Autor de gol à la Messi na Champions League custa R$ 240 milhões
Saúl Ñiguez, conhece? Se você acompanha a Liga dos Campeões da Europa, o Campeonato Espanhol e, mais especificamente, o Atlético de Madri, muito provavelmente, sim.
Se não, vou apresentá-lo.
Saúl Ñiguez Esclapes, ou simplesmente Saúl, nasceu na cidade de Elche, na Espanha, e tem 21 anos, 1, 81 m e 70 kg. Joga de meia-atacante. Veste a camisa 17. É canhoto. Possui péssimas lembranças do Real Madrid. E o Barcelona tem a preferência para contar com seu futebol.
Saúl viveu seu mais glorioso dia no futebol nesta quarta (27), no estádio Vicente Calderón, na capital espanhola. Jogo duríssimo para o Atlético, ida de uma das semifinais da Champions League, contra o gigante Bayern de Munique.
Aos 10 minutos de jogo, Saúl domina a bola no campo de ataque do Atlético, longe do gol, no círculo central.
Cercado por Thiago Alcántara, vai levando a bola na direção da ponta direita, como se buscasse alguém para fazer o passe.
Súbito, decide arrancar na direção do gol defendido por Neuer.
E faz fila.
Deixa Thiago para trás, passa com um único drible por Bernat e Xabi Alonso (que ficou com o traseiro no chão) e, já dentro da área, tendo Alaba à sua frente, dá uma pequena gingada, ajeita a bola para o lado com um leve toque e bate colocado, no canto do goleiro alemão.
Golaço.

“Um gol de Messi”, eu falei a colegas próximos assim que a rede estufou.
Vi depois que vários jornalistas (de Goal.com, CBS Sports, Eurosport, La Stampa, entre outros) pensaram como eu, comparando a jogada de Saúl a uma das geniais protagonizadas dezenas de vezes pelo craque argentino do Barcelona.
O gol, considerado por Saúl “o mais importante e mais bonito” de sua curta carreira, ganhou um impacto ainda maior porque foi o único da partida.
Com o resultado, o Atlético vai à Alemanha, na semana que vem, precisando de um empate para ser finalista na Champions.

Por que Saúl tem más recordações do Real Madrid? Não, nada a ver com alguma derrota imposta ao Atlético pelo rival de cidade.
Em entrevista publicada em fevereiro pelo jornal “El Mundo”, o jogador contou que, ao fazer testes no Real, quando tinha 11 anos, foi vítima de bullying.
“Dentro de campo, tudo ia bem, mas fizeram coisas extracampo indesejáveis a um garoto de 11 para 12 anos. Roubaram minhas chuteiras, minha comida, me castigaram ao me impedir de entrar em Valdebebas (o centro de treinamento do Real Madrid) por coisas que não havia feito. Entregaram uma carta ao treinador e disseram que era eu quem tinha escrito…”, relatou Saúl.
Não citou nomes dos seus algozes, porém logo depois deixou o Real e decidiu tentar a sorte no Atlético, onde seu futebol se desenvolveu. Passou uma temporada, a de 2013/2014, no Rayo Vallecano, por empréstimo. Voltou a Madri, aos poucos foi ganhando espaço com o treinador Diego Simeone e hoje está onde está: é titular do time.
Por que o Barcelona pode ser o próximo destino de Saúl?
Porque na negociação de David Villa, que se transferiu do Barça para o Atlético, em 2013, houve um acerto pelo qual o clube catalão teria a preferência na compra do meia-atacante.
Ou seja, se algum clube fizer uma proposta por Saúl que interesse ao Atlético, o Barcelona, caso iguale essa oferta, fica com o jogador.
Terá Luis Enrique (treinador do Barça) se encantado com a jogada espetacular e pensado em levar Saúl já para atuar com Messi, Suárez e Neymar? Basta convencer a direção a desembolsar a bagatela de € 60 milhões (R$ 240 milhões), que, segundo o diário “Sport”, é o valor da multa rescisória do jovem talento.
Para arrecadar esse dinheiro, basta vender, por exemplo, o meia Rakitic, de 28 anos, e o zagueiro-volante Mascherano, de 31 anos, avaliados respectivamente pelo site “Transfermarkt” em € 45 milhões e € 15 milhões.
Em tempo 1: Na minha opinião, se há um “novo Messi” por aí, ele atende pelo nome de Paulo Dybala. Argentino como Messi, canhoto como Messi, habilidoso como Messi, muito rápido como Messi, bom finalizador como Messi, artilheiro como Messi – até fisicamente lembra a “Pulga” (apelido de Messi). Aos 22 anos, Dybala (apelidado de “Joia”) sagrou-se campeão italiano pela Juventus nesta semana. Em 32 jogos na Série A, famosa pelo forte futebol defensivo de seus clubes, anotou 16 gols – é, a três rodadas do final, o principal goleador da Juve, e não será alcançado.
Em tempo 2: A multa rescisória de Saúl é pouco inferior ao valor de mercado de quase o elenco inteiro do Corinthians. De acordo com o “Transfermarkt”, a soma do preço de 30 jogadores do atual campeão brasileiro é de € 62,5 milhões (o mais caro é Elias, avaliado em € 8 milhões). Falando em Corinthians, no post anterior a este escrevi que o Corinthians defenderia contra o Nacional a escrita de nunca ter perdido para um clube uruguaio em dez duelos na Libertadores. No jogo de ida, em Montevidéu, o time de Tite segurou o 0 a 0 e manteve o tabu.