Erro da arbitragem impede Messi de marcar, e jejum de 6 jogos é o pior desde 2010
Para quem está acostumado a ver Messi fazer gol jogo sim, jogo sim, seis partidas sem ele balançar as redes é uma eternidade.
Ao não marcar no domingo (26) no empate do Barcelona por 1 a 1 com o Valencia, pelo Campeonato Espanhol, o camisa 10 chegou a um jejum de seis jogos sem superar os goleiros adversários.
Cinco vezes eleito o melhor jogador do mundo, o argentino completará um mês sem fazer um golzinho, algo raro em sua carreira.
Messi marcou pela última vez no dia 28 de outubro. Fez, aos 36 minutos do 1º tempo, o primeiro gol do Barça na vitória por 2 a 0, fora de casa, contra o Athletic Bilbao.
Depois disso, participou de seis partidas, cinco pelo Barcelona (Olympiacos, Sevilla, Leganés, Juventus e Valencia) e uma pela Argentina (amistoso contra a Rússia), estando em campo, depois do tento diante do Athletic Bilbao, por 538 minutos, sem contar os acréscimos. E nada de gol.
Na verdade… houve, sim, um gol. Não validado. No 1º tempo do confronto com o Valencia, no estádio de Mestalla, Messi chutou da meia-lua, sem muita força, e o goleiro brasileiro Neto, ao tentar abafar a bola, deixou-a passar. Foi atrás, mas a jogou para fora do gol claramente quando ela já tinha ultrapassado a linha.

Em um erro grotesco, o árbitro Ignacio Iglesias mandou o jogo seguir – na Espanha não há videoarbitragem (sistema sobre o qual tenho restrições), nem a básica tecnologia do chip na bola que avisa o juiz quando ela entra no gol (essa é essencial, todo campeonato decente deveria ter, e a Liga Espanhola, umas das maiores do planeta, vergonhosamente não tem).
Ou seja, a seca de Messi poderia ter terminado. Como não terminou, ele se depara com a maior sequência de jogos sem fazer gol desde 2010. Naquele ano, foram sete partidas consecutivas sem marcar. Seis pela seleção argentina e uma pelo Barcelona.
Messi jogou todos os minutos de todas as partida da Argentina na Copa da África do Sul (vitórias sobre Nigéria, Coreia do Sul, Grécia e México e derrota para a Alemanha), quase sete anos e meio atrás. Zero gol.
Depois, 58 minutos em amistoso diante da Irlanda. Zero gol. Depois, 37 minutos na partida de ida da final da Supercopa da Espanha, contra o Sevilla. Zero gol.
O craque só voltou a comemorar um gol feito por ele mesmo no jogo de volta dessa Supercopa, quando desencantou com estilo: anotou logo três na goleada por 4 a 0. Era 21 de agosto de 2010.
O primeiro jogo da Argentina na Copa do Mundo tinha sido no dia 12 de junho. Messi marcara duas vezes na partida que jogou anterior a essa, no dia 16 de maio, pelo Campeonato Espanhol, 4 a 0 no Valladollid.
Eis a conta: seca superior a três meses, ou 667 minutos (pouco mais de 11 horas), sem contabilizar os acréscimos dos jogos.
O astro do Barcelona tem três ótimas oportunidades para interromper a atual série sem gols (no cronômetro, são perto de nove horas) nos próximos dias, já que o time joga três vezes em seu estádio, o Camp Nou.
Primeiro contra o Murcia, da segunda divisão, pela Copa do Rei, nesta quarta (29) – é possível que o treinador Ernesto Valverde poupe Messi, devido à suposta facilidade do duelo.
No sábado (2), o oponente é o Celta, nono colocado no Espanhol – o Barça lidera. E, na terça (5), o rival é o português Sporting, pela Liga dos Campeões da Europa.
Caso Messi esteja em campo nesses confrontos e passe em branco, completará nove jogos seguidos de jejum, o que, em se tratando dele, não ocorre desde o fim de 2007-início de 2008 – tinha 20 anos e lutava por espaço no time titular do Barça.
Em tempo 1: Messi renovou contrato com o Barcelona até 2021. Caso algum time queira contar com ele até lá (e ele queira deixar o clube da Catalunha), terá de pagar uma multa rescisória de astronômicos € 783 milhões (R$ 3 bilhões). Para tirar Neymar do Barça, o Paris Saint-Germain desembolsou nem 30% disso (€ 222 milhões).
Em tempo 2: Quando se fala em Messi, pensa-se em Cristiano Ronaldo, o supercraque do Real Madrid, cinco vezes escolhido o melhor do mundo, como o argentino. Qual o mais recente jejum de gols do português? No início do segundo semestre de 2015, o CR7 ficou sete jogos seguidos sem marcar, cinco pelo Real Madrid (dois deles em torneio de pré-temporada, um em amistoso e dois pelo Campeonato Espanhol), dois por Portugal (contra a França, amistoso, e contra a Albânia, eliminatórias da Copa-2018). No cronômetro, 589 minutos, ou perto de dez horas, sem contabilizar os acréscimos. Pior que isso? À época de Manchester United, em março-abril-maio de 2006, quando ele estava com 21 anos, foram dez partidas de seca.