Com morte de Gerd Müller, Alemanha perde seu mais profícuo artilheiro
O futebol alemão está de luto pela morte neste domingo (15) de Gerd Müller.
Apelidado de “O Bombardeiro” devido à capacidade artilheira, ele é um dos melhores atacantes a ter vestido a camisa da seleção tetracampeã mundial (1954/1974/1990, como Alemanha Ocidental, e 2014).
Disputa o posto com Miroslav Klose, por este também ser vencedor de uma Copa do Mundo.
Um degrau abaixo estão Uwe Seeler, Karl-Heinz Rummenigge e Jürgen Klinsmann, sendo que só o último ganhou uma Copa, na Itália, 31 anos atrás.
E um degrau depois estão Rudi Völler, contemporâneo de Klinsmann, e Thomas Müller, campeão no Mundial de 2014, no Brasil, junto com Klose.
Em relação a Klose, Gerd Müller tem a vantagem de possuir uma média de gols pela Alemanha bem superior: 1,1 por partida (68 gols em 62 partidas). Espetacular. É raro um jogador registrar média superior a um gol por jogo, seja por time, seja por seleção.
Klose, o maior goleador da seleção germânica, anotou 71 em 137 jogos (média de 0,52). E seus 16 gols em Copas do Mundo são um recorde –Ronaldo Fenômeno fez 15, e Gerd Müller, 14.
Então com 28 anos, Gerd Müller, um dos ícones do Bayern de Munique (time que defendeu de 1964 a 1979), comandou o ataque da Alemanha Ocidental na caminhada rumo ao título da Copa de 1974, realizada em solo alemão.
Marcou quatro vezes na campanha vitoriosa, sendo um deles o segundo e decisivo da final, em Munique, contra a Holanda (2 a 1, de virada).
Klose não fez gol em final de Copa do Mundo, nem Seeler (finalista em 1966), nem Klinsmann (em 1990), nem Thomas Müller (em 2014). Rummenigge e Völler fizeram um cada um (em 1986), mas a Alemanha perdeu da Argentina.
Com esse histórico, não é exagero dizer que Gerd Müller ocupa um posto entre os cinco melhores jogadores, incluindo atacantes e não atacantes, da história da seleção alemã.
O líbero Franz Beckenbauer, capitão da seleção que ergueu a Taça Fifa em 1974, está no topo da lista.
O meia ofensivo Fritz Walter, capitão da equipe que ganhou em 1954, na Suíça, e tido como o melhor de seu país na primeira metade do século 20, figura nela em segundo lugar.
Gerd Müller disputaria, com boa chance de ganhar, a terceira posição do pódio com o meia Lothar Matthäus, capitão da seleção de 1990, com o lateral Philip Lahm, capitão em 2014, e com Klose.

Dos grandes nomes não citados neste texto, menção honrosa para o goleiro Sepp Maier, para o lateral direito Berti Vogts, para o volante Paul Breitner e para o atacante Helmut Rahn.
Gerd Müller, que tinha 75 anos, junta-se no time de estrelas alemão que está do outro lado a Fritz Walter e Rahn, mortos respectivamente em 2002 e em 2003.