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Fazer o 1º gol na final significa muito na Champions League

Fazer o primeiro gol. Sair na frente. Qual a importância disso na decisão da Champions League?

Muita.

Quem de Liverpool e Tottenham, os finalistas desta edição, conseguir vazar antes o goleiro adversário neste sábado (1º), a partir das 16h (de Brasília), passa a ter uma chance muito boa de erguer a cobiçada taça (apelidada de Orelhuda) ao término da partida no estádio Wanda Metropolitano, em Madri.

É o que mostra a história.

Esta final é a 64ª da Liga dos Campeões da Europa (chamada até 1992 de Copa Europeia).

Nas 59 disputas em que o jogo não terminou 0 a 0, em 43 o time que fez o primeiro gol sagrou-se campeão. Isso corresponde a 73%, ou quase três vezes em cada quatro.

Essa porcentagem é ainda maior, 83% (38 x 8), se consideradas as 50 decisões mais recentes – excluindo as quatro que não tiveram gol no tempo normal mais prorrogação.

Nas 13 primeiras finais da competição, nos anos 1950 e 1960 (nenhuma delas 0 a 0), as viradas foram frequentes: oito.

Real Madrid (quatro vezes), Benfica (duas), Milan e Celtic (uma cada um) saíram perdendo e acabaram vencendo.

Àquela época, jogos de muitos gols eram costumeiros, com a predominância do viés ofensivo na mentalidade dos clubes, independentemente de estar ganhando, empatando ou perdendo.

Teve final Real Madrid 7 x 3 Eintracht Frankfurt (1960), Benfica 5 x 3 Real Madrid (1962) e Real Madrid 4 x 3 Reims (1956) – em todas essas o campeão largou atrás e virou.

A partir dos anos 1970, as preocupações defensivas tornaram-se maiores, e passou a ser comum que a equipe que marcasse o primeiro gol se fechasse, na tentativa – majoritariamente bem-sucedida – de administrar o resultado.

De 1973 a 1985, 9 das 13 finais terminaram 1 a 0. O minguado placar se repetiu seguidamente seis vezes (1978 a 1983).

Phil Thompson, capitão do Liverpool, ergue a taça da Champions League (então Copa Europeia) 38 anos atrás, após vitória por 1 a 0 sobre o Real Madrid em Paris (Dominique Faget – 27.mai.1981/AFP)

E ser campeão sem tomar gol? Aconteceu muito? Até que sim.

Incluindo as finais decididas nos pênaltis após 0 a 0, em 31 das 63 decisões de Champions League o clube vencedor não foi vazado com a bola rolando. Em porcentagem, dá 49%, ou quase a metade das finais.

Desde 2011, contudo, sempre os dois finalistas fazem pelo menos um gol.

Campeão, nesse intervalo, mesmo saindo atrás no placar?

Dois. O Chelsea, em 2012 (1 a 1, vitória nos pênaltis contra o Bayern de Munique). E o Real Madrid, em 2014 (fez com Sergio Ramos o gol de empate, 1 a 1, nos acréscimos do segundo tempo, e marcou mais três na prorrogação para derrotar o Atlético de Madri).

Em tempo 1: Houve quatro decisões por pênaltis na Champions League depois de a finalíssima acabar 0 a 0: Steaua Bucareste x Barcelona (1986), PSV Eindhoven x Benfica (1988), Estrela Vermelha x Olympique de Marselha (1991) e Milan x Juventus (2003). Em todas, quem marcou o primeiro gol na disputa ficou com o título (Steaua, PSV, Estrela Vermelha e Milan).

Em tempo 2: Nas cinco decisões da Liga dos Campeões entre times do mesmo país, caso dos ingleses Liverpool e Tottenham agora, somente na de 2014 (Real Madrid 4 x 1 Atlético de Madri) quem saiu na frente perdeu. As outras: Real Madrid 3 x 0 Valencia, em 2000; Milan 0 x 0 Juventus, em 2003 (vitória do Milan por 3 a 2 nos pênaltis); Manchester United 1 x 1 Chelsea, em 2008 (vitória do Man United por 6 a 5 nos pênaltis); e Bayern de Munique 2 x 1 Borussia Dortmund, em 2013.

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