquista.)

Boas festas a todos!

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