Atletas do Manchester United rivalizam, e torcem por rivais, no futebol fantasia
Nove jogadores vinculados ao Manchester United, o clube que mais títulos ganhou no Campeonato Inglês (20), têm como passatempo rivalizar entre eles no fantasy football (futebol fantasia) da Premier League.
E, para pontuar e vencer, precisam torcer por jogadores de clubes adversários. Parece fantasioso, mas é assim que essa realidade funciona.
Muitos entusiastas do futebol divertem-se com o fantasy football, um jogo no qual o participante torna-se um técnico/manager, usando um limite financeiro (geralmente cem unidades) para montar um time imaginário com jogadores reais.
Feito isso, pode-se criar uma liga privada e reunir amigos e/ou colegas e/ou familiares e/ou quem quer que seja, desde que também tenham montado uma equipe fantasia, para disputar, pela duração da temporada, um campeonato no qual o desempenho de cada jogador é avaliado. Gols e assistências, por exemplo, somam pontos.
Eis o exemplo do fantasy football da Premier League. Monta-se uma equipe com 15 jogadores, sendo 11 titulares e quatro reservas. Pode-se escolher, dentro do orçamento (as tais cem unidades) jogadores de cada um dos 20 times, com o limite de três por equipe.
A cada semana, apenas os 11 escalados pontuarão. Se um deles não jogar, quem está no banco, na ordem determinada pelo técnico/manager, contabilizará pontos. Há também a escolha de um capitão, cuja pontuação conta em dobro.
Ao término de cada rodada, cada time fantasia terá uma pontuação. O time está ruim, não rendeu? É possível dispensar quem não está bem e contratar um substituto, desde que caiba no orçamento.
Somados os pontos das 38 rodadas, tem-se o resultado final – ganha, obviamente, quem tiver pontuado mais. O legal na disputa é, sendo o líder, buscar manter esse posto; não sendo, fazer de tudo para alcançar quem está na ponta.
Parece complicado. Mas, acostumando-se às regras e ao funcionamento, é muito divertido, e também viciante. (Desde que comecei a jogar, em 2008, não parei.)
E, pelo que publicou o jornal Daily Mail, não são só os aficionados por futebol, como este que aqui escreve, quem tem gosto pelo fantasy football, mas também os próprios jogadores.
O time em questão é o Manchester United, contudo não duvido que haja atletas de outras equipes que curtam essa diversão – e a pratiquem.
Só que é bem esquisito o jogador vinculado a um clube torcer para boas atuações de adversários, em especial quando são de um clube com o qual o dele tem enorme rivalidade. E torna-se bizarro se esses adversários estiverem em campo contra a equipe que ele defende.
(Eu vou a campo contra você, e você está no meu time fantasia; aí fico feliz se você joga bem porque me dará pontos no jogo virtual? Não dá.)
No caso do Man United, participam de uma liga privada os zagueiros Chris Smalling, Harry Maguire (o beque mais caro do mundo) e Phil Jones, os laterais Ashley Young e Luke Shaw, os goleiros Lee Grant e Joel Pereira (emprestado ao Hearts, da Escócia), o meia-atacante Daniel James e um membro não identificado que, segundo o jornal, é o volante belga-brasileiro Andreas Pereira, que, acredita-se, seja o organizador.
A liga, aliás, foi batizada de MUFC Tiki-Taka Fantasy, homenagem escancarada ao futebol de extremada posse de bola implementado no Barcelona pelo técnico Pep Guardiola, hoje à frente do Manchester City.

Smalling, passadas duas rodadas, lidera a liga, 12 pontos à frente de Jones, tendo como grandes pontuadores Sterling, De Bruyne e Zinchenko – todos do arquirrival Man City!
O líder da MUFC Tiki-Taka tem em seu time fantasia titular mais jogadores do City do que do United (De Gea e Martial).
Smalling poderia se selecionar e se escalar? Sim. Mas não há porquê, já que atualmente está na reserva do técnico Ole Solskjaer, e quem não joga não pontua no fantasy football.
Mesmo os titulares do Man United que integram a MUFC Tiki-Taka, Maguire e Shaw, não se elegeram para jogar em seus respectivos times fantasia, preferindo apostar em companheiros como Martial e Rashford (no time de Maguire) e Martial e Wan-Bissaka (no de Shaw).
Apenas um dos participantes depositou as fichas em si mesmo: Daniel James, o caçula (21 anos) da MUFC Tiki-Taka. Que inclusive se deu pontos ao fazer um gol na primeira partida do campeonato, contra o Chelsea.
Já Ashley Young deposita, por ora, fé nenhuma nele nem em ninguém ao seu redor. É o único dos participantes a não ter em seu elenco fantasia um jogador do Man United.