De volta à Champions, Estrela Vermelha busca 30º jogo invicto
A grande novidade da Liga dos Campeões da Europa (Champions League) que dá a largada na fase de grupos nesta terça (18) é o Estrela Vermelha, da Sérvia.
Equipe de muita força quando existia a Iugoslávia, que começou a ser desintegrada em 1991 com o início da separação de suas repúblicas, o Estrela Vermelha volta ter visibilidade no badalado interclubes depois de 26 anos.
No já longínquo 1992, o clube participou da etapa de grupos, na primeira edição da Champions reformatada – até então, não havia a divisão em chaves, e sim mata-matas desde o início.
O Estrela Vermelha defendia o título, já que em 1991 obtivera o maior feito de sua história ao superar na decisão (em Bari, na Itália), na disputa de pênaltis (5 a 3), após empate sem gols, o Olympique de Marselha.
Prosinecki, Pancev e Mihajlovic eram destaques da equipe. Os dois primeiros estiveram na Copa da Itália, em 1990, na qual a Iugoslávia avançou até as quartas de final – perdeu nos pênaltis para a Argentina.
Na Champions 1991/1992, entretanto, o Estrela Vermelha ficou pelo caminho, com três vitórias e três derrotas em uma chave que tinha a italiana Sampdoria, o belga Anderlecht e o grego Panathinaikos.
A partir daí, teve sete oportunidades para lutar por uma vaga na etapa de grupos da competição.
Falhou nas seis anteriores, perdendo nas rodadas preliminares, porém neste ano triunfou no mata-mata decisivo, contra o Salzburg, da Áustria: 0 a 0 em casa e 2 a 2 fora.
Os gols como visitante, ambos de Ben Nabouhane (nascido nas Ilhas Comores, leste da África), em um intervalo de dois minutos (aos 20 e 21 minutos do segundo tempo) e após 2 a 0 de desvantagem no placar, determinaram a heroica classificação.
O Estrela Vermelha é o azarão do Grupo C, que conta com Liverpool (atual vice-campeão da Champions), Paris Saint-Germain (atual campeão francês) e Napoli (atual vice-campeão italiano).
Seu treinador, Vladan Milojevic, não esteve nem perto de dirigir um clube famoso. Fora da Sérvia, comandou um time do Chipre (Omonia) e outro da Grécia (Panionios).

Jogadores de renome? Nenhum.
Reforçou-se há duas semanas com o meia Marko Marin, nascido na Bósnia e com nacionalidade alemã. Uma promessa que não vingou – atuou mal no Chelsea e no Sevilla, por exemplo. Aos 29 anos, é medíocre.
Um brasileiro, o atacante Jonathan Cafu (ex-São Paulo), de 27 anos, também chegou à equipe para esta temporada, porém não vem sendo titular absoluto.
Mesmo sem astros, o Estrela Vermelha não pode ser considerado frágil – não por ora. Pois o time simplesmente não perde faz muito tempo.
São 29 partidas de invencibilidade (25 vitórias e quatro empates), incluindo jogos oficiais e amistosos, desde 18 de março. Seis meses sem deixar o campo com o azedo sabor de uma derrota.
O último revés ocorreu no dia 14 de março, e apenas na disputa de pênaltis, diante do Macva Sabac, pela Copa da Sérvia.
Por muito o Estrela Vermelha supera as séries de qualquer participante desta Champions League. Todos estão longe, muito longe, da marca da equipe do leste europeu.
O Brugge, da Bélgica, ostenta invencibilidade de 12 partidas; o AEK, da Grécia, de 11; o Young Boys, da Suíça, de 10. São os que mais se aproximam do Estrela Vermelha.
Que jogará em seu estádio, o Rajko Mitic, em Belgrado, nesta terça contra o Napoli.
A força do campo e da torcida (famosa tanto pelo fanatismo como pela bandalheira) é outro trunfo do Estrela Vermelha.
Lá, o time registrou a última derrota há quase um ano, em outubro de 2017, 1 a 0 para o Arsenal, pela Liga Europa.
Depois disso, atuou 24 vezes no quase centenário Rajko Mitic, arena fundada em 1927 e batizada posteriormente em homenagem a um dos maiores ídolos do clube, que jogou nas décadas de 1940 e 1950.
Somou 20 vitórias e quatro empates. Marcou 63 gols (média de 2,6) e sofreu nove (média de 0,4).
Poderá o Estrela Vermelha parar Napoli, e depois Liverpool e PSG?
Se os prognósticos não lhe são favoráveis, ao menos o histórico recente de desempenho é.
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