Brasileiro é responsável por tirar surpresa alemã do topo
Os principais campeonatos europeus se aproximam de suas metades, e até o final de semana que passou duas equipes despontavam como candidatas a surpresa da temporada: o francês Nice e o alemão RB Leipzig.
Um brasileiro, que dez anos atrás defendeu o Palmeiras, tratou de tirar a invencibilidade de uma delas e devolver à competição seu tradicional líder.
Na Alemanha, o voluntarioso volante Roger Bernardo, de 31 anos, 1,84 m e 86 kg, fez algo raro em sua carreira: um gol.
A certeira cabeçada aos 12 minutos no primeiro tempo rendeu a seu time, o Ingolstadt, a vitória por 1 a 0 sobre o Leipzig, que até então acumulava dez vitórias e três empates na Bundesliga.
É verdade que o Leipzig foi melhor no jogo de sábado (10) em Ingolstadt, pressionando o mandante e criando oportunidades de fazer vários gols.
Mas a bola não entrou, e o clube que mais atenção chama neste Alemão, pois veio da segunda divisão (sagrou-se vice-campeão em 2015/2016) e atingiu o topo da tabela com ótima campanha, perdeu a liderança para o poderoso Bayern de Munique, atual tetracampeão do campeonato.
Tanto o Bayern, que também no sábado goleou em casa o Wolfsburg por 5 a 0, como o Leipzig estão com 33 pontos. A equipe de Munique, que soma as mesmas dez vitórias do rival, leva vantagem no saldo de gols (25 a 17).

“O Mundo é uma Bola” fez contato com Roger para colher as impressões dele a respeito do resultado, que se mostrou inesperado porque o Ingolstadt vai muito mal na Bundesliga – obteve diante do Leipzig apenas sua segunda vitória em 14 rodadas e ocupa a penúltima posição, na zona do rebaixamento.
“A repercussão aqui (na Alemanha) foi grande demais, até agora estão falando do que fizemos nesse final de semana”, disse o camisa 8, que nessa partida atuou como zagueiro no esquema 3-4-2-1 do treinador Maik Walpurgis. “Vemos que temos condições de reverter esse quadro”, afirmou em relação à situação ruim na tabela.
O gol que o paulista de Rio Claro marcou foi um dos poucos em sua carreira profissional.
Segundo ele, são sete: três pelo Figueirense (dois de cabeça, a exemplo do gol mais recente), dois pelo Energie Cottbus (clube alemão em que atuou de 2009 a 2012) e dois pelo Ingolstadt (um na temporada passada, cobrando falta, diante do Hoffenheim, e o do fim de semana passado).
Sites de estatísticas consultados mostram cinco gols, dois pelo Figueirense, um pelo Cottbus e dois pelo Ingolstadt.
Sendo sete ou sendo cinco, este último é o que mais dividendos deve trazer a Roger e seu time. E não no terreno esportivo (benefício já consumado), mas no alimentício.
Karl-Heinz Rummenigge, um dos melhores atacantes da história do futebol alemão e atual diretor executivo do Bayern de Munique, ficou tão contente com o triunfo do Ingolstadt que ficou de enviar aos jogadores da cidade vizinha (60 km de distância) um carregamento de salsichas brancas e de cerveja de trigo.
“Qualquer um que tem esse tipo de vizinho não pode reclamar”, declarou um bem-humorado Rummenigge, vice-campeão em duas Copas do Mundo (Espanha-1982 e México-1986). “Adoramos (os resultados da rodada) e iremos curtir (a liderança).”
Não sei se Roger toma cerveja de trigo (as de Munique devem ser ótimas) ou gosta de salsicha branca (idem), mas voltarei a consultá-lo para saber se Rummenigge cumpriu ou não o prometido.
Afinal, conforme o velho ditado, promessa é dívida.
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Em tempo 1: Com o Leipizig agora vice-líder, só há uma sensação na Europa (considerando as ligas mais relevantes) ocupando a ponta da tabela. O bravo Nice, dos brasileiros Dante e Dalbert, resiste. Empatou fora de casa com o Paris Saint-Germain no domingo (11), por 2 a 2, e chegou a 40 pontos em 17 partdas. O Monaco está em seus calcanhares, com 39 pontos, e o claudicante PSG soma 36.
Em tempo 2: Com a derrota do Leipzig, nos sete principais campeonatos europeus (Alemanha, Espanha, França, Holanda, Inglaterra, Itália e Portugal), restam somente dois invictos. O Real Madrid, de Cristiano Ronaldo, que nesta segunda (12) recebeu sua quarta Bola de Ouro, tem 37 pontos (11 vitórias e 4 empates) e lidera com folga o Espanhol. E o Hoffenheim, do jovem treinador Julian Nagelsmann (29 anos), cujas seis vitórias e oito empates o deixam na quarta posição no Alemão (26 pontos).