Abel Ferreira, o novo treinador do Palmeiras, em substituição ao demitido Vanderlei Luxemburgo, chegará ao time paulista com pouquíssimas credenciais.

O português de 41 anos tem uma carreira ainda incipiente, tanto que comandou somente dois times principais de seus respectivos clubes: o Braga, de Portugal, de 2017 a 2019, e o PAOK, da Grécia, em 2019 e 2020.

Antes, dirigiu as equipes B do Sporting, de Lisboa (2013-2014), e do Braga (2015-2017).

Abel não ganhou até agora nenhum troféu. Como sua carreira é curta, e como os times que treinou não são potências, esse fato não pode ser considerado para desmerecer seu trabalho.

É mais adequado conferir o aproveitamento de vitórias, que pode ser visto como bom: 61% no Braga e 55% no PAOK.

Mas nem mesmo como jogador profissional –jogou por 15 anos, de 1997 a 2011– Abel, um lateral direito mediano,  teve muito o que festejar.

Atuou por Penafiel, clube de sua cidade natal, Vitória de Guimarães, Braga e Sporting, e os títulos foram apenas quatro, todos pelo time lisboeta, duas Taças de Portugal e duas Supercopas de Portugal.

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— SE Palmeiras (de ) (@Palmeiras) October 30, 2020

Abel pode dar certo no Palmeiras?  Pode, mas a chance parece ser mínima.

Sem um currículo de destaque no qual possa se amparar, uma série de maus resultados no imediatista futebol brasileiro pode fazê-lo balançar e até cair precocemente, sem conseguir cumprir o contrato de dois anos.

Como incentivo a ele, e para dar esperança ao torcedor alviverde, ressalte-se que, dos quatro treinadores gringos em atividade na primeira divisão do Campeonato Brasileiro, três estão no alto da tabela.

Em 18 jogos, tanto o argentino Eduardo Coudet, do Internacional, como o espanhol Domènec Torrent, do Flamengo, obtiveram 35 pontos, com dez vitórias, cinco empates e três derrotas. Estão na liderança e na vice-liderança, respectivamente.

Coudet, de 46 anos, treinador desde 2016, tem um único título conquistado, o Campeonato Argentino de 2019, pelo Racing.

Torrent, de 58 anos, conhecido por ser assistente de Pep Guardiola no Barcelona, no Bayern e no Manchester City (de 2008 a 2018), não faturou nada em sua curta carreira solo.

O argentino Jorge Sampaoli, bem mais famoso e rodado, e com taça da Copa América (com o Chile, em 2015) no currículo, está na terceira posição no Brasileiro com o Atlético-MG (32 pontos em 17 partidas).

Em situação ruim só se encontra Ricardo Sá Pinto, compatriota de Abel, que assumiu o Vasco há menos de três semanas e tenta tirar o time carioca da zona de rebaixamento (está em 17º lugar, com 18 pontos).

O maior incentivo, porém, e o que deve servir de inspiração a Abel, é olhar para outro compatriota, Jorge Jesus, que brilhou intensamente com o Flamengo em 2019, vencendo o Brasileiro e a Libertadores.