Irlandês imita ídolo Ronaldo ao urinar em campo e leva suspensão

Em entrevista ao site do Coleraine, um dos times da primeira divisão da Irlanda do Norte, Eoin Bradley assim respondeu à pergunta “Qual seu jogador favorito de todos os tempos?”: “Ronaldo, o brasileiro”.
O camisa 10 referia-se a Ronaldo Nazário, Ronaldinho no começo da carreira e depois eternizado como o Fenômeno, campeão mundial com o Brasil em 1994 (EUA) e em 2002 (Coreia/Japão), quando marcou os dois gols da seleção na vitória contra a Alemanha.
“O brasileiro” se faz necessário para diferenciar do craque português Cristiano Ronaldo, comumente chamado apenas de Ronaldo por torcedores e por parte dos meios de comunicação.
Muito longe de ser um fenômeno, tanto que com 36 anos jamais destacou-se a ponto de chamar a atenção de clubes de centros europeus importantes no mundo da bola, Bradley teve um momento que rendeu comparação a Ronaldo.
Durante um jogo da Copa da Irlanda do Norte, no fim de julho, ele urinou no gramado do Windsor Park, em Belfast, na partida em que o Coleraine, com gol dele, empatou por 1 a 1 com o Ballymena United e acabou eliminado nos pênaltis.
Ronaldo fez o mesmo na Olimpíada de Atlanta (EUA), em 1996. Apertado, sentou-se no gramado do Orange Bowl, em Miami, tentou ganhar alguma privacidade ao colocar a bola em sua frente, e mandou ver. A partida era pela primeira fase, contra a Hungria.

Afora o momento embaraçoso, nada aconteceu com Ronaldo. Puni-lo? Nem foi cogitado.
Porém a atitude de Bradley, registrada por câmera de TV no intervalo entre o tempo normal e a prorrogação, não foi apreciada, e o caso acabou levado para análise da federação de futebol local.
Nesta semana saiu o veredicto: seis partidas de suspensão para o atacante.
De acordo com a sentença, ele foi culpado por “comportamento indevido”, tendo infringido o artigo da competição que trata de “desabono do jogo”.
O caso ainda ganhou contornos que envolvem o aspecto religioso.
Nas redes sociais, Bradley, que é católico, foi acusado de profanar um templo do futebol norte-irlandês, majoritariamente protestante.
Bradley rebateu com indignação, também via rede social: “Sim, fiz xixi no Windsor. Sim, sou católico. Alguns de meus melhores amigos são protestantes. Qual é? É 2020. Amadureçam”.
O jogador justificou sua não ida ao banheiro por acreditar que estaria impedido de fazê-lo devido às restrições ocasionadas pela pandemia de coronavírus.
Não adiantou, a punição veio, e o Coleraine informou que não recorrerá.

Em tempo 1: Bom de bola para os padrões locais, Eoin Bradley, que semelhante a Ronado Fenômeno só tem a altura (1,83 m), joga, além do futebol tradicional, o futebol gaélico (uma espécie de rúgbi), esporte mais popular da Irlanda do Norte, pelo Glenullin.
Em tempo 2: Há poucos dias houve um caso curioso em jogo da Copa da Liga Inglesa em Londres. O zagueiro inglês Eric Dier sentiu vontade de urinar no segundo tempo, mas não o fez no gramado. Saiu correndo para o vestiário e… atrás dele disparou, aparentemente irritado, o técnico do Tottenham, José Mourinho. Com o time perdendo por 1 a 0, o português indignou-se com a debandada repentina do comandado. Ficou na porta do banheiro até que Dier, aliviado, retornasse apressado ao campo. O Tottenham conseguiu empatar e eliminou o Chelsea nos pênaltis –Dier anotou um deles.
Em tempo 3: Vontade de urinar durante uma partida é constrangedor? Imagine então sentir vontade de evacuar. Aconteceu com o espanhol Sergio Ramos, capitão do Real Madrid. Em 2018, contra o Eibar pelo Campeonato Espanhol, o zagueiro do time merengue ausentou-se por cerca de cinco minutos. “Chamada da natureza”, justificou ele, que teve a compreensão do treinador Zinédine Zidane.