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É possível o Barcelona virar de novo? Juventus já perdeu de 7 a 0 na Champions – há quase 60 anos

Luís Curro
O argentino Dybala comemora um de seus dois gols no triunfo da Juventus sobre o Barcelona pelas quartas de final da Champions League (11.abr.2017/Xinhua/Imago/Zumapress)

Juventus 3 x 0 Barcelona, nesta terça-feira (11), em Turim. O atacante argentino Dybala fez dois gols, ambos no primeiro tempo, e o zagueiro italiano Chiellini, um, no segundo.

Pela segunda vez seguida nos mata-matas da Liga dos Campeões da Europa, o badalado time espanhol se vê em maus lençóis para obter a classificação.

Nas oitavas de final, você deve se lembrar, o Barça levou de 4 a 0 do Paris Saint-Germain, na França, na partida de ida. No Camp Nou, na volta, fez o que era considerado por muitos impossível: ganhou por 6 a 1, com o sexto gol no último minuto dos acréscimos do segundo tempo, e se classificou.

Foi a maior virada da história de um confronto na Champions League.

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E desta vez? O Barcelona de Messi, Suárez e Neymar, o temido e unido trio MSN, conseguirá uma nova façanha? Precisará derrotar a Juve, atual pentacampeã italiana, por quatro gols de diferença – 3 a 0 significa prorrogação e, mantido esse placar, disputa de pênaltis.

Ora, se foi possível ganhar do PSG, o atual tetracampeão francês, por cinco gols de diferença, o que impede de superar a Juventus por quatro?

Vejamos… A Juve já perdeu por quatro gols de diferença, na história recente (que na minha pesquisa engloba os últimos 22 anos)… meras três vezes. A última há mais de 13 anos.

Todas elas por 4 a 0, duas em Roma, uma em Vigo (Espanha):

  • 28 de outubro de 1995: Lazio 4 a 0, pelo Campeonato Italiano
  • 9 de março de 2000: Celta 4 a 0, pela quarta fase da Copa da Uefa (atual Liga Europa) – Juve eliminada, pois ganhara a partida de ida só de 1 a 0
  • 7 de fevereiro de 2004: Roma 4 a 0, pelo Campeonato Italiano

Vejamos também… Qual foi a maior derrota sofrida pela Juve em uma competição internacional? Você lerá certo, a data, o resultado e o adversário:

  • 1º de outubro de 1958 (ano em que o Brasil ganhou sua primeira Copa do Mundo): 7 a 0 para o Wiener SC, da Áustria, na primeira fase da Copa Europeia de Clubes Campeões (como era chamada a Champions League à época) – Juve eliminada, pois vencera o jogo de ida “só” por 3 a 1. No estádio Ernst Happel, em Viena, o herói do Wiener (hoje na terceira divisão do futebol austríaco) foi o atacante Josef “Pepi” Hamerl, ainda vivo – completou 86 anos em janeiro
Gols e lances de Juventus 3 x 0 Barcelona (Reprodução/Site da Uefa)

Mas a defesa da Juventus, hoje, não é excelente? Sim, é. Assim como é a da Squadra Azzurra, a seleção italiana.

Aliás, não é de hoje que a retaguarda da Juve, capitaneada pelo espetacular Buffon, veterano goleiro de 39 anos, é uma das melhores do planeta, talvez a melhor. Um paredão.

No Campeonato Italiano, nas cinco temporadas em que se sagrou campeã, a Velha Senhora disputou ao todo 190 partidas, nas quais tomou 111 gols. Uma média de 0,58 por jogo.

Nesta Liga dos Campeões, em nove partidas, apenas dois gols sofridos – média de 0,22 por jogo.

Na fase eliminatória, em três confrontos (dois com o Porto, nas oitavas de final, e o com o Barcelona), ninguém superou Buffon e a defesa que tem os beques italianos Bonucci e Chiellini e os laterais brasileiros Daniel Alves e Alex Sandro.

Algum desses jogadores até pode sair do time (na zaga, por exemplo, já jogaram Rugani, Barzagli, Benatia e, na lateral direita, Lichtsteiner); o nível de proteção não cai.

A Juve, mesmo sem volantes que se notabilizam pela marcação (contra o Barça jogaram Khedira e Pjanic, este último mais armador que marcador), é uma equipe compacta, que a todo momento tira os espaços dos rivais.

O argentino Messi, principal jogador do Barcelona, mostra desânimo na partida em Turim na qual a Juventus ganhou por 3 a 0 (Giuseppe Cacace – 11.abr.2017/AFP)

Só que a defesa do PSG mostrava-se tão boa, e isso já havia algumas temporadas, quanto à da Juve – e não resistiu.

Houve erro da arbitragem a favor da equipe catalã no jogo de volta contra a equipe de Paris, no Camp Nou? Quem viu que opine. Foram dois pênaltis pró-Barcelona, ambos discutíveis, é fato. E o Barça tirou proveito disso, é fato.

Leia também – Neymar mostrou, em 8 minutos, como a qualidade derrota a quantidade

Diz o dito popular que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Será?

Gols e lances de Barcelona 6 x 1 PSG (Reprodução/Site da Uefa)

Tudo aqui relatado é história, documentada pelas performances, pelos números, pelos acontecimentos. A história pode significar tudo, pode significar nada. Pois futebol é jogado. Só quando a partida acaba se tiram as conclusões, se fazem as análises, se dão os veredictos.

Uma coisa é certa: na próxima quarta (19) o Camp Nou receberá, isso eu não tenho dúvida, mesmo sem saber o resultado, mais um duelo magistral entre dois gigantes do futebol mundial. Imperdível.

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Em tempo: Na minha opinião, será muito difícil a Juventus, mesmo tendo uma sólida defesa, não levar gols do Barcelona. A pressão será imensa do início ao fim. O time italiano precisa fazer ao menos um gol, idealmente dois. Para isso, o contra-ataque tem que ser letal. Assim, o treinador Massimiliano Allegri deve refletir sobre a escalação. Apesar de artilheiros, Higuaín e Mandzukic são atacantes altos e lentos, especialmente o argentino. Lentidão não combina com contra-ataque. Se eu fosse Allegri, sacaria um dois dois (o outro permaneceria para atuar como pivô e ajudar a defesa nas bolas paradas) e colocaria um jogador mais veloz para atuar junto com os rápidos Dybala e Cuadrado. Pode fazer a diferença entre passar à semifinal ou não.

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