Falta de pontaria de Gabriel Jesus e desatenção da dupla de zaga são as razões do 1º revés de Tite
Se o duelo em Melbourne (Austrália) entre Brasil e Argentina tivesse sido em uma final de Copa do Mundo, Gabriel Jesus, especialmente, e Willian seriam apontados como responsáveis pelo fracasso da seleção nacional. A dupla de zaga, Thiago Silva e Gil, idem.
Para alívio geral da nação, foi apenas um amistoso, e os jogadores citados não serão malhados. Nem é hora para isso, pois o momento é de preparação para o Mundial da Rússia, daqui a um ano – diferentemente da Argentina, o Brasil já está classificado.
Em um jogo de placar apertado, como foi o caso do 1 a 0 em favor dos argentinhos nesta sexta (9), é fácil identificar as razões cruciais para a derrota – o Brasil, que não jogou mal, caiu por falhas pontuais.
Razão 1
No gol da Argentina, que saiu depois de cruzamento na área, feito por Di María aos 44 minutos do primeiro tempo, Gil parou, ficou observando, e o zagueiro Otamendi cabeceou na trave.
No rebote, outro beque, Mercado, estava livre na pequena área para empurrar para o gol de Weverton – o capitão Thiago Silva não o acompanhou, ficou também só olhando o lance.
Não é algo incomum acontecer, uma pane momentânea do setor de marcação, mas é uma situação que tem de ser trabalhada para ser evitada, pois uma jogada dessas pode decidir uma partida, como ocorreu – e até uma Copa.

Razão 2
O Brasil melhorou muito no segundo tempo, criou chances e poderia ter empatado. Não empatou porque Gabriel Jesus perdeu um gol feito. Recebeu ótimo lançamento de Fernandinho, driblou o goleiro Romero e teve o gol vazio à frente. Incrível, acertou a trave.
Na sequência do lance, Willian encheu o pé, mas também pecou na mira: outra bola na trave.
Em um clássico, muitas vezes as oportunidades claras de gol são raras. E Gabriel Jesus e Willian falharam quando as tiveram.
Neymar, que está de férias, perderia esses gols?
Gabriel Jesus ainda teve mais três chances, todas no segundo tempo, porém em todas faltou melhor pontaria.
Foram dois arremates de dentro da área e um de fora. Duas vezes, Romero defendeu; o outro chute, sem ângulo, atingiu a rede, pelo lado de fora.
“Faltou efetividade, por isso perdemos”, resumiu Tite, com a precisão que faltou ao seu ataque, depois da partida em entrevista à CBF TV.
Essa foi a primeira derrota de Tite no comando da equipe – até então, eram nove vitórias em nove jogos, oito pelas eliminatórias da Copa de 2018 e uma em amistoso.
O Brasil volta a campo para outro amistoso, de novo em Melbourne, contra os anfitriões australianos, na terça-feira (13), de novo às 7h05, no horário de Brasília.
Em tempo: A boa notícia é que, defensivamente, a seleção brasileira, à exceção do momento de paralisia no gol de Mercado, esteve bem, mesmo jogando com uma formação reserva (Fagner, Thiago Silva, Gil e Filipe Luís substituíram Daniel Alves, Miranda, Marquinhos e Marcelo, que ganharam folga). Messi, o principal jogador argentino, pouco fez na partida, assim como os outros atacantes (Higuaín, depois Correa, e Dybala).