Dono do Newcastle é tão rico que faz os de potências parecerem ‘pobres’

Foi um dia de extrema felicidade para a grande maioria dos torcedores do Newcastle, time de grande tradição (fundado em 1892) sediado no norte da Inglaterra.

A quinta-feira (7) marcou a aquisição do clube pelo estupidamente rico Public Investment Fund (PIF, Fundo Público de Investimento), da Arábia Saudita. O valor do negócio: R$ 2,2 bilhões.

Com o fato consumado, os fãs, insatisfeitos havia tempo com o então proprietário, o empresário inglês Mike Ashley (no comando desde 2007), passaram a ansiar ter uma equipe competitiva, com craques de primeiríssima linha.

Uma equipe que possa rivalizar com os poderosos Liverpool, Manchester City, Manchester United e Chelsea, e não viver sob a ameaça do descenso.

O Newcastle, como quase todos os clubes da Inglaterra, tem uma torcida fanática e assídua. Quase sempre o estádio St. James, que abriga 52.389 torcedores, está com a lotação próxima do máximo.

Uma torcida apaixonada que tem sofrido com o desempenho recente da equipe. Se a Premier League terminasse agora, o Newscastle, 19º entre 20 participantes, estaria rebaixado, repetindo o infortúnio da temporada 2015/16.

Na temporada seguinte, na segunda divisão, o time apresentou bom desempenho e acabou em primeiro lugar, regressando à elite, na qual não tem feito bonito.

Dá para dizer que a equipe foi campeã em 2016/17? Sim, com todas as letras. Mas ser campeão da Segundona não é motivo para grande orgulho.

Quatro vezes vencedor da primeira divisão, o Newcastle sentiu esse gosto pela última vez há quase cem anos, em 1927. Sua mais recente Copa da Inglaterra (são seis ao todo) foi erguida em 1955.

Em Watford x Newcastle, jovem torcedor do time visitante segura cartaz com os dizeres “Não exigimos um time que vença, apenas um clube que tente #ashleyout (ashley fora)” (David Klein – 25.set.2021/Reuters)

Assim, seus torcedores anseiam por um proprietário que invista alto, que não hesite em gastar para ter vários dos melhores futebolistas, ingleses e não ingleses, no elenco.

Hoje os principais destaques do time são o meia-atacante paraguaio Almirón e o atacante francês Saint-Maximin. Eles até são bons, porém o resto do grupo treinado por Steve Bruce é de medíocre para ruim, na comparação com os mais fortes concorrentes.

Dinheiro para reforços há de sobra, e a expectativa é que o príncipe saudita Mohammed bin Salman, o homem mais poderoso de seu país e presidente do PIF, seja perdulário.

“Pela primeira vez em muitos anos acreditamos que nosso desejo por um ambicioso Newcastle, que se esforce para ser o melhor possível, possa ser uma realidade sob sua propriedade” diz um trecho de carta publicada pelo Newcastle United Supporters Trust, grupo organizado de torcedores da equipe, endereçado a Bin Salman.

Para dimensionar o poderio financeiro do fundo, basta expor que seu patrimônio líquido é de 320 bilhões de libras (US$ 435 bilhões ou R$ 2,4 trilhões). O Barcelona, clube mais valioso do mundo segundo a revista Forbes, foi avaliado neste ano em US$ 4,76 bilhões (R$ 26,27 bilhões).

Ou seja, o PIF poderia comprar 90 Barcelonas e ainda sobraria um “troco”.

Na comparação entre bilionários, os clubes que eram os mais ricos até a entrada em cena do novo proprietário do Newcastle parecem “pobres” perto dele.

De acordo com o londrino The Sun, o xeque emiradense Mansour bin Zayed Al Nahyan, dono do Manchester City, possui patrimônio de “apenas” 23,2 bilhões de libras. Andrea Agnelli, proprietário da italiana Juventus, de 11 bilhões de libras. E o russo Roman Abramovich, o do Chelsea, de 9,6 bilhões de libras.

São também citados pelo tabloide como os mais endinheirados a deter o controle de um clube de futebol Dietrich Mateschitz (austríaco, Leipzig-ALE, 15,7 bilhões de libras) e Philip Anschutz (norte-americano, LA Galaxy-EUA, 8,1 bilhões de libras).

Nesse cenário de bonança econômica que esperam ver o time viver, centenas e centenas de torcedores do Newcastle saíram as ruas, concentrando-se especialmente diante da arena do clube, sonhando acordados com dias de alegria e de glória.

Desejando que sucessores de Messi e de Cristiano Ronaldo –eles acabam de mudar de clube e não se imagina que troquem novamente em breve–, que candidatos a melhor do mundo (um Mbappé, ou um Haaland, ou um Lewandowski, ou os três), desembarquem em Newcastle para dar brilho e esperança à camisa de listras verticais brancas e pretas.