UOL - O melhor conteúdo

Filho de Zidane faz gol pelo Real Madrid em seu 1º jogo oficial

Luís Curro

Zinédine Zidane, um dos maiores craques da história do futebol, algoz do Brasil na final da Copa do Mundo de 1998 e hoje técnico do Real Madrid, tem quatro filhos do casamento com Veronique Fernández: Enzo, Luca, Théo e Elyaz.

Todos são jogadores e estão vinculados ao Real, o clube em que o pai encerrou a carreira, em 2006 – mesmo o mais jovem (Elyaz, de 10 anos) já atua na escolinha da poderosa agremiação espanhola.

O mais famoso deles é Luca, de 18 anos, goleiro do Real Madrid Castilla (a equipe B do Real), que disputa a terceira divisão da Espanha. Reserva no time, ele é titular da seleção francesa sub-19 e disputou no ano passado, também como titular da França, a Copa do Mundo sub-17.

Entre Luca e Elyaz há Théo, de 14 anos, que ao marcar um bonito gol em campeonato das categorias de base há quase três meses mereceu o seguinte título em reportagem do jornal inglês “Mirror”: “Ele é filho do pai”. O texto afirma que Théo “se parece com o pai quando está com a bola: calmo, confortável, controlado e brilhante”.

Porém quem ganha os holofotes nesta semana é o primogênito, Enzo, que recebeu esse nome em homenagem a Enzo Francescoli, um dos grandes atacantes da história do futebol do Uruguai – defendeu a Celeste de 1982 a 1997.

Aos 21 anos, o meia de 1,85 m (mesma altura do pai) fez sua estreia pela equipe principal do Real em um jogo oficial.

Sob os olhares do pai treinador, que o colocou em campo no intervalo da partida pela Copa do Rei contra o Cultural Leonesa, da terceira divisão, e de 47.656 torcedores no Santiago Bernabéu, não decepcionou.

Vestindo a camisa 29, Enzo substituiu Isco, que passara em branco nos 45 minutos iniciais, e precisou de exatos 17 minutos e 24 segundos para deixar sua marca.

Depois de uma triangulação com o norueguês Odegaard e o dominicano Mariano Díaz, bateu colocado e rasteiro, da meia-lua, para fazer o quarto gol do Real, que vencia por 3 a 1.

A jogada bem trabalhada e o gol de Enzo, filho de Zidane, na Copa do Rei (Reprodução/YouTube)
A jogada bem trabalhada e o gol de Enzo, filho de Zidane, na Copa do Rei (Reprodução/YouTube)

Um belo chute, um bonito gol. A torcida se maravilhou e gritou “Enzo!”, “Enzo!”, “Enzo!”, que é o nome escrito na camisa dele.

Zidane, profissionalíssimo e racionalíssimo, conteve-se ao comentar depois do jogo (que terminou 6 a 1) a atuação de Enzo: “Se eu pudesse tirar meu terno de técnico, diria que estou muito feliz por meu filho. Como treinador, eu estou muito feliz por todos os jogadores”.

A boa atuação, porém, pouco significa para Enzo quando se analisam as perspectivas de ganhar de imediato mais espaço no time A do Real – ele é escalado com frequência na equipe de aspirantes.

A concorrência é com jogadores de seleção, todos mais experientes e de qualidade comprovada: James Rodríguez (Colômbia), Kroos (Alemanha), Modric (Croácia), Isco (Espanha).

Já Enzo jamais vestiu o uniforme de uma seleção adulta – ele está apto a ser convocado por três países: França (onde nasceu), Espanha (tem cidadania) e Argélia (terra de seus avós).

Assim, terá de aproveitar muito bem as oportunidades que tiver, e parece estar ciente disso. “Tive de esperar a minha hora, e ela chegou”, disse depois da partida desta quarta (30), “mas é apenas o começo e preciso continuar a trabalhar”.

Enzo Zidane Fernández (dir.) abraça Mariano Díaz, colega de Real Madrid, na goleada sobre o Cultura Leonesa (Javier Soriano - 30.nov.2016/AFP)
Enzo Zidane Fernández (dir.) abraça Mariano Díaz, colega de Real Madrid, na goleada sobre o Cultura Leonesa (Javier Soriano – 30.nov.2016/AFP)

Caso gols e assistências aconteçam, além de demonstrar outras qualidades (técnicas e físicas), cavará naturalmente seu espaço no Real, sendo o treinador seu pai ou não.

Dar-se-á ao luxo de escolher qual seleção defender.

E poderá mostrar ao mundo da bola que a semelhança com o futebol do pai-craque constatada em poucos segundos em uma noite de novembro de 2016 não terá sido mera coincidência.

Em tempo 1: Antes de jogar na Copa do Rei, Enzo havia defendido a equipe principal do Real em três ocasiões, mas em jogos tidos como não oficiais. Dois deles em julho, pela International Champions Cup, torneio de pré-temporada (contra Chelsea e Paris Saint-Germain), e um em agosto (amistoso diante do francês Stade de Reims). Começou sempre na reserva e atuou ao todo 96 minutos, sem ter feito gol.  

Em tempo 2: Enzo dá preferência ao sobrenome da mãe, Fernández. Enzo Fernández, que tal? Se ele se mostrar um jogador mediano, emplaca. Se brilhar, será, indubitavelmente, Enzo Zidane.

 

Comentários 0

Avatar do usuário

Avatar do usuário

960

Compartilhe:

Ao comentar você concorda com os termos de uso

    Os comentários não representam a opinião do portal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
    Leia os termos de uso