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Ícone de volantes brucutus aceita andar mais de 1.400 km para treinar o Manchester United

Luís Curro

O holandês Louis van Gaal tem estado longe de ser uma unanimidade no comando do Manchester United, um dos mais ricos e poderosos clubes do mundo.

A equipe caiu na fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa e ocupa a modesta, para seus padrões, colocação no Campeonato Inglês.

Há meses circulam rumores de que Van Gaal, que conduziu a Holanda ao terceiro lugar na Copa de 2014, no Brasil, não resistirá muito mais tempo e, se tiver fôlego, durará até a metade do ano.

Há um favorito para substituí-lo? Sim, e disparado: José Mourinho, badalado treinado português demitido pelo Chelsea, por maus resultados, no final de 2015.

Mas, enquanto o provável anúncio não é feito, há quem sonhe com o prestigioso cargo, e um desses sonhadores é Gennaro Gattuso, que defendeu o Milan por 14 anos (1999-2012), em quase 470 jogos, participando da conquista de duas Ligas dos Campeões (2003 e 2007, esta ao lado dos brasileiros Dida, Kaká, Cafu e Serginho), e foi campeão mundial com a Itália na Copa de 2006.

Gattuso abraça Materazzi, colega de Squadra Azzurra, na comemoração da conquista da Copa de 2006, na Alemanha (Michael Sohn - 9.jul.2006/Associated Press)
Gattuso (esq.) abraça o zagueiro Materazzi, colega de Squadra Azzurra, na comemoração da conquista da Copa de 2006, na Alemanha (Michael Sohn – 9.jul.2006/Associated Press)

Símbolo dos volantes brucutus, Gattuso, hoje treinador do Pisa, da terceira divisão da Itália, declarou que faria, a pé, um percurso de aproximadamente 1.430 km entre Pisa e Manchester, tanta é sua vontade de dirigir os Red Devils.

“Eu andaria até lá. Iria amanhã mesmo”, afirmou ele ao tabloide inglês “The Sun”. Para um atleta que era considerado incansável, não parece tarefa tão absurda.

“Sempre admirei a Premier League. Para mim, é o melhor campeonato do mundo. Na Itália, somos mestres da tática, mas na Inglaterra você vê jogadores velozes com muita força nas pernas.”

Gattuso nunca jogou na Inglaterra. O mais perto que chegou foi à vizinha Escócia, onde morou em 1997 e 1998 – atuou pelo Glasgow Rangers. Seu último clube foi o Sion, da Suíça em 2013.

Como técnico, dirigiu antes do Pisa o Sion, o Palermo (Itália) e o OFI Creta (Grécia). Sem bons resultados.

Apesar de almejar o Manchester United, Gattuso, aos 38 anos, indicou que um convite de um clube da segunda divisão também o seduziria, já que revelou ser um grande fã da Championship (a Segundona da Inglaterra).

“Eu amo assistir à Championship porque nesses jogos eu vejo o verdadeiro amor que as pessoas na Inglaterra têm pelo futebol. Eles respiram futebol.”

É fácil saber o porquê dessa identificação. A Championship tem mesmo uma pegada ainda mais forte que a Premier League. A cada jogo, parece haver 22 guerreiros famintos em campo, dispostos a tudo para superar o inimigo.

E o jogador Gattuso era exatamente assim, um gladiador: não tinha habilidade, tampouco criatividade, porém se doava do primeiro ao último minuto pelo time. Raçudo, era um sinônimo de futebol força. Muitas vezes, porém, exagerava na vontade – e na violência.

É fato que o Manchester United precisa, e muito, de raça. Tem sido uma equipe de pouco brio e é raro ver um jogador “dando o sangue”, como certamente exigiria Gattuso.

Só que deve ser mesmo Mourinho o provável próximo treinador do United – o site britânico “Football Insider” publicou que há um pré-contrato assinado.

Não será desta vez que Gattuso gastará a sola dos sapatos em percurso da Itália à Inglaterra.

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