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Pragmática, França tem o trunfo da juventude para o Qatar-2022

A eficiência e a coletividade são a marca da seleção francesa campeã mundial de futebol na Rússia.

Os Azuis não apresentaram um futebol de encher os olhos, um futebol marcado pela arte ou por lindas jogadas, na Copa-2018.

Desde a estreia, contra a Austrália (2 a 1), passando por Peru (1 a 0), Dinamarca (0 a 0), nos jogos da primeira fase, Uruguai (2 a 0), nas quartas de final, Bélgica (1 a 0), na semifinal, e até na decisão deste domingo (15), contra a Croácia (4 a 2), prevaleceu o pragmatismo.

No estádio Lujniki, os franceses ganharam dois gols no primeiro tempo, quando foram dominados pelos croatas. Um contra (Mandzukic) e um em pênalti dado por Perisic (que, imprudente, colocou a mão na bola na área) e pelo VAR (árbitro assistente de vídeo), consultado pelo juiz de campo, o argentino Néstor Pitana.

 

No segundo tempo, ainda com os croatas melhores, competência para Pogba e Mbappé, que acertaram dois bons chutes – o goleiro Subasic foi mal no do teenager.

No resto da partida decisiva, assim como nas demais mencionadas, pouco destaque individual, muito esforço coletivo, com ênfase na boa marcação – a Austrália só marcou de pênalti, e peruanos, dinamarqueses, uruguaios e belgas zeraram.

A única partida em que a França teve lampejos de brilho foi contra a Argentina, nas oitavas de final, um 4 a 3 em que esteve atrás (2 a 1) e conseguiu virar, em grande atuação de Mbappé.

Mbappé, aliás, com seus 19 anos, simboliza o maior trunfo dessa seleção: ter chegado ao título com uma média de idade, entre os jogadores titulares de linha, de 25,3 anos.

A defesa é muito jovem: Pavard, 22 (autor de golaço nos argentinos), Varane, 25, Umtiti, 24, Lucas Hernández, 22. Pogba tem 25, Griezmann e Kanté, 27. Acima dos 30, só Matuidi e Giroud, ambos 31.

Não incluí na conta o capitão Lloris, 31 (que falhou grotescamente no segundo gol croata, no lance mais marcante da final em Moscou), pois na minha opinião o aspecto físico de um goleiro pesa bem menos – a experiência, que vem com a idade, costuma não raro ser uma vantagem na posição.

Ainda há como opções o volante Tolisso, 22, o zagueiro Kimpembe, 22, os laterais Sidibé, 25, e Mendy, 23, o meia-atacante Fekir, 24, e os atacantes Thauvin, 25, Lemar, 22, e Dembélé, 21.

Todos membros da seleção bicampeã do mundo, todos atuando em ligas de primeira linha na Europa, todos em condições de, na teoria, serem titulares sem que os Azuis percam rendimento.

Méritos para o treinador Didier Deschamps, 49 (de quem, admito, duvidei da competência depois da derrota na Eurocopa-2016, na França, para Portugal), por reunir tanta juventude boa de bola.

É animadora a situação da França para o Qatar-2022.

Quatro anos antes, dá para afirmar sem medo que os atuais campeões mundiais chegarão lá tinindo, com a maioria dos titulares no Mundial russo possivelmente no ápice da forma física e técnica.

Com o emocional lá em cima, pois o detentor do título sempre joga cheio de moral, basta aprimorar a estratégia de jogo, a tática, para a França ser favoritaça para ganhar sua segunda Copa seguida, feitos que só Itália (1934 e 1938) e Brasil (1958 e 1962) conseguiram.

Em tempo: Quer mais talento jovem? A França tem. Digne (lateral, 24 anos), Kurzawa (lateral, 25), Zouma (zagueiro, 23), Rabiot (volante, 23), Coman (atacante, 22), Martial (atacante, 22). Nenhum foi à Copa, mas todos são bons de bola. Em uma comparação com o Brasil, no mínimo se pede uma reflexão. Neste Mundial, a seleção de Tite teve só cinco atletas com 25 anos ou menos, sendo só dois titulares: o goleiro Alisson, 25, e o atacante Gabriel Jesus, 21. Os outros, que esquentaram o banco, foram o goleiro Ederson, 24, o zagueiro Marquinhos, 24, e o volante Fred, 25.

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