Cristiano Ronaldo tem sua temporada menos goleadora em 10 anos
A máquina de fazer gols não é mais a mesma.
Sete vezes artilheiro da Champions League (um recorde), três vezes do Campeonato Espanhol e uma vez do Campeonato Inglês, aos 34 anos Cristiano Ronaldo teve em 2018/2019 sua temporada menos goleadora em uma década.
Com uma nova camisa (trocou a do Real Madrid, da Espanha, pela da Juventus, da Itália), o português somou 28 gols – uma ninharia em se tratando dele.
Foram 21 no Campeonato Italiano (o principal goleador, o italiano Quagliarella, dois anos mais velho que o CR7, fez 26), seis na Liga dos Campeões da Europa (Champions League) e um na Supercopa da Itália.
Isso em um total de 43 partidas, com uma média de gols de 0,65 por aparição.
Desde 2008/2009, quando ainda defendia o inglês Manchester United, o cinco vezes escolhido o melhor jogador do planeta não balançava tão pouco as redes.
Naquela temporada, considerando os jogos por Campeonato Inglês, Copa da Inglaterra, Copa da Liga Inglesa, Liga dos Campeões da Europa e Mundial de Clubes – 53 ao todo –, ele registrou 26 gols, com média de 0,49 por partida.
Um dos maiores artilheiros que o futebol já conheceu, o português, em sua passagem de nove anos pelo Real Madrid, jamais deixou de bater a marca dos 30 gols.
Sua temporada menos profícua foi a de estreia (2009/2010), quando vazou os goleiros adversários “só” 33 vezes em 35 partidas – notável média de 0,94 gol por jogo.
Em duas das temporadas, ultrapassou os 60 gols; em quatro, marcou mais que 50; e em outras duas, superou os 40.

Está a máquina-goleadora Cristiano Ronaldo dando sinais de mau funcionamento, de desgaste nas engrenagens, de envelhecimento? Os novos ares (Turim) afetaram seu faro artilheiro?
Parece que sim, mas em respeito ao histórico do craque é melhor esperar 2019/2020 para ter a confirmação.
Em tempo 1: Os números apresentados nas citadas temporadas desconsideram os tentos de Cristiano Ronaldo na seleção portuguesa, pela qual ele atuou apenas duas vezes em 2018/2019, e passou em branco. Em junho, Cristiano Ronaldo ainda deve jogar um par de jogos por Portugal, na Liga das Nações da Europa, em sua terra natal. A primeira edição da competição realizará as semifinais (Portugal x Suíça e Holanda x Inglaterra), a final e a disputa do terceiro lugar nos dias 5, 6 e 9.
Em tempo 2: Ser menos artilheiro não significa necessariamente ser menos vitorioso ou decisivo. No primeiro ano com a Juventus, Cristiano Ronaldo sagrou-se campeão italiano sendo o artilheiro do time e também campeão da Supercopa da Itália, marcando o único gol do jogo contra o Milan, em janeiro, na Arábia Saudita.
Em tempo 3: Se o CR7 deu na temporada sinais de declínio artilheiro, Messi, também cinco vezes eleito o melhor do mundo, não. O argentino anotou 51 gols em 50 jogos (somando Campeonato Espanhol, Copa do Rei, Supercopa da Espanha e Liga dos Campeões da Europa – da qual será o principal goleador, com 12 gols), ou 1,02 por partida, em média impressionante. Seus 36 gols no Espanhol, no qual o Barcelona triunfou, lhe renderam a Chuteira de Ouro, concedida ao principal artilheiro de todos os campeonatos nacionais na Europa. Foi a sexta vez que Messi faturou esse prêmio, oferecido pela European Sports Media, associação que reúne veículos de imprensa do velho continente especializados em futebol. Ninguém ganhou a Chuteira mais que ele.
Em tempo 4: Neymar, que pela segunda temporada seguida ficou por um tempo no estaleiro devido a lesão no pé direito, encerrou 2018/2019 com 23 gols em 28 jogos pelo Paris Saint-Germain, considerando Campeonato Francês, Copa da França, Copa da Liga Francesa, Supercopa da França e Liga dos Campeões da Europa. Ótima média de 0,82 gol por confronto, porém abaixo da de 0,93 em 2017/2108, sua primeira temporada na França (28 gols em 30 jogos). Em números absolutos, o melhor desempenho na Europa do camisa 10 do PSG e da seleção brasileira ocorreu em 2014/2015, com 39 gols em 51 partidas pelo Barcelona (por Campeonato Espanhol, Copa do Rei e Champions League).