Dono de time inglês diz que gostaria de investimento dos Bin Ladens
O sobrenome Bin Laden é mundialmente conhecido por causa de Osama, líder da organização terrorista Al Qaeda e mentor dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos EUA, que destruíram as Torres Gêmeas, em Nova York.
Por isso, causou espanto a declaração do dono do Sheffield United, um dos caçulas desta temporada da Premier League (o Campeonato Inglês), de que ficaria feliz se a família Bin Laden investisse no clube.
“Fico ofendido quando falam mal da família Bin Laden”, declarou o príncipe saudita Abdullah bin Musa’ad no estádio do clube, o Bramall Lane, na quinta (19), antes do início da sexta rodada da competição.
“Toda família pode ter uma pessoa ruim, uma ovelha negra, mas eles [os Bin Ladens] são muito respeitáveis”, justificou ele, cujos negócios giram em torno da indústria de celulose.
Os EUA informaram em 2011, na gestão de Barack Obama, que Osama bin Laden foi morto no dia 2 de maio daquele ano, em uma operação da marinha do país no Paquistão.
Bin Musa’ad, que tem 54 anos, mantém um bom relacionamento com a endinheirada família Bin Laden, proprietária do Grupo Binladin, que atua no setor de construção, entre outros ramos, na Arábia Saudita.
“Nunca fiz negócios com eles, mas ficarei muito contente se fizer. Não há nenhuma desonra no nome da família Bin Laden”, enfatizou o príncipe.
Depois de uma batalha judicial com o empresário britânico Kevin McCabe, que dividia com ele o controle do Sheffield United, Bin Musa’ad tornou-se nesta semana o principal acionista do clube fundado em 1889.
Um de seus primeiros atos foi nomear o genro, de 26 anos, como presidente da agremiação, no lugar de McCabe.
Pela decisão judicial, conforme relatou o jornal The Guardian, Bin Musa’ad terá de adquirir até julho de 2020, a um custo de £ 40 milhões (R$ 207 milhões), o estádio, o hotel que fica ao lado dele e o centro de treinamento do Sheffield United.

Bin Musa’ad está à frente do clube que tem o elenco de menor valor de mercado entre os 20 da primeira divisão da Inglaterra.
De acordo com o site Transfermarkt, os jogadores do Sheffield United, somados, valem £ 82,31 milhões (R$ 425,7 milhões), ou 1/14 do valor do elenco do Manchester City, o primeiro da lista (£ 1,15 bilhão ou R$ 5,95 bilhões).
Segundo colocado na divisão de acesso em 2018/2019, o Sheffield United tem como objetivo nesta temporada permanecer na elite.
Nos primeiros cinco jogos, registrou uma vitória, dois empates e duas derrotas, o suficiente para figurar fora da zona de descenso.
Na história, a equipe conquistou o Campeonato Inglês uma vez, ainda no século 19, em 1898, além de quatro Copas da Inglaterra, a última em 1925.
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Em tempo 1: Sheffield, situada no centro-norte da Inglaterra, é conhecida por ter o clube mais antigo do futebol, o Sheffield FC, fundado em 1857 e atualmente na oitava divisão. A cidade, além do Sheffield FC e do Sheffield United, abriga também o Sheffield Wednesday, que se estabeleceu em 1867 e acumula quatro taças do Campeonato Inglês (1903, 1904, 1929 e 1930) – disputa hoje a segunda divisão.
Em tempo 2: Abdullah bin Musa’ad não é o único dono não inglês de um time na Premier League. Aliás, ele integra a maioria. Somente quatro dos 20 clubes da divisão de elite são controlados exclusivamente por ingleses: o Tottenham, o Newcastle, o Brighton e o Burnley. Nos demais, há injeção de dinheiro de proprietários cuja origem são países como China, Emirados Árabes Unidos, Tailândia, Itália, Rússia e Estados Unidos.