Nas semifinais da Copa, saiba quem deve desequilibrar em cada seleção
O clima de ressaca pela eliminação do Brasil, na sexta (6), diante da Bélgica, continua.
Ainda é difícil acreditar que será a seleção belga, e não a brasileira, quem duela com a França nesta terça (10), em São Petersburgo, por uma das vagas na final da Copa do Mundo da Rússia.
Porém, enquanto assimilamos a ausência do Brasil e discutimos o que pode ser feito para que em 2022, na Copa no Qatar, possamos ir além das quartas de final, o Mundial atual ainda tem quatro partidas, sendo três delas de grande atratividade – a disputa pelo terceiro lugar não empolga desde sempre.
Além de França x Bélgica, haverá Croácia x Inglaterra, na quarta (11), também às 15 horas (de Brasília).
E os semifinalistas trazem jogadores que tendem a ser decisivos para que suas seleções alcancem a classificação para a final de domingo (15), em Moscou, ao meio-dia.
Mbappé (atacante, 19 anos) – Veloz, driblador e geralmente objetivo, o garoto sensação, que vejo como melhor do mundo em futuro próximo, é quem tem mais potencial para desequilibrar uma partida para os Azuis, como aconteceu nas oitavas de final, quando marcou dois gols (os dois últimos) na vitória por 4 a 3 contra a Argentina e ainda sofreu um pênalti.
Griezmann (atacante, 27 anos) – Como Mbappé, marcou três gols nesta Copa, dois de pênalti e um em falha grotesca do goleiro uruguaio Muslera. Canhoto, é muito técnico e bom batedor de faltas.
Pogba (volante, 25 anos) – Tem feito até aqui uma Copa de regular para boa, e é perceptível que quando ele cresce em campo, especialmente na distribuição de jogadas, os franceses igualmente crescem. Pode ser decisivo em um passe perfeito ou no jogo aéreo, pois é alto (1,91 m) e cabeceia bem.
Bélgica
Hazard (atacante, 27 anos) – O capitão do time é veloz, driblador e objetivo, como Mbappé, com a vantagem de ser mais experiente e melhor finalizador. Marcou seus dois gols no Mundial, sendo um deles de pênalti, na goleada sobre a Tunísia (5 a 2). Jogou muito bem contra o Brasil, puxando bons contra-ataques. Está em ótima forma.
Lukaku (atacante, 25 anos) – O centroavante belga é um tanque, tamanha a força física, sem deixar de ser rápido. Chuta bem com os dois pés (melhor com o esquerdo) e é muito perigoso no jogo aéreo, com seu 1,90 m. Com quatro gols, luta pela artilharia com o inglês Harry Kane (seis gols).
De Bruyne (meia, 27 anos) – Certamente ele é o ritmista que Tite gostaria de ter na seleção brasileira. Incansável, joga de uma intermediária a outra, armando, fazendo cruzamentos e lançamentos precisos. Finaliza como poucos de fora da área, com os dois pés (melhor com o direito). Fez o segundo gol belga contra o Brasil.
Croácia
Modric (meia, 32 anos) – A exemplo de De Bruyne, é um ritmista. Não é tão bom como o belga nos chutes de média distância ou nos cruzamentos, porém é um tremendo organizador, que quase não erra passes e conta com visão de jogo privilegiada, além de ajudar demais na marcação. É o capitão da equipe e também quem bate os pênaltis do time, tendo feito um de seus dois gols na Copa assim.
Rakitic (meia, 30 anos) – Se somadas as partidas de Rakitic e Modric pela seleção, elas ultrapassam 200, o que dá ao meio-campo croata uma larga dose de experiência e entrosamento. Menos cerebral que o colega, porém igualmente ótimo no trato com a redonda. Bom na bola parada, competente finalizador, age às vezes como elemento-surpresa no ataque.
Lovren (zagueiro, 29 anos) – Quem assiste aos jogos do Liverpool sabe do perigo que o zagueiro de 1,88 m oferece quando vai ao ataque. Tem ótima impulsão (na final da Liga dos Campeões da Europa deste ano ganhou pelo alto do espanhol Sergio Ramos, do Real Madrid, no gol do time inglês, feito por Mané). Só que pode ser decisivo também a favor do adversário, pois é inconstante na marcação.
Inglaterra
Kane (atacante, 24 anos) – Quem vê os seis gols marcados na Copa pelo capitão inglês pode exclamar: “Caramba, está jogando muito!”. Nem tanto. Três dos gols foram de pênalti (batidos com muita firmeza e frieza), dois de oportunismo (em sobra na pequena área) e um sem querer (a bola bateu nele e entrou). Porém é um artilheiro nato, com altíssimo potencial para decidir um jogo.
Maguire (zagueiro, 25 anos) – Com seu 1,94 m, assusta qualquer retaguarda em escanteios ou faltas próximas à área, sempre cobradas com perigo pelo ala esquerdo Ashley Young. Marcou em bela cabeçada o primeiro gol do English Team na vitória por 2 a 0 diante da Suécia, nas quartas de final.
Stones (zagueiro, 24 anos) – Torre gêmea de Maguire. Igualmente perigoso nas jogadas aéreas (1,88 m), tem dois gols no Mundial, ambos contra o Panamá.
Em tempo: Esses são os prováveis candidatos a decidir as partidas. Mas, como muito bem escreveu Juca Kfouri, as Copas são feitas também de heróis improváveis, ou seja, pode muito bem consagrar um Kanté (França), um Witsel (Bélgica), um Strinic (Croácia), um Trippier (Inglaterra). Ou o goleiro de cada seleção (Lloris, Courtois, Subasic e Pickford), que está lá para justamente estragar o prazer do gol, incluindo nas disputas de pênaltis.