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Talento inglês dá conselho a fãs sobre coronavírus, descumpre e leva multa

Jack Grealish, até a interrupção do Campeonato Inglês (Premier League) pela pandemia de coronavírus, era um dos destaques da competição.

Com sete gols e sete assistências, o talentoso meia de 24 anos, extremamente técnico, tornou-se o alento do Aston Villa para tentar escapar do rebaixamento.

A equipe de Birmingham, disputados 28 jogos, amargava a penúltima colocação e tentaria nos dez restantes obter pontos suficientes para não regressar à segunda divisão.

Como muitos jogadores têm feito, Grealish foi a uma rede social para passar a mensagem que tem sido recomendada pelas autoridades de saúde a fim de impedir a propagação do vírus.

“Só saiam de casa para comprar comida, remédios ou fazer exercícios, lembrando sempre de ficar a pelo menos dois metros de distância dos outros”, pediu o capitão do Aston Villa, tradicional clube (fundado em 1874) que soma sete títulos do Campeonato Inglês (o último em 1981) e um da Copa Europeia (em 1982), a atual Champions League.

“Isso é urgente. Proteja o Serviço Nacional de Saúde. Fique em casa, salve vidas”, concluiu Grealish, que tem 292 mil seguidores no Twitter.

Uma mensagem de conscientização. Que não serviu para conscientizar justamente o seu emissário.

Horas depois de fazer o apelo, o jogador saiu de casa para ir à de um amigo, onde, segundo relatos de vizinhos, aconteceu uma festa que varou a madrugada e só acabou perto das 8 horas.

Como se soube da escapada de Grealish durante a quarentena?

De acordo com relatos de jornais ingleses, na manhã de domingo (29), ao sair do luxuoso flat em que mora Ross McComarck, ex-companheiro de clube, ele bateu seu carro, um Range Rover avaliado em £ 70 mil (R$ 449 mil), em outros três que estavam estacionados na rua.

Fotos de moradores do bairro, que seriam de depois do acidente, mostram Grealish em aparente estado de desorientação –que, suponho, pode ser efeito de drogas, álcool, sono–, vestido com um moletom com capuz (que encobria sua cabeça), mochila com o zíper aberto nas costas, bermuda, meias e chinelos.

O comportamento vergonhoso e irresponsável fez o Aston Villa emitir um comunicado pelo qual repreendia seu camisa 10.

“O Aston Villa está profundamente decepcionado que um de seus jogadores tenha ignorado as orientações do governo para permanecer em cada durante a crise do coronavírus.”

A Covid-19 já matou acima de 1.400 pessoas no Reino Unido, que tem mais de 22 mil casos reportados.

Grealish, nesta segunda (30), reconheceu o erro e pediu, pateticamente, desculpas em uma mensagem de vídeo.

“Quero dizer o quanto estou envergonhado. Um colega me ligou para ir à casa dele e eu, estupidamente, aceitei.”

A opinião pública julgará, muito possivelmente negativamente, a atitude de Grealish, que não mencionou o episódio com os carros, alvo de investigação policial.

Por ora, ele receberá uma multa do clube, cujo valor –segundo o tabloide The Sun, £ 100 mil (R$ 640 mil), equivalente a 25% de seu salário mensal– será destinado a um hospital de Birmingham, cidade natal do jogador.

Para o futuro, fica a dúvida se esse acontecimento censurável, que pode tê-lo infectado e arranha o lado pessoal, afetará o lado profissional de Grealish.

Ele estava cotado para ser convocado pela primeira vez para a seleção inglesa e na mira do Manchester United, um dos gigantes ingleses, para a próxima janela de transferências, no meio do ano.

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