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Sul-coreano corre 73 metros com a bola para fazer golaço em Londres

Gols com alto grau de complexidade sempre chamam mais a atenção do que os triviais.

Por serem de difícil execução, e por isso mesmo raros, são mais admirados, ficam guardados na memória por muito tempo (às vezes por toda a vida) e têm, de quebra, chance de concorrer ao prêmio de mais bonito da temporada.

Um gol de calcanhar, um gol de bicicleta, um gol “escorpião”, um gol por cobertura, um gol de letra, todos ganham de goleada de um gol de pênalti, de um gol de falta, de um gol de cabeça, de um gol numa finalização comum com um dos pés.

O atacante Son Heung-min, do Tottenham, capitão da seleção da Coreia do Sul, executou no sábado (7) uma pintura no estádio do clube, em Londres, em partida da Premier League, o Campeonato Inglês.

Contra o Burnley, aos 31 minutos do primeiro tempo, com seu time ganhando por 2 a 0, Son percorreu em alta velocidade uma distância de 73 metros (o comprimento do campo é de 105 metros), em 11 segundos, nos quais tocou na bola 12 vezes, antes de finalizar de dentro da grande área e vazar o goleiro Pope.

Depois de percorrer 73 metros no estádio do Tottenham, em Londres, Son chuta para superar o goleiro Pope, do Burnley (Paul Childs – 7.dez.2019/Reuters)

Um gol para dar um salto do sofá, soltar uma exclamação (não publicável) e passar a matutar: como ele fez isso? E simultaneamente: como ninguém fez falta nele?

Son passou por meio time do Burnley, e pelo menos três adversários poderiam tê-lo derrubado. Se quisessem, conseguiriam, mas não quiseram – um, o lateral Pieters, até quis, mas não teve sucesso.

É possível que anteriormente algum jogador tenha percorrido uma distância maior que Son e feito um gol, porém eu não me lembro.

Ao ver o lance, recordei-me, sim, prontamente de três gols nos quais os autores transpuseram grandes distâncias, saindo do campo de defesa, porém não tão extensas como a de Son:

  • Maradona, pela Argentina, nas quartas de final da Copa do Mundo do México-1986, contra a Inglaterra;
  • Kaká, pelo Brasil, em amistoso em 2006 diante da Argentina, no estádio do Arsenal, em Londres;
  • Messi, pelo Barcelona, no jogo de ida das semifinais da Copa do Rei-2007, contra o Getafe, na Catalunha.

O gol de Son foi anormal, insólito, inusitado, um autêntico golaço, tanto que a mídia esportiva derreteu-se em elogios à obra-prima do sul-coreano.

Por exemplo, o jornal The Independent, um dos principais da capital inglesa, chamou Son de “sublime” e cravou que o gol será um dos concorrentes ao mais belo de 2019/2020.

Concordo. Será muito difícil alguém superar o camisa 7 nos quesitos dificuldade e determinação nos meses vindouros.

Na plasticidade haverá mais bonitos. Aliás, já há, como o do uruguaio De Arrascaeta em Ceará 0 x 3 Flamengo, no dia 25 de agosto, no Castelão, em Fortaleza.

“Eu estava cansado, realmente muito cansado depois do pique. Mas me mantive focado para finalizar. Imagine ter ido tão bem e perder o gol. Eu ficaria muito chateado”, declarou o simpático Son à Spurs TV.

“Esse tipo de gol é realmente especial”, concluiu o atacante de 27 anos, que é o atual melhor jogador do continente asiático.

Não é meramente especial. É especialíssimo.

Um viva a Son por dar esse presente ao futebol.

Em tempo: O Tottenham, que tenta se recuperar na Premier League sob o comando de José Mourinho, que substituiu no mês passado o demitido Mauricio Pochettino, goleou o Burnley nesse jogo por 5 a 0.

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