Torcedores vandalizam casa de goleiro do Togo depois de derrota na Copa Africana
Torcedores do Togo, nação com 6,8 milhões de habitantes na África ocidental, elegeram um responsável pela derrota para o Marrocos na Copa Africana de Nações, disputada no Gabão: o goleiro Kossi Agassa, de 38 anos.
E decidiram vandalizar a casa do jogador, em Lomé, a capital do país, durante o fim de semana.
Na sexta (20), o Togo saiu na frente na partida jogada na cidade de Oyem, porém levou a virada e perdeu por 3 a 1. Houve falha do goleiro no primeiro gol (“caçou borboleta” em cobrança de escanteio) e no terceiro gol (errou o tempo ao saltar em um chute de média distância).
Não foram frangos, mas ele foi muito mal nos dois lances.

O veterano Agassa, que defende a seleção togolesa desde 1998, ficou muito assustado e abalado emocionalmente com o ato de vandalismo, de acordo com relato do treinador Claude le Roy, e não deve participar do duelo desta terça (24) contra a República Democrática do Congo.
“Tenho sérias dúvidas se ele poderá atuar na terceira partida [a última da primeira fase].”
O técnico, que é francês, afirmou que a mãe do goleiro entrou em pânico e até agora não conseguiu falar sobre o caso, no qual a polícia teve de intervir. “Agassa está muito chateado, e o moral de todo o time foi afetado”, disse Le Roy a respeito da atitude “de uma minoria em um país pacífico”.
Para se classificar para os mata-matas, o Togo, cujo principal nome é o atacante e capitão Adebayor, que já defendeu os ingleses Arsenal e Tottenham, tem de derrotar o Congo por dois gols de diferença. Se ganhar por um gol de vantagem, terá de torcer para que a Costa do Marfim não vença o Marrocos, em jogo no mesmo horário.

O Togo jamais ganhou a Copa Africana de Nações, que é disputada desde 1957 e está em sua 30ª edição. Seu melhor resultado foram as quartas de final, na África do Sul, em 2013.
O país disputou uma única vez a Copa do Mundo, na Alemanha, em 2006, e caiu na primeira fase, com três derrotas em três partidas.
Em tempo: O Gabão, país-sede da Copa Africana, do artilheiro Aubameyang (que defende o alemão Borussia Dortmund), está eliminado da competição depois de três empates em três jogos. É a primeira vez desde 1994 que um anfitrião cai na fase de grupos – daquele ano até agora, houve outras 11 disputas. Na história, somente três vezes isso ocorreu: com a Tunísia, em 1994, com a Costa do Marfim, em 1984, e com a Etiópia, em 1976. Nas 29 edições realizadas até hoje, a seleção da casa sagrou-se campeã em 11 delas, a última em 2006 (Egito). O Egito, aliás, é o maior vencedor: sete títulos.