Alisson diz por que optou pelo Liverpool e não pelo Chelsea
A revista britânica FourFourTwo publica nesta semana uma edição especial, com enfoque nos goleiros – o italiano Buffon, ainda na ativa aos 40 anos (pelo Paris Saint-Germain), ilustra a capa.
Dois brasileiros são destacados pela publicação britânica. Ambos ex-Internacional. Um é Taffarel, campeão mundial com o Brasil na Copa dos EUA, em 1994; o outro é Alisson, atual titular da seleção brasileira.
Em entrevista, ele explica o motivo de ter escolhido o Liverpool, e não o Chelsea – outro clube inglês interessado em contratá-lo – ao deixar a Roma na metade do ano passado.
“O Chelsea estava trocando de treinador e não jogariam a Champions League”, disse o guarda-metas de 26 anos e 1,91 m.
Ele se referiu à saída de Antonio Conte e à chegada de Maurizio Sarri, também italiano, ao time londrino, que por ter terminado a Premier League 2017/2018 em quinto lugar não se classificou para a badaladíssima Liga dos Campeões da Europa.
Um dos sonhos de Alisson, ele próprio expôs, é ser campeão europeu – chegou perto em 2018, quando a Roma caiu nas semifinais ante justamente o Liverpool.
“Também sempre admirei a história do Liverpool. É um clube com cinco taças da Liga dos Campeões em sua sala de troféus”, acrescentou o camisa 13. “Eu realmente queria ser parte dessa história.”
Isso lido, concluo que ele considera o Liverpool muito mais time que o Chelsea, tomando como base o passado das duas agremiações.
De fato, comparando-se todas as conquistas, os Reds, fundados em 1892, levam vantagem sobre os Blues, que nasceram em 1905.
Além de cinco Champions, o Liverpool tem três Copas da Uefa/Ligas Europa, três Supercopas da Europa, 18 Campeonatos Ingleses, sete Copas da Inglaterra, oito Copas da Liga Inglesa e 15 Supercopas da Inglaterra. Total: 59.
O Chelsea conquistou esses títulos, respectivamente, uma, uma, uma, seis, oito, cinco e quatro vezes. Total: 26.
A história recente, entretanto, mostra a equipe da capital à frente, e com certa folga.
Neste século, o Chelsea ganhou a Champions, faturou a Liga Europa, foi campeão inglês cinco vezes, venceu a Copa da Inglaterra outras cinco, a Copa da Liga em três ocasiões e a Supercopa inglesa em duas.
São 17 taças, ou seis a mais que o Liverpool, que desde 2001 ganhou uma Champions, uma Copa da Uefa, duas Supercopas da Europa, duas Copas da Inglaterra, três Copas da Liga e duas Supercopas nacionais. Nenhum (zero!) título do Campeonato Inglês, um superincômodo jejum que dura desde 1990.
Enfim, são dois grandes clubes, com ótimos elencos e muito dinheiro em caixa.
Se o Liverpool pôde pagar € 62,5 milhões (R$ 266 milhões pelo câmbio atual) por Alisson, descartando o alemão Karius (vilão na final da Champions League, em junho) e tornando-o naquele momento o goleiro mais caro da história, menos de um mês depois o Chelsea desembolsou € 80 milhões (R$ 340 milhões) para tirar o espanhol Kepa Arrizabalaga, dois anos mais novo que o brasileiro, do Athletic Bilbao.
Comparações financeiras e de conquistas à parte, a aposta de Alisson no Liverpool até agora mostra-se correta – e vice-versa.
Em boa dose devido a ele, que vive grande fase, a equipe lidera a Premier League, que já ultrapassou a metade da disputa, e avançou às oitavas de final da Champions League – terá um duelo duríssimo com o Bayern de Munique (os jogos são em fevereiro e em março).
Quando Alisson não atuou, poupado pelo treinador Jürgen Klopp, o Liverpool foi eliminado de duas competições mata-mata, a Copa da Liga Inglesa (em setembro, pelo Chelsea, que está nas semifinais) e a Copa da Inglaterra (anteontem, pelo Wolverhampton).
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