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Barcelona precisará de virada jamais vista na história da Liga dos Campeões da Europa

Luís Curro

“Por que não sonhar?”

A pergunta, feita durante a entrevista pós-jogo, é do treinador Luis Enrique, do Barcelona, depois da humilhante derrota para o Paris Saint-Germain, por 4 a 0.

Nesta terça (14), no estádio Parc des Princes, na capital francesa, no jogo de ida das oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa, o badalado Barça sucumbiu ante um inspirado PSG, sofrendo uma de suas piores derrotas.

Marcaram para o time de uniforme azul-marinho o argentino Di María, duas vezes, o alemão Draxler e o uruguaio Cavani – este último faz temporada espetacular.

Para se classificar para o próximo mata-mata, a equipe espanhola terá de derrotar o rival na partida de volta, no dia 8 de março no Camp Nou, por cinco gols de diferença – 4 a 0 resulta em prorrogação.

Neymar é marcado por Di María na derrota por 4 a 0 do Barcelona para o PSG em Paris (Philippe Lopez – 14.fev.2017/AFP)

Luis Enrique tem esperança, recusa-se a jogar a toalha, porém, caso a classificação aconteça, ele merecerá algo como uma estátua de ouro na praça principal de Barcelona.

A razão é esta: segundo a Uefa, entidade que organiza a Champions League, nunca na história da competição, cuja primeira edição foi realizada em 1955/1956 (esta, portanto, é a 62ª), um time conseguiu reverter, na segunda partida, uma desvantagem de quatro gols em um duelo eliminatório.

Quando a diferença foi de três gols, uma única vez uma equipe se recuperou, nas quartas de final de 2003/2004.

E a surpresa foi imensa, já que o confronto envolveu um gigante italiano (Milan) contra um espanhol mediano (Deportivo La Coruña).

Na ida, em Milão, com dois gols de Kaká, um de Shevchenko e um de Pirlo, o Milan venceu por 4 a 1, de virada (Pandiani fizera o gol do visitante). O dia era 23 de março de 2004.

Na volta, no estádio Riazor, o inesperado ocorreu. Com gols de Pandiani, Valerón, Luque e Fran, o Deportivo despachou o Milan, eliminado, de volta para a Itália. O dia era 7 de abril de 2004.

Aquele Milan tinha, além dos já citados, Dida no gol, Cafu, Nesta, Maldini, Gattuso e Seedorf. O volante Mauro Silva era o capitão do time da Galícia.

Kaká no gramado do estádio Riazor, em La Coruña, na inesperada eliminação do Milan há 17 anos (Miguel Riopa – 7.abr.2004/AFP)

O atual Barcelona tem para tentar o “quase impossível”, como Neymar definiu a situação, o poderosíssimo trio de ataque MSN (Messi-Suárez-Neymar), que desapareceu no Parc des Princes.

Mais Piqué, Sergi Roberto, Busquets, Jordi Alba e Iniesta, todos da seleção espanhola. Mais Rakitic, da seleção croata. Mais André Gomes, da seleção portuguesa. Mais Mascherano, da seleção argentina, que se recupera de contusão e não atuou na goleada – jogou Umtiti, da seleção francesa.

O goleiro é Ter Stegen, da seleção alemã. E outro que deve estar recuperado de lesão é Arda Turan, da seleção turca.

Por contar com todos eles (e mais alguns, como Denis Suárez, Digne, Rafinha e Paco Alcácer), Luis Enrique se permite sonhar. Se há um time capaz de uma virada épica, esse time é este Barcelona.

Em tempo 1: O que torna o sonho de Luis Enrique dificílimo de se tornar realidade é, além da desvantagem de 4 a 0, o outro lado. O PSG, dirigido pelo espanhol Unai Emery, também tem uma série de jogadores que, se não são todos eles estrelados, defendem as seleções de seus países: Cavani (Uruguai), Di María (Argentina), Draxler (Alemanha), Marquinhos (Brasil), Verratti (Itália), Meunier (Bélgica), Matuidi (França), Rabiot (França). E deve ter em Barcelona a volta do capitão Thiago Silva – contundido, o brasileiro não participou da festa em Paris.

Em tempo 2: Festa em Paris que foi ainda mais marcante para Di María e Cavani, que balançaram as redes no dia em que aniversariavam. O argentino completou 29 anos, e o uruguaio, 30.  

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