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Campeão com o Feyenoord, beque brasileiro pede a Tite uma ‘olhadinha’

Luís Curro

“Sei que o Tite não olha muito para a Holanda, mas fomos campeões agora e saíram várias notícias disso. Quem sabe ele não dá uma olhadinha, né?”

De olho em uma oportunidade na seleção brasileira, o zagueiro Eric Botteghin, de 29 anos, espera que o título nacional conquistado pelo Feyenoord, no domingo (14), após a vitória por 3 a 1 sobre o Heracles Almelo, faça com que o treinador do Brasil preste mais atenção no futebol holandês e, mais especificamente, no futebol dele.

A liga da Holanda não está entre as cinco mais badaladas na Europa. Ocupa o segundo escalão, ao lado da de Portugal, ficando atrás dos campeonatos de Alemanha, Espanha, França, Itália e Inglaterra.

O Feyenoord, de Roterdã, quebrou um jejum de quase duas décadas ao vencer a Eridivisie, liga dominada por Ajax e PSV. O último título do Feyenoord havia sido na temporada 1998/1999.

Com uma campanha de 26 vitórias, 4 empates e 4 derrotas, o Feyenoord somou 82 pontos e terminou um ponto à frente do Ajax.

Em sua segunda temporada no clube, Eric começou todas as 34 partidas, não sendo substituído em nenhuma. Sem contar os acréscimos, jogou 3.060 minutos. Marcou quatro gols e recebeu apenas três cartões amarelos. É raro um zagueiro fazer mais gols do que ser advertido.

Nascido em São Paulo, Eric atua no futebol holandês desde 2007. Antes do Feyenoord, defendeu times menores (Zwolle, NAC Breda e Groningen).

Eleito pelo jornal “De Telegraaf”, o maior da Holanda, o segundo melhor jogador da Eridivisie (ficou atrás de El Ahmadi, seu companheiro de time), Eric concedeu entrevista a “O Mundo é uma Bola”.

O zagueiro Eric Botteghin com o troféu de campeão do Campeonato Holandês (Reprodução/Facebook Feyenoord)

Qual a avaliação você faz de sua segunda temporada no Feyenoord? O título era esperado ou foi uma surpresa?

Eric Botteghin: Minha avaliação é muito boa. Cheguei tranquilo, trabalhando, e aos poucos fui conquistando a confiança do técnico e da torcida. Esperava, sim, ser campeão, porque a diretoria montou um time bem competitivo e com jogadores experientes, inclusive de seleção holandesa.

Qual o seu pior momento na temporada? 

Eric Botteghin: Acho que não tive. Fui abençoado. Joguei todos os jogos os 90 minutos sem contusões. Mas isso não é mérito meu, e sim uma bênção de Deus e competência dos preparadores físicos.

E qual o pior momento do time?

Eric Botteghin: Foi quando perdemos para o Excelsior, na penúltima rodada. Estávamos com quatro pontos de vantagem para o Ajax. Bastava ganhar e éramos campeões com uma rodada de antecedência. E não aconteceu. Estava uma festa na cidade e não conseguimos vencer. E o Ajax ganhou e diminuiu a vantagem para apenas um ponto. Mas na semana decisiva fechamos o grupo, conversamos, tivemos tranquilidade e conquistamos o título.

Que qualidades você pode enumerar no Feyenoord que acaba de se sagrar campeão?

Eric Botteghin: Somos um time focado no que queremos. Temos um grupo de jogadores habilidosos e experientes. Uma diretoria que trabalha muito. Um técnico (Giovanni van Bronckhorst) que já disputou Copa do Mundo e jogou em clubes grandes. Uma torcida vibrante e fanática, que lota todos os jogos. É um grupo que não tem vaidade.

Qual o craque da equipe?

Eric Botteghin: Difícil falar isso. Todos têm sua importância. Claro que o Kuyt (veterano de 36 anos que fez os três gols do Feyenoord na partida que rendeu o título) é o mais conhecido e respeitado.

Qual a influência do treinador Van Bronckhorst no seu futebol?

Eric Botteghin: Nossa, uma influência enorme! Ele que me deu a oportunidade de ter uma sequência como titular. Sou grato a ele. Ele aponta aquilo que preciso melhorar. Conversa, tem diálogo. Enfim, tem uma importância muito grande.

Qual a importância desse título para o clube e para você?

Eric Botteghin: Não ganhávamos há 18 anos, né? Então por aí já dá pra ver a importância dessa conquista. A torcida ficou superfeliz. Nós, jogadores, também. Entramos para a história do Feyenoord.

Defina em uma palavra essa conquista.

Eric Botteghin: Épica.

Bandeira do Brasil nos ombros, Eric comemora a vitória sobre o Heracles Almelo, que significou o título da Eridivisie (Reprodução/Facebook Feyenoord)

Quais são seus planos daqui para a frente? Tem vontade de jogar em um centro maior que a Holanda?

Eric Botteghin: Ainda nem pensei nisso. Vou comemorar, depois verei. Mas, a princípio, sigo normalmente no Feyenoord.

Seleção brasileira é um sonho ou você não cogita essa possibilidade?

Eric Botteghin: Claro que é um sonho. Todos têm possibilidades. Sei que o Tite não olha muito para a Holanda, mas fomos campeões agora e saíram várias notícias disso. Quem sabe ele não dá uma olhadinha, né? Se eu tiver a oportunidade, com certeza vou agarrar.

Leia também – Brasileiro aceita virar holandês, mas só se for convocado para a seleção laranja

Em tempo: É muito improvável uma convocação de Eric Botteghin para a seleção brasileira. Tite já tem seus zagueiros definidos (Miranda, Marquinhos, Gil e Thiago Silva) e não deve mudar até a Copa da Rússia, que será daqui a pouco mais de um ano. Caso um deles se machuque ou apresente grande queda técnica, o treinador deve chamar Rodrigo Caio (São Paulo) ou Geromel (Grêmio), já convocados por ele.

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