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Messi e Cristiano Ronaldo caem juntos pela 1ª vez na Champions

Deve ser o sinal dos tempos. Tempos que mostram que a era dos melhores do mundo durante tempos que pareciam intermináveis está perto de terminar.

Pela primeira vez desde que ambos começaram a disputar simultaneamente a Liga dos Campeões da Europa (Champions League), em 2004/2005, tanto Messi como Cristiano Ronaldo foram eliminados logo na primeira fase dos mata-matas, as oitavas de final.

Quem caiu primeiro foi o CR7. Na terça (9), mesmo atuando em Turim, a Juventus não conseguiu construir o placar para eliminar o Porto, time do país em que nasceu o craque maior da equipe italiana.

A Juve ganhou por 3 a 2, porém a derrota por 2 a 1 na partida de ida fez a diferença, e o Porto avançou por ter feito mais gols fora de casa.

Nas duas partidas, Cristiano Ronaldo não fez o que mais sabe fazer: gol.

Cristiano Ronaldo em momento de dor no duelo com o Porto, em Turim, que eliminou a Juventus da Liga dos Campeões da Europa (Federico Tardito – 9.mar.2021/Xinhua)

Nesta quarta (10), quem deu adeus ao mais badalado interclubes da Europa foi o Barcelona de Messi.

E nem houve surpresa. Favorito na teoria diante do Paris Saint-Germain, o time espanhol jogou esse favoritismo fora ao levar uma goleada de 4 a 1 no primeiro jogo, de virada, três semanas atrás, no Camp Nou.

Isso mesmo o PSG tendo atuado sem seu jogador mais badalado, Neymar, contundido.

O brasileiro não se recuperou a tempo de jogar em Paris, mas não se pode afirmar que tenha feito grande falta, já que a agremiação francesa se classificou com o empate por 1 a 1, impondo ao adversário um baque considerável.

O Barcelona, desde que Messi começou sua carreira profissional no clube, na metade da década retrasada, jamais deixou de passar da fase de grupos da Champions.

E com ele em campo só uma vez, em 2007, quando o camisa 10 nem vestia a camisa 10 ainda (ela era de Ronaldinho Gaúcho), foi eliminado nas oitavas de final –para o Liverpool de Gerrard.

Em 2005, o Barcelona também deu adeus à competição nas oitavas, porém Messi não estava entre os titulares, nem entre os reservas, nas partidas diante do Chelsea de Lampard, Terry e companhia.

O craque argentino, seis vezes o melhor do mundo (2009 a 2012, 2015 e 2019), conquistou com o Barcelona quatro títulos da Champions (2006, 2009, 2011 e 2015), mas, aos 33 anos, desgastado com a direção do clube e não mais rodeado de pé de obra de extrema qualidade, parece sem forças para resolver individualmente, como fazia antes.

Diante do PSG, marcou de pênalti na derrota na Espanha, e, no duelo na França, fez um lindo gol, em chute de fora da área no ângulo, só que desperdiçou um pênalti no fim do primeiro tempo que poderia ter colocado seu time à frente no placar. Resumindo: teve performance insuficiente para empurrar o Barça uma fase adiante.

Cristiano Ronaldo ainda mostra excelente forma física e técnica aos 36 anos, porém já lhe falta a estrela de outrora, já lhe falta o poder de decisão de outrora, já lhe falta, na Juventus, o que com Manchester United (em 2008) e com Real Madrid (em 2014, 2016, 2017 e 2018) não faltou: o troféu da Liga dos Campeões.

Com o Sporting, o craque português, cinco vezes o melhor do mundo (2008, 2013, 2014, 2016 e 2017), parou na terceira rodada uma vez (2003); com o Manchester United, caiu na fase de grupos uma vez (2006) e nas oitavas de final duas vezes (2004 e 2005); com o Real Madrid, naufragou nas oitavas uma vez (2010); com a Juventus, houve dobradinha na saída nas oitavas (2020 e 2021).

Tempos incomuns estes, de derrotas dolorosas para Messi e Cristiano Ronaldo. Tempos que talvez signifiquem que o tempo deles como os reis do futebol do século 21 tenha expirado.

E que o tempo de reinar agora seja de jovens como Mbappé (PSG), de 22 anos, quatro gols nos confrontos deste ano contra o Barcelona, e Haaland (Borussia Dortmund), de 20 anos, atual artilheiro da Liga dos Campeões, príncipes do futebol que seguem reluzentes e resolutos na Champions.

Num 2015 já distante, Messi segura o troféu da Champions League, ladeado por Suárez e Neymar, quando o Barcelona derrotou na final a Juventus, em Berlim (Patrik Stollarz – 6.jun.2015/AFP)

Em tempo: Quero muito que o tempo me prove errado e que haja tempo para que Messi e Cristiano Ronaldo, dois dos melhores da história do esporte, voltem ao olimpo do futebol europeu, tendo de novo em suas mãos a “orelhuda”, como é conhecido o troféu da Liga dos Campeões.

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